segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

WEBNOVELA - LAÇOS - CAPÍTULO 28 - SEGUNDA PARTE - AUTORA: JULIANA SOUSA

Capítulo 28

Verônica e o irmão estavam mais uma vez na entrada da mansão. Fabrício notou que Verônica estava um pouco ansiosa.
— Desde que você foi ao meu apartamento me pedir para te acompanhar que você está assim...
— Assim como? – perguntou ela, olhando para o irmão, enquanto pegava no cabelo de um jeito nervoso.
— E precisa perguntar?
Verônica suspirou.
— Digamos que eu estou ansiosa para contar algumas novidades para Vivi.
Fabrício olhou surpreso para a irmã.
— Então, a sua intenção original não era visitar a sua amiga que está se recuperando de um acidente e sim colocar as fofocas em dia!
Verônica fez uma careta para o irmão.
— É claro que não, seu chato! – e olhando para o irmão, brincalhona. – E você? Com certeza não veio aqui só para falar com Vivi... Acha que não sei? Que também está com muita vontade de ver certa pessoa?
Fabrício se fez de desentendido.
— Não sei do que está falando.
Verônica riu alto.
— Fabrício, quem não te conhece, que te compre!
A porta da mansão abriu e os dois entraram. A senhorita Sônia avisou que Viviane desceria em breve, mas Verônica falou que ela subiria ao quarto. Os dois começaram a subir a escada, quando Verônica parou e olhou para o irmão.
— Fabrício, você poderia vir depois? É que é “papo de mulher”, entende?
Fabrício desceu as escadas, um pouco contrariado, e foi para a sala principal.
Verônica foi até o quarto de Viviane, bateu na porta e entrou. Viviane tinha acabado de se levantar.
— Verônica! – disse ela, sorrindo e dando um abraço em Verônica. – Eu já ia descer!
Verônica sorriu.
— E eu ia deixar a minha amiga doente descer as escadas só para me ver? De maneira nenhuma! – e olhando para o braço de Viviane. – E esse braço, até quando vai ficar assim?
— Talvez alguns dias. Não sei exatamente. – e olhando curiosa. – Você veio só me visitar ou tem alguma coisa para me dizer?
Verônica ficou séria, de repente.
— Amiga, tenho algo muito importante para falar. É sério. – disse ela, sentando-se em uma cadeira.
Viviane sentou-se na cama.
— O que seria tão importante para você vir até aqui?
Verônica ficou calada como que querendo fazer suspense.
— É sobre o cara que você gosta. Tem uma garota que fica o perseguindo.
O coração de Viviane acelerou.
— Eu não acredito! E ela é bonita?
Verônica balançou a cabeça afirmativamente.
— Muito. Poderia até ser Miss Brasil.
Viviane se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
— E ele dá atenção a ela? Digo, ele conversa muito com ela, sorri muito quando está com ela?
Verônica balançou novamente a cabeça afirmativamente.
— E como não? Linda do jeito que ela é e dando mole para ele... Que homem não daria atenção? Só se ele fosse gay.
Viviane olhou para Verônica determinada.
— Eu tenho que fazer alguma coisa então!
Verônica pareceu entusiasmada.
— E eu vou ajudar! Aquela Emily vai saber que o Gabriel é seu e de mais ninguém!
Viviane pareceu confusa de repente.
— Você disse... Gabriel?
Verônica estranhou a pergunta.
— Disse. Por acaso pensou que era outra pessoa?
Viviane olhou para Verônica quase caindo para trás.
— Verônica, se eu não estivesse com o braço imobilizado, eu não sei o que faria agora.
— Ai, que agressividade! E eu tenho culpa de você pensar que era outra pessoa? – disse Verônica.
— Eu sei que você fez de propósito. Eu aqui pensando que não tinha mais chances com o Rafael.
— E eu feliz achando que até que enfim você tinha admitido seu amor pelo Gabriel. Acho que confundimos os anjos.
Viviane sentou-se, ficando um pouco mais séria.
— Eu não gosto do Gabriel... Você sabe. Então, não me importo nem um pouco com quem ele sai ou deixa de sair.
— Tem certeza? – perguntou Verônica curiosa. – Certeza, certeza, absoluta? Toda certeza, mesmo?
— Sim. Toda certeza, certeza mesmo. – respondeu Viviane displicente. – E não entendo a insistência nessas perguntas.
Verônica suspirou.
— Mas vocês fariam um belo par, sabia? Seria até romântico...
Viviane olhou para Verônica, tentando entender o que seria romântico.
— O que teria de romântico nisso?
— Sabe... – continuou ela de forma teatral. – Os dois sendo prometidos desde o nascimento um para o outro, com vários desencontros pela vida, quando um belo dia, o destino faz com que os dois se encontrem... No entanto, pelo mesmo destino, eles acabam se desgostando, mal sabendo eles que na verdade se amam profundamente e se desejam ardentemente... Não é romântico?
Verônica olhou para Viviane e percebeu que Vivi acabava de rir.
— Vivi, é sério! É pra ser romântico, não engraçado! – disse, olhando para a amiga.
Viviane não parava de rir.
— Mas... mas... – disse Vivi, tentando parar de rir. – quando você falou... ardentemente... Foi a gota d’água! É tão impossível isso que se torna hilário. – disse ela, rindo mais ainda.
Verônica fez uma expressão descontente.
— É sério... Era para ser romântico. – disse, enquanto observava Vivi rir de sua expressão.
