quarta-feira, 19 de agosto de 2015

SESSÃO SAUDADE - TIÃO CARREIRO E PARDINHO

No sertanejo de raiz, há duplas que viraram lendas, como é o caso de Tonico e Tinoco. Nesse seleto grupo, estão os nossos homenageados desta semana: Tião Carreiro e Pardinho.
Tião Carreiro foi o criador do pagode, um ritmo sertanejo divertido e de bom astral.
Junto com Pardinho, foi o responsável por inesquecíveis sucessos da nossa música sertaneja: Pagode em Brasília, Pagode, Terra Roxa, O Rei do Gado, A Vaca Já Foi pro Brejo, dentre outros.
Para maiores informações sobre esta dupla tão querida, favor acessar: http://www.dicionariompb.com.br/tiao-carreiro-e-pardinho/dados-artisticos.
Obrigado, Tião Carreiro e Pardinho por cantarem tão bonitos as coisas de nossa terra!
Descansem em paz!
Com o objetivo de homenageá-los, reproduzimos abaixo três de seus sucessos. O primeiro vídeo traz Pagode em Brasília; o segundo, Pagode, canção interpretada em trecho do filme Sertão em Festa, de 1970; por fim, o terceiro contém uma música para reflexão, A Vaca Já Foi pro Brejo.

PRIMEIRO VÍDEO



LETRA

PAGODE EM BRASÍLIA

Quem tem mulher que namora
Quem tem burro impacador
 Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro impacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora

Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião
Pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado
E a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado
E os violeiro embruião com meus versos estão quebrado

Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em Minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho
Baiano não nasce burro e gaúcho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília

No estado de Goiás meu pagode está mandando
No bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando


SEGUNDO VÍDEO



LETRA

PAGODE

Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu casado mais não sou certo

Modelos de agora é muito esquisito
Essas mocinhas mostrando os cambitos
Com as canelas lisa que nem palmito
As moças de hoje eu não facilito

Eu com a minha muié fizemos a combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
Sabado passado eu fui ela ficou,
Sabado que vem ela fica e eu vou

Eu fui na feira com dois tostão
Eu comprei arroz eu comprei feijão
Comprei açucar comprei canela comprei
Um chicote que é pra bater nela

Canto modas pros amigos pro meu gasto eu também faço
Na viola eu tenho o desembaraço
É coisa que eu acho feio violeiro querer abater
Mais não fazem moda mandam eu fazer

Vou fazer um vestido pra mulherada
O modelo é bão e não custa nada
Na parte da frente pano não tem
Na parte de trás é assim também.

Eu ví uma véia tremendo os queixo
Pra me morder mais eu não deixo
Fasta véia da boca murcha
Te dou um tiro com minha garrucha
Bem de pertinho é de queima bucha


TERCEIRO VÍDEO


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=j9LlruTAhd4

A VACA JÁ FOI PRO BREJO

Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...

Pobre pai e pobre mãe
Morrendo de trabalhar
Deixa o coro no serviço pra fazer filho estudar
Compra carro a prestação
Para o filho passear
Os filhos vivem rodando fazendo pneu cantar
Ouvi um filho dizer
O meu pai tem que gemer, não mandei ninguém casar...

O filho parece rei
Filha parece rainha
Eles que mandam na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe calar a boca
Coitada fica quietinha
O pai é um zero à esquerda, é um trem fora da linha
Cantando agora eu falo
Terrero que não tem galo quem canta é frango e franguinha...

Pra ver a filha formada
Um grande amigo meu
O pão que o diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a filha se formou
Foi só desgosto que deu
Ela disse assim pro pai: "quem vai embora sou eu"
Pobre pai banhado em pranto
O seu desgosto foi tanto que o pobre velho morreu...

Meu mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo...

Fonte: http://www.vagalume.com.br/tiao-carreiro-e-pardinho/a-vaca-ja-foi-pro-brejo.html#ixzz3iVXxgDQg

2 comentários:

  1. A terceira realmente, é para refletir, gostei muito da letra. Conhecia pouco o trabalho dessa dupla, achei muito bonito. Merecida homenagem!

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