quarta-feira, 31 de outubro de 2012

RELATO DA PEÇA A HISTÓRIA DO INCRÍVEL PEIXE-ORELHA – 28/10/12

Neste domingo estive no teatro Aliança Francesa. Tive o prazer de assistir a peça teatral infantil “A História do Incrível Peixe-Orelha” do querido Fabiano Augusto, ator que conheci na Peça Enlace A Loja do Ourives e do qual me tornei fã.
Fui com uma amiga e sua filha.
A peça tem figurino lúdico e cenário que reproduz o fundo do mar, com espelhos que se movimentam para criar o reflexo da água. O espetáculo é baseado no livro de Edson Natale. Com Fabiano Augusto, Alessandra Vertamatti, Luciana Ramanzini, Mariana Elisabetsky, Demian Pinto e Edgar Bustamante. É um musical e conta a história de um peixe milenar da espécie “orelha” que com sua sabedoria quer conscientizar todos os seres humanos dos perigos do consumo desenfreado e da poluição aquática.  Transmite ensinamentos diversos: economia de água no banho, ao escovar os dentes, lavar louças, limpar carros e calçadas.
O Espetáculo fica em cartaz até o dia 16 de dezembro. Aos sábados e domingos, sempre às 16 h.
Ao final aguardei para parabenizar o Fabiano. E também para agradecer os convites. Levei chocolates da Cacau Show Oceano.
Enquanto aguardava o Fabiano, tirei fotos em frente à torre Eiffel, pintada na parede do teatro.  Me lembrei da novela Uma Rosa Com Amor e de um certo francês muito lindo que conquistou nosso coração e que foi o responsável pela criação do nosso fã clube e pelo círculo de amizades que se formou depois disto.
Tinha um casal aguardando o Fabiano com uma linda garotinha que ficou brincando comigo, com minha amiga e com sua filha. Fiquei sabendo depois que era a Carol, sobrinha neta do Fabiano. Muito lindinha!
O Fabiano foi muito atencioso como sempre!  Entreguei os chocolates com um cartãozinho personalizados que ele amou. Tiramos fotos para registrar o momento.  E nos despedimos. Quando estava no farol, indo embora vi que o Fabiano estava vindo de bicicleta. Eu ia mexer com ele, mas foi ele que acabou brincando comigo!!! 
Foi uma tarde muito... muito agradável. Depois disso fui voando para um aniversário em família. Todos me aguardavam ansiosos... “Cleusa! Até que enfim você chegou!” Até parece que sou a animadora da festa!!!

Relato da fã Cleusa Tófoli!!!

