ORFANATO OLD VILLAGE
Amanda: Eu preciso muito adotar uma
criança.
Paula (trabalha no orfanato): Menino ou
menina?
Amanda: Menino, recém-nascido!
Paula: Bem, qual é seu nome?
Amanda: Amanda!
Paula: Bem, você deve iniciar um
processo que...
E Paula explica para Amanda.
10 anos depois
Amanda conseguiu adotar a criança e ela
está em casa com ele, que tem 10 anos e seu marido.
Amanda: Filho, vai para a escola.
Jorge: Tá bom mãe. Tchau.
Amanda: Tchau.
Jorge: Tchau, pai.
Geraldo: Tchau.
ENQUANTO ISSO.
MICHEL, ANDANDO PELA RUA, ENCONTRA
PAULA.
Michel: Olá, gatinha, estou solteiro.
Paula: Ahh, safado.
Michel: Você ainda vai ser minha.
Paula: Eu não tenho paciência. Saia
daqui agora.
Michel: Escreve o que eu estou dizendo,
você vai ser minha mulher.
ORFANATO OLD VILLAGE
Paula: Olá, não quero conversa aqui.
Entendido, crianças? Hoje eu estou de mal humor.
Maicon (criança do orfanato): E que dia
você está de bom humor?
Todos riem.
Paula: Sua peste, fica quieto aí em seu
canto.
AMANDA EM CASA
Amanda (pensando): Não, ele não pode
saber a verdade. Se Geraldo souber a verdade, ele nunca vai me perdoar.
NA CASA DE PEDRO
Geraldo: Pedro, creio que Amanda me
esconde algo. Me ajude a descobrir o quê.
Pedro: Está bem, irei lhe ajudar.
Geraldo: Bem, eu acho que ou ela me trai
ou ela já me traiu.
Pedro: Eu acho que os dois. Bem, vamos
detoná-la.
Geraldo: Pode crer.
ORFANATO OLD VILLAGE
Mauro: Oh, tia, quando minha mãe vai vim
me buscar?
Paula: Nunca, você não tem mãe e nem pai
e ninguém quer um menino chato de 10 anos.
Mauro sai da sala onde estavam chorando.
Paula: E isso serve para todos
vocês!Ouviram?
BHEATRIZ CHEGA NA CASA DE AMANDA
Bheatriz: Olá amiga, como vai?
Amanda: Nada bem.
Bheatriz: Por quê?
Amanda: Um segredo, de alguns anos
atrás, está prestes a ser descoberto pelo Geraldo.
Bheatriz: Como?
Amanda: Há 10 anos, quando eu estava
esperando meu filho, ele morreu na noite do parto.
Bheatriz: Mas e o Jorge? Como o Geraldo
não sabe?
Amanda: Geraldo estava viajando na época
do parto. O Jorge é adotado.
Jorge chega na hora.
Jorge: Foi o que eu ouvi, eu sou
adotado?
Amanda: Não. Você entendeu errado.
Jorge: Tá bom. Mas o que ser adotado?
Amanda (suspira): Graças a Deus.
Jorge vai para o quarto.
Bheatriz: Por pouco. Você está maluca e
se ele falar com o pai dele.
Amanda: Ele não vai falar, eu vou dar um
jeito.
Bheatriz: Está bom, tchau.
Amanda: Tchau.
Bheatriz vai embora.
Amanda (pensando): Esse menino... Como
vou fazer para que ele não pergunte ao pai o que é ser adotado. Se ele
perguntar, eu já era.
ORFANATO OLD VILLAGE
Diretor do orfanato: Paula, você deve
cuidar mais das crianças, o que você falou para o Mauro foi horrível.
Paula: Tudo bem. Vou tentar.
Diretor do orfanato: Paula, me responde
uma coisa. Por que você é assim com as crianças?
Paula: Ah, é que... Crianças me irritam.
Diretor: Então por que você trabalha no
orfanato?
Paula: Tem a ver com o meu passado. Não
quero falar disso.
ANOITECE
GERALDO CHEGA EM CASA.
