quarta-feira, 30 de agosto de 2017

SESSÃO SAUDADE - ORESTES BARBOSA

Nossa homenagem da semana vai para outro grande compositor de nossa música: Orestes Barbosa.



Muitas canções de versos extremamente bem feitos e marcantes, essa foi a contribuição de Barbosa para o cancioneiro da canção popular brasileira.
Basta dizer que Manuel Bandeira, grande mestre da poesia brasileira, dizia que o verso mais bonito da música tupiniquim era de nosso homenageado: “Tu pisavas nos astros distraída”.
Obrigado, Orestes Barbosa, pelos momentos de pura poesia que nos legou em suas composições!
Descanse em paz!
Para saber mais sobre esse artista, favor acessar: dicionariompb.com.br/orestes-barbosa.
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos abaixo dois de seus grandes sucessos: o antológico Chão de Estrelas, na voz de Sílvio Caldas, e Serenata, interpretado por Nelson Gonçalves.

PRIMEIRO VÍDEO



LETRA

CHÃO DE ESTRELAS

Composição de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações

Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou

Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional

A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros, distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão.


SEGUNDO VÍDEO



LETRA

SERENATA

Composição de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas

Dorme, fecha êste olhar entardecente,
Não me escutes, nostálgico, a cantar
Pois não sei se feliz ou infelizmente
não me é dado, beijando, te acordar
Dorme, deixa os meus cantos delirantes
Dorme, que eu olho o céu a contemplar
a lua que procura diamantes
para o teu lindo sonho ornamentar
Na serpente de seda dos teus braços
alguém dorme, ditoso, sem saber
que eu vivo a padecer
E o meu coração feito em pedaços
vai sorrindo ao teu amor
mascarado dessa dor
No teu quarto de sonho e de perfume
onde vive a sorrir teu coração
que é teatro da ilusão
dorme junto a teus pés o meu ciúme
enjeitado e faminto como um cão.

2 comentários:

  1. Lindas canções! Lembro de ouvi-las várias vezes pois meu pai gostava muito. Mas, não sabia quem era o compositor. Merecida homenagem!

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