sábado, 30 de setembro de 2017

PARA MEDITAR



SESSÃO FOTONOVELA - A GRANDE NOTÍCIA

A fotonovela abaixo pertence à revista Melodias nr. 192, publicada em abril de 1973.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa leitura!

















sexta-feira, 29 de setembro de 2017

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista Melodias nr. 192, publicada em abril de 1973.
Já o pôster à revista Contigo nr. 291, que foi às bancas em 09/11/79.
Boa diversão!



SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence à cantora e compositora Daniela Mercury.
Agora tentem descobrir quem é o garotinho da foto.
Eis algumas pistas:
1) Este jornalista e apresentador, ainda vivo, nasceu no interior de São Paulo no ano de 1963.
2) Estreou na TV como locutor e apresentador na Rede Bandeirantes no ano de 1985.
3) Na Rede Globo, trabalhou no SPTV, Fantástico, Jornal da Globo, Jornal Hoje e Jornal Nacional.
Boa diversão!



quinta-feira, 28 de setembro de 2017

SESSÃO LEITURA - AS CORES - ORÍGENES LESSA

O conto abaixo é de autoria de Orígenes Lessa.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: http://www.academia.org.br/academicos/origenes-lessa/biografia.
Boa leitura!

AS CORES

Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos liam uma história de amor. Em seu pequeno mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em cujo seio sua imaginação se perdia. Esboçou um sorriso... Sabia estar só na casa que conhecia tão bem, em seus mínimos detalhes, casa grande de vários quartos e salas onde se movia livremente, as mãos olhando por ela, o passo calmo, firme e silencioso, casa cheia de ecos de um mundo não seu, mundo em que a imagem e a cor pareciam a nota mais viva das outras vidas de ilimitados horizontes.
Como seria cor e o que seria? Conhecia todas pelos nomes, dava com elas a cada passo nos seus livros, soavam aos seus ouvidos a todo momento, verdadeira constante de todas as palestras. Era, com certeza, a nota marcante de todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual ao branco. Branco, o mesmo que alvo, característica de todos os seus, marca dos amigos da casa, de todos os amigos, algo que os distinguia dos humildes serviçais da copa e da cozinha, às vezes das entregas do armazém. Conhecia o negro pela voz, o branco pela maneira de agir ou falar. Seria uma condição social? Seguramente. Nos primeiros tempos, perguntava. É preto? É branco? Raramente se enganava agora. Já sabia... Nas pessoas, sabia... Às vezes, pelo olfato, outras, pelo tom de voz, quase sempre pela condição. Embora algumas vezes – e aquilo a perturbava – encontrasse também a cor social mais nobre no trato das panelas e na limpeza da casa. Nas paredes, porém, nos objetos, já não sentia aquelas cores. E se ouvia geralmente um tom de desprezo ou de superioridade, quando se falava no negro das pessoas, que envolvia sempre a abstração deprimente da fealdade, o mesmo negro nos gatos, nos cavalos, nas estatuetas, vinha sempre conjugado à ideia de beleza, que ela sabia haver numa sonata de Beethoven, numa fuga de Bach, numa polonaise de Chopin, na voz de uma cantora, num gesto de ternura humana.
Que seria a cor, detalhe que fugia aos seus dedos, escapava ao seu olfato conhecedor das almas e dos corpos, que o seu ouvido apurado não aprendia, e que era vermelho nas cerejas, nos morangos e em certas gelatinas, mas nada tinha em comum com o adocicado de outras frutas e se encontrava também nos vestidos, nos lábios (seriam os seus vermelhos também e convidariam ao beijo, como nos anúncios de rádio?), em certas cortinas, naquele cinzeiro áspero da mesinha do centro, em determinadas rosas (e havia brancas e amarelas), na pesada poltrona que ficava à direita e onde se afundava feliz para ouvir novelas? Que seria a cor, que definia as coisas e marcava os contrastes, e ora agradava, ora desagradava? E como seria o amarelo, para alguns padrão de mau gosto, mas que tantas vezes provocava entusiasmo nos comentários do mundo onde os olhos viam? E que seria ver? Era o sentido certamente que permitia evitar as pancadas, os tropeções, sair à rua sozinho, sem apoio de bengala, e aquela inquieta procura de mãos divinatórias que tantas vezes falhavam. Era o sentido que permitia encontrar o bonito, sem tocar, nos vestidos, nos corpos, nas feições, o bonito, variedade do belo e de outras palavras sempre ouvidas e empregadas e que bem compreendia, porque o podia sentir na voz e no caráter das pessoas, nas atitudes e nos gestos humanos, no Rêve d’Amour, que executava ao piano, e em muita coisa mais...
Ver era saber que um quadro não constava apenas de uma superfície estranha, áspera e desigual, sem nenhum sentido para o seu mundo interior, por vezes bonita, ao seu tato, nas molduras, mas que para os outros figurava casas, ruas, objetos, frutas, peixes, panelas de cobre (tão gratas aos seus dedos), velhos mendigos, mulheres nuas e, em certos casos, mesmo para os outros, não dizia nada...
Claro que via muito pelos olhos dos outros. Sabia onde ficavam as coisas e seria capaz de descrevê-las nos menores detalhes. Conhecia-lhes até a cor... Se lhe pedissem o cinzeiro vermelho, iria buscá-lo sem receio. E sabia dizer, quando tocava em Ana Beatriz, se estava com o vestido bege ou com a blusa lilás. E de tal maneira a cor flutuava em seus lábios, nas palestras diárias, que para todos os familiares era como se a visse também.