Geraldo: Ei, amor, oi filho.
Amanda: Ei, amor.
Jorge: Olá, pai.
Geraldo: Está tudo bem?
Amanda: Está sim, amor.
Geraldo: Tudo bem, eu vou tomar meu
banho.
Jorge: Pai, eu queria te perguntar uma
coisa.
Geraldo: Sim, meu filho.
Amanda: Não é nada não. Depois ele te
pergunta, vai tomar seu banho.
Geraldo: Ok. Depois você me fala, filho.
Geraldo vai para o banheiro.
Amanda: Você ia perguntar ao seu pai o
que é ser adotado?
Jorge: Sim, por que?
Amanda: Filho, ser adotado quer dizer
ganhar uma festa surpresa, é isso que estamos fazendo para o seu pai.
Jorge: E por que você falou que eu era
adotado?
Amanda: Por que você já teve uma festa
surpresa.
MICHEL VAI À CASA DE DÉBORA.
Michel (com flores na mão): Ei, meu
amor.
Débora: Você é safado, não é? Mas eu
gosto mesmo assim de você.
Raimundo (grita): Débora!
Débora: Oi, pai.
Raimundo: Eu quero esse safado fora da
minha casa.
Michel: Não me chame assim, olhe o
respeito.
Raimundo: Na minha casa, eu chamo o que
eu quiser do que eu quiser. Saia daqui.
Michel sai.
Débora: Pai, por que você fez isso?
Raimundo: Com ele você não fica, ouviu?
Escreve o que eu estou falando, com ele você não fica.
CASA DE AMANDA.
Geraldo sai do banho.
Geraldo: Filho, o que você gostaria de
falar comigo?
Jorge: Nada não, pai. Esquece.
Geraldo: Tem certeza?
Jorge: Tenho sim.
NA CASA DE DÉBORA.
Débora: Por que você não gosta dele?
Raimundo: Por que não e pronto, com ele
você não fica.
Débora: Nem se eu estiver grávida dele?
Raimundo: Como? Você está grávida?
Débora: Não, mas eu acho que vou ter que
ficar para poder namorar Michel.
Raimundo: Olhe só, se você ficar
grávida, eu te expulso de casa, ouviu?
Débora sai com raiva.
AMANHECE
CASA DE AMANDA
Amanda está em casa com seu esposo e
filho na mesa do café da manhã.
Geraldo: Filho, o que você iria me
perguntar ontem?
Amanda olha, encarando Jorge.
Jorge: Nada, pai.
Geraldo: Como assim nada?
Jorge: Era sobre... sobre...
Amanda (interrompe): Sobre um dever de
casa que ele ia te pedir ajuda, mas eu já ajudei ele.
Geraldo: Sei.
ORFANATO OLD VILLAGE
Paula: Bem, crianças, que tal a gente
fazer o dever quietinhos?
Maicon: Assim é chato. Tem que ter
bagunça.
Paula: Fica quieto e o primeiro que
falar, eu dou nota zero.
Mauro: Mas, por quê? Se Deus nos deu o
dom de falar.
Paula (pensando): Talvez! Será que é
ele?
CASA DE RAIMUNDO
Débora chega.
Raimundo: Onde você estava mocinha?
Débora: Não é da sua conta.
Raimundo: Olha como você trata seu pai.
Débora: Você não merece que eu o chame
de meu pai.
Raimundo: Não diga isso, filha, eu quero
seu bem.
GERALDO NO SERVIÇO
Geraldo (pensando): O que será que ela
esconde de mim? Por que ela não me fala nada?
MICHEL VAI ATÉ O ORFANATO
Michel: Ei, Paula (com buquê de flores
na mão).
Paula: Me erra, menino.
Michel: Nós dois nascemos um pro outro.
Paula: Prefiro morrer.
Michel: Qual é o problema, você é
casada?
Paula: Sai daqui.
Michel dá o buquê a Paula e depois sai.
Michel: A gente se vê.
Paula: Pelo amor de Deus.
NO INTERIOR DO ORFANATO
Paula está pensando.
