domingo, 22 de abril de 2012

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - CAPÍTULO 36 - AUTOR: TONI FIGUEIRA

Novela de Antonio Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes


http://youtu.be/zIuryHGvAVc

CAPÍTULO 36
 
 Participam deste capítulo:

VÍTOR
VERINHA
MARCOS
RENATÃO
TIA COLÓ
SUSI
OLIVEIRA RAMOS
HELÔ
SAMUCA
D. SOLEDAD
JOANINHA
MARIETA
EMILIANO
MÉDICO

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

CENA 1  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  SALA DE JANTAR  -  INTERIOR  -  NOITE

HELÔ EMPALIDECEU, LEVANTOU-SE, VISÌVELMENTE CHOCADA, E ATIROU A CARTA SOBRE A MESA.

OLIVEIRA RAMOS  -  (indignado) Mas isso é um absurdo, uma brincadeira de mau gosto! Filha, você não pode dar importância a essa covardia. Veja só, o remetente nem teve coragem de se identificar!

HELÔ  -  Vou pro meu quarto. Com licença!

OLIVEIRA RAMOS  -  (levantou a mão, tentando detê-la) Helô! Filha, não vá...

SUSI  -  (segurou o braço do marido) Deixa, Oliveira. Ela quer ficar sozinha...

O BANQUEIRO BALANÇOU A CABEÇA, DESOLADO.

OLIVEIRA RAMOS  -  Quem será o covarde que escreveu isso?

CORTA PARA:

CENA 2  -  APARTAMENTO DE RENATÃO  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

SAMUCA  -  Profissão desgraçada essa que eu arranjei! (dizia, deitado no sofá de Renatão).

RENATÃO  -  (preparando uma dose de uísque) Ué, por que, cara? Pensei que você tava se divertindo...

SAMUCA  -  Divertindo? Faz  dois  meses  que  estou distraindo  uma  turista  mexicana. Dona  Consuelo. A  mulher  deve andar pela casa dos setenta anos. Veste-se de maneira espalhafatosa e é feia como a necessidade! Me contratou como seu cicerone pelo tempo em que ficar no Rio. Sabe que a velha gamou por mim? Nem quer mais voltar para o México! E é podre de rica, a desgraçada!

RENATÃO  -  Aproveita. Casa com ela.

SAMUCA  -  (pensou um pouco) Até que gostei da idéia. Mas, e Joaninha? Se ela não fosse tão careta, bem que se podia dar um jeito de harmonizar tudo e ninguém sair perdendo. Não, não daria certo! Sabe, Renatão, o negócio é bolar um macete qualquer pra tirar o dinheiro dessa velha, sem precisar casar. Puxa, ela podia morrer de repente e me deixar uma herança, não podia?

TIA COLÓ APARECEU NA SALA, TRAJANDO UM PIJAMA FLORAL ESTAMPADO.

TIA COLÓ  -  (com o dedo na boca em sinal de silencio) Psiu! Falem baixo que a Carlinha está dormindo! Boa noite, Renatinho. Até amanhã, Samuca. Ah, não durmam muito tarde, que não é bom pra saúde... Outra coisa, Renatinho... tome um copo de leite morno antes de dormir. É bom pra ter um sono tranquilo.  Você pode fazer o mesmo, Samuca. Até amanhã, meninos (e retirou-se, deixando os dois boquiabertos).

SAMUCA  -  Leite morno antes de dormir... Cara, eu não acredito que ouvi isso!

RENATÃO  -  (tentou minimizar) Deixa ela... Coitada da tia Coló... sem noção...

CORTA PARA:

CENA 3  -  APARTAMENTO DE EMILIANO  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

VÍTOR ENTROU NO APARTAMENTO DE EMILIANO TENTANDO DISFARÇAR   OS   HEMATOMAS   PROVOCADOS  PELA  BRIGA COM RICARDINHO NA PRAIA. EMILIANO LIA  UM LIVRO E MARIETA ASSISTIA TV.

MARIETA  -  Vítor, deixei seu jantar no fogão (olhou com mais atenção e percebeu as manchas vermelhas no rosto do rapaz) Mas... o que é isso? Você está machucado! E suas roupas... estão sujas! O que aconteceu com você, meu Deus?

EMILIANO E MARIETA ACERCARAM-SE DO RAPAZ, ASSUSTADOS.

EMILIANO  -  Rapaz, o que fizeram com você! Foi assaltado?

