quinta-feira, 30 de junho de 2016

SESSÃO LEITURA - SOLIDÃO - ABGAR RENAULT

O texto abaixo é da autoria de Abgar Renault.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: http://www.academia.org.br/academicos/abgar-renault/biografia.
Boa leitura!

SOLIDÃO

O rio se entristece sob a ponte.
Substância de homem na torrente escura
flui, enternecimento ou desventura,
misturada ao crepúsculo bifronte.

Antes que débil lume além desponte,
a sombra, que se apressa, desfigura
e apaga o casario em sua alvura
e a curva esquiva e sábia do horizonte.

Os bois fecham nos olhos os arados,
o pasto, a hora que tomba das subidas.
Dorme o ocaso, pastor, entre as ovelhas.

Sobem névoas dos vales fatigados
e das árvores já enoitecidas
pendem silêncios como folhas velhas.

Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/abgar_renault.html#p

SESSÃO ABERTURA DE NOVELA - RIBEIRÃO DO TEMPO

A novela Ribeirão do Tempo foi apresentada pela Rede Record no horário das 22h15 de 18 de maio de 2010 a 2 de maio de 2011.
O tema musical de abertura era Pique do Tempo, interpretado por Tom Zé.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: http://www.teledramaturgia.com.br/ribeirao-do-tempo/.
Boa diversão!



LETRA

PIQUE DO TEMPO

Coisa gostosa na tela se dá
Que simpatia tem
Que coisa louca também
Antipatia tal
Eu entro pela novela
Que empatia tem
Saiu da vida real
É fantasia tal
Vejo na tela você
Taquicarda dá
Dizendo a cena final
A vida como ela é
Eu quero ver, bato o pé
Pra botar moral!
E se a internet não me teclar
Esse tempo tem argumento
Pra me ligar
Que trambique politiqueiro

Telecomunicá
A coisa fica pior
Telecomunicó
Mas o que vai dar o nó
Telecomunicá
É nossa cor virar pó
Telecomunicó
Pois somos dois é num só
Telecomunicá
Até a terra virar
Teleco, nosso xodó!

Fonte: https://www.vagalume.com.br/tom-ze/pique-do-tempo.html

quarta-feira, 29 de junho de 2016

SESSÃO SAUDADE - BUD SPENCER

Dois amigos que se metiam em mil confusões e brigas engraçadíssimas. Um era um galã atlético, o outro mais fortinho.
Os filmes dessa dupla foram febre nos anos 70 e 80 e frequentaram muitas Sessões da Tarde do passado.
Estamos falando de Bud Spencer e Terence Hill.
Infelizmente, o primeiro nos deixou no último dia 27.



Obrigado, Bud Spencer, por ter frequentado a infância de tanta gente e a povoado com muita alegria!
Descanse em paz, amigo grandalhão!
Para saber mais sobre esse artista, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bud_Spencer.
Com o objetivo de homenageá-lo, apresentamos abaixo três vídeos com cenas de filmes do ator. O primeiro é de A Dupla Explosiva (1974); o segundo, de Dois Tiras Fora de Ordem (1977) e o terceiro, de Par ou Ímpar (1978).

PRIMEIRO VÍDEO



SEGUNDO VÍDEO



TERCEIRO VÍDEO


SESSÃO HUMOR

Para celebrar o Dia dos Namorados, um casal foi jantar fora.
Enquanto escolhiam os pratos, ele tentou lembrar-se de alguma coisa bonita para dizer à namorada.
Olha para o lado e ouve um casal de namorados:
- Quer mel, minha abelhinha?
- Quer morangos, meu moranguinho?
Inspirado, o rapaz, vira-se para a namorada e diz:
- Quer presuntinho, minha porquinha?

Fonte: http://www.piadas.com.br/.

terça-feira, 28 de junho de 2016

SESSÃO REMAKE MUSICAL - I'M GONNA GET MARRIED - LOU CHRISTIE

A canção I’m Gonna Get Married, que teve como um dos intérpretes o conjunto Sunday, é apresentada no vídeo abaixo por seu intérprete original, Lou Christie.
Boa diversão!