FOTOS






O INFERNO DE UM ANJO - CAPÍTULO 26 - PARTE 1 - COLABORAÇÃO: PAULO SENA

O INFERNO

DE UM ANJO

Romance-folhetim



Título original:
L’enfer d’un Ange



Henriette de Tremière/o inferno de um anjo

(Texto integral) digitalizado
e revisado por Paulo Sena

Rev. G.H.
BIBLIOTECA GRANDE HOTEL


Capítulo XXVI

A FALSA E A VERDADEIRA FILHA


Dona Eufêmia, a proprietária do grande e movimentadíssimo "atelier" de costura, o mais importante de Nova Orleans, ordenou a um dos seus empregados:
- Mande-me a senhorita Maria "Flor de Amor", por favor. É urgente.
A elegante senhora se levantou e, enquanto esperava que a auxiliar chegasse, observou da janela envidraçada as pessoas lá embaixo que, vistas daquela altura, lembravam um formigueiro em plena atividade.
Alguns minutos depois, uma jovem de belíssimas feições e expressão adoravelmente ingênua, depois de haver batido discretamente à porta, entrou no atelier, dizendo:
- Mandou me chamar, senhora?
- Sim, minha filha - respondeu a modista, - Preciso incumbir uma das moças numa tarefa de suma importância. Quer aceitar o encargo?
- Farei o que puder para satisfazê-la, não tenha dúvida.
- Pois, então, ouça. Os vestidos da condessinha Denise estão prontos. Tenho que mandar levá-los até o palacete, mas você sabe como são essas meninas ricas; nunca se satisfazem com as coisas. Denise Chanteloup, em particular, parece feita de encomenda para aborrecer os outros. Tenho absoluta certeza de que, depois de experimentar os vestidos uma porção de vezes, vai descobrir dezenas de defeitos... Preciso, por isso, mandar alguém que saiba usar de diplomacia e consiga provar que os defeitos não existem, como é o caso. Acha que pode fazer isso?
Maria "Flor de Amor" sorriu.
- Pode confiar em mim, senhora, e agradeço a confiança que demonstra. Vai ver como a condessinha ficará satisfeita.
- Ótimo, menina. Gosto disso - disse a modista, sorridente, como quem se sente aliviada de uma preocupação. - Então aqui tem o endereço. - É um bom passeio, além disso, pois o palacete fica longe do centro da cidade. Irá na minha carruagem.
Maria "Flor de Amor" tomou o cartão que a senhora lhe entregava e fez menção de sair do gabinete.
- A propósito, senhorita: se puder, não fale com as suas companheiras sobre esta incumbência. Como você está aqui conosco há pouco tempo, poderá haver ciumadas, que originarão inimizades para você. Mas quero que saiba: tenho-a observado, desde alguns dias, e confesso que há anos não lido com uma jovem que demonstre tanta habilidade, em nosso trabalho. Se continuar assim, breve lhe darei um aumento e, talvez, um cargo de chefia. Satisfeita?
- Imensamente, senhora - respondeu Maria "Flor de Amor", corando fortemente. - Confesso que receio não merecer tanta confiança...
- Não se subestime assim, senhorita.
- Não é que me subestime, mas já tenho sofrido tanto na vida, que me parece impossível que haja para mim um futuro, um pouco tranquilo...
A modista olhou com afeto a mocinha, que se exprimia como uma pessoa que tivesse o dobro da idade que apresentava.
Aproximou-se então e, fazendo-lhe uma leve carícia no rosto, concluiu:
- Procure ter um pouco mais de confiança na sua boa estrela. Agora, vá. A condessinha não gosta de esperar e fará um espetáculo se a encomenda demorar mais um pouco, além da hora combinada.
Pouco depois, "Maria "Flor de Amor", trajando um vestido simples e de feitio sóbrio, mas que punha em destaque sua maravilhosa esbelteza, partia numa carruagem, acomodando-se como podia em meio às numerosas caixas que ocupavam o assento traseiro do carro e dava ao cocheiro o endereço do palacete. Sentia-se curiosa sobre a rica mansão, da qual tanto ouvira falar suas companheiras de trabalho e quando, após meia hora de corrida veloz pelas ruas, o palacete surgiu à sua vista, se bem que mergulhado na sombra do arvoredo que o circundava, não pôde deixar de admirar, extática, sua grandiosa beleza. Ela, que, coitada, sempre tivera tão pouco, na sua pobre e curta vida, pensou que se sentiria como uma rainha, se pudesse viver naquele castelo de fábula. A carruagem percorreu a ampla alameda e se deteve frente à estrada principal. Um criado de libré ajudou o lacaio a carregar as caixas com os vestidos até o salão particular da condessinha Denise. Esta, logo depois,entrou no salão, sem se dignar lançar um olhar para Maria "Flor de Amor" e logo começou a retirar os vestidos das caixas, para experimentá-los. Imediatamente, conforme fora previsto, Denise foi logo apontando uma porção de defeitos inexistentes, com tal insistência que seria capaz de fazer perder a calma à pessoa mais paciente deste mundo.
