O
texto abaixo é de autoria de Adolfo Coelho.
Para
maiores informações sobre este autor português, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Adolfo_Coelho.
Boa
leitura!
HISTÓRIA
DO COMPADRE RICO E DO COMPADRE POBRE
Moravam
numa aldeia dois compadres. Um era pobre e o outro rico, mas muito miserável.
Naquela terra era uso todos quantos matavam porco dar um lombo ao abade. O
compadre rico, que queria matar porco sem ter de dar o lombo, lamentou-se ao
pobre, dizendo mal de tal uso. Este deu-lhe de conselho que matasse o porco e o
dependurasse no quintal, recolhendo-o de madrugada, para depois dizer que lho
tinham roubado.
Ficou
muito contente com aquela ideia e seguiu à risca o que o compadre pobre lhe
tinha dito. Depois deitou-se com tenção de ir de madrugada ao quintal buscar o
porco. Mas o compadre pobre, que era espertalhão, foi lá de noite e roubou-lho.
No dia seguinte, quando o rico deu pela falta do porco, correu a casa do
compadre pobre e muito aflito contou-lhe o acontecido. Este, fazendo-se
desentendido, dizia-lhe: «Assim, compadre! Bravo! Muito bem, muito bem! Assim é
que há-de dizer para se esquivar de dar o lombo ao abade!»
O
rico cada vez teimava mais ser certo terem-lhe roubado o porco; e o pobre cada
vez se ria mais, até que aquele saiu desesperado, porque o não entendiam.
O
que roubou o porco ficou muito contente e disse à mulher: «Olha, mulher, desta
maneira também havemos de arranjar vinho. Tu hás-de ir a correr e a chorar para
casa do compadre, fingindo que eu te quero bater; levas um odre debaixo do
fato, e quando sentires a minha voz, foges para a adega do compadre e enquanto
eu estou falando com ele, enches o odre de vinho e foges pela outra porta para
casa.» A mulher, fingindo-se muito aflita, correu para casa do compadre,
pedindo que lhe acudisse, porque o marido a queria matar. Nisto ouviu a voz do
marido e correu para a adega do compadre, e enquanto este diligenciava apaziguar-lhe
a ira, enchia ela o odre. Tinha-lhe esquecido, porém, um cordão para o atar,
mas tendo uma ideia gritou para o marido: «Ah! Goela de odre sem nagalho!» O
marido, que entendeu, respondeu-lhe: «Ah, grande atrevida!... Que se lá vou
abaixo, com a fita do cabelo te hei-de afogar!» Ela, apenas isto ouviu, desatou
logo o cabelo, atou com a fita a boca do odre e fugiu com ela para casa. Desta
maneira tiveram porco e vinho sem lhes custar nada, e enganaram o avarento do
compadre.
(Beira
Baixa)
O compadre rico além de avarento, era burro, mereceu ser roubado kkkkk.
ResponderExcluirEspertinhos demais a meu ver...
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