LETRA

I’M GONNA GET MARRIED

Kind of love
Just a very special kind of love
Just a very special dream
I know I've never lived before
'Til I fell in love with you

Now the leaves are turning apple green
Now my lonely nights are through

These magic moments
We're wastin' baby
Let me tie some flowers in your hair
Makin' memories in a summer rainstorm
It's love
It's love
We only have love to share

I'm gonna get married
And surrey down the aisle on wings of love

Kind of love
Just a very special kind of love

Now you give my heart a song to sing
Lyrics of the many splendored thing

You pass my chair
Mess up my hair
All of these little things mean a lot
Do I love you? You know I love you
This merry-go-round of love will never stop

I'm gonna get married
And surrey down the aisle on wings of love

TRADUÇÃO

EU VOU ME CASAR

Tipo de amor
Apenas um tipo muito especial de amor
Apenas um sonho muito especial que eu sei que nunca vivi antes
Até que eu me apaixonei por você

Agora as folhas estão se tornando verdes cor de maçã
Agora minhas noites solitárias acabaram

Esses momentos mágicos que estamos desperdiçando, querida
Deixe-me prender algumas flores no seu cabelo
Criando lembranças em uma tempestade de verão
É o amor, é o amor, só tenho amor para compartilhar

Eu vou me casar
E vou deslizar pelo corredor nas asas do amor

Tipo de amor
Apenas um tipo muito especial de amor

Agora você dá ao meu coração uma canção para cantar
Letra de muitas coisas esplendorosas

Você puxa a minha cadeira, bagunça o meu cabelo
Todas essas pequenas coisas significam muito
Eu te amo? Você sabe que eu te amo
Este carrossel de amor nunca vai parar

Eu vou me casar
E vou deslizar pelo corredor nas asas do amor

Fonte: https://www.vagalume.com.br/sunday/im-gonna-get-married-traducao.html

SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - I'M GONNA GET MARRIED - SUNDAY

A canção I’m Gonna Get Married, interpretada por Sunday, fez parte da trilha sonora da novela Super Plá, apresentada pela Rede Tupi no horário das 20h de 1 de dezembro de 1969 a 16 de maio de 1970.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: http://www.teledramaturgia.com.br/super-pla/.
Boa diversão!



LETRA

I’M GONNA GET MARRIED

Kind of love
Just a very special kind of love
Just a very special dream
I know I've never lived before
'Til I fell in love with you

Now the leaves are turning apple green
Now my lonely nights are through

These magic moments
We're wastin' baby
Let me tie some flowers in your hair
Makin' memories in a summer rainstorm
It's love
It's love
We only have love to share

I'm gonna get married
And surrey down the aisle on wings of love

Kind of love
Just a very special kind of love

Now you give my heart a song to sing
Lyrics of the many splendored thing

You pass my chair
Mess up my hair
All of these little things mean a lot
Do I love you? You know I love you
This merry-go-round of love will never stop

I'm gonna get married
And surrey down the aisle on wings of love

TRADUÇÃO

EU VOU ME CASAR

Tipo de amor
Apenas um tipo muito especial de amor
Apenas um sonho muito especial que eu sei que nunca vivi antes
Até que eu me apaixonei por você

Agora as folhas estão se tornando verdes cor de maçã
Agora minhas noites solitárias acabaram

Esses momentos mágicos que estamos desperdiçando, querida
Deixe-me prender algumas flores no seu cabelo
Criando lembranças em uma tempestade de verão
É o amor, é o amor, só tenho amor para compartilhar

Eu vou me casar
E vou deslizar pelo corredor nas asas do amor

Tipo de amor
Apenas um tipo muito especial de amor

Agora você dá ao meu coração uma canção para cantar
Letra de muitas coisas esplendorosas

Você puxa a minha cadeira, bagunça o meu cabelo
Todas essas pequenas coisas significam muito
Eu te amo? Você sabe que eu te amo
Este carrossel de amor nunca vai parar

Eu vou me casar
E vou deslizar pelo corredor nas asas do amor

Fonte: https://www.vagalume.com.br/sunday/im-gonna-get-married-traducao.html

segunda-feira, 27 de junho de 2016

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES - MARIA HELENA DIAS

A reportagem abaixo foi publicada na revista Cartaz nr. 40, edição que foi às bancas em 07/12/72.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa diversão!


SESSÃO RETRÔ - NOVELAS - ESPECIAL XLVII - UMA ROSA COM AMOR

A reportagem abaixo foi publicada na revista Cartaz nr. 53, que foi às bancas em 07/03/73.
Para maiores informações sobre a primeira versão de Uma Rosa com Amor, favor acessar: www.teledramaturgia.com.br/uma-rosa-com-amor-1972/.
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Boa diversão!



sábado, 25 de junho de 2016

PARA MEDITAR



SESSÃO FOTONOVELA - O PASSADO CONDENA

A fotonovela abaixo pertence à revista Romântica nr. 205, publicada, provavelmente, no ano de 1976.
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Boa leitura!



























sexta-feira, 24 de junho de 2016

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista Romântica nr. 205, publicada, provavelmente, no ano de 1976.
Já o pôster é parte da revista Sétimo Céu – Álbum de Ouro – nr. 1 – Cantores da Juventude, publicada em 1967.
Boa diversão!



SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence ao cantor, compositor, ator, apresentador de TV e humorista Moacyr Franco.
Agora tentem descobrir quem é o garotinho da foto.
Eis algumas pistas:
1) Este ator, ainda vivo, nasceu no cidade do Rio de Janeiro no ano de 1955.
2) Estreou em telenovelas em Dez Vidas, na TV Excelsior, no ano de 1969.
3) Participou de novelas como Signo da Esperança, na Rede Tupi; O Grito e Sinhá Moça, na Rede Globo.
Boa diversão!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

SESSÃO LEITURA - O PRESENTE DOS MAGOS - O. HENRY

O texto abaixo é da autoria de O. Henry.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/O._Henry.
Boa leitura!

O PRESENTE DOS MAGOS

Um dólar e oitenta e sete centavos. Era tudo. E sessenta centavos eram em moedas. Moedas economizadas uma a uma, pechinchando com o dono do armazém, o dono da quitanda, o açougueiro, até o rosto arder à muda acusação de parcimônia que tais pechinchas implicavam. Três vezes Della contou o dinheiro. Um dólar e oitenta e sete centavos. E no dia seguinte seria Natal.
Não havia evidentemente mais nada a fazer senão atirar-se ao pequeno sofá puído e chorar. Foi o que Della fez. O que leva à reflexão moral de que a vida é feita de soluços, fungadelas e sorrisos, com predomínio das fungadelas.
Della terminou de chorar e cuidou do rosto com a esponja de pó. Postou-se junto à janela e ficou a contemplar melancolicamente um gato cinzento caminhando sobre uma cerca cinzenta num quintal cinzento. Amanhã seria Dia de Natal e ela tinha apenas um dólar e oitenta e sete centavos para comprar o presente de Jim. Estivera a economizar tostão por tostão havia meses, e esse era o resultado. As despesas tinham sido maiores do que calculara. Sempre são. Apenas um dólar e oitenta e sete centavos para comprar o presente de Jim. O seu Jim. Muitas horas felizes passara ela planejando comprar-lhe alguma coisa bonita. Alguma coisa fina, rara, legítima, algo que estivesse bem perto de merecer a honra de ser possuí­da por Jim.
Subitamente, afastou-se da janela e postou-se diante de um espelho. Seus olhos estavam brilhantes mas sua face perdeu a cor ao cabo de vinte segundos. Num gesto rápido, soltou o cabelo e deixou desdobrar-se em toda a sua extensão.
Ora, os James Dillingham Youngs tinham dois haveres de que muito se orgulhavam. Um era o relógio de ouro de Jim, que pertencera a seu pai e a seu avô. O outro era o cabelo de Della.
O cabelo de Della, pois, caiu-lhe pelas costas, ondulando e brilhando como uma cascata de águas castanhas. Chegava-lhe abaixo do joelho e quase lhe servia de manto. Ela então o prendeu de novo, célere e nervosamente. A certo momento, deteve-se e permaneceu imóvel, enquanto uma ou duas lágrimas caíam sobre o puído tapete vermelho.
Vestiu o velho casaco marrom; pôs o velho chapéu marron. Desceu rapidamente a escada que levava à rua. Parou onde havia um letreiro anunciando: “Mme Sofronie, Artigos de Toda Espécie para Cabelos”. Della subiu a correr um lance de escada e se deteve no alto, arquejante para recompor-se. Madame, corpulenta, alva demais, fria.
– Quer comprar meu cabelo? - perguntou Della.
– Eu compro cabelo - disse Madame. Tire o chapéu e vamos dar uma olhada no seu.
Despenhou-se, ondulante, a cascata de águas castanhas.
– Vinte dólares - ofereceu Madame, erguendo a massa com mão prática.
– Dê-me o dinheiro depressa - pediu Della.
Oh, as duas horas seguintes voaram com asas róseas. Della se pôs a vasculhar as lojas à procura de um presente para Jim.
Encontrou-o por fim. Fora feito para ele e para ninguém mais. Nada havia que se lhe parecesse nas outras lojas, e ela as revirara de alto a baixo. Era uma corrente de platina, curta, simples e de modelo discreto, proclamando adequadamente seu valor por sua mesma substância e não por qualquer ornamentação espúria. Era digna até do relógio. Tão logo a viu, soube que tinha de ser de Jim. Era como ele. Serenidade e valor, a descrição se aplicava a ambos. Vinte e um dólares cobraram-lhe por ela, e Della correu para casa com os oitenta e sete centavos. Com aquela corrente no relógio, Jim poderia preocupar-se decentemente com o tempo na frente de qualquer pessoa. Grande como era o relógio, ele às vezes o consultava meio envergonhado devido à velha tira de couro que usava em lugar de corrente.
