Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 31
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
PAULA
RITINHA
HERNANI
CARMEN
PEDRO BARROS
JUCA CIPÓ
DELEGADO FALCÃO
JERÔNIMO
JOÃO
RODRIGO
DALVA
ESTELA
DR, RAFAEL
JAGUNÇOS
CENA 1 - RIO DE JANEIRO - APARTAMENTO DE DUDA - SALA - INT. - DIA.
Rita de Cássia descansava após o banho, quando a porta do apartamento se abriu e Paula e Hernani entraram, sem se anunciar.
PAULA - (atirando no sofá a bolsa de veludo verde) Desculpe-nos se invadimos sua casa...
RITINHA - (sem meios termos) Não peça desculpas. Já estou acostumada.
HERNANI - Olhe, Ritinha, eu não tenho culpa... nem queria vir... Minha irmã aí é que inventou umas coisas...
RITINHA - (cortou, com energia) Se não me engano, meu marido proibiu o senhor de voltar a esta casa...
A campainha soou, sonora. Rita foi até a porta. Era Carmem. As moças se abraçaram sob o olhar aborrecido dos irmãos.
PAULA - (voltou ao ataque) Maninho, veja os papéis aí, pra eu mostrar a ela.
RITINHA - Papéis de que?
PAULA - (ar vitorioso) Da compra deste apartamento!
CARMEN - (revoltada) Essa não! Vocês estão brincando! Este apartamento é do Duda!
PAULA - Alugado, mocinha, e eu o comprei ontem. (virando-se para o irmão) Mostre aí os papéis do compromisso de compra. Ainda não passaram a escritura, mas, desde já, vim avisar que preciso deste apartamento para morar. Portanto, Ritinha, você tem que desocupá-lo no menor espaço de tempo.
Ritinha compreendeu a trama organizada pelos dois, certamente uma chantagem para obrigar Duda a pagar pelo erro cometido.
RITINHA - Quanto exigiu do meu marido pra deixar a vida dele em paz?
PAULA - Oh... não tanto quanto merecia. Um carro e... mais algum dinheiro. O suficiente para dar entrada neste apartamento. Sabe como é? Tenho apego a ele. Aqui, tenho muitas recordações de um amor que me foi roubado. É justo que queira viver neste ambiente.
Paula gozava o nervosismo da rival.
PAULA - Amanhã, irei á justiça exigir o despejo.
CENA 2 - COROADO - ASSOCIAÇÃO DOS GARIMPEIROS - EXT. - DIA.
O movimento intenso na praça de Coroado assinalava a novidade do dia. Os garimpeiros mal vestidos, dirigiam-se em grupo para a sede da Associação. Pedro Barros se postara á entrada do prédio, arrogante.
PEDRO BARROS - (ameaçou) Vai tê desforra contra qualquer um que se mêta a besta e vote nesse safado do Jerônimo Coragem!
Juca Cipó, o delegado Falcão e dois jagunços mal encarados, armas á vista, guardavam o coronel do garimpo.
DELEGADO FALCÃO - Á esta hora, a decisão já foi tomada, meu coronel...
PEDRO BARROS - Sei disso. E alguma coisa tem de ser feita pra impedir o resultado das urnas!
O breve silencio, interrompido apenas pela respiração aflita dos presentes, chamou a atenção de Pedro Barros. Os irmãos Coragem chegavam, acompanhados de um número impressionante de garimpeiros. Juca Cipó deu um passo á frente, fitando atrevido o candidato á presidência. Jerônimo seguia a passo lento, ladeado pelo irmão e pelo promotor Rodrigo. Juca barrou a passagem dos três. O clima se tornara tenso.
JERÔNIMO - (levando cautelosamente a mão aos quadris) Vou contá até três pra deixá a gente passá!
JUCA CIPÓ - (com deboche) E você sabe contá, sabe?
JERÔNIMO - Um...
JOÃO - (conciliador) Estamos aqui pra uma escolha justa... viemo pra ganhá ou pra perdê . A gente é civilizado!
PEDRO BARROS - (ameaçador) Não foi justo o golpe sujo que vocês quiseram usar contra o meu candidato!
RODRIGO - (entre dentes) Seu candidato é um assassino e todos precisavam saber disso.
JERÔNIMO - (continuou, friamente) Dois...
