quarta-feira, 14 de maio de 2014

SEGREDOS - CAPÍTULO 1 - AUTOR: SEGREDO

ORFANATO OLD VILLAGE

Amanda: Eu preciso muito adotar uma criança.
Paula (trabalha no orfanato): Menino ou menina?
Amanda: Menino, recém-nascido!
Paula: Bem, qual é seu nome?
Amanda: Amanda!
Paula: Bem, você deve iniciar um processo que...

E Paula explica para Amanda.

10 anos depois

Amanda conseguiu adotar a criança e ela está em casa com ele, que tem 10 anos e seu marido.

Amanda: Filho, vai para a escola.
Jorge: Tá bom mãe. Tchau.
Amanda: Tchau.
Jorge: Tchau, pai.
Geraldo: Tchau.

ENQUANTO ISSO.
MICHEL, ANDANDO PELA RUA, ENCONTRA PAULA.

Michel: Olá, gatinha, estou solteiro.
Paula: Ahh, safado.
Michel: Você ainda vai ser minha.
Paula: Eu não tenho paciência. Saia daqui agora.
Michel: Escreve o que eu estou dizendo, você vai ser minha mulher.

ORFANATO OLD VILLAGE

Paula: Olá, não quero conversa aqui. Entendido, crianças? Hoje eu estou de mal humor.
Maicon (criança do orfanato): E que dia você está de bom humor?
Todos riem.
Paula: Sua peste, fica quieto aí em seu canto.

AMANDA EM CASA

Amanda (pensando): Não, ele não pode saber a verdade. Se Geraldo souber a verdade, ele nunca vai me perdoar.

NA CASA DE PEDRO

Geraldo: Pedro, creio que Amanda me esconde algo. Me ajude a descobrir o quê.
Pedro: Está bem, irei lhe ajudar.
Geraldo: Bem, eu acho que ou ela me trai ou ela já me traiu.
Pedro: Eu acho que os dois. Bem, vamos detoná-la.
Geraldo: Pode crer.

ORFANATO OLD VILLAGE

Mauro: Oh, tia, quando minha mãe vai vim me buscar?
Paula: Nunca, você não tem mãe e nem pai e ninguém quer um menino chato de 10 anos.
Mauro sai da sala onde estavam chorando.
Paula: E isso serve para todos vocês!Ouviram?

BHEATRIZ CHEGA NA CASA DE AMANDA

Bheatriz: Olá amiga, como vai?
Amanda: Nada bem.
Bheatriz: Por quê?
Amanda: Um segredo, de alguns anos atrás, está prestes a ser descoberto pelo Geraldo.
Bheatriz: Como?
Amanda: Há 10 anos, quando eu estava esperando meu filho, ele morreu na noite do parto.
Bheatriz: Mas e o Jorge? Como o Geraldo não sabe?
Amanda: Geraldo estava viajando na época do parto. O Jorge é adotado.

Jorge chega na hora.

Jorge: Foi o que eu ouvi, eu sou adotado?
Amanda: Não. Você entendeu errado.
Jorge: Tá bom. Mas o que ser adotado?
Amanda (suspira): Graças a Deus.
Jorge vai para o quarto.
Bheatriz: Por pouco. Você está maluca e se ele falar com o pai dele.
Amanda: Ele não vai falar, eu vou dar um jeito.
 Bheatriz: Está bom, tchau.
Amanda: Tchau.
Bheatriz vai embora.
Amanda (pensando): Esse menino... Como vou fazer para que ele não pergunte ao pai o que é ser adotado. Se ele perguntar, eu já era.

ORFANATO OLD VILLAGE

Diretor do orfanato: Paula, você deve cuidar mais das crianças, o que você falou para o Mauro foi horrível.
Paula: Tudo bem. Vou tentar.
Diretor do orfanato: Paula, me responde uma coisa. Por que você é assim com as crianças?
Paula: Ah, é que... Crianças me irritam.
Diretor: Então por que você trabalha no orfanato?
Paula: Tem a ver com o meu passado. Não quero falar disso.

