quarta-feira, 30 de novembro de 2022

SESSÃO SAUDADE - ROBERTO GUILHERME

A homenagem de hoje vai para o querido humorista Roberto Guilherme.
Alguns talvez não o conheçam pelo nome, mas certamente se lembrarão dele através de seu personagem principal: o Sargento Pincel.
Durante anos, o humorista alegrou diversas gerações com seus tipos cômicos em programas da TV Rio, TV Excelsior, TV Record, Rede Tupi e Rede Globo, além de uma passagem pelo canal fechado Multishow.
Mas sem dúvida, seu tipo mais marcante foi o Sargento Pincel, um militar que enlouquecia com um grupo de soldados malucos liderados pelo 49, interpretado por Renato Aragão.
É mais um pedaço divertido de nossa infância que se vai! Esse vai fazer muita falta!
Obrigado, Roberto Guilherme, por tantos momentos de alegria que nos proporcionou!
Descanse em paz!
Para saber mais sobre este artista tão maravilhoso, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Guilherme.
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos abaixo trecho do programa Os Trapalhões em que interpreta seu personagem mais famoso.

SESSÃO HUMOR

Em um hospício, havia uma roda de loucos que assistia outro que girava sem parar no meio da roda. Logo, chegou um médico e perguntou:
— O que ele está fazendo?
Ao que um louco responde:
— Ele pensa que é um ventilador.
E o médico:
— Vocês não vão fazer nada?
 Nós só estamos pegando um ventinho, depois a gente vai desligar.

Fonte: https://vic.bg/piadas/em-um-hosp%C3%ADcio-havia-uma-roda-de-loucos-que-assistia-outro-que-girava-sem-parar-no-meio-da-roda-logo-chegou-um-m%C3%A9dico-e-perguntou.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

SESSÃO REMAKE MUSICAL - DR. PACHECO - BINHO SÁ

A canção Dr. Pacheco, que teve como intérprete original Raul Seixas, é apresentada no vídeo abaixo por Binho Sá
Boa diversão!



LETRA

DR. PACHECO

Compositor: Raul Seixas

Lá vai nosso herói Dr. Pacheco
Com sua careca inconfundível
A gravata e o paletó
Misturando-se às pessoas da vida
Lá vai Dr. Pacheco
O herói dos dias úteis
Misturando-se às pessoas que o fizeram

Formado, reformado, engomado
Num sorriso fabricado
Pela escola da ilusão
Tem jeito de perfeito
No defeito
Sem ter feito com proveito
Aproveita a ocasião

Dr. Pacheco, vai doutorar
Dr. Pacheco, foi almoçar
Do Do Do Do Do Doutor
Do Do Do Do Do Doutor
Pacheco

Perdido, dividido, dirigido
Carcomido e iludido
Tem nos olhos o cifrão
Disfarça na fumaça
e acha graça
Sem saber que a rua passa
Entre a massa e o caminhão

Dr. Pacheco não vai voltar
Dr. Pacheco foi almoçar
Dr. Pacheco não vai voltar
Dr. Pacheco foi almoçar

Fonte: https://www.letras.mus.br/raul-seixas/90589/

SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - DR. PACHECO - RAUL SEIXAS

A canção Dr. Pacheco, interpretada por Raul Seixas, fez parte da trilha sonora da novela Dinheiro Vivo, apresentada pela Rede Tupi no horário das 19h de 6 de agosto de 1979 a 21 de janeiro de 1980
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: http://teledramaturgia.com.br/dinheiro-vivo/.
Boa diversão!



LETRA

DR. PACHECO

Compositor: Raul Seixas

Lá vai nosso herói Dr. Pacheco
Com sua careca inconfundível
A gravata e o paletó
Misturando-se às pessoas da vida
Lá vai Dr. Pacheco
O herói dos dias úteis
Misturando-se às pessoas que o fizeram

Formado, reformado, engomado
Num sorriso fabricado
Pela escola da ilusão
Tem jeito de perfeito
No defeito
Sem ter feito com proveito
Aproveita a ocasião

Dr. Pacheco, vai doutorar
Dr. Pacheco, foi almoçar
Do Do Do Do Do Doutor
Do Do Do Do Do Doutor
Pacheco

Perdido, dividido, dirigido
Carcomido e iludido
Tem nos olhos o cifrão
Disfarça na fumaça
e acha graça
Sem saber que a rua passa
Entre a massa e o caminhão

Dr. Pacheco não vai voltar
Dr. Pacheco foi almoçar
Dr. Pacheco não vai voltar
Dr. Pacheco foi almoçar

Fonte: https://www.letras.mus.br/raul-seixas/90589/

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES - EVA CHRISTIAN

A reportagem abaixo foi publicada na revista Grande Hotel nr. 1273, publicada, provavelmente, em 1971.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa diversão!


