quinta-feira, 30 de junho de 2011

SESSÃO LEITURA - COLABORAÇÃO: MARI DO MURAL DA URCA

O conto que reproduzimos abaixo, A Mulher do Anacleto, é da autoria de Lima Barreto.
Para maiores informações sobre o autor, favor acessar: educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u589.jhtm.
Nosso agradecimento à amiga Mari pelo envio do texto.
Boa leitura!

A mulher do Anacleto

Este caso se passou com um antigo colega meu de repartição.
Ele, em começo, era um excelente amanuense, pontual, com magnífica letra e todos os seus atributos do ofício faziam-no muito estimado dos chefes.
Casou-se bastante moço e tudo fazia crer que o seu casamento fosse dos mais felizes. Entretanto, assim não foi.
No fim de dous ou três anos de matrimônio, Anacleto começou a desandar furiosamente. Além de se entregar à bebida, deu-se também ao jogo.
A mulher muito naturalmente começou a censurá-lo.
A princípio, ele ouvia as observações da cara-metade com resignação; mas, em breve, enfureceu-se com elas e deu em maltratar fisicamente a pobre rapariga.
Ela estava no seu papel, ele, porém, é que não estava no dele.
Motivos secretos e muito íntimos talvez explicassem a sua transformação; a mulher, porém, é que não queria entrar em indagações psicológicas e reclamava. As respostas a estas acabaram por pancadaria grossa. Suportou-a durante algum tempo. Um dia, porém, não esteve mais pelos autos e abandonou o lar precário. Foi para a casa de um parente e de uma amiga, mas, não suportando a posição inferior de agregada, deixou-se cair na mais relaxada vagabundagem de mulher que se pode imaginar.
Era uma verdadeira “catraia” que perambulava suja e rota pelas praças mais reles deste Rio de Janeiro.
Quando se falava a Anacleto sobre a sorte da mulher, ele se enfurecia doidamente:
— Deixe essa vagabunda morrer por aí! Qual minha mulher, qual nada!
E dizia cousas piores e injuriosas que não se podem pôr aqui.
Veio a mulher a morrer, na praça pública; e eu que suspeitei, pelas notícias dos jornais, fosse ela, apressei-me em recomendar a Anacleto que fosse reconhecer o cadáver. Ele gritou comigo:
— Seja ou não seja! Que morra ou viva, para mim vale pouco!
Não insisti, mas tudo me dizia que era a mulher do Anacleto que estava como um cadáver desconhecido no necrotério.
Passam-se anos, o meu amigo Anacleto perde o emprego, devido à desordem de sua vida. Ao fim de algum tempo, graças a interferência de velhas amizades, arranja um outro, num estado do Norte.
Ao fim de um ano ou dous, recebo uma carta dele, pedindo-me arranjar na polícia certidão de que sua mulher havia morrido na via pública e fora enterrada pelas autoridades públicas, visto ter ele casamento contratado com uma viúva que tinha “alguma cousa”, e precisar também provar o seu estado de viuvez..
Dei todos os passos para tal, mas era completamente impossível. Ele não quisera reconhecer o cadáver de sua desgraçada mulher e para todos os efeitos continuava a ser casado.
E foi assim que a esposa do Anacleto vingou-se postumamente. Não se casou rico, como não se casará nunca mais.

SESSÃO ABERTURA DE NOVELA

Hoje, a Sessão Abertura de Novela será dupla. Atenderemos aos pedidos da Maria do Sul e da Luíza, que escolheram duas novelas que falam em “fera”: Fera Ferida e Fera Radical, respectivamente.
Vamos a elas, então.
A novela Fera Ferida foi apresentada pela Rede Globo, no horário das 20 horas, de 15 de novembro de 1993 a 16 de julho de 1994.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: www.teledramaturgia.com.br/tele/feraferida.asp.
A música de abertura, Fera Ferida, composição de Roberto Carlos, era interpretada por Maria Bethânia.
A novela Fera Radical foi apresentada pela Rede Globo, no horário das 18 horas, de 28 de março a 29 de novembro de 1988.
Para maiores informações sobre a novel, favor acessar: www.teledramaturgia.com.br/tele/feraradical.asp.
A música de abertura, Fera Radical, era interpretada por Solange.
Boa diversão!

ABERTURA DE FERA FERIDA


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=rwtzLWWen5Y

ABERTURA DE FERA RADICAL



quarta-feira, 29 de junho de 2011

SESSÃO SAUDADE - COLABORAÇÃO: FERNANDA SOUZA

Chiquititas uma novelinha que marcou muito minha adolescência

Qual foi a melhor época de sua infância? Sempre temos lembranças que nos matam de saudades. E hoje assistindo alguns clipes da novela, nossa! Que época maravilhosa! Lembro até hoje o nome dos personagens e de tudo o que vivi enquanto essa novelinha passava na TV desde o ano de 1997 até 2001.
Quantas recordações lindas!
A música que mais me marcou nessa novela foi Coração com buraquinhos e hoje quando a escuto meus olhos se enchem de lágrimas. Pois é uma música que fala até hoje ao meu coração.
Pois quem nunca nessa vida teve um coração com buraquinhos?



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=wb9WFBJrblk&feature=list_related&playnext=1&list=PL3736A0A3C4D06741

Sabe, o coração
Às vezes chora
E ninguém se dá conta
Porque não se vê
Te dói tudo por dentro
Estar sozinho
E que chegou
O momento de crescer
A vida põe provas
No caminho
Algumas te machucam
E te fazem cair
Sempre estarei ao seu lado
Por acaso
Te acenderei uma luz
Você vai ver
(Refrão)
Tenho um coração com
Buraquinhos
E não posso me curar
Se está morrendo
Aos pouquinhos
Com cada dor
(com cada dor)
Se morre mais
Se seu coração tem
Buraquinhos
Juntas poderemos ajudar
Nós vamos curá-lo
Com carinho
E com muito amor
(com muito amor)
Ele vai sarar
Sarar, sarar
Coração com buraquinhos
Sarar, sarar
E o encheremos de beijinhos
Sarar, sarar
Coração com sonho
Se não sara hoje
sarar amanhã
Sabe, a chuva é o
Pranto da vida
Que chora porque tem
Mil feridas
Depois do vento vem sempre
O pôr-do-sol
Enchendo-os de luz e de calor
(Refrão)
Tenho um coração com
Buraquinhos
E não posso me curar
Se está morrendo
Aos pouquinhos
Com cada dor
(com cada dor)
Se morre mais
Se seu coração tem
Buraquinhos
Juntas poderemos ajudar
Nós vamos curá-lo
Com carinho
E com muito amor
(com muito amor)
Ele vai sarar