Michel: Você é casada?
Paula: Sai daqui.
Paula para de pensar e diz:
Paula: Será que ele me ama ou vai fazer
igual ao... (para de falar)
Paula: Eu quero encontrar meu filho. Mas
se ele não estiver neste orfanato?
HORA DO ALMOÇO, JORGE CHEGA EM CASA.
Jorge: Mãe, assina esse bilhete da
escola pra mim?
Amanda: Mas para que?
Jorge: Um passeio.
Amanda: Legal, filho. E pra onde que é?
Jorge: Orfanato Old Village.
Amanda fica paralisada.
Jorge: O que foi, mãe?
Amanda: Preciso pensar.
Jorge: Tá bom.
Amanda: Vai tomar um banho.
Jorge vai para o banheiro.
Amanda: Eu preciso ligar pra Bia, ela
tem que vir aqui.
CASA DE SEU RAIMUNDO
Raimundo pensando.
Raimundo: Por que minha filha ama esse
cafajeste? Se ela ficar com ele... Ela vai sofrer. Senhor, proteja minha filha,
por tudo que é mais sagrado. Proteja ela. Eu acho que... Acho que chegou minha
hora.
Raimundo cai no chão. Débora chega na
hora.
Débora (grita): Pai.
Ela começa a chorar.
ORFANATO
- PÁTIO
Mauro: Oh, Maicon, que dia você acha que
minha mãe vai vir me buscar?
Maicon: Nunca. Você vai apodrecer aqui.
Mauro (chorando): Não. Não é verdade.
Ela vai vir me buscar.
CASA DE SEU RAIMUNDO
Débora (gritando): Pai, fala comigo.
Pai...
Ela liga para a ambulância.
CASA DE AMANDA
Amanda: E então, o que faço? Devo deixar
ele ir ao orfanato?
Bheatriz: Sim. E seja o que Deus quiser.
Amanda: Então, tudo bem.
AEROPORTO DE CONGONHAS
Wesley: Finalmente estou no aeroporto.
Agora eu vou entrar naquele avião e voltar para a minha cidade natal. Amanda
que me aguarde.
ANOITECE...
CASA DE AMANDA
Amanda: Filho, está na hora de dormir.
Amanhã é o dia do passeio.
Jorge: Tá bom. Boa noite.
Amanda (pensando): Ah, Senhor, que nada
de ruim aconteça.
AMANHECE...
CASA DE AMANDA
Jorge: Tchau, mãe.
Amanda: Bom passeio, filho.
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Débora: Doutor, como meu pai está?
Douglas: O estado dele é péssimo.
Débora: Mas o que ele teve?
Douglas: Um ataque cardíaco. Reze, ele
precisa da benção de Deus.
ORFANATO - VISITA DA ESCOLA
Paula: Crianças, venham ver os órfãos.
Jorge: Isso vai ser legal.
DENTRO DA SALA DO ORFANATO
Paula: Alguém sabe o que é ser adotado?
Jorge decide não falar o que sabe.
Paula: Bem, essas crianças não têm mãe e
nem pai. Então, quando alguém decide ficar com elas, elas são adotadas.
Jorge (pensando): Então eu vim daqui.
Jorge lembrando.
Amanda: Geraldo estava viajando na época
do parto. O Jorge é adotado.
Jorge: Foi o que eu ouvi, eu sou
adotado?
Amanda: Filho, ser adotado quer dizer
ganhar uma festa surpresa, é isso que estamos fazendo para o seu pai.
Jorge: E por que você falou que eu era
adotado?
Amanda: Por que você já teve uma festa
surpresa.
Jorge (pensando): Eu sou adotado.
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Michel: E aí, Débora, como está seu pai?
Débora: Nada bem.
Michel: Se Deus quiser, ele vai melhorar.
Débora: E Deus quer, Michel, tenho
certeza que ele quer.
CASA DE AMANDA
Amanda (pensando): Ai, meu Deus, o que
será que está acontecendo naquele orfanato?
A campainha toca.
Amanda (grita): Eu atendo.
Amanda abre a porta.