VÍTOR RESPIROU FUNDO. ACHOU MELHOR CONTAR A VERDADE.

VÍTOR  -  Tive uma briga com Ricardinho na praia. Ele me provocou, me atacou... Rolamos na areia...

MARIETA  -  Que horror! Aquele marginal! Devia ser preso!

VÍTOR  -  Agora está tudo bem. Não se preocupem. Já passou.

MARIETA  -  Vou fazer umas compressas para pôr nesses machucados! Se não cuidar, vai ficar com o rosto todo roxo!

VÍTOR  -  Não é preciso, D. Marieta...        

MARIETA  -  (insistiu) Precisa sim! Sente aí. Descanse um pouco enquanto preparo as compressas!

MARIETA ENCAMINHOU-SE PARA A COZINHA. VÍTOR SENTOU-SE NA POLTRONA, AO LADO DE EMILIANO.

EMILIANO  -  Rapaz, a briga foi feia, hem?

VÍTOR  -  Uma vergonha, seu Emiliano. Rolamos na areia como dois moleques! (levou a mão ao canto da boca, em sinal de dor) Ai!
 
CENA 4  -  APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA  -  SALA  -  INT.  -  NOITE.

JÁ PASSAVA DA MEIA-NOITE. MARCOS E VERINHA ENTRARAM, CAUTELOSOS, PARA NÃO ACORDAR FONTOURA E ADELAIDE. FALAVAM ABAFADAMENTE.

MARCOS  -  Tem certeza que não há perigo de seu pai acordar?

VERINHA  -  Não. Eles dormem com o ar ligado e isso abafa qualquer ruído... vem! (puxou-o para o seu quarto).

CORTA PARA:

CENA 5  -  APARTAMENTO DO DELEGADO FONTOURA  -  QUARTO DE VERINHA   - INT. -  NOITE.

MARCOS PUXOU VERINHA PARA SI E BEIJARAM-SE COM ARDOR. CAÍRAM NA CAMA, OS CORPOS COLADOS UM NO OUTRO.

CORTA PARA:

CENA 6  -  LAGOA RODRIGO DE FREITAS  -  IGREJA SÃO JOSÉ  -  INT.  -  DIA

SAMUCA  MOSTRAVA O INTERIOR DA IGREJA A D. CONSUELO, QUE ACOMPANHAVA-O, DE BRAÇOS DADOS.

SAMUCA  -  Está gostando do passeio?

D. CONSUELO  -  (fitava-o, embevecida) Es todo tan maravilloso, Samuquito... Todo tan hermoso!

SAMUCA TENTOU DISFARÇAR O EMBARAÇO DIANTE DOS OLHARES APAIXONADOS DA VELHA SENHORA.

SAMUCA  -  Então... vamos?
 
D. CONSUELO RIA, MUITO NERVOSA.

D. CONSUELO  -  Com usted a mi lado, yo no tengo miedo de nada.  Usted me inspira tanta confiança, tanta simpatia... (dizia, lançando olhares ternos ao rapaz).

SAMUCA SORRIU, SEM GRAÇA.

D. CONSUELO  -  Sabes, Samuquito... yo soy una mujer rica. Tengo muchas fábricas, petróleo, todos los bienes de mi esposo muerto, que se parece mucho a ti, o viceversa. Cuando te miro me recuerdas mucho de esto...

OS OLHOS DE SAMUCA BRILHARAM.

SAMUCA  -  Fico feliz em saber que lhe trago boas lembranças do seu falecido...

D. CONSUELO  -  Ahora podemos ir, Samuquito.

CORTA PARA:

CENA  7  -  APARTAMENTO DE OLIVEIRA RAMOS  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

VÍTOR FOI Á CASA DO BANQUEIRO VER HELÔ E ESTRANHOU A EXPRESSÃO SOMBRIA DA NOIVA.

VÍTOR  -  O que aconteceu com você? Parece tão perturbada...

HELÔ  -  (estendeu-lhe o envelope com a carta anônima) Veja isso! Recebi ontem.

VÍTOR ABRIU O ENVELOPE E LEU A CARTA.

VÍTOR  -  Isso é um absurdo! Não tem fundamento! Você não pode dar importancia a uma bobagem dessas.

HELÔ  -  Me senti péssima quando li isso...

VÍTOR  -  Vem aqui... (abraçou-a, carinhosamente)  Esqueça isso. Tem alguém querendo desestabilizar a gente... não podemos entrar nesse jogo... nem dar ouvido a essas calúnias. (mudou de assunto) Ah, tenho novidades! Estou procurando emprego.