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=zixCwsyf8QM&feature=related



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=OJ7gcfJCuz8&feature=related



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-akF1d61MMc&feature=related



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NqUhQwM61Og&feature=related



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=b6Rxb5XTfQ8&feature=related

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 28



Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair 
CAPÍTULO 28 

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
DALVA
MARIA DE LARA
RODRIGO
JERÔNIMO
SINHANA
JOÃO

CENA 1  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS - QUARTO DE LARA  -  INT. -  DIA

DALVA  -  (exaltada)  Esse João Coragem é parte de uma minoria de sub-gente. pobre, sem educação, rude!

MARIA DE LARA  -  (nervosa ante o ataque da tia ao jovem Coragem)  Quer saber, tia Dalva? Eu não admito as atitudes desleais tomadas pelo meu pai contra esse rapaz!

DALVA  -  Você defende esse ignorante com todas as forças! Isso é um absurdo!

MARIA DE LARA  -  Me deixe em paz, tia Dalva! Vá embora, me deixe em paz!

De repente a dor de cabeça. Como se um estilete estivesse cortando-lhe os miolos. Dor fina, penetrante. Lara ajoelhou-se e apertou a cabeça entre as mãos. Durante alguns segundos isolou-se do mundo. Ela e sua dor terrível. Levantou-se, pouco depois e se postou diante do espelho, ignorando a presença da tia. Ajeitou os cabelos e gargalhou, dançando alegremente pelo quarto. A tia observava, espantada, a transformação ocorrida na moça.

DALVA  -  Lara... você está bem?

MARIA DE LARA  -  (zombeteira)  Melhor do que nunca, coroa!
    
DALVA  -  (baixando o tom de voz)  Lara! Você nunca me falou assim!

MARIA DE LARA  -  É... eu nunca tive coragem de lhe dizer umas verdades. E tenho muita coisa a lhe dizer. Mas, fica pra depois. Agora estou muito apressada...

DALVA  -  Aonde você pensa que vai?

MARIA DE LARA  -  Aonde eu penso?  (tornou a gargalhar com zombaria)  Desguia, coroa. Veja se não me enche! Vai pro diabo!

Bateu a porta com força e desceu as escadas bamboleando o corpo em direção ao jardim.

CORTA PARA:

CENA 2  -  COROADO  -  CASA NA FLORESTA  -  INT.  -  DIA.

    
Sapatos e roupas atirados pelo chão e sobre a mesa tosca davam um aspecto de desleixo ás ruínas da casa abandonada da floresta.   Lara entrou saltitante. Abriu o velho baú e retirou as vestes desbotadas pelo tempo. Despiu-se e vestiu a saia rodada de cor berrante, já conhecida dos bares de Coroado. Rodou a bolsinha no indicador, deu uns retoque no cabelo abundante e saiu bamboleante, estrada a fora. Diana voltava a aparecer.


CENA  3  -  RANCHO CORAGEM  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

Manhã cedo, com o sol recém-saído, Rodrigo já se encontrava na casa humilde dos irmãos Coragem, expondo a Jerônimo os últimos acontecimentos de Coroado.

RODRIGO  -   ... fugiu. O Dr. Maciel fugiu! Mas já providenciei gente pra sair á cata do homem. Pode crer... isso não vai impedir que eu peça prisão preventiva para Juca Cipó.

O jovem ensaboava o rosto, atento ás palavras do promotor. Ultimava a higiene matinal.

JERÔNIMO  -  Pedro Barros já sabe disso?

RODRIGO  -  Não.  Estou fazendo as coisas em sigilo.

JERÔNIMO  -  Mas não é segredo que ele está tentando, por todos os meios, roubá do meu irmão os direito da pedra.

RODRIGO  -  Também sei disto. (sentando-se na beirada da cama)  Mas, com a prisão do Juca, ele vai acabar se esquecendo da pedra que João achou.

O jovem acabara de lavar o rosto e vestia as calças desbotadas da faina diária.

JERÔNIMO  -  Ele e o capacho do Falcão tão examinando no cartório os livro de escritura, pra vê se acha um jeito de interditá a mina da gente...

Rodrigo abriu o paletó e desabotoou a camisa.

RODRIGO  -  Aquele local pertence a vocês... não há o que temer. Andei vendo os papéis.

Um lampejo de tristeza velou os olhos do garimpeiro. Alguma revelação desagradável, talvez. Jerônimo baixou o olhar, antes de fazer novas considerações.

JERÕNIMO  -  Não sei como dizê pro João... que até o Braz Canoeiro traiu ele...

A notícia abalou o jovem promotor, obrigando-o a erguer-se como que impelido por uma mola.

RODRIGO  -  Traiu?

JERÔNIMO  -  Eu acho que traiu.  Braz se escondeu de mim. Se escondeu até de Cema, a mulhé dele. Tá com culpa na consciência, ora se tá!

CORTA PARA:

CENA 4  -  RANCHO CORAGEM  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

Sentado no chão, João Coragem  observava os dedos ágeis de Sinhana a costurar-lhe a calça rota e remendada. Moveu os braços e retirou de sob o travesseiro um retrato de mulher. Fitou-o demoradamente, embevecido, desligado de tudo e de todos. Sinhana parou para admirar o alheamento do filho. Balançou a cabeça, desconsolada.

SINHANA  -  Nunca mais viu ela, filho?

João voltou a si, guardando a foto no bolso da camisa.

JOÃO  -     (entre alegre e surpreso)  Não... mas vou vê, mãe.   Comprá um terno bão... ir na capital vendê meu diamante... voltá pra Coroado cheio da nota... ir na casa do pai dela e dizê: eu já posso sê marido da sua filha.

SINHANA  -  (ar de malícia)   E ela vai querê?

