O conto que reproduzimos abaixo é da
autoria de Antônio Prata.
Para maiores informações sobre o autor,
favor acessar: http://www.releituras.com/antonioprata_menu.asp.
Boa leitura!
QUASE
Como nunca levou jeito para a música nem
para a arte da carpintaria, Osmar dos Santos formou-se advogado — profissão que
muito lhe convinha, visto que não nascera para outra coisa senão para advogar.
Rosinha Carvalho, por sua vez, já aos treze
sabia comandar uma casa como ninguém: lavava, passava, cozinhava e fazia
magníficos arranjos de flores.
Certa vez passou por Bauru, onde residia
a moça, um amigo do Dr. Carvalho que, abismado com os arranjos, felicitou:
"Mas que lindo arranjo de flores, Rosinha!" Dr. Carvalho, bom pai e
conhecedor das artes varonis para atingir a cópula, muito prudentemente acertou
três tiros no homem, que morreu ali mesmo.
Mas Osmar nunca ficou sabendo do
ocorrido, posto que não nascera em Bauru nem nunca por lá passara (a bem da
verdade, só saíra uma vez de sua cidade, indo para São Vicente a trabalho) e,
sendo assim, não ficou chocado e pôde continuar com sua nobre ocupação sem
maiores (nem menores) tormentos. Rosinha chorou um pouco, mas depois
resignou-se com a fatalidade e continuou com seus lindos arranjos.
Rosinha, bela moçoila e prendada como
só, já estava em idade de casar. Osmar, advogado com o diploma na parede e a
bela tabuleta na porta, também.
Eis que um dia quis o destino, esse cosedor de histórias, unificador do diverso, carpinteiro da vida, que Rosinha fosse a Pirajuí, cidade mui bela onde habitava, entre muitos outros, Osmar. Rosinha iria acompanhar a mãe num encontro com umas primas distantes, a respeito de uma herança deixada por um tio. Antes do ocaso, partiam numa caravana com mais três capangas e duas mucamas muito limpinhas rumo a Pirajuí. Em lá chegando, foram direto à casa das primas, que, com chá e biscoito, as receberam de forma cordial e hospitaleira.
Eis que um dia quis o destino, esse cosedor de histórias, unificador do diverso, carpinteiro da vida, que Rosinha fosse a Pirajuí, cidade mui bela onde habitava, entre muitos outros, Osmar. Rosinha iria acompanhar a mãe num encontro com umas primas distantes, a respeito de uma herança deixada por um tio. Antes do ocaso, partiam numa caravana com mais três capangas e duas mucamas muito limpinhas rumo a Pirajuí. Em lá chegando, foram direto à casa das primas, que, com chá e biscoito, as receberam de forma cordial e hospitaleira.
Como faltava açúcar, dona Isaura
Carvalho, mãe de Rosinha, mandou-a à mercearia, acompanhada de uma das
serviçais. Por acaso ou não, ocorreu que, neste mesmo instante, Osmar se deu
conta de que havia acabado suas cigarrilhas, tão importantes em sua rotina e em
sua nobre ocupação, dando-lhe um ar austero que um bom advogado precisa ter.
Assim sendo, levantou-se e rumou à mercearia, a mesma já mencionada, para onde
também ia nossa querida Rosinha. Osmar chegou primeiro e pediu as cigarrilhas.
Abriu o pacote e pegou uma. Quando já ia saindo, chegava Rosinha. Infelizmente,
ocupado que estava em acender seu precioso tabaco, Osmar não avistou
Rosinha,tendo ela, portanto, jamais se casado com ele.
Fonte: http://www.releituras.com/antonioprata_quase.asp.
Sem graça! Não gostei desse conto!
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