HELÔ  -  Que tipo de emprego?

VÍTOR  -  Eu não te falei que sou professor de Geografia? Pois então... estou procurando colocação na minha área. E tenho duas entrevistas marcadas para amanhã!

HELÔ  -  (beijou-o, animada) Que bom, meu amor!
    
CORTA PARA:

CENA  8  -  SALÃO DE MARIETA  -  INT.  -  DIA.

D. CONSUELO ESTAVA SENTADA NA CADEIRA DE CABELEREIRO, RECEBENDO OS ÚLTIMOS RETOQUES DE  MARIETA, QUANDO SENTIU-SE MAL.

D. CONSUELO  -  (levou a mão ao coração, nervosa)  Mi corazón... Dios mio...

MARIETA  -  Senhora, está passando mal? (chamou a assistente) Gina, traga um copo d’água, rápido!

D. CONSUELO BEBEU A ÁGUA. RESPIROU FUNDO, MAIS CALMA.

D. CONSUELO  -  Gracias... estoy mejor ahora...

MARIETA  -  De qualquer maneira, não convém deixar a senhora voltar para casa sozinha. Quer que telefone para alguém vir pegá-la?

D. CONSUELO  -  (gemeu) Yo estoy en el hotel...

MARIETA  -  (indagou, aflita) Não tem uma pessoa, um conhecido, que venha pegar a senhora aqui?

D. CONSUELO  -  Sí, hay un muchacho... El telefono está em mi bolsa... Su nombre es Samuca!

MINUTOS DEPOIS, SAMUCA FOI BUSCÁ-LA. SAÍRAM DE BRAÇO, ELA AMPARADA NOS SEUS, E ELE MUITO ENCABULADO COM OS OLHARES TERNOS DA VELHA.

CORTA PARA:

CENA  9  -  HOTEL IPANEMA PLAZA  -  SUÍTE  -  INT.  -  DIA.

O MÉDICO TOMOU A PRESSÃO DE D. CONSUELO. OLHOU PARA ELA, COM AR SÉRIO.

MÉDICO  -  O seu estado de saúde é realmente grave... Sinto muito, senhora...

D. CONSUELO  -  Sí, yo sé. Los médicos en México me deram solamente seis meses de vida. Yo sé que estoy condenada!

CORTA PARA:

CENA 10  -  PENSÃO PRIMAVERA  -  RECEPÇÃO  -  INT.  -  DIA.

JOANINHA PROCUROU MARIA LÚCIA PARA DESABAFAR. ESTAVA MUITO  PREOCUPADA COM O COMPORTAMENTO DO NAMORADO, SAMUCA.

MARIA LÚCIA  -  (deixou seus afazeres de lado e puxou a amiga para o sofá) Vem, Joaninha, senta aqui. Vamos conversar. O quê que tá acontecendo?

JOANINHA  -  Ai, amiga, pela primeira vez, eu tou desconfiada que o Samuca tá me traindo.

MARIA LÚCIA  -  (surpresa) Nossa! Tem certeza? O Samuca é tão apaixonado por você...
 
JOANINHA  - Pois é, mas com esse novo trabalho de guia turístico, ele conheceu uma mulher muito rica, e fica levando ela pra cima e pra baixo, pra mostrar a cidade. Isso tá me deixando muito irritada e... Ah, Maria Lúcia, não sei, não... Você conhece a idéia fixa do Samuca em ficar rico...
MARIA LÚCIA  -  Amiga, esse é o trabalho dele! Do que você tem medo?

JOANINHA  -  Quer saber? Tenho medo... que ele se venda! Pronto, falei!

MARIA LÚCIA  - Que é isso, Joana! O Samuca é meio enrolado, mas é do bem. Ele nunca faria isso com você!

JOANINHA  -  Será? E se eu te disser que ele deixou escapar que a velha mexicana gamou nele?

MARIA LÚCIA  -  Jura?

JOANINHA  -  Pois é... disse que é uma velha, mas não sei não... pode ter dito isso pra eu não ficar com ciúmes. Agora vive bancando a babá, e faz todas as vontades dela... Ontem liguei pra ele e tava no apartamento dela, no Hotel Ipanema Plaza, imagina! Agora me diz, Maria Lúcia, tenho ou não tenho motivos pra ficar com a pulga atrás da orelha?