ANOITECE

GERALDO CHEGA EM CASA.

Geraldo: Ei, amor, oi filho.
Amanda: Ei, amor.
Jorge: Olá, pai.
Geraldo: Está tudo bem?
Amanda: Está sim, amor.
Geraldo: Tudo bem, eu vou tomar meu banho.
Jorge: Pai, eu queria te perguntar uma coisa.
Geraldo: Sim, meu filho.
Amanda: Não é nada não. Depois ele te pergunta, vai tomar seu banho.
Geraldo: Ok. Depois você me fala, filho.
Geraldo vai para o banheiro.
Amanda: Você ia perguntar ao seu pai o que é ser adotado?
Jorge: Sim, por que?
Amanda: Filho, ser adotado quer dizer ganhar uma festa surpresa, é isso que estamos fazendo para o seu pai.
Jorge: E por que você falou que eu era adotado?
Amanda: Por que você já teve uma festa surpresa.

MICHEL VAI À CASA DE DÉBORA.

Michel (com flores na mão): Ei, meu amor.
Débora: Você é safado, não é? Mas eu gosto mesmo assim de você.
Raimundo (grita): Débora!
 Débora: Oi, pai.
Raimundo: Eu quero esse safado fora da minha casa.
Michel: Não me chame assim, olhe o respeito.
Raimundo: Na minha casa, eu chamo o que eu quiser do que eu quiser. Saia daqui.
Michel sai.
Débora: Pai, por que você fez isso?
Raimundo: Com ele você não fica, ouviu? Escreve o que eu estou falando, com ele você não fica.

CASA DE AMANDA.

Geraldo sai do banho.
Geraldo: Filho, o que você gostaria de falar comigo?
Jorge: Nada não, pai. Esquece.
Geraldo: Tem certeza?
Jorge: Tenho sim.

NA CASA DE DÉBORA.

Débora: Por que você não gosta dele?
Raimundo: Por que não e pronto, com ele você não fica.
Débora: Nem se eu estiver grávida dele?
Raimundo: Como? Você está grávida?
Débora: Não, mas eu acho que vou ter que ficar para poder namorar Michel.
Raimundo: Olhe só, se você ficar grávida, eu te expulso de casa, ouviu?

Débora sai com raiva.

AMANHECE

CASA DE AMANDA

Amanda está em casa com seu esposo e filho na mesa do café da manhã.

Geraldo: Filho, o que você iria me perguntar ontem?

Amanda olha, encarando Jorge.

Jorge: Nada, pai.
Geraldo: Como assim nada?
Jorge: Era sobre... sobre...
Amanda (interrompe): Sobre um dever de casa que ele ia te pedir ajuda, mas eu já ajudei ele.
Geraldo: Sei.

ORFANATO OLD VILLAGE

Paula: Bem, crianças, que tal a gente fazer o dever quietinhos?
Maicon: Assim é chato. Tem que ter bagunça.
Paula: Fica quieto e o primeiro que falar, eu dou nota zero.
Mauro: Mas, por quê? Se Deus nos deu o dom de falar.
Paula (pensando): Talvez! Será que é ele?

CASA DE RAIMUNDO

Débora chega.

Raimundo: Onde você estava mocinha?
Débora: Não é da sua conta.
Raimundo: Olha como você trata seu pai.
Débora: Você não merece que eu o chame de meu pai.
Raimundo: Não diga isso, filha, eu quero seu bem.

GERALDO NO SERVIÇO

Geraldo (pensando): O que será que ela esconde de mim? Por que ela não me fala nada?

MICHEL VAI ATÉ O ORFANATO

Michel: Ei, Paula (com buquê de flores na mão).
Paula: Me erra, menino.
Michel: Nós dois nascemos um pro outro.
Paula: Prefiro morrer.
Michel: Qual é o problema, você é casada?
Paula: Sai daqui.

Michel dá o buquê a Paula e depois sai.

Michel: A gente se vê.
Paula: Pelo amor de Deus.

