O texto abaixo é de autoria de Carlos Drummond de Andrade.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: https://www.ebiografia.com/carlos_drummond/.
Boa leitura!
O BOI
Ó solidão do boi no campo,
Ó solidão do homem na rua!
Entre cartas, trens, telefones,
Entre gritos, o ermo profundo.
Ó solidão do boi no campo,
Ó milhões sofrendo sem praga!
Se há noite ou sol, é indiferente,
A escuridão rompe com o dia.
Ó solidão do boi no campo,
Homens torcendo-se calados!
A cidade é inexplicável
E as casas não têm sentido algum.
Ó solidão do boi no campo!
O navio-fantasma passa
Em silêncio na rua cheia.
Se uma tempestade de amor caísse!
As mãos unidas, a vida salva…
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso a torre de petróleo.
Fonte: https://www.poesiaprimata.com/carlos-drummond-de-andrade/carlos-drummond-de-andrade-jose-1942/
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