O
texto abaixo é da autoria de Ruth Rocha.
Para
maiores informações sobre a autora, favor acessar: http://www.e-biografias.net/ruth_rocha/.
Boa
leitura!
SOBROU
PRA MIM
Quando
eu tinha uns 8 anos, mais ou menos, eu morava com minha avó e com a irmã dela,
tia Emília. Nossa rua era sossegada, quase não passava carro nem caminhão.
Eu
ia à escola de manhã e de tarde eu fazia minhas lições e ia pra rua brincar com
meus amigos.
Às
cinco e meia em ponto minha avó me chamava para tomar banho e rezar, minha avó
e minha tia rezavam todas as tardes às seis horas.
Depois
do jantar ficávamos na sala, eu, lendo, minha avó e minha tia bordando ou
costurando.
Televisão
a gente só via uma vez ou outra. Minha avó me deixava ver jogos de futebol ou
basquete, mas tinha horror a novelas e a programas de auditório. Era chato de
matar!
A
luz era muito pouca, que a minha avó tinha mania de fazer economia, ela dizia
que não era sócia da Light.
Então
eu cansava de ler e ficava inventando outras coisas pra fazer. Eu ficava
desenhando, ficava enchendo os ós do jornal, brincava com as minhas joaninhas…
Uma
vez eu amarrei um fio de linha na perna de um besouro e quando ele voou, com o
fio pendurado, minha tia levou o maior susto.
Uma
outra vez, eu inventei uma coisa legal! Enquanto minha avó e minha tia ficavam
rezando, às seis horas, eu amarrei um fio de linha na perna da cadeira de
balanço. Depois do jantar nós fomos para a sala. Então, de vez em quando, eu
puxava o fio e a cadeira dava uma balançadinha.
No
começo elas não viram nada. Até que tia Emília, muito assustada, chamou a
atenção da vovó.
-
Ó, Amélia - minha avó se chamava Amélia - Ó, Amélia, você não viu a cadeira
balançar?
Minha
avó não ligou muito. Mas tia Emília ficou de olho. Daí a pouco ela cutucou
minha avó:
-
Olha só, Amélia, ainda está balançando. Minha avó olhou e ficou desconfiada.
As
duas se olharam e fizeram sinais para não assustar o menino…
Naquele
dia, eu não mexi mais na cadeira. Mas no dia seguinte, eu fiz tudo de novo, só
a minha tia é que viu a cadeira balançar. Ela estava apavorada!
Então
eu deixei passar uns dois dias e de novo dei uma balançadinha na cadeira. E
dessa vez as duas velhas viram! Gente, que susto que elas tomaram! Me agarraram
pela mão e correram para o oratório para rezar.
Até
aí eu estava me divertindo! Mas o que eu não podia imaginar é que no dia
seguinte, na hora em que eu costumava ir para a rua brincar, minha avó me
chamou, me mandou tomar banho, me vestir e me levou para a igreja.
Nove
segundas-feiras eu tive que ir à igreja com minha vó e minha tia para rezar
pelas almas do purgatório!
Que castigo para o moleque, kkkkkk. Gostei dessa história, bem divertida!
ResponderExcluirkkkkkk Muito bom!
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