NO INTERIOR DO ORFANATO

Paula está pensando.

Michel: Você é casada?
Paula: Sai daqui.

Paula para de pensar e diz:

Paula: Será que ele me ama ou vai fazer igual ao... (para de falar)
Paula: Eu quero encontrar meu filho. Mas se ele não estiver neste orfanato?

HORA DO ALMOÇO, JORGE CHEGA EM CASA.

Jorge: Mãe, assina esse bilhete da escola pra mim?
Amanda: Mas para que?
Jorge: Um passeio.
Amanda: Legal, filho. E pra onde que é?
Jorge: Orfanato Old Village.

Amanda fica paralisada.

Jorge: O que foi, mãe?
Amanda: Preciso pensar.
Jorge: Tá bom.
Amanda: Vai tomar um banho.

Jorge vai para o banheiro.

Amanda: Eu preciso ligar pra Bia, ela tem que vir aqui.

CASA DE SEU RAIMUNDO

Raimundo pensando.

Raimundo: Por que minha filha ama esse cafajeste? Se ela ficar com ele... Ela vai sofrer. Senhor, proteja minha filha, por tudo que é mais sagrado. Proteja ela. Eu acho que... Acho que chegou minha hora.

Raimundo cai no chão. Débora chega na hora.

Débora (grita): Pai.

Ela começa a chorar.

ORFANATO  - PÁTIO

Mauro: Oh, Maicon, que dia você acha que minha mãe vai vir me buscar?
Maicon: Nunca. Você vai  apodrecer aqui.

Mauro (chorando): Não. Não é verdade. Ela vai vir me buscar.

CASA DE SEU RAIMUNDO

Débora (gritando): Pai, fala comigo. Pai...

Ela liga para a ambulância.

CASA DE AMANDA

Amanda: E então, o que faço? Devo deixar ele ir ao orfanato?
Bheatriz: Sim. E seja o que Deus quiser.
Amanda: Então, tudo bem.

AEROPORTO DE CONGONHAS

Wesley: Finalmente estou no aeroporto. Agora eu vou entrar naquele avião e voltar para a minha cidade natal. Amanda que me aguarde.

ANOITECE...

CASA DE AMANDA

Amanda: Filho, está na hora de dormir. Amanhã é o dia do passeio.
Jorge: Tá bom. Boa noite.
Amanda (pensando): Ah, Senhor, que nada de ruim aconteça.

AMANHECE...

CASA DE AMANDA

Jorge: Tchau, mãe.
Amanda: Bom passeio, filho.

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Débora: Doutor, como meu pai está?
Douglas: O estado dele é péssimo.
Débora: Mas o que ele teve?
Douglas: Um ataque cardíaco. Reze, ele precisa da benção de Deus.

ORFANATO - VISITA DA ESCOLA

Paula: Crianças, venham ver os órfãos.
Jorge: Isso vai ser legal.

DENTRO DA SALA DO ORFANATO

Paula: Alguém sabe o que é ser adotado?

Jorge decide não falar o que sabe.

Paula: Bem, essas crianças não têm mãe e nem pai. Então, quando alguém decide ficar com elas, elas são adotadas.
Jorge (pensando): Então eu vim daqui.

Jorge lembrando.

Amanda: Geraldo estava viajando na época do parto. O Jorge é adotado.
Jorge: Foi o que eu ouvi, eu sou adotado?
Amanda: Filho, ser adotado quer dizer ganhar uma festa surpresa, é isso que estamos fazendo para o seu pai.
Jorge: E por que você falou que eu era adotado?
Amanda: Por que você já teve uma festa surpresa.

Jorge (pensando): Eu sou adotado.

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Michel: E aí, Débora, como está seu pai?
Débora: Nada bem.
Michel: Se Deus quiser, ele vai melhorar.
Débora: E Deus quer, Michel, tenho certeza que ele quer.

CASA DE AMANDA

Amanda (pensando): Ai, meu Deus, o que será que está acontecendo naquele orfanato?

A campainha toca.

Amanda (grita): Eu atendo.