— Ponha hoje o vestido verde, Ana Beatriz... Dizia aquilo um pouco para que não dessem conta da sua inferioridade, mais ainda para não inspirar compaixão. Porque a piedade alheia a cada passo a torturava e Maria Alice tinha pudor de seu estado. Seria mais feliz se pudesse estar sempre sozinha como agora, movendo-se como sombra muda pela casa, certa de não provocar exclamações repentinas de pena, quando se contundia ou tropeçava nas idas e vindas do cotidiano labor.
— Machucou, meu bem?
Doía mais a pergunta. Certa vez a testa sangrava, diante da família assustada e do remorso de Jorge, que deixara um móvel fora do lugar, mas teimava em dizer que não fora nada.
E quando insistiam, com visita presente, para que tocasse piano, era sistemática a recusa.
— Maria Alice é modesta, odeia exibições...
Outro era o motivo. Ela muita vez bem que ardia em desejos de se refugiar no mundo dos sons, para escapar aos mexericos de toda a gente... Mas como a remordia a admiração piedosa dos amigos... As palmas e os louvores vinham sempre cheios de pena e havia grosserias trágicas em certos entusiasmos, desde o espanto infantil por vê-la acertar direitinho com as teclas à exclamação maravilhada de alguns:
— Muita gente que enxerga se orgulharia de tocar assim...
Nunca Maria Alice o dissera, mas seu coração tinha ternuras apenas para os que não a avisavam de haver uma cadeira na frente ou não a preveniam contra a posição do abajur.
— Eu sei... eu já sei...
E como tinha os outros sentidos mais apurados, sempre se antecipava na descrição das pessoas e coisas. Sabia se era homem ou mulher o recém-chegado, antes que se pusesse a falar. Pela maneira de pisar, por mil e uma sutilezas. Sem que lhe dissessem, já sabia se era gordo ou magro, bonito ou feio. E antes que qualquer outro, lia-lhe o caráter e o temperamento. Àqueles pequeninos milagres de sua intuição e de sua capacidade de observar, todos estavam habituados em casa. Por isso lhe falavam sempre em termos de quem via para quem via. E nesses termos lhes falava também.
O livro abandonado sobre a mesa, o pensamento de Maria Alice caminhava liberto. Recordava agora o largo tempo que passara no Instituto, onde a família julgara que lhe seria mais fácil aprender a ler. Detestava o ambiente de humildade, raramente de revolta, que lá encontrara. Vivendo em comunidade, sabia facilmente quais os que enxergavam, sem que nenhum destes se desse conta disso ou dissesse que enxergava. Pela simples linguagem, pela maneira de agir o sabia. E ali começara a odiar os dois mundos diferentes. O seu, de humildes e resignados, cônscios de sua inferioridade humana, o outro, o da piedade e da cor. — Me dá o cinzeiro vermelho, Maria Alice...
Maria Alice dava.
— Vou ao cinema com o vestido claro ou com aquele estampado, Maria Alice?
Maria Alice aconselhava.
Ninguém conseguia entender como sabia ela indicar qual o sapato ou a bolsa que ia melhor com este ou aquele vestido. Quase sempre acertava. Assim como ninguém sabia que, com o tempo, Maria Alice fora identificando as cores com sentimentos e coisas. O branco era como barulho de água de torneira aberta. Cor-de-rosa se confundia com valsa. Verde, aprendera a identificá-lo com cheiro de árvore. Cinza, com maciez de veludo. Azul, com serenidade. Diziam que o céu era azul. Que seria o céu? Um lugar, com certeza. Tinha mil e uma ideias sobre o céu. Deus, anjos, glória divina, bem-aventurança, hinos e salmos. Hendel. Bach. Mas sabia haver um outro, material, sobre as pessoas e casas, feito de nuvens, que associava à ideia do veludo, mais própria do cinza, apesar de insistirem em que o céu era azul.
Aquelas associações materiais, porém, não a satisfaziam. A cor realmente era o grande mistério. Sentira muitas vezes que o cinza pertencia a substâncias ásperas ou duras. Que o branco estava no mármore duro e na folha de papel, leve e flexível. E que o negro estava num cavalo que relinchava inquieto, com um sopro vigoroso de vida, e na suavidade e leveza de um vestido de baile, mas era ao mesmo tempo a cor do ódio e da negação, a marca inexplicável da inferioridade.
E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto. E ao grande amigo que lá conhecera. Voltavam as longas horas em que falavam de Bach, de Beethoven, dos mistérios para eles tão claros da música eterna. Lembrava-se da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos se encontravam. De como as palavras de amor tinham irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento. E de como, no momento em que a retiravam e quando ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o pai exclamara horrorizado:
— Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um mulato? Nunca!
Mulato era cor.
Estava longe aquele dia. Estava longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores... Um rumor familiar ouviu-se à porta. Era a volta do cinema. Ana Beatriz ia contar-lhe o filme todo, com certeza. O rumor – passos e vozes – encheu a casa.
— Tudo azul? – perguntou Ana Beatriz, entrando na sala.
— Tudo azul – respondeu Maria Alice.