SESSÃO RETRÔ - COMERCIAIS - LICOR DE CACAU XAVIER (2005)


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=YxURHMewObA


PARA MEDITAR


Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRLBNZfbEm189wc5OMTgtLvVz1K0BnK4BLZjg&usqp=CAU

SESSÃO BISCOITINHOS - A FAMÍLIA ADDAMS


Fonte: https://www.dailymotion.com/video/x5ypdr3?playlist=x506za

sábado, 26 de novembro de 2022

PARA MEDITAR

 

Fonte: https://i.pinimg.com/236x/81/29/7b/81297b7212ea6568e3b00b7d2067a99e.jpg

SESSÃO FOTONOVELA - APÓS UM DESENGANO, O GRANDE AMOR

A fotonovela abaixo pertence à revista Grande Hotel nr. 1273, publicada, provavelmente, em 1971.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa leitura!


































sexta-feira, 25 de novembro de 2022

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista Melodias nr. 98, publicada em setembro de 1965.
Já o minipôster à revista Contigo nr. 285, que foi às bancas em 17/08/79.
Boa diversão!


SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence ao cantor e compositor Herbert Viana. Agora tentem descobrir quem é a garota da foto.
Eis algumas pistas:
1) Esta cantora e compositora, já falecida, nasceu no interior de Goiás em 1995.
2) Iniciou sua carreira como compositora.
3) Lançou-se como cantora no ano de 2014.
Boa diversão!

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SESSÃO LEITURA - O DEFUNTO - THOMAZ LOPES

O texto abaixo é de autoria de Thomaz Lopes.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomaz_Pompeu_Lopes_Ferreira.
Boa leitura!