RODRIGO - E de golpe sujo esta cidade está cheia.
JERÔNIMO - Três...
Jerônimo avançou ferozmente contra Juca Cipó. Um décimo de segundo antes, João Coragem se colocara entre os dois. Deteve o gesto de Jerônimo, que tentava sacar da cintura a arma, de grosso calibre. Empurrou Juca para trás.
JOÃO - Irmão, espera... eles vão sair por bem.
Olhou para a retaguarda. Os garimpeiros se agitavam e, grupos formados, preparavam a investida contra a facção adversária. O coronel percebeu num relance a atitude decidida dos amigos de Jerônimo. Estava em clara desvantagem e não havia possibilidade de subjugar a massa descontrolada. Fez um sinal com a cabeça para o assecla, ordenando a desobstrução da porta. A Associação voltou a respirar. A eleição decidiria em poucas horas, quem passaria a dar as ordens em Coroado – os Coragem ou Pedro Barros.
CENA 3 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - EXT - DIA.
A limusine estacionou na porta da casa-grande e os criados correram para atender os recém-chegados. Dalva entregou a maleta ao negro sorridente e voltou-se para o homem de meia-idade que a acompanhava.
DALVA - Pode entrar. Por aqui, doutor...
Estela chegou á porta para abraçar a cunhada. Vestia-se com sobriedade e recebeu o visitante com um sorriso simpático, de boa acolhida.
DALVA - (fez as apresentações) Dr. Rafael Marques... fez questão de tomar conhecimento do caso de Lara.
ESTELA - (estendendo a mão para o médico) É um grande prazer. Fique á vontade. Não imagina como lhe sou agradecida por se interessar pelo caso de minha filha.
DALVA - Dr. Rafael será nosso hóspede, Estela.
DR. RAFAEL - Por pouco tempo. Não posso me ausentar da clínica. Tirei licença por alguns dias. Três, no máximo... apenas para ver este caso de perto. (e para Estela) Onde está a moça?
E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
# JERÔNIMO FEZ UM BELO DISCURSO PARA OS GARIMPEIROS ENTUSIASMADOS, DEIXANDO PEDRO BARROS CADA VEZ MAIS VERMELHO PELA IRA QUE O CONSUMIA!
Rita de Cássia descansava após o banho, quando a porta do apartamento se abriu e Paula e Hernani entraram, sem se anunciar.
PAULA - (atirando no sofá a bolsa de veludo verde) Desculpe-nos se invadimos sua casa...
RITINHA - (sem meios termos) Não peça desculpas. Já estou acostumada.
HERNANI - Olhe, Ritinha, eu não tenho culpa... nem queria vir... Minha irmã aí é que inventou umas coisas...
RITINHA - (cortou, com energia) Se não me engano, meu marido proibiu o senhor de voltar a esta casa...
A campainha soou, sonora. Rita foi até a porta. Era Carmem. As moças se abraçaram sob o olhar aborrecido dos irmãos.
PAULA - (voltou ao ataque) Maninho, veja os papéis aí, pra eu mostrar a ela.
RITINHA - Papéis de que?
PAULA - (ar vitorioso) Da compra deste apartamento!
CARMEN - (revoltada) Essa não! Vocês estão brincando! Este apartamento é do Duda!
PAULA - Alugado, mocinha, e eu o comprei ontem. (virando-se para o irmão) Mostre aí os papéis do compromisso de compra. Ainda não passaram a escritura, mas, desde já, vim avisar que preciso deste apartamento para morar. Portanto, Ritinha, você tem que desocupá-lo no menor espaço de tempo.
Ritinha compreendeu a trama organizada pelos dois, certamente uma chantagem para obrigar Duda a pagar pelo erro cometido.
RITINHA - Quanto exigiu do meu marido pra deixar a vida dele em paz?
PAULA - Oh... não tanto quanto merecia. Um carro e... mais algum dinheiro. O suficiente para dar entrada neste apartamento. Sabe como é? Tenho apego a ele. Aqui, tenho muitas recordações de um amor que me foi roubado. É justo que queira viver neste ambiente.
Paula gozava o nervosismo da rival.
PAULA - Amanhã, irei á justiça exigir o despejo.
CENA 2 - COROADO - ASSOCIAÇÃO DOS GARIMPEIROS - EXT. - DIA.
