O
texto abaixo é da autoria de João Cabral de Melo Neto.
Para
maiores informações sobre o autor, favor acessar: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=674&sid=337.
Boa
leitura!
TECENDO A MANHÃ
1
Um galo sozinho
não tece uma manhã:
ele precisará
sempre de outros galos.
De um que apanhe
esse grito que ele
e o lance a
outro; de um outro galo
que apanhe o
grito de um galo antes
e o lance a
outro; e de outros galos
que com muitos
outros galos se cruzem
os fios de sol
de seus gritos de galo,
para que a
manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo,
entre todos os galos.
2
E se encorpando
em tela, entre todos,
se erguendo
tenda, onde entrem todos,
se entretendendo
para todos, no toldo
(a manhã) que
plana livre de armação.
A manhã, toldo
de um tecido tão aéreo
que, tecido, se
eleva por si: luz balão.
Gostei dessa poesia, diferente!
ResponderExcluirGostei muito.
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