SESSÃO ABERTURA DE NOVELA - AMAZÔNIA (PRIMEIRA PARTE)

A novela Amazônia foi apresentada pela Rede Manchete no horário das 21h de 10 de dezembro de 1991a 29 de junho de 1992.
A novela foi dividida em duas partes com aberturas diferentes.
O tema musical de abertura da primeira parte era Eldorado, interpretado por Sagrado Coração da Terra com participação especial de Milton Nascimento.
Para maiores informações sobre a obra, favor acessar: http://www.teledramaturgia.com.br/amazonia-1991/.
Boa diversão!



LETRA

ELDORADO

Composição: Marcus Viana

O uirapuru cantou pra mim
Sua última canção
Iara me mostra
Em que igarapé
Mora o último boto rosa
O incêndio vermelho levou
A última orquídea azul..

Curumim encantando
Guardião da floresta
Me leva a Eldorado
Onde os sonhos verdes se guardam
E ninguém pode tocar.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

SESSÃO SAUDADE - CARLOS GOMES

Resolvemos, hoje, homenagear um dos grandes nomes da música clássica brasileira: Carlos Gomes.



Se José de Alencar imortalizou o romance de Peri e Ceci no reino das palavras de O Guarani, Carlos Gomes fez o mesmo no reino musical, levando para o campo da música clássica motivos genuinamente brasileiros em belíssima ópera que tanto nos orgulha.
Obrigado, Carlos Gomes, por sua maravilhosa obra musical!
Descanse em paz!
Para saber mais sobre esse artista, favor acessar: http://dicionariompb.com.br/carlos-gomes.
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos abaixo trecho de introdução da ópera O Guarani, apresentado pela Orquestra Sinfônica Nacional - UFF, sob a regência do maestro Anderson Alves, no dia 09 de novembro de 2014.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=rRUMTl4gIng

SESSÃO HUMOR

Um homem está a beber uma cervejinha num bar, quando chega um sujeito e intercepta-o:
- O senhor esteve aqui há três meses!
- Pode ser, mas como você tem certeza disso? – pergunta intrigado o homem.
Explica o primeiro:
- Reconheci seu guarda-chuva!
Responde o segundo:
- Ahhh, mas há três meses eu nem tinha esse guarda-chuva…
E diz o primeiro:
- Mas eu tinha!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

SESSÃO REMAKE MUSICAL - QUEM NEGA A LUZ NA SOMBRA VAI MORRER - WANDERLEY CARDOSO

A canção Quem Nega a Luz na Sombra Vai Morrer, que teve como  um dos intérpretes José Augusto, é apresentada no vídeo abaixo por Wanderley Cardoso.
Boa diversão!