Maria "Flor de Amor", porém, desejosa de contentar a dona do "atelier", e de não desmentir a confiança que nela fora depositada, ia respondendo com calma e meiguice, destruindo um por um os reparos da outra, a ponto de a filha da marquesa Renata, no fim da prova, chegar a dizer:
- Vejo que você conhece perfeitamente o seu ofício, mocinha. A outra que veio antes, para a primeira prova, só fazia dizer: - Sim, condessa... É isso mesmo, condessa... Como quiser, condessa... E, no entanto, as minhas observações pareciam entrar por um ouvido e sair por outro.
- A senhora é muito bondosa, condessinha Denise.
- Sou sempre condescendente com quem me satisfaz - respondeu Denise, com ar presunçoso. - A propósito: não demora e chegará o dia do meu casamento e estou preocupada porque minha camareira é uma tonta, não entende de coisa alguma. Que diz sobre a possibilidade de vir me arrumar o vestido? Naturalmente, eu a recompensarei adequadamente...
Maria "Flor de Amor" ficou indecisa, porque nunca imaginaria receber tal convite.
- Na verdade - murmurou - não sei se poderei... Primeiro devo pedir Permissão à dona Eufêmia, pois não posso livremente dispor do meu tempo...
- Moça! - cortou Denise, subitamente aborrecida. - Devo lembrar-lhe que não estou pedindo um favor, eu é que o estou fazendo! Quanto a tal sua patroa, basta comunicar-lhe e tudo estará liquidado!
- Desculpe se não me expressei bem, condessinha. - disse Maria "Flor de Amor". - Se a senhora fizer a gentileza de escrever um bilhete para a minha patroa, sentir-me-ei muito feliz em aceitar a incumbência que me quer dar e de antemão lhe agradeço...
Mais calma diante daquela humildade, Denise acrescentou, pavoneando-se diante do espelho, depois de ter provado o último dos vestidos que Maria "Flor de Amor" havia trazido:
- Se é assim, já que está aqui e que gosta, porque não larga o "atelier" e entra para meu serviço?
Maria "Flor de Amor" ia responder quando alguém bateu à porta. Denise, rudemente, gritou:
- Não pode entrar! Estou ocupadíssima!
Do outro lado uma voz quente e calma, a cujo som Maria "Flor de Amor" teve um estranho estremecimento, respondeu:
- Está tão ocupada assim, que não pode ver seu pai, Denise?
Mudando imediatamente de tom e assumindo aquele arzinho doce e hipócrita que usava junto ao conde Fernando, ela respondeu:
- Ah, paizinho... Desculpe... Não pensei que fosse o senhor...  Entre, entre...
Logo, no vão da porta, surgiu a elegante figura de Fernando Chanteloup. Vendo os vestidos espalhados aqui e ali, sobre as costas das poltronas, o conde observou:
- A propósito, querida, soube que você preferiu por si mesma encomendar o traje nupcial. Já está pronto? O dia do casamento não demora a chegar...
- Mas é claro, papai! E, além disso, para ter certeza de que tudo correrá bem, estava agora mesmo dizendo a esta moça, que é empregada da modista, que gostaria que ela ficasse a meu serviço. É muito jeitosa e sabe como me contentar.
- Pois está certo!... Que diz, menina? - perguntou Fernando, voltando-se para Maria "Flor de Amor" com ar benévolo, enquanto Denise passava para o aposento ao lado, para apanhar o vestido que ia pôr.
Maria "Flor de Amor" ia dar a resposta ao conde, quando, do quarto onde entrara a filha da marquesa Renata, veio um grito sufocado: - Papai!... Corra, depressa!...
O conde Fernando, sem hesitação, precipitou-se para o quarto de Denise, onde um quadro estranho, e aparentemente sem lógica, o esperava: no chão, sob uma pequena mesa, estava um porta-retrato com moldura de ouro, à volta do qual se espalhavam pedaços de vidro. À primeira vista tinha-se a impressão de um acidente banal, mas acontecia que a moldura de ouro estava completamente vazia e o próprio conde sabia que, até o dia anterior, ela encerrava um retrato de Luís Paulo de Rastignac.
- Que aconteceu? - perguntou Fernando, intrigado.
- Não compreendo, papai, não estou entendendo!... - respondeu Denise, que estava intensamente pálida. - Alguém entrou neste quarto e roubou o retrato do meu noivo... E apenas o retrato!
- Querida, não é possível! Tem certeza de que não foi você mesma quem o retirou? Ou talvez tenha sido algum dos criados que fez cair o porta-retrato, quebrando o vidro.
- Não, não, papai!...
- Não compreendo, Denise, então não entendo... Quem poderia ter interesse em tirar o retrato? Tem certeza de que estava aí, hoje pela manhã? Você o viu?
- Bem... Isso não posso garantir...
O conde Fernando examinou em volta, certificando-se de que nada mais faltava no aposento. Constatando isso, continuou:
-Um ladrão, certamente, não foi, o que mais lhe poderia ter interessado seria a moldura, que é de ouro, e poderia dar bom dinheiro, se fosse vendida. Mas um retrato...
Enquanto isso Maria "Flor de Amor", quase sem querer, como que impelida por uma força desconhecida, atraída pelo grito de Denise, se aproximara também da porta do quarto.

