sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista Amiga TV Tudo nr. 677, publicada em 11 de maio de 1983.
Já o pôster à revista TV Contigo nr. 356, que foi às bancas em 07/05/82.
Boa diversão!



SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence à atriz, modelo e apresentadora Giovana Ewbank.
Agora tentem descobrir quem é a garota da foto.
Eis algumas pistas:
1) Esta atriz e humorista, ainda viva, nasceu na capital goiana no ano de 1972.
2) Estreou em telenovelas na segunda versão de Mulheres de Areia (1993) na Rede Globo.
3) Participou de novelas como:  Por Amor, Caras e Bocas e Sangue Bom, todas na Rede Globo.
Boa diversão!


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

SESSÃO LEITURA - O JAÓ - ARTUR AZEVEDO

O texto abaixo é de autoria de Artur Azevedo.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: www.academia.org.br › academicos › artur-azevedo › biografia.
Boa leitura!

O JAÓ

Numa noite em que estávamos quatro ou cinco amigos reunidos em casa do Novais, vieram à baila os meus contos e não houve na assistência quem se não gabasse de saber casos que forneceriam magníficos assuntos para este gênero de literatura amena.
— Pode ser — disse eu -, mas devo confessar-lhes que até hoje não pude aproveitar para os meus trabalhos um único assunto oferecido nessas condições. Os contos inventam-se, o que não quer dizer que não sejam também o produto do que se vê e observa na vida real, ou o renovamento de qualquer anedota que corra mundo desde tempos imemoriais.
— Ora! Eu sei a história de um jaó, que te poderia servir, disse-me o Novais, e vou contá-la enquanto minha mulher apronta o chá!
— Conta, que ele há de gostar — disse D. Emília, desaparecendo da sala.
— Vamos à história do jaó! — exclamei, fingindo-me entusiasmado, para dar ânimo ao dono da casa.
A cena passa-se em Cataguases, no Estado de Minas, ainda nos ominosos tempos da monarquia, começou o Novais, acomodando-se numa poltrona.
Houve um movimento geral de atenção, e todos nós aproximamos as nossas cadeiras.
— A um quarto de légua da localidade, havia “um situante”, como lá dizem, homem já maduro, honrado e trabalhador, que, tendo perdido a mulher, morava sozinho com a filha.
Esta chamava-se Mimi, e era um encanto, uma perfeição; morena, esbelta, cabelos negros, e ondeados, olhos de fogo, lábios rubros e magníficos dentes. De mais não era estúpida nem de todo ignorante: fazia as quatro operações; cosia admiravelmente e no governo da casa mostrava-se expedita e asseada.
Era agente da estação da estrada de ferro um bonito rapaz de 25 anos, que tinha a paixão da caça, e, nos lazeres do seu emprego, não fazia outra coisa senão caçar.
Um dia em que as suas diligências cinegéticas o levaram lá para as bandas do sitio do velho Serrano, que assim se chamava o pai da moça, ele encontrou Mimi numa volta de estrada, e ficou impressionadíssimo por aquela surpreendente formosura do campo.
Pelos modos, o efeito foi recíproco: eles cumprimentaram-se, o que era muito natural, porque na roça não se encontram duas pessoas que não se cumprimentem, embora não se conheçam; mas sorriam um para o outro, e isso já não estava nos usos e costumes indígenas.
Durante três dias a fio houve novos encontros e novos sorrisos. O moço nunca mais caçou noutro lugar.
Afinal, chegaram à fala, e ele, que talvez levasse más intenções, foi desarmado pela candura e pela ingenuidade de Mimi.
Amaram-se, amaram-se deveras; entretanto, aquelas entrevistas na estrada eram perigosas; podia passar alguém…
— Ficaremos à vontade — disse ela com uma adorável confiança no seu amado — à sombra de uma caneleira que há nos fundos lá de casa. Entra-se por aquele atalho e vai-se dar mesmo lá.
— E teu pai?