JOÃO  -  (otimista)  Ela qué.  Ela gosta de mim. Num entendo bem o que acontece... e já nem quero entendê. Eu acho que ela fez aquelas coisa toda... virô outra mulhé... pra me namorá.

Sinhana atirou a calça sobre a cama e botou as duas mãos sobre os joelhos.


SINHANA  -  Então ela tem duas cara, filho?

JOÃO  -  Podia tê até três, mãe. Eu quero ela assim mesmo. Tou doido por ela, mãe. Tou  maluco!

A velha levantou-se e tornou a apanhar a calça que jogara sobre a cama e, virando-a pelo avesso, mostrou o bolsinho sobressalente que improvisara. Puxou-o com força, testando a resistência.

SINHANA  -  Olha aí, botei o diamante na bolsinha de couro e fiz um bolsinho a mais na tua calça, pra caber ela... Amarrei bem amarrado, com linha de barbante. Veja se tá  firme...

João experimentou puxar o pequeno bolso de couro do interior do bolso recém-costurado.

JOÃO  -  Firme, tá. Pra me roubá ela, tem que me matá.

Sinhana benzeu-se, ante as palavras azarentas do filho.

SINHANA  -  Deus Nosso Senhô não vai permiti, mas é preciso tê cuidado. Seu pai tá doente de medo. Anda sonhando com coisa ruim.

JOÃO  -  Que nada!  (confiante)  Eu confio na minha gente. Ninguém vai me fazê mal, nem me roubá a pedra.

Abraçou a mãe, beijando-lhe a testa.

SINHANA  -  Tenho muito medo, Jão...

JOÃO  -  A gente vai fazê bem pra todo mundo. Vai vê só. Vou pô máquina no garimpo, dá emprego pros home, fazê uma casa decente pra senhora. Vou fazê creche pra tudo quanto é criança... asilo pros velho, hospital... vou ajudá a prefeitura a calçá as rua de Coroado. Dá de comê aos pobre. Tratá dos animal sem dono. Vou fazê tanta coisa...

SINHANA  -  (lembrou, puxando-lhe as orelhas)  Pensa um pouco em ocê, também.

JOÃO  -  Num quero muita coisa. Já disse. Só um terno bão... pra pedi aquela mulhé em casamento.

Sinhana achou graça da ingenuidade do grandalhão.


SINHANA  -  Só terno bão não resorve, filho...

JOÃO  -  Vai, gordinha...  (em tom de brincadeira, batendo com a mão espalmada nas nádegas da velha)  Veste um vestido bunito pra gente ir junto na cidade. Vou ao banco recebê o empréstimo. E quero que a minha família vai bem bunita...

SINHANA  -  Visto o vestido do intêrro?
    
JOÃO  -  (franziu o nariz, repetidamente)  Num precisa ir tão chic, ô que! Um vestido decente, só!


Contente, Sinhana desapareceu pela porta do quarto.

CORTA PARA:

CENA 5  -  RANCHO CORAGEM  -  QUARTO DE JOÃO    -  INT.  -  DIA.

Jerônimo contava ao irmão a história do encontro com Lara, quando ele e Cema visitaram a fazenda de Pedro Barros á procura de Braz Canoeiro.

JERÔNIMO  -  E... tenho um recado dela!

JOÃO  -  Lara?

JERÔNIMO  -  É... naquele momento... o olhar era de Lara.  (depois de ligeira pausa, voltou a falar)  Não sei se eu devo dar...

JOÃO  -  Não sabe!  (quase gritava diante da hesitação do irmão)  Claro que tem de dar. O que foi que ela mandô me dizê? Anda, fala logo!


JERÔNIMO  -  (de má vontade)  Ela disse... que tá muito satisfeita por você tê achado o diamante...

Houve uma transformação repentina na face de João Coragem. O rosto másculo ameninou-se num sorriso infantil de contagiante alegria. Correu a pegar nas mãos de Jerônimo.

JOÃO  -  Ela disse isso? Ela disse? O que mais?
    
JERÔNIMO  -  Só.
    
JOÃO  -  (agitado pela novidade)  Onde ocê viu ela? Como foi?

JERÔNIMO  -  Tinha ido buscá Braz na casa do Barros. Fui lá disposto a tudo. Lara... tava no jardim.
   
JOÃO  -  Me diga... tava bunita? Mansa? Calma?
   
JERÔNIMO  -  Era Lara. Não Diana.

JOÃO  -  E o Braz?

JERÔNIMO  -  Tá se escondendo da gente, irmão... Braz traiu ocê!
    
JOÃO  -  O quê? Braz? Num credito! Braz é home bão. Honesto. É dos nosso. (assanhou a cabeleira cuidada do irmão)  Larga mão de tá só com pensamento ruim. Agora as coisa vão melhorá. Se alegra. Vamo na cidade tirá retrato de toda a família e pegá dinheiro no banco.

FIM DO CAPÍTULO 28 

Diana (Gloria Menezes)


... E NO PRÓXIMO CAPÍTULO

***PEDRO BARROS ORDENA AO DELEGADO FALCÃO QUE DIGA AOS CORAGEM QUE A ESCRITURA DE SUAS TERRAS É FALSA, QUE INTERDITE A MINA DE DIAMANTES E OBRIGUE JOÃO A ENTREGAR A PEDRA. CONSEGUIRÁ O CORONEL  SEU INTENTO?

***O DELEGADO FALCÃO, JUCA CIPÓ E OS CAPANGAS DE PEDRO BARROS ENFRENTAM OS IRMÃOS CORAGEM, DE ARMAS EM PUNHO, EXIGINDO A ENTREGA DO DIAMANTE. JOÃO E JERÔNIMO ESTÃO DISPOSTOS A TUDO PARA NÃO PERDER A PEDRA TÃO VALIOSA. QUEM VENCERÁ ESTA PARADA?