Quando Della chegou em casa, seu embevecimento cedeu lugar a um pouco de prudência e razão. Pegou os ferros de frisar, acendeu o gás e pôs-se a reparar os estragos causados pela generosidade acrescida ao amor. O que sempre é uma tarefa muito árdua, queridos amigos, uma tarefa gigantesca.
Ao cabo de quarenta minutos, sua cabeça estava coberta de pequenos caracóis cerrados, que a faziam parecer, admiravelmente, um menino vadio.
Às sete horas, o café estava preparado e uma frigideira quente no fogão esperava o momento de fritar as costeletas. Jim nunca se atrasava. Della dobrou a corrente no côncavo da mão e sentou-se a um canto da mesa, perto da porta pela qual ele sempre entrava. Ouviu então seus passos no primeiro lance da escada e empalideceu por um instante.
– Oh, Deus, fazei-o por favor achar-me ainda bonita!
A porta se abriu, Jim entrou e a fechou. Parecia magro e muito sério. Pobre sujeito, apenas vinte e dois anos e já responsável por uma família! Precisava de um sobretudo novo e não tinha luvas.
Jim avançou alguns passos. Seus olhos estavam fitos em Della e havia neles uma expressão que ela não conseguia ler e que a aterrorizava. Não era raiva, nem surpresa, nem desaprovação, nem horror; não era nenhum dos sentimentos para os quais ela estava preparada.
Della esgueirou-se para fora da mesa e se encaminhou para ele.
– Jim, querido - gritou - não me olhe desse jeito! Mandei cortar o cabelo e o vendi porque não poderia passar o Natal sem dar um presente a você. Ele crescerá de novo… não se aborreça, por favor. Meu cabelo cresce terrivelmente depressa. Diga “Feliz Natal!”, Jim, e fiquemos felizes. Você não sabe que coisa bonita, que belo presente tenho para você.
– Mandou cortar o cabelo? - perguntou Jim a custo, como se não tivesse ainda compenetrado desse fato patente após o mais árduo esforço mental.
– Cortei-o e vendi-o - disse Della. Você não continua a gostar de mim do mesmo jeito, então? Não precisa procurar por meu cabelo, foi vendido, como lhe disse… vendido, não está mais aqui. À véspera de Natal, querido. Seja bonzinho comigo, fiz isso por sua causa. Ninguém poderá jamais avaliar o meu amor por você. Posso fritar as costeletas, Jim?
Emergindo do seu transe, Jim pareceu despertar rapidamente. Abraçou a sua Della. Os magos trouxeram presentes valiosos, mas isso não estava entre eles. Esta asserção obscura será esclarecida mais tarde.
Jim tirou um pacote do bolso e atirou-o sobre a mesa.
– Não me interprete mal, Della - disse. Não acho que haja alguma coisa, corte de cabelo, raspagem ou xampu, capaz de fazer-me gostar menos da minha mulherzinha. Mas se você abrir este pacote, poderá ver por que fiquei abalado no princípio.
Alvos dedos ligeiros desfizeram o atilho e o embrulho. Ouviu-se então um grito extático de alegria, e depois, ai!, uma súbita mudança feminina para as lágrimas e os gemidos, que exigiram o imediato emprego de todos os poderes de consolação do senhor do apartamento.
Pois sobre a mesa jaziam Os Pentes - o jogo de pentes para cabelos que Della adorara havia muito numa vitrine. Belos pentes de tartaruga legítima, orlados de pedraria, da cor exata para combinar com seu lindo cabelo. Eram pentes caros, ela o sabia, e seu coração se limitara a desejá-los e a suspirar por eles sem a menor esperança de vir um dia a possuí-los. E agora pertenciam-lhe, mas as tranças que os anelados enfeites deveriam adornar não mais existiam.
Ela, porém, os apertou contra o peito e, por fim, pode erguer os olhos nublados, sorrir e dizer:
– Meu cabelo cresce tão depressa, Jim!
Jim ainda não vira o seu belo presente. Ela lho estendeu ansiosamente na palma da mão aberta. O fosco metal precioso parecia brilhar com o reflexo do seu jubilante e ardente espírito.
– Não é uma beleza, Jim? Vasculhei a cidade toda para achá-lo. Doravante, você terá de ver as horas uma centena de vezes por dia. Dê-me o seu relógio. Quero ver como fica nele.
Em lugar de obedecer, Jim deixou-se cair no sofá, pôs as mãos atrás da cabeça e sorriu:
– Della - disse - vamos por os nossos presentes de Natal de lado e deixá-los por algum tempo. São lindos demais para poderem ser usados agora. Vendi o relógio para comprar os seus pentes. Que tal se você fritasse as costeletas agora?