SESSÃO SAUDADE - FÁBIO SABAG

A Sessão Saudade de hoje lembra o ator e diretor Fábio Sabag.
Egresso da “velha guarda” da TV, foi um brilhante diretor e demonstrou talento também como um grande ator.
Para saber mais sobre ele, favor consultar: http://www.spescoladeteatro.org.br/enciclopedia/index.php/F%C3%A1bio_Sabag.
Mas julgamos que não precisamos falar muito sobre ele, pois os dois vídeos que abaixo apresentamos já dizem tudo. No primeiro, veremos uma reportagem do Vídeo Show sobre sua morte. Reparem na emoção dos amigos ao falar sobre ele. É comovente! No segundo, uma amiga faz uma comovente homenagem a ele. Uma homenagem que diz tudo com poucas palavras. Vale a pena conferir!
Saudades de Fábio! Que descanse em paz!


PRIMEIRO VÍDEO



SEGUNDO VÍDEO


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=_HQ7M8jHm-U&playnext=1&list=PLBC53C1709D27097D&feature=results_video



SESSÃO HUMOR - COLABORAÇÃO: MARI DO MURAL DA URCA

LOIRA NA MATERNIDADE!!!

No hospital, logo após ter parido, a loirinha, em prantos, chora ao saber que teve gêmeos:
- Gêmeos? Meu Deus, nããoooooooo!
A enfermeira, se desespera e para consolá-la, pergunta:
- Ter gêmeos é uma dádiva. Por que a senhora chora?
- Porque eu não sei quem é o pai do segundo.........!!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 26 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXVI – NOTÍCIAS 1

Quarta-feira. Claude e Rosa acordam cedo, pois irão até o Aeroporto, despedirem-se de Roberta, Sergio, Hugo e equipe que voltam à Europa para gravar algumas cenas do filme.
No Aeroporto, encontram Antoninho e Alabá, que realmente decidira permanecer no Brasil.
Despedidas, abraços, choros e promessas de retornos.
Após a decolagem do avião, resolvem fazer uma boquinha. Eles seguem para uma cafeteria. Depois de feito o pedido, Rosa e Alabá vão até o toalete.
R: Que bom que você decidiu ficar! Antoninho não se cabe de tanta felicidade...
Al: Eu também estou muito feliz! Ele conseguiu me conquistar. Mas eu vou te falar que não foi fácil pra ele, não...
R: Ele está muito apaixonado por você, Alabá! Acho que nunca o vi assim, por ninguém...
Al: Ele é uma pessoa muito interessante, envolvente, segura do que faz... eu não sei se é  amor o que sinto por ele, mas se não for, está chegando perto! Rsrsrs – Rosa... eu queria te falar uma coisa... mas não quero que você me ache enxerida, indiscreta...
R: Continua... fala... tenho certeza que você jamais seria indiscreta, propositalmente...
Al: Obrigada. Bem, Rosa, é sobre os seus pais...
R: Ah... você tambén acha que eu estou  errada...
Al: Não. Isso só você pode sentir. É... uma outra coisa chamada tempo. Sabe Rosa, quando a gente se machuca, fica querendo que o tempo passe pra levar essa dor com ele. Mas ele não leva. È a gente que tem que tomar uma atitude e jogar a dor fora. Mas, às vezes, uma coisinha chamada orgulho, nos impede... e quando percebemos, já foi o tempo e não tomamos  uma atitude...
R: Tá falando do Frazão...
Al: Estou comparando... Se eu tivesse seguido meu coração apenas, eu poderia estar feliz. Com ele.  Mas eu preferi me fechar, me fazendo de vítima... não deixa o seu tempo passar, porque ele pode passar demais e aí vai ser tarde. Sabe aquela música “devia ter aceitado, as pessoas como elas são...”? É mais ou menos isso... Rosa? Meu Deus! Eu e minha boca... você está chorando!
R: Não... sim... mas não é por sua culpa não... Deve ser por tudo que aconteceu. Agora qualquer coisa me faz chorar! – Rosa limpa o rosto. - Pronto! Passou! Rsrsr – Vamos?
Al: Claro, vamos! Responde, sentindo-se culpada pelo choro de Rosa...

Horas mais tarde na construtora.
Janete entra na sala de Claude.
J: Claude, o dinheiro vai ser depositado nesta sexta-feira, depois de amanhã. Dia dezesseis. Mas só vai estar liberado semana que vem, porque depende da autorização do Banco Central.
C: Finalmente, hã? O primeiro lote de casas pronto e a gente quase sem recursos... Ainda bem que você conseguiu controlar tudo isso...
J: Vou te confessar que teve horas que eu quis largar tudo e sumir! Rsrsrsr Mas eu aprendi uma coisa, Claude!
C: Ah, sim? O que Janete?
J: Que a mulher tem o poder!
C: Non, non... Até você, o Frazom contaminou, Janete? Rsrsrs
J: É a convivência! Rsrsrsrsrsrsrs
Frazão e Rosa entram na sala.
F: Com licença... esses risos são de nós ou para nós,  minha querida Janete?