MARIA LÚCIA  -  Calma, Joaninha... você tem que conversar com ele. Eu acho que não tem motivos pra ficar assim... Quem sabe ele só tá tentando faturar uns trocados a mais... O mais importante é que ele tá trabalhando...

JOANINHA  -  (levantou-se, decidida) Quer saber? Eu vou tirar essa história a limpo agora mesmo!

MARIA LÚCIA  -  Calma, Joana! Não vá fazer nenhuma besteira...

JOANINHA  -  (encaminhou-se para a porta, pisando firme) Ele que me  aguarde! 
 
MARIA LÚCIA  -  Joana... espera! Não vá fazer nada que...

ERA INÚTIL. JOANINHA ACABARA DE SAIR DA PENSÃO.

CORTA PARA:

CENA 11  -  APARTAMENTO DE EMILIANO  -  SALA  -  INT.  -  DIA.  

ERAM QUASE 5 DA TARDE QUANDO VÍTOR VOLTOU PARA CASA E ESTRANHOU A PRESENÇA DE EMILIANO, QUE VOLTARA CEDO DO BANCO.

VÍTOR  -  Seu Emiliano, voltou mais cedo... Aconteceu alguma coisa?

EMILIANO  -  Me senti mal e saí mais cedo... mas já está tudo bem.

VÍTOR  -  D. Marieta já chegou?

EMILIANO  -  Não, mas deve estar chegando a qualquer momento... (mostrou-lhe o envelope sobre a mesa)  Chegou esta carta pra você.

VÍTOR EXAMINOU O ENVELOPE COM CURIOSIDADE.

VÍTOR  -  Estranho... não tem remetente... (abriu e leu)  Fizeram o mesmo com Helô. A coitada estava deprimida porque também recebeu uma carta anônima acusando-a de ser a assassina de Nívea!

EMILIANO  -  (arregalou os olhos) Que insensatez! Quem faria uma maldade dessas?

VÍTOR  -  Não sei. Leia.

EMILIANO  -  “Você está sendo enganado. Sua noivinha Heloísa Oliveira Ramos é a verdadeira assassina de Nívea Louzada.  Logo  a  verdade  será  descoberta!  Assinado:  um  amigo” (levantou os olhos para o rapaz)  Vítor, isso não tem cabimento! Você não pode se deixar abalar por uma calúnia dessas!

VÍTOR  -  Eu sei, seu Emiliano. Mas não posso deixar de me perturbar com tanta leviandade. Como o ser humano pode ser capaz de um ato desses?

CORTA PARA:

CENA  12  -  HOTEL IPANEMA PLAZA  -  QUARTO DE D. CONSUELO  -  SALETA DE ESPERA  -  INT.  -  TARDE.

NA SALETA DE ESPERA, SAMUCA ANDAVA DE UM LADO PARA O OUTRO. O MÉDICO SAIU DO QUARTO.

SAMUCA  -  (correu ao seu encontro) Doutor... o que está acontecendo? Como ela está?

MÉDICO  -  O senhor é filho dela?

SAMUCA  -  Não. Nada disso. Sou empregado da Agencia de Turismo Boa Companhia. Tou em serviço.

MÉDICO  -  Ela diz que os médicos mexicanos lhe deram seis meses de vida!

SAMUCA  -  (arregalou os olhos, mal disfarçando a emoção) Seis meses!

O MÉDICO RETIROU-SE.

SAMUCA  -  (para si) Não é possível! Aí está a minha grande chance de ficar rico!

FOI INTERROMPIDO PELO CHAMADO NERVOSO DE D. CONSUELO.

D. CONSUELO  -  Samuca? Samuquito, donde estás? No me dejes sola!

O RAPAZ ENTROU NO QUARTO E ACERCOU-SE DELA. D. CONSUELO TOMOU-LHE A MÃO E APERTOU-A CONTRA O ROSTO. LÁ FORA OUVIU-SE UMA GRITARIA INFERNAL.

CENA  13  -  HOTEL IPANEMA PLAZA  -  SALETA  -  INT.  -  TARDE

JOANINHA  -  Que não pode entrar o quê! Eu sei que ele está aqui e vou entrar, nem que seja no peito!

A MOÇA ESTAVA INSULTADA, NERVOSA. DOIS FUNCIONÁRIOS DO HOTEL TENTAVAM BARRAR SUA PASSAGEM, MAS ENTROU CORRENDO NA SALETA. SAMUCA APARECEU NA PORTA.

SAMUCA  -  Joaninha! Que é isso?

