sábado, 7 de janeiro de 2012

PARA MEDITAR - COLABORAÇÃO: MARI DO MURAL DA URCA

Telefonema na madrugada

Edu está cochilando no canto do sofá da sala.
Enquanto os créditos do filme sobem na TV.
Já passa das duas da madrugada.
Ele está sozinho esta noite.
Foi assistir um filme e acabou ali.
TRIIIM! TRIIIM!
— Hum?
TRIIIM! TRIIIM!
— O telefone…
— Quem será numa hora dessas?
— Só pode ser algo ruim.
TRIIIM! TRIIIM!
— Estou sozinho, terei que atender.
— Ou fingir que não estou aqui.
TRIIIM! TRIIIM!
— Mas se precisarem de mim?
— Deve ser algo muito importante.
— Muito urgente.
TRIIIM! TRIIIM!
— Meus pais!
— Será que eles estão bem?
— Será que são eles?
TRIIIM! TRIIIM!
— Meu Deus!
— Alguém deve ter morrido.
— Ou está muito mal.
— Ou sofreu um acidente.
TRIIIM! TRIIIM!
— Polícia?
— Ou do hospital?
— Será?
TRIIIM! TRIIIM!
— E se for algo para mim mesmo?
— Relacionado à mim.
— Meu Deus!
TRIIIM! TRIIIM!
— Merda!
— Vou atender.
…!
Parou de tocar.
— Ufa!
— Pode ter sido engano, vai saber.
— Mas foi um alívio ter parado.
— Já não ag…
TRIIIM! TRIIIM!

FELIPE ACOSTA – CRÔNICAS RÁPIDAS

2 comentários:

  1. Mari, coitado do Edu, ficou pensando mil coisas, antes tivesse atendido logo o telefone, rsrsrs. Gostei desse texto, e é assim mesmo que acontece, a gente se estressa com os problemas, antes de saber se eles realmente existem. Muito bom! Bjs.

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  2. Maria, acontece o mesmo comigo, detesto telefone, qto mais a noite, fico com medo de ser notícia ruim... bjs.

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