Wesley: Estava com saudades?
Amanda: Wesley!
Ela fica espantada.
Amanda: Sai daqui.
Wesley: Eu tenho um assunto pra resolver
com você.
Amanda: Onde você quer que a gente se
encontre?
Wesley: Em frente à Santa Casa! Traga o
seu filho, ou melhor... o nosso filho.
Amanda: Jorge não é seu filho.
Wesley: Eu sei que ele não é filho do
Geraldo.
Amanda: Que horas?
Wesley: Hoje, 19 horas.
Amanda fecha a porta na cara do Wesley.
Amanda (pensando): Ai, meu Deus e,
agora, eu vou ter que matá-lo. Matar o pai do meu filho.
TEMPOS DEPOIS - CASA DE BHEATRIZ
A campainha toca.
Bheatriz abre a porta.
Amanda: Ele voltou. Wesley voltou.
Bheatriz fica surpreendida.
Bheatriz: Entra, amiga.
Amanda: Obrigado.
Bheatriz: Ele foi na sua casa?
Amanda: Sim. E disse que quer ver o
filho dele.
Bheatriz: Vocês vão se encontrar?
Amanda: Sim.
Bheatriz: Não leve o Jorge.
Amanda: E o que é que eu faço?
Bheatriz: Fala a verdade pra ele. Nada
além da verdade.
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Débora: Pai, não sei se você me ouve.
Olha, amanhã é aniversário daquele blog que você gosta. Aqui ó, biscoito café e
novela. Espero que você melhore para poder voltar ao blog.
ORFANATO
Paula: Bem crianças, vocês vão embora.
Espero que tenham gostado.
Jorge indo embora, encontra um menino.
Jorge: Ei, meu nome é Jorge.
Mauro: Ei.
Jorge: Preciso ir, tchau.
Mauro: Tchau.
CASA DE BHEATRIZ
Bheatriz: Amanda, quanto mais você
mentir e guardar segredo, vai ser pior.
Amanda: Bheatriz, você tem que me
ajudar. Ele não pode saber que meu filho é adotado, eu não posso falar a
verdade. Senão vai ser um caos.
Bheatriz: Tá bom e o que você vai dizer.
Amanda: Que Jorge é filho de sangue de
Geraldo.
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Raimundo (acordando): Filha.
Débora: Pai.
Raimundo: Eu estou morrendo e vim dizer
adeus.
Débora: Não.
Raimundo: Seja uma boa menina, tá bom?
Débora: Pai, você não vai morrer.
A máquina de batimentos cardíacos começa
a apitar.
Débora (grita): Pai.
Os enfermeiros chegam.
Enfermeiro 1: Você precisa sair daqui.
Débora sai.
Enfermeiro 2: Rápido, pessoal, rápido!
Débora fica gritando e chorando no
corredor do hospital.
Débora (grita): Pai... Não me deixe,
pai.
Na sala onde está Raimundo.
Enfermeiro 1: Pode dar a notícia à Débora.
O pai dela está morto.
Enfermeiro 2: Você tem certeza?
Enfermeiro 1: Ele não vai sobreviver.
Enfermeiro 2: Mas ele ainda não morreu.
Enfermeiro 1: Dê a notícia mesmo assim.
Enfermeiro 2: Estou nesse trabalho a 10
anos. Vou batalhar pela sobrevivência dele até o final. Ninguém vai falar com
ela que ele morreu.
JORGE CHEGA EM CASA CHORANDO
Geraldo: O que foi, filho?
Jorge chora.
Geraldo: Fala.
Jorge: Cadê minha mãe?
Geraldo: Ela já volta. Me fala, o que
aconteceu?
Jorge: Eu descobri, pai.
Geraldo: O que, filho?
Jorge: Você não é meu pai. Porque... Eu
sou adotado.
Começo cheio de "nós". Acho que vai ser bem interessante. Parabéns, amigo!
ResponderExcluirGostei desse começo. História interessante!
ResponderExcluirParabéns pelo talento na construção de diálogos! Gostei!
ResponderExcluir