Mas antes que ela responda, o interfone toca:
S: Dr. Claude, telefone, linha 2 – Todos se olham...
C: Quem é Silvia? – Pergunta ele, desconfiado de ser Júlio.
S: Dr. Ciro Leme, da Construtora Nortinveste.
C: Ah, ok, pode passar...
C: Como vai , Ciro?
Ciro: Alô... boa tarde,  Claude... eu tenho ótimas notícias pra você meu amigo...
C: Oh, que bom... diga lá.. mon ami...
Ciro: Aquela reunião rendeu frutos. Vários empresários aqui se interessaram em “copiar” o seu projeto, se é que posso falar assim... Estão dispostos a fazer uma parceria com você. Criar uma espécie de cooperativa para aquisição das áreas a serem construídas... E já temos alguns bancos dispostos a financiar isso também...
C: Isso é uma excelente notícia, Ciro. Estamos à disposiçon, hã? Vai ser uma grande empreitada... a primeira de muitas, tenho certeza...
Ciro: E vai mesmo... eu comentei aquela sua idéia de restaurar antigos prédios abandonados  e transformá-los em  apartamentos para as classes  menos favorecidas ao prefeito aqui da minha cidade... e ele está disposto a isso... Sabe como é, já estão aparecendo algumas favelas em torno da cidade... Você ainda tem esse projeto em mente, não?
C: Sim...  Isso é algo que sonho desde que estava na faculdade... Mas normalmente non é bem visto pelos políticos...
Ciro: Este aqui está tentando fazer a diferença... E já encontrou muitos obstáculos... Mas deixa isso pra lá... Assim que passar esse período de festas, marcamos uma reunião... aí ou aqui... Eu só queria te adiantar as novidades, assim você entra o ano com o pé direito!
C:  Oui... obrigado pelo carinho, hã? Boas Festas e até lá enton...
Ciro: Igualmente, meu amigo... Até.
R: Pela sua alegria, boas notícias! – E se aproxima dele.
C: Boas não, chérie! Excelentes! Lembra aquela reunion com os empresários do nordeste? Pois, enton, eles querem fechar contrato conosco!
F: Maravilha! Meninas, nosso emprego tá seguro pro ano que vem! Rsrsrsrsr
J: Parabéns, Claude! Você merece!
R: Isso merece uma comemoração, vocês não acham?
C: Esperem! Tem mais! O prefeito de lá se interessou por aquele meu projetos dos prédios abandonados!
R: Meu amor! Que ótimo! – E o abraça.
J: Rosa tem razão! Comemoração já!
F: Que tal um almoço?
C: Perfeito, mon ami. E por minha conta, hã?
F: “Isso” foi perfeito, meu querido! Rsrsrsrs

Depois de almoçarem. Claude e Rosa vão até as casas verificar se tudo está correndo bem, pois a entrega das primeiras unidades será no último dia do ano e nada pode atrapalhar essa festa. Eles passam o resto da tarde por lá, e ainda passam pela construtora antes de irem pra casa, pois Claude precisava de alguns documentos.
Na construtora, eles são os únicos, pois o expediente já encerrara.
Na sala de Claude, ele procura o que precisava, sob o olhar atento de Rosa.
C: Pronto! Está tudo aqui... podemos ir... que foi chérie? Alguma coisa errada?
R: Não... eu estava admirando o meu marido. E pensando que eu tenho muita sorte por ter encontrado ele...
Ele se aproxima dela:
C: Eu acho que é justamente o contrário, hã? Seu marido que deveria agradecer por você existir... – Diz acariciando seus cabelos, perigosamente perto demais...
R: Eu vou lembrá-lo disso... mais tarde... – Diz mordendo o lábio inferior, enquanto ele se aproxima do ouvido dela e diz:
C: Non precisa, eu acho que ele vai agradecer agora mesmo... 

SESSÃO REMAKE MUSICAL - LADY IN RED - GREGORIAN

A canção Lady in Red, originalmente interpretada por Chris de Burgh, é apresentada no vídeo abaixo pelo grupo Gregorian, que interpretava grandes sucessos internacionais em ritmo de canto gregoriano.
Boa diversão!


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=24T4JL_Bh3s


SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - LADY IN RED - CHRIS DE BURGH

A canção Lady in Red, interpretada por Chris de Burgh, fez parte da trilha sonora da novela Hipertensão, apresentada pela Rede Globo no horário das 19h de 6 de outubro de 1986 a 18 de abril de 1987.
Para maiores informações sobre a novela, favor consultar: www.teledramaturgia.com.br/tele/hipertensao.asp.
Boa diversão!


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Qt0QuN7AKgE


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES - RONNIE VON

A reportagem que apresentamos abaixo foi publicada na revista Sétimo Céu – Série Amor nr. 40 de janeiro de 1976.
Nossos agradecimentos à amiga Maria do Sul pela doação desse material.
Boa diversão!




SESSÃO RETRÔ - COMERCIAIS - BRASÍLIA (1978)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=FpXkc8G23bo


domingo, 28 de outubro de 2012

RECADO

Parece que estamos com problemas na postagem de imagens. Julgamos que isso deve ser um problema do blogspot, pois estamos utilizando o mesmo processo que antes não dava problemas. Se alguém não conseguir ver a fotonovela ou qualquer outra postagem de fotos, é só nos enviar recado pelo email: contribbiscoitocafeenovela@gmail.com e enviamos o conteúdo. Recomendamos esperar alguns dias, pois o problema deve se solucionar sozinho. Se não acontecer, é só pedir.

O INFERNO DE UM ANJO - CAPÍTULO 25 - PARTE 2 - COLABORAÇÃO: PAULO SENA

O INFERNO

DE UM ANJO

Romance-folhetim



Título original:
L’enfer d’un Ange



Henriette de Tremière/o inferno de um anjo

(Texto integral) digitalizado
e revisado por Paulo Sena

Rev. G.H.
BIBLIOTECA GRANDE HOTEL


Capítulo XXV
UM FARSANTE DESMASCARADO (CONTINUAÇÃO)


