O
texto abaixo é de autoria de Henriqueta Lisboa.
Para
maiores informações sobre a escritora, favor acessar: http://www.infoescola.com/biografias/henriqueta-lisboa/.
Boa
leitura!
INFÂNCIA
E volta sempre a
infância
com suas
íntimas, fundas amarguras.
Oh! por que não
esquecer
as amarguras
e somente
lembrar o que foi suave
ao nosso coração
de seis anos?
A misteriosa
infância
ficou naquele
quarto em desordem,
nos soluços de
nossa mãe
junto ao leito
onde arqueja uma criança;
nos sobrecenhos
de nosso pai
examinando o
termômetro: a febre subiu;
e no beijo de
despedida à irmãzinha
à hora mais fria
da madrugada.
A infância
melancólica
ficou naqueles
longos dias iguais,
a olhar o rio no
quintal horas inteiras,
a ouvir o gemido
dos bambus verde-negros
em luta sempre
contra as ventanias!
A infância
inquieta
ficou no medo da
noite
quando a
lamparina vacilava mortiça
e ao derredor
tudo crescia escuro, escuro...
A menininha
ríspida
nunca disse a
ninguém que tinha medo,
porém Deus sabe
como seu coração batia no escuro,
Deus sabe como
seu coração ficou para sempre diante da vida
— batendo,
batendo assombrado!
Publicado no
livro Prisioneiro da Noite (1941)
Fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br/hlisbo03.html#infancia
Que linda e triste poesia!
ResponderExcluirAchei lindo!!!!!
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