— Meu pai está da outra banda, fazendo o roçado; só vai pros lados da caneleira uma vez na vida e outra na morte. Estou sozinha em casa. Você dá um sinal, e eu vou ter com você.
— Qual há de ser o sinal?
— Você é caçador; deve saber piar.
— Naturalmente! Pio macuco, inhambu, jaó…
— Jaó, prefiro jaó, é triste, mas é bonito.
O namorado piou, para dar uma amostra da sua habilidade; o pio não podia ser mais perfeito.
No dia seguinte o velho Serrano sentiu-se um tanto indisposto e não quis sair de casa, o que bastante contrariou Mimi.
— Hoje nada de sol! — disse ele; — tenho a cabeça pesada, e nesta idade o sangue sobe com facilidade. Ontem se me não engano, ouvi cantar um jaó, e tomei a coisa como agouro, porque há muito tempo esse pássaro não aparecia por cá.
— Ora papai, isso agora é tolice!
— Será, mas não vou ao roçado. Nada, que teu avô não faz outro!
E dirigindo-se a um alpendrado, que ficava na parte superior da casa, o velho Serrano tirou da parede a sua espingarda, dizendo:
— Para não ficar com as mãos vadias, vou limpar esta sujeita, que está criando ferrugem.
E, depois de descarregar a espingarda para o ar, o velho sentou-se num banco e começou a limpá-la.
O tiro foi um alívio para Mimi — em primeiro lugar, porque ouvindo-o, o rapaz saberia que o velho estava em casa, e em segundo lugar, porque uma arma carregada na mão do pai era um perigo eminente para o namorado.
Mas — oh! contrariedade! — concluindo o trabalho, o velho foi buscar o polvarinho e carregou de novo a espingarda.
No momento de pendurá-la, ouviu-se o pio do jaó.
— Ouviste, Mimi? — perguntou Serrano empalidecendo de súbito, com a arma ainda na mão; ouviste?
— Não, senhor; que foi?
— O jaó!
— Não ouvi nada; vocem’cê enganou-se.
— Não! Estes ouvidos de velho caçador não se enganam… E aquilo é agouro!…
— Que agouro, que nada!
— Há dois anos piou um jaó no sítio do João Bernardo… lembras-te?… e três dias depois o João Bernardo esticou a canela…
— Coincidência.
— Eu nunca te quis dizer nada, mas quando tua mãe morreu, tinha piado um jaó na véspera, ali mesmo, do lado da caneleira. É um pássaro da morte, pior que a coruja!
Palavras não eram ditas, ouviu-se de novo o jaó. Serrano estremeceu dos pés à cabeça:
— Ouviste agora? Vê, minha filha, vê como tenho as mãos frias! Vou matar aquele diabo!
— Ora, papai, deixe o pobre jaó! Ele não é o que vocem’cê pensa!
— Pois sim! Aquele não há de cá voltar! Vá agourar lá pro inferno.
O velho ia sair, mas a filha, desesperada agarrou-o pelo braço:
— Não! Não faça isso, papai! Pelo bem que me quer!
E vendo que o velho forcejava para desvencilhar-se, Mimi pôs-se a gritar com toda a força dos seus pulmões:
— Jaó! Jaó! Vai te embora, que papai quer te matar!
— Espera que ele te entenda?
E, com um arremesso, o velho saltou para o terreiro e encaminhou-se para o lado da caneleira.
— Mimi continuou a gritar:
— Jaó! Meu Jaozinho! Foge, foge que papai lá vai à tua procura para matar-te!…
O velho voltou ao cabo de meia hora sem ter encontrado o pássaro.
— Que diabo, menina! Parece que ele te entendeu…
E pendurou tranquilamente a espingarda.
O Novais calou-se.
— Está terminado o conto? — perguntei depois de uma pausa.
— Está; não o achas interessante?
— Não é mau, mas falta-lhe a conclusão. Que fim levou o jaó?
— Aqui o tens na tua presença, meu amigo; o jaó era eu.
— E a Mimi, esta sua criada — acrescentou d. Emília, que voltava com a bandeja do chá.

SESSÃO ABERTURA DE SÉRIE - BRONCO (PRIMEIRA ABERTURA)

A série Bronco foi apresentada Rede Bandeirantes, aos sábados, no horário das 22h30 de janeiro de 1987 a 1990.
Infelizmente, não conseguimos identificar o tema musical de abertura. Se alguém puder nos informar, favor utilizar o e-mail contribbiscoitocafeenovela@gmail.com.
Para maiores informações sobre a série, favor acessar: http://teledramaturgia.com.br/bronco/.
Boa diversão!