Amanda abre a porta.

Wesley: Estava com saudades?
Amanda: Wesley!

Ela fica espantada.

Amanda: Sai daqui.
Wesley: Eu tenho um assunto pra resolver com você.
Amanda: Onde você quer que a gente se encontre?
Wesley: Em frente à Santa Casa! Traga o seu filho, ou melhor... o nosso filho.
Amanda: Jorge não é seu filho.
Wesley: Eu sei que ele não é filho do Geraldo.
Amanda: Que horas?
Wesley: Hoje, 19 horas.

Amanda fecha a porta na cara do Wesley.

Amanda (pensando): Ai, meu Deus e, agora, eu vou ter que matá-lo. Matar o pai do meu filho.

TEMPOS DEPOIS - CASA DE BHEATRIZ

A campainha toca.
Bheatriz abre a porta.

Amanda: Ele voltou. Wesley voltou.

Bheatriz fica surpreendida.

Bheatriz: Entra, amiga.
Amanda: Obrigado.
Bheatriz: Ele foi na sua casa?
Amanda: Sim. E disse que quer ver o filho dele.
Bheatriz: Vocês vão se encontrar?
Amanda: Sim.
Bheatriz: Não leve o Jorge.
Amanda: E o que é que eu faço?
Bheatriz: Fala a verdade pra ele. Nada além da verdade.

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Débora: Pai, não sei se você me ouve. Olha, amanhã é aniversário daquele blog que você gosta. Aqui ó, biscoito café e novela. Espero que você melhore para poder voltar ao blog.

ORFANATO

Paula: Bem crianças, vocês vão embora. Espero que tenham gostado.

Jorge indo embora, encontra um menino.

Jorge: Ei, meu nome é Jorge.
Mauro: Ei.
Jorge: Preciso ir, tchau.
Mauro: Tchau.

CASA DE BHEATRIZ

Bheatriz: Amanda, quanto mais você mentir e guardar segredo, vai ser pior.
Amanda: Bheatriz, você tem que me ajudar. Ele não pode saber que meu filho é adotado, eu não posso falar a verdade. Senão vai ser um caos.
Bheatriz: Tá bom e o que você vai dizer.
Amanda: Que Jorge é filho de sangue de Geraldo.

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Raimundo (acordando): Filha.
Débora: Pai.
Raimundo: Eu estou morrendo e vim dizer adeus.
Débora: Não.
Raimundo: Seja uma boa menina, tá bom?
Débora: Pai, você não vai morrer.

A máquina de batimentos cardíacos começa a apitar.

Débora (grita): Pai.

Os enfermeiros chegam.

Enfermeiro 1: Você precisa sair daqui.

Débora sai.

Enfermeiro 2: Rápido, pessoal, rápido!

Débora fica gritando e chorando no corredor do hospital.

Débora (grita): Pai... Não me deixe, pai.

Na sala onde está Raimundo.

Enfermeiro 1: Pode dar a notícia à Débora. O pai dela está morto.
Enfermeiro 2: Você tem certeza?
Enfermeiro 1: Ele não vai sobreviver.
Enfermeiro 2: Mas ele ainda não morreu.
Enfermeiro 1: Dê a notícia mesmo assim.
Enfermeiro 2: Estou nesse trabalho a 10 anos. Vou batalhar pela sobrevivência dele até o final. Ninguém vai falar com ela que ele morreu.

JORGE CHEGA EM CASA CHORANDO

Geraldo: O que foi, filho?

Jorge chora.

Geraldo: Fala.
Jorge: Cadê minha mãe?
Geraldo: Ela já volta. Me fala, o que aconteceu?
Jorge: Eu descobri, pai.
Geraldo: O que, filho?
Jorge: Você não é meu pai. Porque... Eu sou adotado.

3 comentários:

  1. Começo cheio de "nós". Acho que vai ser bem interessante. Parabéns, amigo!

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  2. Gostei desse começo. História interessante!

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  3. Parabéns pelo talento na construção de diálogos! Gostei!

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