A ESPERA
O relógio da sala bate 12 vezes.
É meia noite.
Indecisa, não sei o que fazer, o que pensar
Minha cabeça é um redemoinho de pensamentos
infelizmente , sempre maus.
Ando pela casa toda como se assim fazendo
o tempo passasse mais depressa,
o desespero não aumentasse,
a angústia não me sufocasse.
O telefone não toca. Olho para ele
e sinto que também ele me acha ridícula
Tenho vontade de jogá-lo longe
para que se quebre todo já que não toca...
Acendo um cigarro... Queimo as mãos...
De que vale fumar se a espera continua?
Aflita chego à janela, a rua terrivelmente deserta
Meu coração parece que não vai aguentar.
De repente, ouço uns passos na escada
Aquele assobio que acho tão ardido
chega aos meus ouvidos como suave
valsa vienense, e até vejo um casal
rodopiando pelo salão embriagado
com tamanha beleza. A maçaneta,
que maçaneta barulhenta...sempre foi.
Mas hoje, ela soa como um canto de pássaro
Com aquele barulho infernal que todos reclamam
Hoje foi um bálsamo para meu coração cansado
pois anunciava sua chegada meu filho...
Autora
Jandyra Adami
20-janeiro-2002
Mari, emocionante! E é bem assim que acontece com a mães, amei ler! Bjs
ResponderExcluirMaria, é assim mesmo que acontece, odeio o toque de telefone, mas nessas horas é tudo que queremos ouvir ....mas não é só com filhos, com irmãos, marido, tbm é assim...
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