LETRA

QUEM NEGA A LUZ NA SOMBRA VAI MORRER

Compositor: José Augusto

Sei que você vai partir
Sem se despedir, sem ao menos me dizer adeus
Quero lhe dizer bem antes dos últimos instantes
Que você vai chorar demais porque no seu caminho
Vai encontrar tristezas
E até o fim da sua estrada
Não vai achar ninguém melhor que eu
Olha, o futuro é cego, eu vou sofrer não nego
Mas você vai sofrer também

REFRÃO:
Quando eu mais precisava de você
Você me deixa, nem eu mesmo sei porque
Mas ouça, o que eu vou dizer
Quem nega a luz um dia, na sombra vai morrer

SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - QUEM NEGA A LUZ NA SOMBRA VAI MORRER

A canção Quem Nega a Luz na Sombra Vai Morrer, interpretada por José Augusto, fez parte da trilha sonora da primeira versão da novela Anjo Mau, apresentada pela Rede Globo no horário das 19h de 2 de fevereiro a 24 de agosto de 1976.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: http://www.teledramaturgia.com.br/anjo-mau-1976/.
Boa diversão!



LETRA

QUEM NEGA A LUZ NA SOMBRA VAI MORRER

Compositor: José Augusto

Sei que você vai partir
Sem se despedir, sem ao menos me dizer adeus
Quero lhe dizer bem antes dos últimos instantes
Que você vai chorar demais porque no seu caminho
Vai encontrar tristezas
E até o fim da sua estrada
Não vai achar ninguém melhor que eu
Olha, o futuro é cego, eu vou sofrer não nego
Mas você vai sofrer também

REFRÃO:
Quando eu mais precisava de você
Você me deixa, nem eu mesmo sei porque
Mas ouça, o que eu vou dizer
Quem nega a luz um dia, na sombra vai morrer

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES - LIGHT REFLECTIONS

A reportagem abaixo foi publicada na revista Melodias 192, publicada em abril de 1973.
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Boa diversão!


SESSÃO RETRÔ - NOVELAS - O CASARÃO - DÉCIMA PRIMEIRA PARTE

A reportagem abaixo é parte da revista portuguesa Plateia, publicada, provavelmente, em 1977.
A novela O Casarão foi apresentada pela Rede Globo no horário das 20h de 7 de junho a 11 de dezembro de 1976.
Para saber mais sobre essa novela, favor consultar: http://www.teledramaturgia.com.br/o-casarao/.
Na próxima semana tem mais!
Continuem acompanhando!
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P.s. a última frase da postagem anterior é "Em".
Boa leitura!




sábado, 23 de setembro de 2017

PARA MEDITAR


SESSÃO FOTONOVELA - COMPROMISSO DE AMOR

A fotonovela abaixo pertence à revista Contigo nr. 278, publicada em 11/05/79.
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Boa leitura!

















sexta-feira, 22 de setembro de 2017

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista Contigo nr. 270, publicada em 19/01/79.
Já o pôster à revista Contigo nr. 291, que foi às bancas em 09/11/79.
Boa diversão!




SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence ao jornalista, apresentador e jurado Décio Piccinini.
Agora tentem descobrir quem é a garotinha da foto.
Eis algumas pistas:
1) Esta cantora e compositora, ainda viva, nasceu na capital baiana no ano de 1965.
2) Estreou em disco no ano de 1991.
3) Destacou-se, principalmente, como cantora de axé music.
Boa diversão!


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

SESSÃO LEITURA - NASCER NO CAIRO, SER FÊMEA DE CUPIM - RUBEM BRAGA

O texto abaixo é de autoria de Rubem Braga.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: https://www.ebiografia.com/rubem_braga/.
Boa leitura!

