quarta-feira, 6 de julho de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 31



Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair 

CAPÍTULO 31

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:

PAULA 
RITINHA
HERNANI
CARMEN
PEDRO BARROS
JUCA CIPÓ
DELEGADO FALCÃO
JERÔNIMO
JOÃO
RODRIGO
DALVA
ESTELA
DR, RAFAEL
JAGUNÇOS 


CENA 1  -  RIO DE JANEIRO  -  APARTAMENTO DE DUDA  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

Rita de Cássia descansava após o banho, quando a porta do apartamento se abriu e Paula e Hernani entraram, sem se anunciar.


PAULA  -   (atirando no sofá a bolsa de veludo verde)  Desculpe-nos se invadimos sua casa...

RITINHA  -  (sem meios termos)  Não peça desculpas. Já estou acostumada.

HERNANI  -  Olhe, Ritinha, eu não tenho culpa... nem queria vir... Minha irmã aí é que inventou umas coisas...
 
RITINHA  -  (cortou, com energia)  Se não me engano, meu marido proibiu o senhor de voltar a esta casa...

A campainha soou, sonora. Rita foi até a porta. Era Carmem. As moças se abraçaram sob o olhar aborrecido dos irmãos.

PAULA  -  (voltou ao ataque)  Maninho, veja os papéis aí, pra eu mostrar a ela.

RITINHA  -  Papéis de que?
  
PAULA  -  (ar vitorioso)  Da compra deste apartamento!
  
CARMEN  -  (revoltada)  Essa não! Vocês estão brincando! Este apartamento é do Duda!

PAULA  -  Alugado, mocinha, e eu o comprei ontem. (virando-se para o irmão)  Mostre aí os papéis do compromisso de compra. Ainda não passaram a escritura, mas, desde já, vim avisar que preciso deste apartamento para morar. Portanto, Ritinha, você tem que desocupá-lo no menor espaço de tempo.

Ritinha compreendeu a trama organizada pelos dois, certamente uma chantagem para obrigar Duda a pagar pelo erro cometido.

RITINHA  -  Quanto exigiu do meu marido pra deixar a vida dele em paz?

PAULA  -  Oh... não tanto quanto merecia. Um carro e... mais algum dinheiro. O suficiente para dar entrada neste apartamento. Sabe como é? Tenho apego a ele. Aqui, tenho muitas recordações de um amor que me foi roubado. É justo que queira viver neste ambiente.

Paula gozava o nervosismo da rival.

PAULA  -  Amanhã, irei á justiça exigir o despejo.

CENA 2  -  COROADO  -  ASSOCIAÇÃO DOS GARIMPEIROS  -  EXT.  -  DIA.

   
O movimento intenso na praça de Coroado assinalava a novidade do dia. Os garimpeiros mal vestidos, dirigiam-se em grupo para a sede da Associação. Pedro Barros se postara á entrada do prédio, arrogante.

PEDRO BARROS  -  (ameaçou)  Vai tê desforra contra qualquer um  que se mêta a besta e vote nesse safado do Jerônimo Coragem!

Juca Cipó, o delegado Falcão e dois jagunços mal encarados, armas á vista, guardavam o coronel do garimpo.

DELEGADO FALCÃO  -  Á esta hora, a decisão já foi tomada, meu coronel...

PEDRO BARROS  -  Sei disso. E alguma coisa tem de ser feita pra impedir o resultado das urnas!

O breve silencio, interrompido apenas pela respiração aflita dos presentes, chamou a atenção de Pedro Barros. Os irmãos Coragem chegavam, acompanhados de um número impressionante de garimpeiros. Juca Cipó deu um passo á frente, fitando atrevido o candidato á presidência. Jerônimo seguia a passo lento, ladeado pelo irmão e pelo promotor Rodrigo. Juca barrou a passagem dos três. O clima se tornara tenso.

JERÔNIMO  -  (levando cautelosamente a mão aos quadris) Vou contá até três pra deixá a gente passá!
   
JUCA CIPÓ  -  (com deboche)  E você sabe contá, sabe?

JERÔNIMO  -  Um...
 
JOÃO  -  (conciliador)  Estamos aqui pra uma escolha justa... viemo pra ganhá ou pra perdê . A gente é civilizado!

PEDRO BARROS  -  (ameaçador)  Não foi justo o golpe sujo que vocês quiseram usar contra o meu candidato!
  
RODRIGO  -  (entre dentes)  Seu candidato é um assassino e todos precisavam saber disso.

JERÔNIMO  -  (continuou, friamente)  Dois...

RODRIGO  -  E de golpe sujo esta cidade está cheia.

JERÔNIMO  -  Três...

Jerônimo avançou ferozmente contra Juca Cipó. Um décimo de segundo antes, João Coragem se colocara entre os dois. Deteve o gesto de Jerônimo, que tentava sacar da cintura a arma, de grosso calibre. Empurrou Juca para trás.

JOÃO  -  Irmão, espera... eles vão sair por bem.

Olhou para a retaguarda. Os garimpeiros se agitavam e, grupos formados, preparavam a investida contra a facção adversária. O coronel percebeu num relance a atitude decidida dos amigos de Jerônimo. Estava em clara desvantagem e não havia possibilidade de subjugar a massa descontrolada. Fez um sinal com a cabeça para o assecla, ordenando a desobstrução da porta. A Associação voltou a respirar. A eleição decidiria em poucas horas, quem passaria a dar as ordens em Coroado – os Coragem ou Pedro Barros.

CENA 3  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS  -  CASA-GRANDE  -  EXT  -  DIA.

A limusine estacionou na porta da casa-grande e os criados correram para atender os recém-chegados. Dalva entregou a maleta ao negro sorridente e voltou-se para o homem de meia-idade que a acompanhava.


DALVA  -  Pode entrar. Por aqui, doutor...

Estela chegou á porta para abraçar a cunhada. Vestia-se com sobriedade e recebeu o visitante com um sorriso simpático, de boa acolhida. 

DALVA  -  (fez as apresentações)  Dr. Rafael Marques... fez questão de tomar conhecimento do caso de Lara.

ESTELA  -  (estendendo a mão para o médico)  É um grande prazer.  Fique á vontade. Não imagina como lhe sou agradecida por se interessar pelo caso de minha filha.
  
DALVA  -  Dr. Rafael será nosso hóspede, Estela.

DR. RAFAEL  -  Por pouco tempo. Não posso me ausentar da clínica. Tirei licença por alguns dias. Três, no máximo... apenas para ver este caso de perto. (e para Estela)  Onde está a moça?
  

FIM DO CAPÍTULO 31
João (Tarcisio Meira) e Diana (Gloria Menezes)


E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

# JERÔNIMO FEZ UM BELO DISCURSO PARA OS GARIMPEIROS ENTUSIASMADOS, DEIXANDO PEDRO BARROS CADA VEZ MAIS VERMELHO PELA IRA QUE O CONSUMIA! 


NÃO PERCA O CAPÍTULO 32 DE

Um comentário:

  1. Que cena bem tensa, essa dos garimpeiros! Juca Cipó era impossível! E essa Paula, que criatura insuportável! Muito legal, Toni! Bjs.

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