NÃO PERCA O CAPÍTULO 29 DE

terça-feira, 28 de junho de 2011

HOMENAGEM DA MÁRCIA KAPLUN AO FÃ-CLUBE E AO BLOG

FOTOS DA MAIS NOVA BISCOITINHA, A GEOVANNA

Recado de nossa amiga Silmara:

“Bom dia, José Eugênio

Conforme eu prometi, segue anexo foto da Geovanna para vcs do Blog conhece-la. Ela nasceu no dia 21/06/11, às 07:35 hs da manhã, com 3.335 kg e 47 cm ...estou muito feliz com a chegada dessa bença de DEUS ....e agradeço à todos vcs pelo carinho ...bjs”

Um beijo do blog para a Silmara e a Geovanna e que a pequerrucha tenha muita saúde!



SESSÃO REMAKE MUSICAL - PECADO CAPITAL - SÓ PRA CONTRARIAR

A música Pecado Capital, originalmente gravada por Paulinho da Viola, foi regravada pelo grupo Só pra Contrariar e serviu de tema à segunda versão da novela de mesmo nome, apresentada pela Rede Globo, no horário das 21 h., entre 05 de outubro de 1998 e 05 de maio de 1999.
Para maiores informações sobre a segunda versão da novela, favor consultar: www.teledramaturgia1.kit.net/pecado98.htm.
Boa audição!



SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - PECADO CAPITAL - PAULINHO DA VIOLA

A música Pecado Capital, interpretada por Paulinho da Viola, foi tema da novela Pecado Capital, exibida pela Rede Globo, no horário das 20 h., entre 24 de setembro de 1975 e 05 de junho de 1976.
Para maiores informações sobre a novela, favor consultar: www.teledramaturgia.com.br/tele/pecado75.asp.
Boa audição!



LETRA

PECADO CAPITAL

PAULINHO DA VIOLA

Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval!
Na vida de um sonhador
De um sonhador!
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou

E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou...
Mas é preciso viver
E viver
Não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!

Dinheiro na mão é vendaval
É vendaval!
Na vida de um sonhador
De um sonhador!
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou...
Mas é preciso viver
E viver
Não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
Dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão!
E solidão! E solidão!
E solidão! E solidão!
E solidão! E solidão!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SESSÃO RETRÔ - VARIEDADES

Estamos publicando os artigos que saíram na Revista da TV, suplemento do jornal O Globo, publicado em 19 de setembro de 2010 e que tratou dos 60 anos da televisão brasileira.
Nossos agradecimentos à amiga Maria Arruda do Rio de Janeiro pelo envio desse material e pelo carinho demonstrado pelo blog.
Boa leitura!






SESSÃO RETRÔ - NOVELAS - ESPECIAL XIV - UMA ROSA COM AMOR

Para maiores informações sobre a novela, favor contatar: www.teledramaturgia.com.br/tele/rosa10.asp.
Necessitamos de mais material de revistas sobre a versão 2010. Quem puder contribuir, favor escanear a matéria e enviar as cópias bem como os dados da revista para contribbiscoitoccafeenovela@gmail.com.
Boa leitura!

Uma Rosa com Amor para o público


A grande beleza de Uma Rosa com Amor é a simplicidade. A trama de Tiago Santiago é realmente como uma rosa: delicada, sensível, colorida e capaz de levar a pessoa do riso à lágrima sem perder o encanto. O remake da obra clássica de Vicente Sesso conseguiu respeitar o “espírito” da criação original e, ao mesmo tempo, ser moderna e ter uma identidade própria. Resultado da eficiência de Tiago Santiago. Infelizmente a novela não teve a audiência esperada (e merecida), mas conquistou um público muito fiel e participativo, que se deliciou com a conturbada história de amor da humilde Serafina Rosa (Carla Marins) com o milionário francês Claude Antoine Geraldy (Cláudio Lins). Você sabe que impliquei bastante, nos primeiros capítulos, com o sotaque que Cláudio criou para seu personagem, mas ele conseguiu dosar os excessos e deu a credibilidade que Claude precisava.

   Toni Garrido, Cláudio Lins,  Renato  Scarpin  e  Carla  Marins,  na
   novela "Uma Rosa com Amor", do SBT Foto: Lourival Ribeiro




Sua parceria com Carla também deu muito certo. Excelente atriz, ela soube como impedir que Serafina caísse no lugar-comum da mocinha romântica, que apenas sofre e não reage. A protagonista comeu o pão que o diabo amassou, mas não abaixou a cabeça para a arrogância da vilã Nara. Mônica Carvalho começou a novela meio caricata, mas – assim como Cláudio -  acertou os ponteiros da megera.

Mônica Carvalho na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

No elenco, destaque também para os veteranos Betty Faria, Edney Giovenazzi, Jussara Freire, Carlo Briani, Nilton Bicudo, Etty Fraser e Clarisse Abujamra.

Betty Faria e Edney Giovenazzi na novela "Uma Rosa com Amor",
do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

Adorei especialmente rever Lúcia Alves, um ícone da minha adolescência. Lúcia enfrentou uma intempérie durante a novela, mas superou os problemas e espero que ela não fique tanto tempo longe do ar novamente.

Toni Garrido na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

Acho que vou arrumar alguma encrenca já que não entendi até agora por que Toni Garrido fez tanto sucesso como Frazão. Achei sua interpretação sem brilho e coloco o dublê de cantor, ator e apresentador entre os pontos negativos de Uma Rosa com Amor, junto com Luciana Vendramini e Maria Cláudia. Esta última, então, era a imagem da inexpressividade. Muito triste. Mas faço um afago nos competentes Rubens Caribe, Renato Scarpin, Joana Limaverde e Daniel Uemura.
Outra derrapada foi a desnecessária história do fantasma que revelou ao menino Joãozinho (João Pedro Carvalho) a existência de um tesouro escondido no cortiço. Totalmente desnecessário! A subtrama não ornou com  todo o resto e, no fim, ficou parecendo uma novela dentro da novela. Sei que o autor queria deixar sua marca registrada – e o realismo fantástico é uma delas – na adaptação, mas não precisava. Ele já estava realizando um ótimo trabalho antes de apelar para essa bobagem! Mas Uma Rosa com Amor é motivo de orgulho para todos que participaram dessa simpaticíssima produção.

domingo, 26 de junho de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 27



Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair 

CAPÍTULO 27

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:

BRAZ CANOEIRO
ANTONIO
JUCA CIPÓ
DUDA
RITINHA
HERNANI
REPÓRTER
JOÃO
SINHANA
LOURENÇO
JERÔNIMO
CEMA
MARIA DE LARA
CAPANGAS

CENA  1  -  GARIMPO DOS CORAGEM  -  EXT.  -  DIA.