Agora as quatro mulheres estavam no luxuoso aposento que Leopoldo Verdier destinara à sua forçosa hóspede Maria "Flor de Amor".
Dolores, que precisava devolver a chave que tomara de Jeremias antes que este despertasse de sua bebedeira, não queria perder um minuto e fez com que as fugitivas se dirigissem para a saída, levando consigo apenas uns poucos pertences e algum dinheiro, que a bondosa Isabel repartira entre Maria "Flor de Amor" e Dolores, de suas economias.
Ela depois voltou a descer à adega onde Jeremias roncava sonoramente. Isabel colocou a chave no cinto do vigia e, em seguida, saiu do subterrâneo e foi para o seu quarto, sem ser vista por ninguém.
Naquela noite fria, na vasta solidão dos campos reinava medrosa escuridão. Dolores acendeu a lanterna que recebera de Isabel, iluminando assim os passos das três mulheres pela poeirenta e silenciosa estrada.
Vivalma por parte alguma. As mulheres frequentemente olhavam para trás, temerosas de serem seguidas, mas não viam ninguém. Na fazenda ainda tardariam algumas horas em notar a fuga.
De repente, destacando-se das compactas sombras noturnas, as fugitivas viram brilhar os fogos-fátuos que pareciam saltitar sobre as sepulturas do cemitério. Impressionadas, as duas mulheres fizeram o sinal da cruz, enquanto que Ritinha perguntava:
- Mamãe, o que são essas luzezinhas que estão brilhando à nossa frente?
- Essas luzes representam as almas que ali dormem o sono eterno.
Explicou Dolores, estremecendo à ideia de que em breve poderia ela também ocupar um lugar nesse campo santo, já que matar escravos fugitivos, na Luisiana daquele tempo, não era delito.
À vista do melancólico recinto onde jazem os que desta vida para sempre se foram, impressionou ainda mais às duas mulheres, agora paradas diante do portão de ferro, que não estava fechado à chave.
Empurraram-no bastante e penetraram no largo vestíbulo, em cujos lados existiam capelas para as cerimônias fúnebres.


- Tenho medo, mamãe! - exclamou Ritinha, estremecendo de pavor. A criança, que nunca estivera num cemitério, pressentiu nesse instante o grande mistério que encerra a morte.
- Não seja bobinha, querida! - admoestou sua mãe. - É melhor refugiar-se na casa dos mortos que nos vermos perseguidas pelos vivos que só querem o nosso mal.
Maria "Flor de Amor" falou em seguida:
- Segundo Isabel, a casa de Dagoberto fica atrás da capela lateral esquerda.
- Vamos, então, ao encontro dele. Nossa salvação depende da ajuda que nos prestar esse incógnito amigo - respondeu Dolores.
Uma luz brilhava através do vidro de uma janela da pequena morada de Dagoberto. Este era o único ser vivo que habitava aquele fúnebre jardim da morte. Maria "Flor de Amor" deu três leves batidas consecutivas na vidraça. E, ato contínuo, a porta se abriu, aparecendo no umbral um homem muito magro e de alta estatura, de cor preta, olhos vivos e penetrantes, que viviam apenas para investigar os mistérios do além. Dagoberto tinha fama de feiticeiro e inspirava temor por ser considerado um cultivador calejado da magia negra. Tinha sido escravo e soube quebrar seus grilhões, e uma vez dono de sua liberdade, profundamente decepcionado com os homens, aceitou um emprego que poucos queriam naqueles tempos de profunda superstição: ser guardião do campo santo e coveiro daqueles que chegavam àquele jardim da morte para nunca mais sair. .
A luz da lanterna da casa de Dagoberto iluminou os rostos das recém-chegadas.
- São pessoas amigas - disse com convicção. - E isso, leio nos seus rostos e, também noto que estão precisando de mim. Entrem. Dagoberto nunca fechou sua porta àqueles que precisam dele.
Dolores e Maria "Flor de Amor" obedeceram. Ritinha observou uma coruja, que saltitava em cima de uma mesa, na qual podia ver-se um relógio de areia e diversos livros abertos.
- Essa coruja - explicou Dagoberto - me faz companhia. Na minha vida anterior, eu já reencarnei seis vezes, fui amado por uma mulher extraordinária. Não amarei outra, na esperança de que, na minha próxima reencarnação, tornarei a encontrar a minha Luísa Adelaide, para retomar nosso romance de amor.
Então Dagoberto - tal como dissera Isabel - era um autêntico feiticeiro, iniciado nos mais herméticos segredos da astrologia e da magia!
- Sente-se - disse ele. - Estão fatigadas pela caminhada. Vêm de muito longe?
- Da fazenda que é propriedade de Leopoldo Verdier - explicou Dolores.
- Dessa propriedade regada com o suor, sangue e lágrimas de inúmeras vítimas, não tardará em ser desencarnado o patife do Leopoldo! - disse com voz profética Dagoberto.
- O governo irá intervir? - quis saber Maria "Flor de Amor".
- Não, moça. Vai ser a morte, a morte que ele tanto merece e da qual não escapará - explicou Dagoberto.
Em seguida, pegou diversos pergaminhos e desenrolou um deles.
- Leopoldo, meu desprezível inimigo, está condenado. Este horóscopo feito por mim com o maior cuidado, o revela... Esse amaldiçoado aventureiro morrerá na noite de 14 de julho próximo. Pouco depois da celebração da grande festa anual na sua fazenda.
- Fugitivas desse negreiro, chegamos até aqui encaminhadas pela velha Isabel para que nos proteja e facilite a nossa saída desta região, onde não tardaremos em ser obstinadamente perseguidas - explicou Maria "Flor de Amor".
- Isabel, uma alma nobre, uma criatura de fina sensibilidade vivendo entre feras de aspecto humano naquela fazenda... - comentou Dagoberto, - Espiritualmente, considero-a como uma irmã. Vocês não poderiam pronunciar um nome que me fosse mais grato que o de Isabel.
Em seguida, as duas mulheres contaram ao feiticeiro sua triste estória. Dagoberto, que as escutou com muita atenção, disse-lhes:
- Posso resolver a situação de ambas. Tudo depende de que seus nervos suportem mais uma prova... Posso fazê-las desaparecer da região, mas...
- Desaparecer das proximidades de Leopoldo Verdier? Não desejamos outra coisa...
- Está certo - retrucou Dagoberto, - Acho que você, Maria "Flor de Amor, se conformará com uma boa acomodação em Nova Orleans, enquanto que Dolores e a menina precisam sair da Luisiana, viajar até alcançarem a fronteira do México, onde conheço algumas pessoas de bem que vão amparar a ela e a menina.
- Sim - disse Maria "Flor de Amor". - Minhas aspirações se reduzem a ganhar honestamente o pão de cada dia. Quero viver de meu trabalho, por mais humilde que seja.
- E eu - falou Dolores - desejo igualmente trabalhar, porém longe desta terra onde os escravagistas, querem arrebatar-me a filha de minhas entranhas. Já me tiraram meu pobre marido...
- Não perca a esperança de um dia não muito distante, tornar a reunir-se com ele - disse Dagoberto em tom de solene promessa, e acrescentou: - Agora procurem descansar o mais que puderem no único dormitório que existe nesta pequena casa...
E fez entrar as suas visitantes no aposento contíguo, onde só havia uma larga cama.
- Mas o senhor, onde vai dormir? - perguntou Maria "Flor de Amor".
- Eu raramente durmo. Acho que o sono é uma perda de horas de nossa vida. Possuo um licor mágico que restaura minhas energias sem precisar recorrer ao sono. E saiba, moça, que é durante as horas da noite, que os espíritos se comunicam com aqueles que vivem consagrados ao estudo das Ciências ocultas.
As duas mulheres e Ritinha se instalaram no leito que Dagoberto lhes cedeu por aquela noite. Ele ficou estudando seus livros misteriosos. De manhã, cuidou de acordá-las.
- Vão viajar - lhes disse - num veículo que impõe respeito a todos. Uma carroça que ninguém quer ver. É o rabecão que recolhe os mortos dos hospitais destinados à cova rasa. Sejam fortes e aproveitem a carroça dos mortos indigentes para fugir dos vivos.
Viajar naquele tétrico veículo puxado por dois cavalos era algo impressionante, mas... Que fazer? As duas mulheres, vítimas de um destino cruel, não tinham opção.
Pouco antes de chegar ao centro de Nova Orleans, numa rua solitária e sem edificações, Dagoberto fez parar seu fúnebre veículo e Maria "Flor de Amor" desceu dele.
- Apresente-se à dona Eufêmia, a célebre modista que tem fé cega nos meus horóscopos. Ela lhe dará trabalho no seu "atelier" e arranjará um lugar honesto onde você possa hospedar-se.
Maria "Flor de Amor" agradeceu vivamente ao feiticeiro tudo o que ele tinha feito para salvá-la das garras de Leopoldo Verdier.
Usando a carta de recomendação de Dagoberto, Maria "Flor de Amor" foi visitar dona Eufêmia, a modista, que imediatamente a admitiu no seu "atelier", prometendo ensinar-lhe seu rendoso ofício.
Dagoberto, sempre no seu negro rabecão, conduzia a infortunada Dolores até uma aldeia da fronteira mexicana, onde, o feiticeiro contava com amigos fiéis, pertencentes à seita dos Iluminados, que ofereceram auxílio e proteção a Dolores e a sua filha Ritinha. Entre aquelas bondosas pessoas, elas se sentiram como quem sai do negro inferno e consegue entrar no reino do céu. Sob a proteção do velho Ezequiel, que chefiava a colônia dos Iluminados, Ritinha começou a estudar. E este senhor ainda prometeu que tudo faria para descobrir onde vivia escravizado o marido de Dolores.

