O
texto abaixo é da autoria de Guilhermino César.
Para
maiores informações sobre o autor, favor acessar: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/guilhermino_cesar.html.
Boa
leitura!
CAMPEIRO
DE MINAS GERAIS
Campeiro
mulato de sol
Você
que dormiu
sem
medo de bruxos, sacís-pererês
botando
a cabeça fervendo de amores
no
couro estendido...
Você
não ouve ali perto
de
dia de noite
a
barulheira da boca da mina?
São
filhos da nossa terra também.
Largaram
a boiada no morro
serenatas
nas ruas familiares
e
foram pra noite de ferros tinindo
procurar
a lua de metal
escondida
nas montanhas duras
saltando
depois nos cadinhos...
Você
não está ouvindo o ruído dos pilões na baixada
triturando
a pedra que vem do fundo
nos
vagonetes ligeiros ?
E
aquele suor que os companheiros estão suando...
A
gente pensa que é sangue
mineiro
campeiro!
Eles
deixaram a casa sonhando riqueza
e
agora estão magros e feios.
Como
você dorme bem
cansado
das lidas campeiras.
Eles
nem podem dormir sossegados:
a
mina não fica sozinha um momento.
Mineiros
que saem
mineiros
que vêm
as
máquinas sempre rodando.
Campeiro
queimado de sol
vai
ver o trabalho dos seus companheiros
nas
galerias de ar frio
na
noite constante!
Mineiro
das minhas Gerais
você
não acorda?
Vai
ver o trabalho dos outros mineiros
dos
mineiros-mineiros enterrados na mina
ouvindo
os patrões em fala estrangeira.
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/guilhermino_cesar.html.
Linda poesia!
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