Os garimpeiros conversavam animadamente. Braz ria trincando um naco de carne-seca, a farinha caindo-lhe pelo queixo.

BRAZ CANOEIRO  -  Num dianta, minha gente. Vai todo mundo morrê preso aí dentro. Daqui a pouco essa gruna vai desmoroná, porque a pedra que Deus mandô já foi encontrada...

O mulato Antonio verberou o pessimismo do negro.


ANTONIO  -  Cala essa boca e larga mão de agourá. Pode sê que a pedra grande deixou filhote...

BRAZ CANOEIRO  -  Ela é só no mundo.  (riu alegremente)   É pedra solteira!

A voz de Juca Cipó chamou-o á realidade.

JUCA CIPÓ  -  Braz! Braz!

O negro recuou, receoso.

JUCA CIPÓ  -  Tenha medo, não. Só meu patrão que deseja trocá duas palavrinha...

BRAZ CANOEIRO  -  Mas... eu não quero falá com seu patrão!

JUCA CIPÓ  -  Custa nada obedecê.

Outros dois asseclas agarraram o garimpeiro pelas costas. Mãos firmes. O negro estrebuchou. 

JUCA CIPÓ  -  (irônico)  É melhó ir por bem!

Manietado, o negro foi empurrado para a montada. Gritou para a esposa, que a tudo assistia, impotente.

BRAZ CANOEIRO  -  Avisa João! Avisa João!

CENA  2  -  RIO DE JANEIRO  -  APARTAMENTO DE DUDA  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

RITINHA  -  (dirigindo-se ao marido, deitado no sofá)  Ele não tem nada que fazer aqui!

DUDA  -  Pensei que você tivesse mandado chamar.

RITINHA  -  Chamei não, Eduardo! Eu ia fazer uma coisa destas? Hoje chegou esta carta de Coroado, onde meu pai diz que está chegando ao Rio de Janeiro... Nunca me deu uma palavra de carinho e agora... chega essa notícia de repente... só pra me deixar preocupada...

DUDA  -  Você sabe que eu não gosto dele e ele também não gosta de mim. (acentuando as palavras)  Bom, podia ser pior. Agora é esperar por ele e ter paciência. Eu me dou muito mal com o velho, mas vamos ver como é que a gente se arruma. Como fico a maior parte do tempo fora, não vou ter lá grandes problemas...

Duda lia a carta que lhe chegara, também de Coroado. Da família. E matutava nas novidades. 

DUDA  -  (virou-se para a esposa)  Escuta esta... Olha o que é que o João diz nesta carta. (leu para a mulher ouvir)  “Pode largá de chutá a bola. Tamo rico. Achei o diamante maior do mundo...”

Ritinha achegou-se ao marido, afagando-lhe o peito.

RITINHA  -  Se for verdade... é a realização dos sonhos de João e Jerônimo.

DUDA  -  Uai... por que não pode ser verdade?


CENA 3  -  RIO DE JANEIRO  -  APARTAMENTO DE DUDA  -  SALA  -  INT.  -  DIA.


Hernani mostrava os jornais ao jogador e o destaque da manchete de ponta a ponta – DUDA NO CORÍNTIANS.

DUDA  -  É... esses caras da imprensa fazem uma fofoca desgraçada. Eu nem falei ainda com o diretor do Coríntians.

HERNANI  -  Onde há fumaça há fogo...

DUDA  -  Vamos esperar mais um pouco. Quem sabe se no fim o Flamengo dá o que eu pedi? Você viu que no último jogo a torcida só gritava o meu nome. E cartaz pesa pra burro!
   
HERNANI  -  (concordou)  Pode ser que a pressão da torcida faça o Flamengo entregar os pontos. Mas, se eu fosse você, topava logo a parada, não perdia tempo.

O dinheiro das luvas já dá para um bom pé-de-meia...

DUDA  -  Vida de jogador é assim, Hernani. Ás vezes o coração pede um time, mas a necessidade o leva para outro. A torcida não entende nem perdoa isso...

CORTA PARA:

CENA 4  -  RANCHO CORAGEM  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

   
Com o lápis correndo pelo bloco de papel, o repórter anotava as declarações de João Coragem. A notícia correra célere por todo o Estado. Em Coroado fora achado o maior diamante do mundo.


REPÓRTER  -  Então... pràticamente,  o senhor está bilionário!

JOÃO  -  Eu sei lá, seu moço! Vai dá um dinheirão, isso eu sei que vai!

REPÓRTER  -  Pretende vender a pedra aqui mesmo, em Coroado?

JOÃO  -  Vou vendê na cidade grande. Já tenho plano pra viajá, levando a pedra.

REPÓRTER  -  Por que não vende aqui mesmo?

JOÃO  -  Porque aqui, a gente não pode fazê preço. Compradô só tem um... e eu num quero vendê pra ele.

REPÓRTER  -  (mudou de tom, preparando a pergunta)  Dizem que, quando uma pedra deste valor é encontrada, o comum é se fazer mistério em torno do achado.

Mas com o senhor aconteceu o contrário. É o que se diz na cidade.

JOÃO  -  (meio atrapalhado, corando excessivamente)   É... eu acho que eu e meu irmão... a gente exagerou... pela alegria... pela vontade que a gente tinha de encontrá. A gente num devia de tê feito aquilo, né?

REPÓRTER  -  Acha que sua segurança corre perigo... ou melhor, que alguém será capaz de  tentar roubar o diamante?
  
JOÃO  -  (coçou a cabeça, intrigado)  Tudo é possível, moço. Mas eu confio muito na minha gente... não vão fazê isso comigo, não.

O jornalista deu um passo e olhou pela janela e apontou para o exterior.

REPÓRTER  -  Se confia tanto... por que aquele moço ali, de tocaia, armado?

Jerônimo podia ser visto, atento, sentado sobre uma tora de madeira.

JOÃO  -  É meu irmão.  Ele ta ali porque nós temo inimigo forte. E ele tá preparano um golpe. A gente espera tudo. Mas tamo preparado.