O movimento intenso na praça de Coroado assinalava a novidade do dia. Os garimpeiros mal vestidos, dirigiam-se em grupo para a sede da Associação. Pedro Barros se postara á entrada do prédio, arrogante.
PEDRO BARROS - (ameaçou) Vai tê desforra contra qualquer um que se mêta a besta e vote nesse safado do Jerônimo Coragem!
Juca Cipó, o delegado Falcão e dois jagunços mal encarados, armas á vista, guardavam o coronel do garimpo.
DELEGADO FALCÃO - Á esta hora, a decisão já foi tomada, meu coronel...
PEDRO BARROS - Sei disso. E alguma coisa tem de ser feita pra impedir o resultado das urnas!
O breve silencio, interrompido apenas pela respiração aflita dos presentes, chamou a atenção de Pedro Barros. Os irmãos Coragem chegavam, acompanhados de um número impressionante de garimpeiros. Juca Cipó deu um passo á frente, fitando atrevido o candidato á presidência. Jerônimo seguia a passo lento, ladeado pelo irmão e pelo promotor Rodrigo. Juca barrou a passagem dos três. O clima se tornara tenso.
JERÔNIMO - (levando cautelosamente a mão aos quadris) Vou contá até três pra deixá a gente passá!
JUCA CIPÓ - (com deboche) E você sabe contá, sabe?
JERÔNIMO - Um...
JOÃO - (conciliador) Estamos aqui pra uma escolha justa... viemo pra ganhá ou pra perdê . A gente é civilizado!
PEDRO BARROS - (ameaçador) Não foi justo o golpe sujo que vocês quiseram usar contra o meu candidato!
RODRIGO - (entre dentes) Seu candidato é um assassino e todos precisavam saber disso.
JERÔNIMO - (continuou, friamente) Dois...
RODRIGO - E de golpe sujo esta cidade está cheia.
JERÔNIMO - Três...
Jerônimo avançou ferozmente contra Juca Cipó. Um décimo de segundo antes, João Coragem se colocara entre os dois. Deteve o gesto de Jerônimo, que tentava sacar da cintura a arma, de grosso calibre. Empurrou Juca para trás.
JOÃO - Irmão, espera... eles vão sair por bem.
Olhou para a retaguarda. Os garimpeiros se agitavam e, grupos formados, preparavam a investida contra a facção adversária. O coronel percebeu num relance a atitude decidida dos amigos de Jerônimo. Estava em clara desvantagem e não havia possibilidade de subjugar a massa descontrolada. Fez um sinal com a cabeça para o assecla, ordenando a desobstrução da porta. A Associação voltou a respirar. A eleição decidiria em poucas horas, quem passaria a dar as ordens em Coroado – os Coragem ou Pedro Barros.
CENA 3 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - EXT - DIA.
A limusine estacionou na porta da casa-grande e os criados correram para atender os recém-chegados. Dalva entregou a maleta ao negro sorridente e voltou-se para o homem de meia-idade que a acompanhava.
DALVA - Pode entrar. Por aqui, doutor...
Estela chegou á porta para abraçar a cunhada. Vestia-se com sobriedade e recebeu o visitante com um sorriso simpático, de boa acolhida.
DALVA - (fez as apresentações) Dr. Rafael Marques... fez questão de tomar conhecimento do caso de Lara.
ESTELA - (estendendo a mão para o médico) É um grande prazer. Fique á vontade. Não imagina como lhe sou agradecida por se interessar pelo caso de minha filha.
DALVA - Dr. Rafael será nosso hóspede, Estela.
DR. RAFAEL - Por pouco tempo. Não posso me ausentar da clínica. Tirei licença por alguns dias. Três, no máximo... apenas para ver este caso de perto. (e para Estela) Onde está a moça?
FIM DO CAPÍTULO 31
João (Tarcisio Meira) e Diana (Gloria Menezes) |
E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
# JERÔNIMO FEZ UM BELO DISCURSO PARA OS GARIMPEIROS ENTUSIASMADOS, DEIXANDO PEDRO BARROS CADA VEZ MAIS VERMELHO PELA IRA QUE O CONSUMIA!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 32 DE
Que cena bem tensa, essa dos garimpeiros! Juca Cipó era impossível! E essa Paula, que criatura insuportável! Muito legal, Toni! Bjs.
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