JOANINHA  -  Então é aqui que você trabalha! No quarto da gringa! Imagino o tipo de trabalho que você está fazendo!

SAMUCA  -  Pelo amor de Deus, pare de gritar! É que a velhota está doente. Teve um ataque do coração, quase morreu.. E tá desenganada pelos médicos!

JOANINHA  -  (desconfiada) Ah, é? Pois quero ver com meus próprios olhos!

FEZ  MENÇÃO DE ENTRAR NO QUARTO DE CONSUELO. SAMUCA SEGUROU-A PELO BRAÇO.

SAMUCA  -  Joaninha, não faça isso! Seria uma desumanidade. Que é que os mexicanos vão pensar de nós? Da nossa hospitalidade?

JOANINHA LARGOU-SE, SÚBITO, DE SUAS MÃOS E EMPURROU A PORTA DO QUARTO. A VELHA ESTAVA ESTIRADA NA CAMA, COBERTA POR UM LENÇOL.
 
JOANINHA  -  (sussurrou) Nossa! Que é aquilo! Puxa!

SAMUCA  -  Convenceu-se?

JOANINHA  -  É... é preciso ter estômago de avestruz!

SAMUCA  -  Eu não lhe disse? Só mesmo muita necessidade de trabalhar, como eu tenho. Muito espírito de sacrifício!

A VOZ DE CONSUELO CHEGOU ATÉ ELES.

D. CONSUELO  -  Samuca?... Samuquito?... Donde estás, mi amor?...

JOANINHA ENCAROU SAMUCA, COM RAIVA, DEU-LHE AS COSTAS E SAIU.

CORTA PARA:

CENA  14 -  APARTAMENTO DE EMILIANO   -  QUARTO  -  INT.  -  NOITE.

EMILIANO OUVIU UM RUÍDO NA PORTA E ENTROU NO QUARTO Á PROCURA DE MARIETA. PELO BARULHO DO CHUVEIRO, COMPREENDEU QUE ELA ESTAVA NO BANHO. EMILIANO, PORÉM, NOTOU QUE A SUA BOLSA ESTAVA SOBRE A CAMA. INSTINTIVAMENTE, ABRIU A BOLSA E, PARA SUA SURPRÊSA, ENCONTROU UMA CARTA. MARIETA SAIU DO BANHEIRO E EMPALIDECEU.

MARIETA  -  O que você está fazendo?               

EMILIANO  -  (mostrou-lhe a carta, acusador) Você escreveu esta carta, como escreveu todas as outras! Então você é a autora das cartas anônimas! Você, Marieta!


FIM DO CAPÍTULO 36
 Consuelo (Estelita Bell)

 
e no próximo capítulo...

*** O delegado Fontoura descobre onde o filho Mario Maluco está morando e vai à sua procura.

*** Renatão tem um surto, pois não aguenta mais a vida em familia, e arma um plano maquiavélico para afastar Madame X de uma vez por todas de sua vida!

NÃO PERCA O CAPÍTULO 37 DE 

4 comentários:

  1. Toni, Samuquito está num dilema rsrsrs, se ficar com o dinheiro da mexicana, perde Joaninha, como irá resolver essa situação? Que surpresa, a autora das cartas anônimas é Marieta, quem diria! Gostei também da Tia Coló recomendando que Renatão e Samuca não durmam muito tarde e ainda recomendando leite morno, hilário! Gostei muito. Bjs.

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  2. Essa Tia Coló é uma figura. É muito divertida. Adorei os rolos de Samuca com a velha Consuelo. Engraçadíssimo. E Dona Marieta, hein? De boa mãe a uma traiçoeira autora de cartas anônimas. Que surpresa! Muito mistério e humor em uma história muito legal. Parabéns, Toni, estou gostando muito.

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  3. Maria e JE, muito obrigado pelos comentários e palavras de incentivo. Bom saber que estou no caminho certo! Valeuuuu!!!!

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  4. Toni essa história das cartas nunca imaginei q fosse Dona Marieta! Samuca sempre pensando em como se dá bem kkk imagina se essa fortuna vai pra ele... essa parte do Leitinho eu ri kkkkkkkk logo quem Renatão hahahaha essa Tia coló Gosto dela :) e a joaninha quando viu a velhinha estirada na cama se convenceu até a aparte do Samuca?... Samuquito?... Donde estás, mi amor?... Parabéns Toni.. ando sumida dos comentários + continuo acompanhando essa deleiciosa história! :)

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