O jornalista insistiu, descobrindo o filão da reportagem. Poderia estar ali a grande manchete.

REPÓRTER  -  Pode dizer o nome do seu inimigo?

JOÃO  -  Não. Eu num quero provocá ninguém. Tudo pode acontecê. Até dele mudá. A gente tá só prevenido.
  
REPÓRTER  -  Mas... uma foto sua com o diamante você permite, não? Bota a pedra bem na frente, pra destacar.

O modesto rapaz olhou para a família.


JOÃO  -  Num há mal deu chamá a índia, mãe, pai...

REPÓRTER  -  (sorridente)  Não.  Chama todo mundo. Vai sair a turma toda na primeira página.

CENA  5  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS  -  CASA-GRANDE  -  EXT.  -  DIA.

Lourenço barrava a entrada de Cema e Jerônimo com rispidez, girando ameaçadoramente a arma na direção dos dois.


LOURENÇO  -  Calma, mocinho, calma! O que quer aqui?

JERÔNIMO  -  (decidido)  Onde está o Braz Canoeiro?

LOURENÇO  -  Deve está na casa dele.
  
CEMA  -  Se tivesse eu não tinha vindo aqui. Sou a mulhé dele e você bem sabe.
  
LOURENÇO  -  (remendou a mentira)  Foi posto em liberdade, agora mesmo.

JERÔNIMO  -  (com altivez)  Por que? Ele tava preso?

LOURENÇO  -  Preso... preso,  não. ( embaraçado)  Estava só sob os cuidados do meu patrão. Foi muito bem tratado, até. Posso garantir.

JERÔNIMO  -  Eu compreendo!  Braz tava com João quando ele achô o diamante. Com certeza ocês quer que Braz traia ele...

LOURENÇO  -  Não... nada disso.  Meu patrão queria convencê o negro a reclamá seus direito.

JERÔNIMO  -  Que direito?

LOURENÇO  -  Da pedra. Se Braz ajudou a cavá, também é dono dela!

CEMA  -  (com aspereza)  Quem achô foi João. E a mina é dele. Braz não tem direito a nada.
   
LOURENÇO  -  (insistiu, irônico)  Eu acho que o próprio Braz já num pensa assim...

O diálogo foi cortado pela voz macia de Maria de Lara. Ela ouvira o bastante para se inteirar de tudo. Dirigiu-se ao jovem Coragem.

MARIA DE LARA  -  Um momento... Diga ao seu irmão... que fiquei satisfeita em saber... que ele encontrou o diamante.

Dos olhos de Jerônimo pareciam saltar chispas de ódio. Sem responder á moça virou as costas e retirou-se apressado.

FIM DO CAPÍTULO 27  
Duda (Claudio Marzo) e Ritinha (Regina Duarte)
... E NO PRÓXIMO CAPÍTULO:

--->JERÔNIMO VAI Á FAZENDA DE PEDRO BARROS EM BUSCA DE BRAZ CANOEIRO E DESCONFIA QUE JOÃO FOI TRAÍDO PELO GARIMPEIRO.

--->JERÔNIMO DIZ A RODRIGO QUE PEDRO BARROS ESTÁ TENTANDO, DE TODAS AS MANEIRAS, ROUBAR OS DIREITOS DE SEU IRMÃO Á PEDRA ENCONTRADA NO GARIMPO.

--->JOÃO FAZ PLANOS PARA O FUTURO E VAI Á CIDADE COM A FAMÍLIA TIRAR FOTOGRAFIA E FAZER EMPRÉSTIMO NO BANCO.



NÃO PERCA O CAPÍTULO 28 DE

PARA MEDITAR - COLABORAÇÃO: MARI DO MURAL DA URCA

A RAPOSA E A GALINHA

A raposa convidou a cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.
-Você não está gostando de minha sopa? - perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.
- Como posso gostar? – a cegonha respondeu, vendo a raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.
Dias depois, foi a vez da cegonha convidar a raposa para comer na beira da lagoa. Serviu, então, a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.
- Hummmm, deliciosa! - exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha?
A raposa não achava nada, nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.
MORAL: Às vezes, recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos.

SESSÃO BISCOITINHOS


sábado, 25 de junho de 2011

SESSÃO QUEM SOU EU?

A foto da semana passada era da Biscoitinha Joice


Agora tentem descobrir quem a Biscoitinha da foto


Alegre e adora uma festa

PARA MEDITAR - COLABORAÇÃO: TÂNIA RAMAZZINI

Um Mestre

Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse:
-Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas as vezes que tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo? O mestre respondeu:
-A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, que é ajudar.
Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e salvou sua vida, e continuou:
-Não mude sua natureza se alguém lhe faz algum mal; apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Quando a vida lhe apresentar mil razões para chorar, mostre- lhe que tem mil e uma razões para sorrir. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam… é problema deles.

SESSÃO FOTONOVELA

A fotonovela que reproduzimos abaixo foi publicada na revista Sétimo Céu, nr. 227, de fevereiro de 1975.
Mais uma vez, agradecemos à nossa amiga Maria do Sul pela remessa do material.
Boa leitura!


















sexta-feira, 24 de junho de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 26



Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair 

CAPÍTULO 26

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
SINHANA
RODRIGO
JERÔNIMO
POTIRA
JOÃO
BRAZ CANOEIRO
PEDRO BARROS
ESTELA
MARIA DE LARA
DELEGADO FALCÃO
JUCA CIPÓ

CENA 1  -  RANCHO CORAGEM  -  SALA  -  INT.  -  DIA.