O DEFUNTO

Quando ele despertou, deitado ao comprido num estreito caixão negro e dourado, tinha as mãos postas numa derradeira prece. Lançou vagamente os olhos em torno, e em torno tudo era silêncio e treva. Procurou levar as mãos aos olhos, mas sentiu as mãos presas, sem movimento; e parece-lhe então que estava morto.
Como é pesado o ar que respira! Como é profunda a escuridão que encerra! E onde está? No seu quarto? No seu leito? Que estranha cama, estreita e dura! E por que dorme calçado? E que vestes tão solenes! Terá vindo ébrio de alguma festa? E as mãos amarradas! E que falta de ar! Ah! Que dolorosa e lenta agonia.
De novo distendeu os braços; mas a fita que os unia partiu-se, a as mãos geladas bateram de encontro às tábuas. Passou os frios dedos pelo rosto e retirou-os espantado, sentindo a face morta como a de um cadáver. Veio-lhe à memória uma vaga lembrança de moléstia e de perda de sentidos.
E sentiu em si uma tampa, uma tampa de caixão, de caixão de defunto!
Um medo contínuo de si próprio, um indefinível asco do “cadáver” que sente a seu lado, assoberba-o. Rebenta o caixão, levanta-se, quer correr, mas bate de encontro a uma parede, uma fria e cinzenta parede de mármore. Rápida e rija vem-lhe a certeza de estar enterrado vivo, prisioneiro da morte, atirado num calabouço. No silêncio e na treva, entra a loucura e a morte, dá dois passos, mas tropeça. Que será?
E como seus pés tateassem na sombra, encontraram um degrau que subiram; depois, outro mais outros, outros ainda. Oh! Que sepultura profunda! Erguendo as mãos para o céu que está tão longe dos abismos, sentiu nas mãos a fria laje do teto.
— Em vão tenta erguê-la. Respira a longos haustos por uma fresta aberta na pedra. Um novo esforço para erguê-la: em vão! — Uma sepultura de mármore, como que para guardar o corpo aos vermes e ao pó; uma fresta por onde apenas entra o ar que prolonga a vida ao condenado; uma escada que os passos sobem e inutilmente descem; uma laje que se levanta para enterrar os mortos e que se não ergue para salvar os vivos; — Oh! Essa sepultura é com certeza uma sepultura de Igreja.
E novamente luta para erguer a pedra, mas com o esforço inútil, vem o cansaço, vem o abatimento, vem o desânimo. Então como o inconsciente ou o muito atilado, que vendo abertos os braços lívidos da Morte, em vez de fugir; aos braços se atira, ele resignadamente desce. Ao descer alucinado e cego, bate com o corpo no mármore da parede e grita. A sua voz sobe e desce, abafada como o eco de um trovão distante encerrado’ numa gruta profunda. Agora, sereno e calmo, como quem leva um sol apagado no coração e uma estrela sem luz em cada olhar, sobe de novo os degraus da Vida e da Morte. Nos primeiros momentos, com a calma e serenidade com que subira, junta ao intento a sua força, mas a pedra permanece impassível. A angústia do sofrimento prolongado destrói-lhe o sossego da ação; com um doloroso esforço, ingurgitadas as veias, os músculos retesados na onipotência da sua própria força, os olhos saltando das órbitas, procura num ansiado desespero levantar a pedra que talvez para sempre o encerra. Trabalho inútil! Parece que o pranto preso na garganta vai sufocá-lo, — e sente uma a uma ensanguentarem-se, dilacerarem-se, largarem-lhe da carne as unhas. Impossível!
Exausto de fadiga e dor, deixa-se abater, e o seu corpo doente, rolando de degraus como um fardo sinistro, vai parar ao pé da parede cinzenta e fria...
Veio o sono. Veio seguindo a nébula do sono a doida fantasia do sonho.
Era vago e tênue. Mas porque tão vago fosse e tão tênue, quase sem tonturas, o Espírito-Zombateiro dos Sonhos fê-lo aclarar-se, — assim como uma cidade que despede aos primeiros raios do sol a túnica de névoas em manhãs de frio.
Vai-se largamente o sonho dilatando, mas sempre duvidoso e cinzento.
Era uma noite profunda, iluminada de estrelas. O céu muito alto era como um imenso veludo macio. — E o céu alto e a noite profunda cobriam e envolviam uma cidade estranha, mas que lhe não era de todo desconhecida. Havia velhos lugares que amava e, pelos sítios conhecidos, — nem viv’alma! Apenas sombra. Caminhava e, quando era a grande fadiga e o repouso que lhe abria os braços amigos, outros braços mais fortes o impeliam e uma sinistra voz bradava: — Marcha! Marcha! — As pernas pesavam, se entorpeciam; desejos protetores de descanso inundavam-lhe o lasso corpo. À proporção que atravessava caminhos, os caminhos mudavam: eram jardins floridos e perfumados, prados extensos, longas campinas, casarios que fugiam na sombra; outras vezes, charnecas adustas e ressequidas, betesgas exalando podridão. Passou por cemitérios e à sua passagem os defuntos erguiam-se, cobertos de pó e de segredo, acompanhando-o fantasticamente por dilatados e dolorosos momentos. As arvores tomavam assombradoras formas de avejões e as estrelas, apagando-se no céu, deixavam o céu cinzento e frio como o mármore da sua sepultura tão fria e tão cinzenta. E, entretanto, no silencio, na noite e na treva — o defunto caminhava.
De súbito, como aos olhos tontos e averiguadores do náufrago, aparece orla branca de uma praia distante, no seu espírito cansado nasceu uma idéia feliz: aquela noite de loucura e de assombramento marcava o aniversário de sua noiva e por data essa tão formosa haveria uma formosa festa. Devia ser tarde; ansiavam por ele. — Com uma força nova, um grande desejo de ver, de ouvir, de sentir, de querer, de palpitar, de amar e de viver banhou-lhe a alma numa cariciosa sensação de vida. Apressou o passo, correu. Mas, voltando-se para trás, julgou ver na sombra uma sombra que resvalava. Levantaram-se-lhe os cabelos, um calafrio de medo correu-lhe o corpo de alto a baixo — e partiu, assombrado, numa carreira mal segura, de perseguido. Batendo com os pés no solo, todo o solo ressoava ao contato, como se os pés fossem de aço. Depois, com surpresa, sentiu-se leve; houve um suspiro de prazer e de alivio e, flutuando no espaço, começou a voar. Subiu; rompeu a camada cinzenta do céu e o céu tornou-se inteiramente negro. Como subisse mais alto, seus olhos extasiaram-se diante do azul, um azul, tão límpido e transparente como atéhoje olhos humanos não sonharam. No alo, imensamente longe, brilhavam as estrelas no glorioso esplendor de uma imortal claridade.
