O poema que apresentamos abaixo é de autoria da poetisa Adélia Prado.
Para maiores informações sobre a autora, favor consultar: http://vonrickhy.sites.uol.com.br/adeliap.htm.
Boa leitura!
A BELA ADORMECIDA
Estou alegre e o motivo
beira secretamente à humilhação,
porque aos 50 anos
não posso mais fazer curso de dança,
escolher profissão,
aprender a nadar como se deve.
No entanto, não sei se é por causa das águas,
deste ar que desentoca do chão as formigas aladas,
ou se é por causa dele que volta
e põe tudo arcaico, como a matéria da alma,
se você vai ao pasto,
se você olha o céu,
aquelas frutinhas travosas,
aquela estrelinha nova,
sabe que nada mudou.
O pai está vivo e tosse,
a mãe pragueja sem raiva na cozinha.
Assim que escurecer vou namorar.
Que mundo ordenado e bom!
Namorar quem?
Minha alma nasceu desposada
com um marido invisível.
Quando ele fala roreja
quando ele vem eu sei,
porque as hastes se inclinam.
Eu fico tão atenta que adormeço
a cada ano mais.
Sob juramento lhes digo:
tenho 18 anos. Incompletos.
Nunca entendo muito bem poemas, mas gostei de ler!
ResponderExcluirJE,também não entendo muito bem os poemas, não sei se entendi este, mas achei bonito!
ResponderExcluirMeninas, este eu também não entendi bem... li duas vezes até.
ResponderExcluirA Adélia Prado é uma poetisa meio difícil de entender... JE, poderia nos dar alguma interpretação?