SINHANA  -  Eu era empregada na casa dele. (recordava ela, e Rodrigo era todo atenção)   Queria muito bem á finada Dona Alzira, que Deus a guarde...  (fez o “pelo sinal” com gestos largos e demorados)  Seu doutô era muito ciumento e a menina Ritinha tinha nascido, de pouco. Era assim... pequenininha, tinha menos de um ano. Ele era brigão. Num queria que a finada se vestisse bem, se pintasse, nada. E ela era uma moça muito bonita, mas fraquinha. Um dia ficô doente. Pra falá com justiça, ele levô ela pra tudo quanto foi canto, pra se tratá. Certa vez, quando ele vortô de um tratamento que foi fazê na capital de Belo Horizonte... ele veio meio doido. Diferente. Bruto. Revortado com Deus e o mundo. Ela me dizia: “Sinhana, eu num sei o que deu no meu marido. Tá com raiva do mundo. Nem olha minha cara”. Despois ela caiu de cama, de vez. Ficô mal. O gênio dele piorô. Ficou briguento e mau. (pensou um pouco antes de fazer a revelação final; Rodrigo nem piscava, anotando as partes principais da conversa)  Eu num posso dizê que foi ele que matô... mas tava muito diferente. Ela sofria... sofria, tadinha, naquela cama, se desmilinguino. Um dia ele se embriagô. Bebeu muito. Deu uma injeção nela... que foi a conta. Ela só virô os olhos, aflita, pro meu lado... e morreu!

O suor escorria pelo corpo da velha. Rodrigo abraçou-a, enternecido. A velha limpou algumas lágrimas que, teimosamente, rolaram de seus olhos na evocação de um passado triste.

SINHANA  -  (continuou)  Fiquei cismada, fiquei. Mas... nunca tive certeza e, também, nunca mais olhei prêle. Só tomei querência da menina... que agora é minha nora. Ele ficô com ódio de mim, até hoje...

Rodrigo soprou-lhe a testa, abundantemente molhada.

RODRIGO  -  Fique tranqüila. O que disse nada prova contra o Dr. Maciel. É apenas uma cisma da senhora... que pode ser injustificada. (deu-lhe um tapinha no braço roliço)  Eu lhe garanto que não vou prejudicar o médico. (voltou-se para Jerônimo, quieto, imperturbável, a um canto da sala)   Eu vou indo, amigo.
   
SINHANA  -  (reteve-o pelo braço)  Só uma pergunta, seu doutô.

RODRIGO  -  Sim.

SINHANA  -  Ando, também, cismada com o senhô. Sou velha matreira, ladina. Eu sinto, seu doutô, que não é por simples... como é que o senhô disse pro meu João? Ah... vontade de ajudá o próximo que o senhô, moço bonito e prendado, se meteu nesta terra estranha e anda fazeno tudo isso... pra derrubá Pedro Barros.
   
RODRIGO  -  Então, um homem não pode lutar por aquilo que julga certo?

SINHANA  -   (com franqueza, estudando as reações do moço)  Os home não são tão puro, seu doutô. Pelo menos o senhô não é .

RODRIGO  -  Talvez a senhora tenha razão.  Eu não sou tão puro de sentimentos.

JERÔNIMO  -  Há uma outra razão?
   
RODRIGO  -  (movia as mãos nervosamente, balançou a cabeça em sinal de contrariedade)  Desculpem, mas não tenho resposta. Pelo menos por enquanto.

Deixou a sala, visivelmente atormentado, com expressão de angústia.

CORTA PARA:

CENA 2  -  RANCHO CORAGEM  -  EXT.  -  DIA.

Lá fora, Potira aguardava o promotor, com dois vestidos de corte moderno, seguros pelas pontas dos dedos. Fagueira, aproximou-se do rapaz.


POTIRA  -  Seu doutô, brigada, viu?
   
RODRIGO  -  (ainda sério)  De nada, Potira. É pra você ir se acostumando.

POTIRA  -  Acostumando!

RODRIGO  -  Vista aquele que mais gostar no domingo. Quero que você fique bem bonita...

POTIRA  -  Por quê?

RODRIGO  -  Porque eu não quero pedir a mão de uma moça desarrumada...

CORTA PARA:

CENA 3  -  RANCHO CORAGEM  -  QUARTO  -  INT.  -  DIA.

Na semi-escuridão do quarto a silhueta do rapaz contrastava com a brancura da parede caiada. Jerônimo trocava de camisa, peito nu. Do pescoço o grande cordão de prata descia, e nele se destacava, balouçante, o medalhão com a efígie de Cristo.

Os braços da mulher envolveram-no de repente, e seus lábios tocaram, de leve, a pele sensível do pescoço.


POTIRA  -  Ele disse... que vai pedi a minha mão em casamento! Eu não gosto dele, Jerome. Gosto de ocê. Eu quero ocê!

Num átimo, Jerônimo lembrou-se do amigo e de suas pretensões. Do amor que o levava a abandonar seus deveres, se necessário, para compartilhar da vida humilde dos Coragem. Potira era tudo, significava vida e futuro para o promotor Rodrigo. Ao mesmo tempo, sentiu a enormidade da paixão, meramente carnal, que o atirava contra a mestiça. Atordoado, desvencilhou-se das mãos da moça e deixou o quarto a passos rápidos. Desesperada, a índia jogou-se ao chão, martelando com os punhos o barro duro e amarelado.

CORTA PARA:

CENA 4  -  GARIMPO  DOS CORAGEM  -  EXT.  -  DIA.

 
Há horas João Coragem trabalhava desesperadamente, isolado do mundo, dedos perdidos no lamaçal, mãos feridas pelo contato duro e pontiagudo das rochas. Apenas o barulho ritmado da picareta dava-lhe conta da presença próxima de Braz Canoeiro. O garimpo ensolarado contrastava com a escuridão da gruna. De repente, o raio de sol feriu um pontinho na parede arenosa  da pequena gruna. João cavou mais fundo, com o martelete e a pequena pá de trabalho.


JOÃO  -   (um grito rouco escapou-lhe do peito, incontrolável)  Braaaaaaz!

Com a pedra nas mãos, o rapaz surgiu á luz do sol.

JOÃO  -  Braaaaaz!

Jogou-se no chão, meio corpo na água, meio na terra.

JOÃO  -  Achei! Achei! A minha pedra! Achei!

Braz Canoeiro, com os olhos arregalados, fitava o carbono raro.

BRAZ CANOEIRO  -  João! João! Isto num existe! Nós dois tamo delirano! Isto num pode existi, João!

JOÃO  -  Sente ela... sente! Não é ilusão! É verdadeira, Braz! Minha pedra é verdadeira!

Como um louco, o garimpeiro saiu correndo pela estrada barrenta.


