No
sertanejo de raiz, há duplas que viraram lendas, como é o caso de Tonico e
Tinoco. Nesse seleto grupo, estão os nossos homenageados desta semana: Tião
Carreiro e Pardinho.
Tião
Carreiro foi o criador do pagode, um ritmo sertanejo divertido e de bom astral.
Junto
com Pardinho, foi o responsável por inesquecíveis sucessos da nossa música
sertaneja: Pagode em Brasília, Pagode, Terra Roxa, O Rei do Gado, A Vaca Já Foi
pro Brejo, dentre outros.
Para
maiores informações sobre esta dupla tão querida, favor acessar: http://www.dicionariompb.com.br/tiao-carreiro-e-pardinho/dados-artisticos.
Obrigado,
Tião Carreiro e Pardinho por cantarem tão bonitos as coisas de nossa terra!
Descansem
em paz!
Com
o objetivo de homenageá-los, reproduzimos abaixo três de seus sucessos. O
primeiro vídeo traz Pagode em Brasília; o segundo, Pagode, canção interpretada
em trecho do filme Sertão em Festa, de 1970; por fim, o terceiro contém uma
música para reflexão, A Vaca Já Foi pro Brejo.
PRIMEIRO VÍDEO
LETRA
PAGODE EM
BRASÍLIA
Quem tem mulher
que namora
Quem tem burro
impacador
Quem tem a roça
no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça
do mato sua lavoura melhora
E o burro
impacador eu corto ele de espora
E a mulher
namoradeira eu passo o coro e mando embora
Tem prisioneiro
inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra
increnqueira e tem violeiro embruião
Pro prisioneiro
inocente eu arranjo advogado
E a sogra
increnqueira eu dou de laço dobrado
E os violeiro
embruião com meus versos estão quebrado
Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em Minas deu Juscelino
De São Paulo eu
me orgulho
Baiano não nasce
burro e gaúcho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém
contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra
de peito pra fazer outra Brasília
No estado de Goiás
meu pagode está mandando
No bazar do Vardomiro
em Brasília é o soberano
No repique da
viola balancei o chão goiano
Vou fazer a
retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já
vou me embora que Goiás tá me chamando
SEGUNDO VÍDEO
LETRA
PAGODE
Morena bonita
dos dente aberto
Vai no pagode o
barulho é certo
Não me namore
tão descoberto
Que eu casado
mais não sou certo
Modelos de agora
é muito esquisito
Essas mocinhas
mostrando os cambitos
Com as canelas
lisa que nem palmito
As moças de hoje
eu não facilito
Eu com a minha
muié fizemos a combinação
Eu vou no pagode
ela não vai não
Sabado passado
eu fui ela ficou,
Sabado que vem
ela fica e eu vou
Eu fui na feira
com dois tostão
Eu comprei arroz
eu comprei feijão
Comprei açucar
comprei canela comprei
Um chicote que é
pra bater nela
Canto modas pros
amigos pro meu gasto eu também faço
Na viola eu
tenho o desembaraço
É coisa que eu
acho feio violeiro querer abater
Mais não fazem
moda mandam eu fazer
Vou fazer um
vestido pra mulherada
O modelo é bão e
não custa nada
Na parte da
frente pano não tem
Na parte de trás
é assim também.
Eu ví uma véia
tremendo os queixo
Pra me morder
mais eu não deixo
Fasta véia da
boca murcha
Te dou um tiro
com minha garrucha
Bem de pertinho
é de queima bucha
TERCEIRO VÍDEO
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=j9LlruTAhd4
A VACA JÁ FOI
PRO BREJO
Mundo velho está
perdido
Já não endereita
mais
Os filhos de
hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do
fim
Já estou vendo
sinais
Metade da
mocidade estão virando marginais
É um bando de
serpente
Os mocinhos vão
na frente, as mocinhas vão atrás...
Pobre pai e
pobre mãe
Morrendo de
trabalhar
Deixa o coro no
serviço pra fazer filho estudar
Compra carro a
prestação
Para o filho
passear
Os filhos vivem
rodando fazendo pneu cantar
Ouvi um filho
dizer
O meu pai tem
que gemer, não mandei ninguém casar...
O filho parece
rei
Filha parece
rainha
Eles que mandam
na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe
calar a boca
Coitada fica
quietinha
O pai é um zero
à esquerda, é um trem fora da linha
Cantando agora eu
falo
Terrero que não
tem galo quem canta é frango e franguinha...
Pra ver a filha
formada
Um grande amigo
meu
O pão que o
diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a filha
se formou
Foi só desgosto
que deu
Ela disse assim
pro pai: "quem vai embora sou eu"
Pobre pai
banhado em pranto
O seu desgosto
foi tanto que o pobre velho morreu...
Meu mestre é
Deus nas alturas
O mundo é meu
colégio
Eu sei criticar
cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e
mostro o pau
Eu mato e não
apedrejo
Dragão de sete
cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim
do respeito
Mundo velho não
tem jeito, a vaca já foi pro brejo...
Fonte:
http://www.vagalume.com.br/tiao-carreiro-e-pardinho/a-vaca-ja-foi-pro-brejo.html#ixzz3iVXxgDQg
A terceira realmente, é para refletir, gostei muito da letra. Conhecia pouco o trabalho dessa dupla, achei muito bonito. Merecida homenagem!
ResponderExcluirLinda homenagem!
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