***
Fabrício estava na sala esperando a irmã, quando viu Emanuela. Ela parecia admirada com o fato de Fabrício estar ali.
— Há quanto tempo está aqui? – perguntou ela, sentando-se em um dos sofás da sala.
Fabrício parecia meio sem jeito.
— Não faz muito tempo. E você? Pensei que ia trabalhar hoje.
Emanuela suspirou.
— Esqueci de avisar de novo, né? Vou só amanhã para a empresa. Estava na biblioteca já que não tenho nada para fazer.
De repente, o rosto de Fabrício se iluminou.
— Você não quer sair? Quer dizer, já que não tem nada para fazer e eu sei que minha irmã pode demorar bastante, acho que a gente podia, sei lá, tomar um sorvete, comer alguma coisa.
— E se a sua irmã descer e perceber que você não está aqui, ela não vai ficar chateada?
Gabriel sorriu.
— Ela pode esperar um pouco... De qualquer forma, a gente pode avisar para a Sônia e ela avisa a minha irmã.
— Então, tudo bem. – concordou ela. – Vou avisar a Gabriele.
Demorou poucos minutos para Emanuela falar com Gabriele. Logo em seguida, os dois saíram no carro de Fabrício. Depois que saíram da propriedade da mansão, não demorou muito até Fabrício parar próximo à praia. Os dois desceram e entraram em uma lanchonete.
— Que tal um milk-shake? – perguntou Fabrício, obtendo aprovação de Emanuela.
Os dois saíram e começaram a caminhar pela calçada.
— E aí, como está a convivência com a Viviane? – perguntou ele curioso.
Emanuela sorriu.
— Pode-se dizer que estamos progredindo... Viviane não é tão difícil de se lidar como a maioria pensa.
Fabrício olhou admirado para a garota.
— Sério?
Emanuela sorriu.
Os dois sentaram-se em um banco de onde dava para ver o mar.
— Você mudou um pouco. – comentou Fabrício.
— Mudei? – perguntou ela, não percebendo em que tinha mudado.
— Está diferente... – e olhando para cima como se estivesse pensando. – Acho que está sorrindo mais... Diferente daquela menina que me ameaçou na lanchonete a alguns meses atrás.
Emanuela olhou para Fabrício e riu.
— Você ainda lembra? – e parecendo um pouco envergonhada. – Nossa, pensei que já tinha esquecido aquilo.
— Não tem como esquecer... – disse ele. – Você deixou uma profunda impressão em mim. Pensando nisso, acho que foi amor a primeira vista. Ou a primeira patada.
Emanuela riu.
— Engraçadinho.
— Viu? – disse ele. – Não disse que está sorrindo mais?
Emanuela respirou profundamente como que querendo aproveitar todo o ar que vinha de encontro a ela.
— Talvez eu esteja sendo influenciada pela Viviane.
Fabrício olhou um pouco assustado para Emanuela.
— De verdade? Acho que a Viviane não é a melhor influência.
Emanuela riu da expressão de Fabrício.
— Não estou falando da rebeldia da Viviane. Estou falando da forma como ela sempre é sincera com o que sente. Quando ela sente raiva, alegria, até mesmo quando está triste, ela é sincera.
— Apesar de que, no caso da Vivi, ela costuma ficar com raiva com muita frequência. – disse ele.
Emanuela ficou em silêncio por um instante.
— Eu sempre achei que isso fosse errado... – continuou – Sempre achei que se entregar às emoções dessa forma fosse totalmente errado. Talvez tenha um lado bom ser um pouco mais emotiva.
— E porque achava isso?
— Eu não sei exatamente... – disse pensativa – Ou talvez eu saiba.
Fabrício olhou para Emanuela. Ainda havia muitas coisas sobre ela que não sabia. Ao contrário do que pensava quando a conheceu, aquela garota que parecia se manter forte o tempo todo, no fundo, parecia ter um profundo medo. Mas, possivelmente, ela ainda não estivesse pronta para dizer que medos seriam aqueles.
— Você é muito corajosa, Manu.
Emanuela olhou surpresa para o rapaz.
— O que foi isso de repente?
— Não sei... De repente, me deu vontade de elogiar minha namorada... Dizem que quando uma pessoa tem coragem não significa que ela não tenha medo, apenas que o enfrenta sem fugir dele.
Emanuela balançou a cabeça afirmativamente, pensativa, enquanto olhava para o mar à sua frente. 
***
Camila já ia dormir quando percebeu que o marido estava sentado em uma poltrona e parecia pensativo.
— Em que está pensando?
Otávio Jr. suspirou, pensativo.
— No próximo passo do nosso plano. – e olhando para Camila. – O tio Marcos se tornou o Presidente Interino, é apenas um passo para ele se tornar de fato o Presidente, se não continuarmos agora, não vamos conseguir tirá-lo de lá.
Camila se aproximou do marido.
— Não se preocupe com isso, se tudo correr de acordo com o que a gente planejou, muito em breve, ele vai ser expulso daquela cadeira.
***
Mariana já estava dormindo em seu quarto, quando começou uma chuva forte. Acordou de repente. Mais uma vez, aquele pesadelo atormentava o seu sono. Saiu do quarto. Pensou em bater à porta do quarto da irmã, mas não ousou acordá-la. Resolveu passear pela mansão. Desceu as escadas, passou pela sala principal e foi para a cozinha. Sentou-se em uma cadeira e permaneceu em silêncio. De repente, ouviu que alguém se aproximava, olhou em direção ao barulho de passos e se assustou.

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