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

SESSÃO SAUDADE - TUNAI

A homenagem desta semana vai para o cantor e compositor Tunai.
Irmão do famoso João Bosco e mais da turma talentosa de compositores de Minas, compôs canções para artistas famosos como Elis Regina, Simone, Gal Costa e Roupa Nova, dentre outros.
Como cantor, atingiu o sucesso com hit Frisson, lançado em 1984.
Obrigado, Tunai, por ter enriquecido nossa música com seu talento!
Descanse em paz!
Para saber mais sobre este artista, favor acessar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tunai.
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos abaixo seu grande sucesso, Frisson.



LETRA

FRISSON

Compositores: Sérgio Natureza / Tunai

Meu coração pulou
Você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: Que bom!
Parece, enfim, acordei

Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim, sem me avisar
Pra acelerar um coração

Que já bate pouco
De tanto procurar por outro
Anda cansado
Mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais

Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal, me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual

De repente
Você surgiu na minha frente
Luz cintilante
Estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
Você me conquistou

Me olha, me toca
Me faz sentir
Que é hora, agora
Da gente ir

SESSÃO HUMOR

O sujeito vai à cartomante. Ela olha atentamente a bola de cristal e fala:
— Vejo que o senhor tem dois filhos.
— A senhora está enganada. Eu tenho quatro filhos.
— Isso é o que o senhor pensa.


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

SESSÃO REMAKE MUSICAL - ALÉM DO ARCO-ÍRIS - MICAELLA MARINHO


A canção Além do Arco-Íris, que teve como um dos intérpretes Luíza Possi, é apresentada no vídeo abaixo por Micaella Marinho.
Boa diversão!



LETRA

ALÉM DO ARCO-ÍRIS

Compositores: Dudu Falcão / Harold Arlen/ E.Y. Harburg

Além do arco-íris
Pode ser
Que alguém
Veja em meus olhos
O que eu não posso ver

Além do arco-íris
Só eu sei
Que o amor
Poderá me dar tudo que eu sonhei

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

Além do arco-íris
Um lugar
Que eu guardo em segredo
E só eu sei chegar

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

A luz do arco-íris
Me fez ver
Que o amor
Dos meus sonhos
Tinha que ser você

Fonte: https://www.letras.mus.br/luiza-possi/74241/

SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - ALÉM DO ARCO-ÍRIS - LUÍZA POSSI

A canção Além do Arco-Íris, interpretada por Luíza Possi, fez parte da trilha sonora da novela Chocolate com Pimenta, apresentada pela Rede Globo no horário das 18h de 8 de setembro de 2003 a 8 de maio de 2004.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: http://teledramaturgia.com.br/chocolate-com-pimenta/.
Boa diversão!



LETRA

ALÉM DO ARCO-ÍRIS

Compositores: Dudu Falcão / Harold Arlen/ E.Y. Harburg

Além do arco-íris
Pode ser
Que alguém
Veja em meus olhos
O que eu não posso ver

Além do arco-íris
Só eu sei
Que o amor
Poderá me dar tudo que eu sonhei

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

Além do arco-íris
Um lugar
Que eu guardo em segredo
E só eu sei chegar

Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

A luz do arco-íris
Me fez ver
Que o amor
Dos meus sonhos
Tinha que ser você

Fonte: https://www.letras.mus.br/luiza-possi/74241/

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES - MONIQUE ALVES

A reportagem abaixo foi publicada na revista TV Contigo nr. 356, publicada em 07/05/82.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa diversão!



SESSÃO RETRÔ - NOVELAS - NINO, O ITALIANINHO

A reportagem abaixo é parte da revista Amiga nr. 9, publicada em 21 de julho de 1970.
A novela Nino, o Italianinho foi apresentada pela TV Tupi no horário das 19h de 1º de maio de 1969 a 5 de julho de 1970.
Para saber mais sobre essa novela, favor consultar: http://teledramaturgia.com.br/nino-o-italianinho/.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa leitura!



sábado, 25 de janeiro de 2020

PARA MEDITAR


Fonte: https://i.pinimg.com/originals/9d/c5/a5/9dc5a5e8539b14a47d155b187656209a.png

SESSÃO FOTONOVELA - O MISTÉRIO DE BEAUGENCY

A fotonovela abaixo pertence à revista Supernovelas Capricho nr. 345-A, que foi às bancas, provavelmente, em 1973.
Para ler esta ou outra matéria em tamanho maior, caso use o Explorer ou Chrome, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir link em uma nova guia". Na nova guia, clique com o botão esquerdo do mouse e, pronto, terá acesso a uma ampliação da página. Caso o navegador seja o Firefox, clique sobre a figura com o botão direito do mouse e selecione a opção "abrir em nova aba". Em seguida, proceda como no caso dos dois outros navegadores citados.
Boa leitura!


























sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa pertence à revista TV Sul nr. 52, correspondente ao período de 01 a 15 de outubro de 1965.
Já o pôster à revista Sétimo Céu - Série Amor nr. 101, que foi às bancas em maio de 1981.

SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence à atriz e dançarina Sheila Mello.
Agora tentem descobrir quem é a garota da foto.
Eis algumas pistas:
1) Esta atriz, modelo e apresentadora, ainda viva, nasceu na capital paulista no ano de 1986.
2) Estreou em telenovelas em A Favorita (2008) na Rede Globo.
3) Participou de novelas como: Escrito nas Estrelas e Joia Rara, todas na Rede Globo.
Boa diversão!


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

SESSÃO LEITURA - A AURORA - PAULO MENDES CAMPOS

O texto abaixo é de autoria de Paulo Mendes Campos.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: www.ebiografia.com › paulo_mendes_campos.
Boa leitura!

A AURORA

A aurora chegou vestida de cor-de-rosa, passou pela vidraça, passou através de minhas pálpebras, acordou meus olhos. Mas não me acordou a alma, que ficou dorme-dormindo, boba e semi-iluminada. Depois ela, a aurora, foi esvoaçar sobre os telhados, e era como se aquilo estivesse acontecendo no passado. Meus olhos ficaram expiando aquela aurora doida que esvoaçava e se adelgaçava e deixava nascer de seu ventre róseo os primeiros passarinhos matutinos.
Como são vivos e novos os passarinhos enxotados pela aurora! Como a alma de um homem é boba e vadia! Como a doçura  da preguiça de uma criatura que amanhece é infinita! Como às vezes, ao surgir o dia, o homem se descobre miraculosamente perdoado de todos os crimes, crimes não, de todas as coisas feias que cometeu. Que nem cometeu, que deixou acontecer. Quem nos perdoa, não sabemos. Talvez seja assim: o sofrimento se junta, vai se juntando dentro da gente, lacerando, doendo, até que um dia a dor é tanta que nos pune. Então, ficamos perdoados. Puros, recomeçamos de alma nova, passada a limpo como um exercício de escola.
Voltando à aurora, ela começou a sentir que morria. Ficou pálida. Um vento frio levantava as grinaldas da janela. As árvores começaram miraculosamente a dar folhas e frutos. Os pássaros se coloriram. Trens fumacentos avançaram sobre a cidade. Homens gritavam vendendo coisas. Ah, a aurora foi ficando palidíssima e morreu, morreu bem em cima dos meus olhos, no instante em que as duas últimas estrelinhas eram riscadas do show noturno. Amanhecia implacavelmente.
Aí chegou a vez do enterro da aurora. O coche foi levado por andorinhas de sobrecasaca, foi levado para muito longe, para muito além de um monte escuro, e desapareceu.
Fiquei só outra vez. Por um momento quis que ela voltasse. Depois resolvi ser novamente um homem, com duas pernas, dois braços, dez dedos práticos, com uma cabeça que deve decidir onde devo pôr os meus pés. É meio mórbido ficar lamentando indefinidamente a perda de uma aurora, mesmo uma aurora especial como aquela, capaz de perdoar-nos os pecados.
Ergui-me da cama resoluto como um rei e fui lavar a cara. Escovei os dentes com um máximo de alegria. Abençoado sejas, irmão dentifrício, que me refrescas a boca.
Em jejum, acendi como sempre o primeiro cigarro. Que me dá tosse. Não importa. Abençoado sejas, irmão fumo, irmã fumaça que sobes para o céu.
Deitei-me na cama de novo enquanto os cavalos dos poemas antigos traziam o Sol em atropelada brilhante. Vi-os fortes e louros irromper pelo céu onde tinha morrido de morte linda a aurora. Abençoado seja o Sol. Abençoado seja o dia. Abençoado seja o descanso. Abençoados sejam os pássaros diurnos e noturnos. Abençoadas sejam as criaturas de todo o mundo. Abençoado o fogo; a terra; o ar; a água. Abençoada seja a aurora. Que me perdoa de meus pecados.