JOÃO  -  ( gritando para a natureza)     Achei a pedra maior do mundo! Jerônimo! Pai! A gente tá rico! Cê vai sê presidente, mano... Duda, num precisa mais gastá teus pé, nos campo! Mãe, vou lhe vesti como uma rainha! Índia, cê vai tê o que quisé! Lara! Diana! Seja lá quem fô, ocê vai sê minha! Tá me ouvindo, Pedro Barros? Vou comprá tua filha! Vou comprá...

A voz se perdia na vstidão dos campos.

CORTA PARA:

CENA 5  -  RANCHO CORAGEM  -  EXT.  -  DIA.

Esbaforido, quase arrastando-se de cansaço, o rapaz alcançou a porteira do rancho. Os gritos saíam-lhe engasgados da garganta. A família, assustada, via o rapaz entre risos e lágrimas aproximar-se com as mãos erguidas, o rosto sujo de barro e lama, roupa encharcada da água do pequeno rio.


JOÃO  -  Pai! Mãe! Jerônimo!

SINHANA  -   (espantada, limpando as mãos no avental)  Que é isso?

JOÃO  -  (com a pedra nas mãos em concha, delirava)  Gente, veja isso! Diamante como este nunca existiu!

Jerônimo arrancou-a, grosseiramente.

JERÔNIMO  -  Nossa! Não é delírio, a pedra é verdadeira!

JOÃO  -  Tamo rico! Tamo milionário! Vou consertá o mundo!

Alucinado com a raridade da gema, Jerônimo saltou para o cavalo, esporeando-o brutalmente.

JERÔNIMO  -  Êiiiii! É a pedra mais bonita do mundo!

CORTA PARA:

CENA 6  -  COROADO  -  RUAS DA CIDADE  -  EXT.  -  DIA.


O tropel dos cavalos chamou a atenção da cidadezinha. De longe o barulho de cascos e gritos despertou a sonolência da gente tranqüila de Coroado. Pedro Barros estancou diante da igrejinha, de onde Maria de Lara e Dalva saíam após a cerimônia religiosa.


JERÔNIMO  -  Achamos! Achamos! A pedra do mundo! Tamo rico! Tá ganha a eleição!

Relinchando, os cavalos suavizaram a marcha. Jerônimo mostrava aos curiosos a pedra da bamburra. Cadenciou o galope e parou em frente ao templo de Padre Bento.

JERÔNIMO  -  Tá ouvino, Pedro Barros! Seu dinheiro, agora, não vai servi de impedimento. Nós tamo rico! Tamo rico!  (com a pedra presa entre o polegar e o indicador, suspensa sobre a cabeça,  mostrava-a ao coronel)  Achamos a pedra maior do mundo!
   
JOÃO  -  A pedra maior do mundo!

CENA  7  -  FAZENDA DE PEDRO BARROS  -  CASA-GRANDE   -  EXT.  -  DIA.

Pedro Barros retornou, enfurecido, á casa-grande.

Estela esperava-o sentada no jardim.


ESTELA  -  É verdade o que estão dizendo? Que foi encontrada a pedra maior que se viu até hoje, por estes lados?

PEDRO BARROS  -  (de má vontade)  Estão dizendo. Não sei se é verdade.
  
MARIA DE LARA  -  Nós vimos os irmãos Coragem gritarem pelas ruas!

ESTELA  -  Então... foram os Coragem que encontraram a pedra?

PEDRO BARROS  -  Ninguém tem certeza.  Eles podem dizer o que quiserem. Eu não vi pedra nenhuma. Pode ser uma mentira!

MARIA DE LARA  -   Por que iriam mentir?

PEDRO BARROS  -  Tá na cara, não tá, minha filha? Pra me desafiá!
  
ESTELA  -  (ar irônico)  Seria gozadíssimo que, justamente os Coragem, encontrassem essa pedra descomunal e que ficassem milionários da noite pro dia.
   
PEDRO BARROS  -  (carrancudo)  Isso é o que eles pensam... que vão ficá milionários da noite pro dia...

MARIA DE LARA  -  Mas o que tem isso, papai? Se é de direito... se encontraram o tal diamante... eles vão ficar ricos.
   
ESTELA  -  (abraçando a filha pela cintura)  Voce não compreende... se os Coragem se enchem de dinheiro, vão fazer frente ao seu pai. E ele pretende continuar sendo o dono de Coroado!

O Delegado Falcão chegava a cavalo.

DELEGADO FALCÃO  -  Viram o diamante nas mãos de João e Jerônimo?
   
PEDRO BARROS  -  Pode ser uma pedra falsa!

DELEGADO FALCÃO  -  Sei não... acho que é negócio pra valer ( movendo o palito entre os dentes)  Aquela loucura deles... aquela alegria... não era normal.

Uma idéia perpassou pelo cérebro doentio do coronel.

PEDRO BARROS  -  Onde dizem que João achou?

DELEGADO FALCÃO  -  Na gruna do Matão...
  
PEDRO BARROS  -  (coçou a cabeça, desconsolado)  Não é nas minhas terra... é nas terra deles. Preciso ver se as terra estão registrada no nome dele. Pode sê que não esteja... aí a coisa muda de figura. Não sendo dono, eles não tem direito ao que encontram...

JUCA CIPÓ  -  Muito bem pensado, meu patrão...

PEDRO BARROS  -  Tenho que fazê alguma coisa... diabo! Ele estava sozinho?

JUCA CIPÓ  -  Braz Canoeiro tava com ele...
  
PEDRO BARROS  -  (ordenou, taxativo)  Peguem o negro. Tragam ele aqui!

JUCA CIPÓ  -  (correndo para a estrebaria)  É pra já!

FIM DO CAPÍTULO 26 
João encontra o maior diamante do mundo!

E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

 * NO RIO DE JANEIRO, DUDA RECEBE TELEGRAMA DE JOÃO DIZENDO QUE ESTÃO RICOS!

 * A NOTÍCIA DE QUE JOÃO CORAGEM ACHOU O MAIOR DIAMANTE DO MUNDO ESPALHOU-SE E A IMPRENSA CHEGOU AO RANCHO CORAGEM PARA ENTREVISTAR A FAMÍLIA DO NOVO BILIONÁRIO DE COROADO.



NÃO PERCA O CAPÍTULO 27 DE