NASCER NO CAIRO, SER FÊMEA DE CUPIM

Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natural do Cairo?
O leitor que responder “não sei” a todas estas perguntas não passará provavelmente em nenhuma prova de Português de nenhum concurso oficial. Aliás, se isso pode servir de algum consolo à sua ignorância, receberá um abraço de felicitações deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmão.
Porque a verdade é que eu também não sei. Você dirá, meu caro professor de Português, que eu não deveria confessar isso; que é uma vergonha para mim, que vivo de escrever, não conhecer o meu instrumento de trabalho, que é a língua.
Concordo. Confesso que escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido. De vez em quando um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crônica anotado, apontando erros de Português. Um deles chegou a me passar um telegrama, felicitando-me porque não encontrara, na minha crônica daquele dia, um só erro de Português; acrescentava que eu produzira uma “página de bom vernáculo, exemplar”. Tive vontade de responder: “Mera coincidência” — mas não o fiz para não entristecer o homem.
Espero que uma velhice tranquila – no hospital ou na cadeia, com seus longos ócios — me permita um dia estudar com toda calma a nossa língua, e me penitenciar dos abusos que tenho praticado contra a sua pulcritude. (Sabem qual o superlativo de pulcro? Isto eu sei por acaso: pulquérrimo! Mas não é desanimador saber uma coisa dessas? Que me aconteceria se eu dissesse a uma bela dama: a senhora é pulquérrima? Eu poderia me queixar se o seu marido me descesse a mão?).
Alguém já me escreveu também — que eu sou um escoteiro ao contrário. “Cada dia você parece que tem de praticar a sua má ação — contra a língua”. Mas acho que isso é exagero.
Como também é exagero saber o que quer dizer escardinchar. Já estou mais perto dos cinquenta que dos quarenta; vivo de meu trabalho quase sempre honrado, gozo de boa saúde e estou até gordo demais, pensando em meter um regime no organismo — e nunca soube o que fosse escardinchar. Espero que nunca, na minha vida, tenha escardinchado ninguém; se o fiz, mereço desculpas, pois nunca tive essa intenção.
Vários problemas e algumas mulheres já me tiraram o sono, mas não o feminino de cupim. Morrerei sem saber isso. E o pior é que não quero saber; nego-me terminantemente a saber, e, se o senhor é um desses cavalheiros que sabem qual é o feminino de cupim, tenha a bondade de não me cumprimentar.
Por que exigir essas coisas dos candidatos aos nossos cargos públicos? Por que fazer do estudo da língua portuguesa uma série de alçapões e adivinhas, como essas histórias que uma pessoa conta para “pegar” as outras? O habitante do Cairo pode ser cairense, cairei, caireta, cairota ou cairiri — e a única utilidade de saber qual a palavra certa será para decifrar um problema de palavras cruzadas. Vocês não acham que nossos funcionários públicos já gastam uma parte excessiva do expediente matando palavras cruzadas da “Última Hora” ou lendo o horóscopo e as histórias em quadrinhos de “O Globo”?
No fundo o que esse tipo de gramático deseja é tornar a língua portuguesa odiosa; não alguma coisa através da qual as pessoas se entendam, mas um instrumento de suplício e de opressão que ele, gramático, aplica sobre nós, os ignaros.
Mas a mim é que não me escardincham assim, sem mais nem menos: não sou fêmea de cupim nem antônimo do póstumo nenhum; e sou cachoeirense, de Cachoeiro, honradamente — de Cachoeiro de Itapemirim!

Rio, novembro, 1951
Texto extraído do livro “Ai de Ti, Copacabana”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1960, pág. 197.

SESSÃO ABERTURA DE NOVELA - AMÉRICA (TERCEIRA ABERTURA)

A novela América apresentou uma guerra de bastidores entre autora e diretor original, Glória Perez e Jaime Monjardim, que fez com que a história tivesse três aberturas diferentes.
A terceira tinha como tema musical Soy Loco por Ti, América, interpretado por Ivete Sangalo.
Essa foi a abertura que permaneceu por mais tempo no ar.
A telenovela foi apresentada pela Rede Globo no horário das 21h de 14 de março a 5 de novembro de 2005.
Para maiores informações sobre a obra, favor acessar: http://www.teledramaturgia.com.br/america/.
Boa diversão!



LETRA

SOY LOCO POR TI, AMÉRICA

Compositores: Gilberto Gil e Capinam

Soy loco por ti, América,
yo voy traer una mujer playera
Que su nombre sea Marti,
que su nombre sea Marti
Soy loco por ti de amores tenga como
colores la espuma blanca de Latinoamérica
Y el cielo como bandera,
y el cielo como bandera
Soy loco por ti, América,
soy loco por ti de amores
Sorriso de quase nuvem,
os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas,
o corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante desse país sem nome,
esse tango, esse rancho,

Esse povo, dizei-me, arde
o fogo de conhecê-la,
o fogo de conhecê-la

Soy loco por ti, América,
soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto ya no se puede decirlo,
quién sabe?
Antes que o dia arrebente,
antes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto antes que a
definitiva noite se espalhe em Latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo,
el nombre del hombre es pueblo

Soy loco por ti, América,
soy loco por ti de amores
Espero a manhã que cante,
el nombre del hombre muerto
Não sejam palavras tristes,
soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe com palmeiras,
com trincheiras, canções de guerra
Quem sabe canções do mar, ai,
hasta te comover, ai, hasta te comover

Soy loco por ti, América,
soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem,
sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vício,
de susto, de bala ou vício
Num precipício de luzes entre saudades,
soluços, eu vou morrer debruços
Nos braços, nos olhos,
nos braços de uma mulher,
nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda dentro dos braços da camponesa,
guerrilheira
Manequim, ai de mim, nos braços de quem me queira,
nos braços de quem me queira

Soy loco por ti, América,
soy loco por ti de amores