quarta-feira, 27 de maio de 2015

SESSÃO SAUDADE - ISAURINHA GARCIA

Ela também pertence à geração das cantoras do rádio, artistas que fizeram sucesso graças às vozes maravilhosas que possuíam.
Nossa homenageada de hoje é Isaurinha Garcia.
Cantora de bela voz, ela recebeu de Blota Júnior o apelido de “Isaurinha, a Personalíssima”, que a acompanhou por toda a carreira, e que indicava sua forma única de interpretar.
Obrigado, Isaurinha, por ter dado vida e uma cor a mais a tantas canções famosas de nosso cancioneiro!
Descanse em paz!
Para saber mais sobre essa artista, favor consultar: http://www.dicionariompb.com.br/isaurinha-garcia/biografia.
Com o objetivo de homenageá-la, reproduzimos abaixo duas canções que fizeram sucesso em sua voz. A primeira é Mensagem, gravada em 1946; enquanto que a segunda é No Rancho Fundo, de 1948.

PRIMEIRO VÍDEO


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=rBEB7jTC6tU

LETRA

MENSAGEM

Quando o carteiro chegou,
E o meu nome gritou,
Com uma carta na mão.
Ante surpresa tão rude,
Nem sei como pude
Chegar ao portão.
Vendo o envelope bonito,
No seu subscrito eu reconheci,
A mesma caligrafia, que disse-me um dia:
Estou farto de ti.

Porém não tive coragem
De abrir a mensagem
Porque na incerteza, eu meditava e dizia:
Será de alegria?
Será de tristeza?
Tanta verdade tristonha
Ou mentira risonha, uma carta nos traz...
Assim pensando rasguei, sua carta
E queimei, para não sofrer mais.


SEGUNDO VÍDEO



LETRA

NO RANCHO FUNDO

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as máguas
Tendo os olhos rasos d'água...

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro...

Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno...

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia...

Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Ja morreu na cordilheira...

Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza...

Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê...

Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra...

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...

Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...

Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena...

Um comentário:

  1. Realmente, tinha uma bela voz. Uma grande cantora. Merecida homenagem!

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