Muito embaixo, perto da Terra, desaparecia a Lua amorável dos poetas. Os seus olhos humanos quase cegaram fitando Sírius. — Entre as estrelas abriu-se o céu e aqueles mesmos deslumbrados olhos viram sobre os sóis o suave Jesus dos Humildes. Perto de Cristo apareceram duas sombras que se foram corporificando e nas quais o Defunto se reconheceu, a si e a sua Noiva! Ela! Mas como, se “ele” ali estava oculto contemplando a felicidade do outro “ele”! Jesus os abençoou. E eles voaram. Ah! Se ele pudesse, também seguir-lhes o vôo!...
Quando quis voar, as asas se lhe desfizeram e ele caiu, rolou, precipitou-se, tocou a terra — e partiu novamente, correndo pelas estradas solitárias e ermas. Voltando o rosto viu outra vez, na treva, o mesmo vulto que o acompanhara; dominado pelo medo, correu mais, até que, numa curva do caminho, espessa sebe lhe tomou o passo. Retrocedeu, passou, assombrado, pelo vulto, que lhe estendeu os braços, e na mesma carreira fantástica, atravessou planícies, estepes nuas, estradas mortas, frias e cinzentas. Lamentou a perda das suas asas felizes e lembrou-se da sombra que não o deixava. Mas, se ele estava morto, por que o perseguiam? Cada vez mais o vulto avançava e era tão longe a casa de sua Noiva! O vulto já ia tocá-lo... — Mas ele era cadáver e na sua qualidade de morto, devia amedrontar os vivos... Voltou-se, mas quem que era riu-lhe diante da medrosa face. Mais intenso foi então o pavor de si mesmo e da sombra que devia ser a sua alma... e ela vinha resvalando na sombra, acompanhando-o... Estava perdido! Já não tinha mais forças! Coragem! Uma luz brilhou ao longe; oh! Que deliciosa alegria! Era a casa de sua Noiva! Mas um passo! Avante! O alguém seguia-o, quase alcançando-o; mas estava salvo! Era a casa dela, era o som da orquestra, era a luz intensa, era a salvação! Um pouco de ânimo — coragem! E antes de bater com o corpo nas lajes cinzentas e frias da sepultura, pareceu que o vulto perseguidor lhe abriu os braços. E também pareceu que era os braços regelados da Morte...
Um raio de sol, fino e tênue, atravessava a fresta aberta na pedra.
***
Despertou suado, ardendo em febre. Pelo seu rosto lívido andava, molemente, uma larva. Quis gritar, mas só lhe saiu da boca um grunhido surdo que o apavorou. Abriu os braços para certificar-se da vida e na treva os braços bateram contra a parede.
Pensou, então, no seu sonho — e tristemente verificou que era, em verdade, por aqueles dias, o aniversário de sua Noiva. Que data era de sua morte? Quem sabe se não era mesmo aquele o dia festivo! Todo o passado irrompeu,tumultuando, da sombra e ele reviu as longas horas de contemplação ou de melancolia em que todo o seu ser era um crente adorando a um ídolo. E outra vez, de repente, voltou a encarar a sua situação de morto.
Longas horas passaram; desparecera o raio de sol; e um sino tangia ao longe, fúnebre e evocativo, os dobres que deviam ser as da Ave-Maria. O som triste do bronze, chegando a seus ouvidos, falava na vida e na liberdade. A liberdade! A delícia infinita! Ah! Como era doloroso morrer assim, solitário, consciente, indefeso, abandonado, sem o prazer da luta, sem o esforço da salvação! E por que o enterraram vivo? Mil vezes amaldiçoou a estupidez criminosa que o atirara à morte! Os soluços e as lagrimas rebentaram e sofrendo sem termo, e chorando sem esperança adormeceu, sem sentidos, esperando pela Morte...
***
Ao despertar, na manhã do outro dia, viu a fita do sol — único que lhe levava à cova a carícia de uma visita.
Admirando-se de ainda estar enterrado, quis levantar-se e sentiu que desmaiava. Tinha uma fome devoradora e uma sede que o requeimava. Ah! Quarenta e oito longas, intermináveis, horas sem comer, sem beber! Sem beber! Sentia o estomago vazio e gelado e a língua, ressequida, estalava. De novo quis levantar-se e de novo ficou. O dia inteiro — longo como um deserto; a noite inteira — vazia como o silêncio, ele passou, ora em profunda sonolência, ora acordado, com a ânsia estranguladora de comer e de beber.
Outra vez o sol que devia ser o dia, outra vez a manhã que devia ser a vida!
O enterrado ouviu a seus pés um guincho fino; os olhos tiveram um rápido brilho de prazer e, estendendo as mãos crispadas, apanhou um rato, vivo e mole. Abrindo os lábios num sorriso que devia ser de imbecialidade, bestializado e faminto, levou o rato à boca, frio, áspero, nojento, estrebuchando e guinchando entre os dentes. Oh! Mas a sede! A sede que aquela carne repulsiva aumentara! A fome que ela fizera crescer! — E então, num esforço hercúleo, ergueu-se; olhou a treva um instante, com um olhar profundo, calmo, parado. De repente, soltando um uivo de fera enjaulada, rasgou as roupas, dilacerou-as — e, nu, selvagem, rugindo e chorando de desespero, retalhou com os dentes a carne branca dos seus braços. O sangue brotava em ondas rubras que espumavam e ele o sorvia, atirando a cabeça de um lado para o outro, aparando-o para não perder uma gota chupando aquele sangue que corria quente espesso, vivo, garganta abaixo, descendo para o estomago crispado pela fome.
Um rugido mais rouco, dois saltos contra a parede onde repartiu a cabeça, de onde brotou mais sangue que lhe envolveu o rosto numa mascará vermelha. Enlouquecera.
Outra vez, pela ultima vez, subiu as escadas. Ajoelhou-se, rilhou os dentes, entrelaçou os dedos sobre as mãos, numa prece maldita — e ficou morto, imóvel, rígido e nu, coberto de sangue escarlate, como o mármore cinzento e frio da sua sepultura...

Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/thomas_lopes.pdf.

SESSÃO ABERTURA DE SÉRIE - SÍTIO DO PICAPAU AMARELO (1979)

A primeira versão da série Sítio do Picapau Amarelo foi apresentada pela Rede Globo no horário das 17h30 de 7 de março de 1977 a 31 de janeiro 1986.
O tema musical de abertura era Sítio do Picapau Amarelo, interpretado por Gilberto Gil.
Para maiores informações sobre a série, favor acessar: http://teledramaturgia.com.br/sitio-do-picapau-amarelo-1977/.
Boa diversão!


Fonte: https://www.dailymotion.com/video/x1161q0

LETRA

SÍTIO DO PICAPAU AMARELO

Compositor: Gilberto Gil

Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O Sol nascente é tão belo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

Rios de prata pirata, voo sideral na mata
Universo paralelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

No país da fantasia, num estado de euforia
Cidade Polichinelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo
Sítio do Picapau Amarelo

Fonte: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/46244/

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

SESSÃO SAUDADE - ROLANDO BOLDRIN

A homenagem de hoje vai para o ator, cantor, compositor e proseador Rolando Boldrin, que, conforme ele mesmo dizia, “partiu fora do combinado”.

Mas sempre restará num cantinho dos nossos corações e de nossas memórias os causos engraçados e as belas canções caipiras, além dos excelentes trabalhos como ator que nos deixou como legado!
Obrigado, Boldrin, por seu trabalho artístico!
Descansa em paz, companheiro!
Para saber mais sobre este artista, favor acessar: https://www.ebiografia.com/rolando_boldrin/.
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos seu maior sucesso, Vide Vida Marvada.


 
LETRA
 
VIDE VIDA MARVADA
 
Compositor: Rolando Boldrin

Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro são mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi santa e purificada

Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho, a ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando essa vida marvada

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remédio pros meus desenganos
É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano

Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num cateretê
Há de encontrar-me num cateretê

Tem um ditado tido como certo
Que cavalo esperto não espanta a boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando essa vida marvada

Cumpadi meu que envelheceu cantando
Diz que ruminando dá pra ser feliz
Por isso eu vaqueio ponteando
E assim procurando a minha flor-de-lis

É que a viola fala alto no meu peito humano
E toda mágoa é um mistério fora deste plano

Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega lá em casa pruma visitinha
Que no verso ou no reverso da vida inteirinha
Hás de encontrar-me num cateretê
Hás de encontrar-me num cateretê

Fonte com adaptações: https://www.letras.mus.br/rolando-boldrin/222614/