PARA MEDITAR

“Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro; e ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.” (SÃO FRANCISCO DE ASSIS)

SESSÃO BISCOITINHOS - SÍTIO DO PICAPAU AMARELO


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=asUAOyA1DUE


sábado, 27 de outubro de 2012

PARA MEDITAR

“Saber envelhecer é a obra-prima da sabedoria e um dos capítulos mais difíceis na grande arte de viver.” (HERMAN MELVILLE)

SESSÃO FOTONOVELA - PRIMEIRO, O BALÉ

A fotonovela que reproduzimos abaixo foi publicada na revista Amiga TV Tudo nr. 332 de 23 de setembro de 1976.
Boa leitura!












sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O INFERNO DE UM ANJO - CAPÍTULO 25 - PARTE 1 - COLABORAÇÃO: PAULO SENA

O INFERNO

DE UM ANJO

Romance-folhetim



Título original:
L’enfer d’un Ange



Henriette de Tremière/o inferno de um anjo

(Texto integral) digitalizado
e revisado por Paulo Sena

Rev. G.H.
BIBLIOTECA GRANDE HOTEL


Capítulo XXV
UM FARSANTE DESMASCARADO

Leopoldo Verdier largou o copo em que bebia e, pegando a campainha, a fez soar. Ao criado que em seguida compareceu, o aventureiro ordenou-lhe:
- Avise ao senhor Egídio que quero falar com ele.
Egídio era o chefe dos capatazes da fazenda, todos eles verdadeiros carrascos para os escravos que trabalhavam a gleba. O criado foi cumprir a ordem do amo e Leopoldo Verdier, ficando novamente só, diz para si, sorrindo ironicamente: "Certamente, essa Maria "Flor de Amor", ou é anjo ou é criança. Imaginou comover-me com a lembrança de minha mãe... Ela ainda não compreendeu que eu tenho o coração calejado. Não há lembrança capaz de fazer-me renunciar a um bom negócio e obter um bom lucro. O traficante sem dúvida tem algum cliente caprichoso que quer ficar com essa menor."
Apenas acabara de fazer esta velhaca reflexão, quando Egídio, o chefe dos capatazes, compareceu diante dele.
- Sente-se - convidou-lhe. - Vamos conversar e beber.
Isabel, uma velha servidora, foi a encarregada de trazer mais um copo para Egídio.
- Sempre que temos de vender algum filho ou o marido, as mulheres têm por hábito aborrecer-nos com suas choradeiras e lamúrias - disse Leopoldo dirigindo-se a seu comparsa.
- É bem certo, senhor, elas esquecem o que não devem; que são escravas e, por isso, objetos de compra e venda - falou Egídio, persuadido de estar dizendo uma grande verdade.
- Você falou como um livro, meu bom Egídio. Porém, uma dessas mulheres chegou até ao descaramento de me mandar uma pessoa a suplicar-me que eu deixasse de vender sua filha.
- Quem foi essa insolente? - perguntou Egídio, lançando fogo pelos olhos. - Talvez a Dolores...
- Dolores, precisamente - confirmou Leopoldo Verdier.
- Acho que merece um castigo que sirva para exemplo das choronas desta fazenda - opinou Egídio, - Poderia ser enforcada ou rebentar-lhe as mãos com a palmatória...
- Não, isso não. Essa mulher é ainda jovem, é trabalhadora e pode ser explorada ou vendida - disse Leopoldo. - Trata-se apenas de fazer-lhe sofrer um castigo corporal que lhe doa bastante e que tire das outras escravas a vontade de choramingar quando um de seus irmãos, filhos ou marido devam ser vendidos e separados para sempre delas.
- Que tal lhe dar cinquenta chibatadas nas costas com um bom chicote? - propôs Egídio, sonhando em ser ele o carrasco desse bárbaro castigo.
- Cinquenta? Não! Nós a mataríamos! - observou Leopoldo. - Seria o bastante dar-lhe vinte chibatadas, mas não pela sua mão, Egídio, já que você é chamado de "Braço de Ferro". Poderia ser um dos jovens aprendizes de capataz. Essa surra lhes serviria de aula. E poderia ser aplicada a Dolores na próxima festa do 14 de julho, daqui a oito dias, exatamente. Seria mais uma diversão para o pessoal e um exemplo para as que cultivam a choradeira.
- Tudo será feito como o senhor manda - prometeu Egídio - Realmente, Dolores é uma moça que sempre roubou tempo ao trabalho para tomar conta da filha...
- Pois agora não perderá mais esse tempo, pois sua filha, a Ritinha, está vendida e muito bem vendida a um dos mais conhecidos traficantes que frequentam os mercados de escravos da Luisiana e de toda a América do Norte.
Enquanto essa sinistra conversação era levada a efeito pelo aventureiro e seu assecla, a infortunada Dolores, rendida pela fadiga de seu atroz sofrimento e tranquilizada por saber que Leopoldo, o amo, desistira de vender Ritinha, adormecera ao lado de sua inocente filha.
Nem Maria "Flor de Amor" e tampouco Dolores, apesar de saber o quanto aquele homem era malvado, chegaram a suspeitar que Leopoldo Verdier fosse tão perverso.
Leopoldo contava com que dentro de três dias "Flor de Amor" seria levada por Muley Efrim, o homem de confiança do Bey de Tunis. E dois dias depois estaria na fazenda Dimas "Caim", o traficante de escravos, que era o comprador da menina Ritinha.
Assim, ele tinha-se divertido enganando "Flor de Amor", e também a Dolores. Maria "Flor de Amor" nada iria saber, pois quando chegasse o negreiro ela já estaria embarcada no navio que a levaria até Tunis, para ser sequestrada no harém das belas escravas do Bey, senhor e déspota daquela região da África.
Mas, apesar de que os olhos desconfiados de Leopoldo tinham observado, enquanto falava com Egídio confidencialmente, se alguém ouvia suas palavras, ele não percebeu que num cantinho da varanda, oculta atrás de uma planta gigante, a velha Isabel, que fingia ser surda para melhor desorientar o patrão, foi recolhendo palavra por palavra toda a conversação dos dois homens.
Ela, quando tinha quinze anos, foi arrancada dos braços de sua pobre mãe para ser vendida num mercado de escravos.
Por esse motivo e por seu bom coração, sentia grande compaixão por Maria "Flor de Amor" e não menos pela Ritinha, aquela menina que, pela sua simpatia e beleza, sabia fazer-se tão adorável.
À alta hora da noite, ela bateu na vidraça de uma das portas dos aposentos de "Flor de Amor".
Toda receosa, temendo que fosse Leopoldo, que tivesse desistido de seus bons propósitos para com ela, propósitos honestos, que lhe comunicara a governanta Margot, Maria "Flor de Amor" saltou da cama e foi então que escutou uma fraca voz feminina, que lhe pedia:
- Abra, menina, que é para o seu bem.
Um momento depois, Isabel, a velha servente do dono da fazenda, penetrava no quarto de Maria "Flor de Amor".
- Tenho notícias importantes, da maior gravidade, que considero um dever de consciência lhe comunicar - disse Isabel.
Sentadas frente a frente, Maria "Flor de Amor" escutou horrorizada a falsidade da promessa que lhe fizera Leopoldo, de não vender Ritinha, e com não menos horror soube que ela mesma seria vendida, tendo por futuro a escravidão no harém do mulherengo Bey de Tunis.
- Enão poderemos escapar dessa sorte terrível que nos espera? - perguntou Maria "Flor de Amor", profundamente impressionada.
A velha Isabel durante uns momentos permaneceu calada, enquanto olhava a jovem fixamente.
- Você é medrosa? - perguntou por fim a Maria "Flor de Amor".
- Penso que não. Muitas foram as provações porque já passei e nunca me acovardei, essa é a verdade.
- É o que eu desejava saber - disse Isabel, satisfeita. - De Dolores conheço a têmpera e sei que para evitar que sua filha seja vendida, é capaz de descer às profundezas do inferno!... Então esta mesma noite vocês terão de fugir da fazenda.
- E como poderemos fugir? - perguntou Maria "Flor de Amor". - Sei que todas as portas da fazenda ou são vigiadas ou estão fechadas com grossos cadeados.
- Uma dessas portas tão bem fechadas será aberta para vocês - respondeu Isabel, em tom de absoluta segurança.
- A senhora tem alguma chave? - quis saber Maria "Flor de Amor".
- Não. Mas sei como consegui-la.  Arrume-se para ir bem longe da fazenda, enquanto eu vou falar com Dolores, com ela e a filha, tornarei a voltar aqui e as encaminharei para a liberdade.
Isabel saiu do quarto de Maria '''Flor de Amor" e, momentos depois, entrou no cubículo ocupado por Dolores e a menina.
A infeliz escrava dormia com o sossego que a mentira de Leopoldo, que lhe transmitira Maria "Flor de Amor", lhe dera depois de tanta ansiedade.
- Dolores... - murmurou a velha ao seu ouvido. - Dolores, acorde!
Por fim a moça abriu os olhos carregados de sono.
- Por que a senhora me acordou? Depois de tantas horas de insônia e angústia, consegui adormecer porque soube que o Sr. Leopoldo desistiu de vender minha filhinha.
- Infeliz! - rebateu Isabel. - Você foi iludida por esse homem perverso. Ele mentiu à Maria "Flor de Amor" porque ela pediu-lhe que não vendesse Ritinha ao traficante de escravos. Escondida na varanda, onde o Sr. Leopoldo falava com o canalha do Egídio, escutei que o negreiro Dimas "Caim" levará Ritinha para vendê-la. E você, por ter falado com Maria "Flor de Amor" para que intercedesse com Leopoldo para não vender a menina, na festa do próximo 14 de julho, receberá vinte chibatadas nas costas despidas, exemplo para as que se atrevem a desesperar-se quando lhes são arrebatados os filhos ou o marido, para serem levados ao mercado de escravos.
- Eu prefiro morrer a sofrer esse castigo vergonhoso! Castigar-me por ser boa mãe!... - Gemeu Dolores, retorcendo as mãos.
- Você não será amarrada ao pelourinho - afirmou Isabel. - E nem vai perder sua filha.
- Não? E que santo vai fazer esse milagre? - perguntou Dolores, cravando seus grandes e aflitos olhos negros na sua velha amiga.
- Santo, não. E tampouco santa. Serei eu, envelhecida na escravidão e farta de ver infâmias. Você, sua filha e Maria "Flor de Amor" vão sair daqui esta mesma noite. Vista-se para ir longe daqui, procure que a menina não faça nenhum ruído. Mais tarde virei buscá-las e juntas iremos à procura de Maria "Flor de Amor", que estará nos esperando no seu aposento.
- Verdade que você vai nos salvar, Isabel querida? Que Deus lhe pague essa boa ação! - soluçou Dolores, apertando as mãos de sua amiga contra o seu coração.
- Vamos, não chore, que já chorou bastante nestes dias. Para salvar a sua filha ainda lhe falta passar por uma prova que a qualquer outra mulher poria a dois passos da loucura.
Quando Isabel se separou de Dolores, foi diretamente ao encontro de um dos vigias que, durante a noite, convenientemente armados, vigiavam a fazenda.
Era Jeremias, seu antigo conhecido. Extremamente fiel ao seu amo Leopoldo, mas débil para com as bebidas alcoólicas.
A velha aproximou-se dele e disse-lhe:
- Escutei um ruído muito suspeito na adega. Como se alguém tivesse entrado ali furtivamente. Quer ir lá verificar se está acontecendo algo de estranho?
E para melhor, reforçar sua proposta, a matreira velha ofereceu a Jeremias a chave do subterrâneo. O vigia estava com a garganta seca.
Na adega, o amo guardava centenas de garrafas dos melhores vinhos da França, da Itália, da Espanha...
Se algum gatuno estivesse oculto na adega, não vacilaria em dar-lhe um tiro. Mas o que realmente o seduzia era poder ver as garrafas e barris daqueles vinhos caros, que nunca tivera oportunidade de beber.
- Estou disposto a ir - disse Jeremias. Dê-me essa chave, Isabel. Depois de feita à busca, eu mesmo a levarei ao seu quarto.
- Não deixe de levá-la - respondeu a velha, acrescentando: - Não se demore.
Jeremias desceu à adega, iluminando-a com a sua lanterna. Primeiramente verificou que nenhum inimigo ou escravo fugitivo tinha penetrado ali.
Depois, convencido de que estava absolutamente só, o vigia agarrou um copo e abriu a torneira de um barril de superior vinho de Bordeaux.
- Delicioso! - exclamou, após provar seu paladar. Do "Bordeaux" passou para o "Chianti", deste para o "Porto"...
A mistura de vinhos tão diversos proporcionou-lhe uma bebedeira que ia aumentando-a e o insaciável Jeremias continuava a beber, sem parar, vinhos e licores os mais diversos.
Não tinha transcorrido ainda uma meia hora quando Jeremias, muito alegre, porém com a cabeça pesada, sentiu que suas pálpebras se fechavam, que um profundo sono se apoderava dele.
Ali mesmo, na adega, ele, com as pernas frouxas, deixou-se cair, escorregando as costas na parede. Desse jeito o encontrou a velha Isabel, quando apareceu no subterrâneo para verificar com satisfação que sua astúcia tinha dado resultado.
Pegou a chave da porta da fazenda, que estava no cinto de Jeremias, com ela voltou ao encontro das duas mulheres e da menina, que aguardavam na mais impaciente das expectativas.
- O truque deu certo - explicou rapidamente Isabel. - Agora o que importa é aproveitar o tempo. Você, Dolores, deve conhecer a estrada velha dos Valois?...
- Sim. Sei que está a curta distância desta fazenda - respondeu a mãe de Ritinha...
- Pois bem, por essa estrada, aproximadamente a uns três quilômetros daqui, se chega a um vasto campo sobre o qual brilham pela noite umas luzes que apavoram os camponeses - explicou Isabel.
- Mas essas luzes têm um nome - interveio Dolores.
- São chamadas de fogos-fátuos. E só brilham nos cemitérios - esclareceu Maria "Flor de Amor".
- Exatamente - confirmou Isabel. - Vocês, minhas queridas, vão dirigir seus passos até a grande porta do cemitério Cruz da Saudade. Terão coragem para, em plena noite, introduzirem-se na casa dos mortos?
- Até a morte é melhor do que a escravidão - afirmou Dolores resolutamente. - Eu não me deixarei dominar pelo medo. E tenho certeza de que Maria "Flor de Amor" estará disposta a suportar essa prova.
- Nunca fui medrosa - disse Maria "Flor de Amor". - Muito mais temo aos vivos maus do que aos mortos.