Minhas recordações das marchinhas de carnaval:
Quando eu era criança, costumávamos esperar com ansiedade as novas marchinhas de carnaval, que nas rádios de minha cidade começavam a ser apresentadas em novembro. Eram muitas, e a gente precisava ouvir todas as noites para aprender. Era muito bom, uns ensinavam as que sabiam para os outros e a gente se divertia (naquela época ninguém na minha rua ou parente tinha tv, internet não existia)...
Algumas marchinhas agradavam logo de cara, outras com o passar dos dias, íamos gostando...umas eram engraçadas:
-Alegria de pobre, é ganhar neném, televisão de pobre é janela, é janela de trem...
-Recebi um telegrama, lá do Piauí. Ih! Minha sogra vem aí. Minha sogra é muito boa, igual eu nunca vi, minha sogra é uma beleza, ela lá e eu aqui!
Outras eram românticas:
-Estrelinha linda, me responda por favor. Estrelinha linda, por onde andará meu amor...
-Os meus olhos ficaram rasos dágua, quase chorei. Quando ela partiu, disse adeus foi embora, pra onde eu não sei. Foi por causa do ciúme, que ela me abandonou, deixou comigo a saudade, meu coração ela levou.
E essa que acho que encerrou com chave de ouro a era das marchinhas: - Bandeira branca amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu peço paz/ Saudade mal de amor, de amor. Saudade dor que dói de mais. Vem meu amor, bandeira branca eu peço paz.
-Alegria de pobre, é ganhar neném, televisão de pobre é janela, é janela de trem...
-Recebi um telegrama, lá do Piauí. Ih! Minha sogra vem aí. Minha sogra é muito boa, igual eu nunca vi, minha sogra é uma beleza, ela lá e eu aqui!
Outras eram românticas:
-Estrelinha linda, me responda por favor. Estrelinha linda, por onde andará meu amor...
-Os meus olhos ficaram rasos dágua, quase chorei. Quando ela partiu, disse adeus foi embora, pra onde eu não sei. Foi por causa do ciúme, que ela me abandonou, deixou comigo a saudade, meu coração ela levou.
E essa que acho que encerrou com chave de ouro a era das marchinhas: - Bandeira branca amor, não posso mais, pela saudade que me invade eu peço paz/ Saudade mal de amor, de amor. Saudade dor que dói de mais. Vem meu amor, bandeira branca eu peço paz.
E outras, falavam dos assuntos do momento, como por exemplo:
Em 1967, quando do primeiro transplante de coração, feito na África do Sul: -Trocaram o coração da minha sogra. Botaram o coração de um jacaré. Sabe o que aconteceu? A velha se mandou e o jacaré morreu. É é é é, coitado do jacaré!
E Pelé fazia sucesso :- Ai Adão, me conta como é que é: Se a Eva era branca, como foi que nasceu Pelé? Adão, Adão, Adão, a história não tem razão, ou então no paraíso a macieira também dava jamelão.
Com a Guerra dos Seis Dias: -Mamãe, eu vou ser soldado de Israel. Não tem água no cantil, mas tem mulher no quartel. E além disso guerra é guerra, mamãe e vai ser sopa no mel...
E por causa do sucesso da novela O Direito de Nascer: -Ai Dom Rafael, eu vi ali na esquina, o Albertinho Limonta, beijando a Isabel Cristina. A Mamãe Dolores falou: Albertinho não me faça sofrer. Dom Rafael vai dar a bronca, e vai ser contra o direito de nascer.
As minhas marchinhas favoritas eram: -Botou fogo na peruca da vovó, ai que forrobodó, ai que forrobodó! A vovó tinha uma peruca só, ai que forrobodó, ai que forrobodó! / Agora eu quero ver, vovó careca no salão, dançando iê iê iê, na base do tremendão. E também gostava de: -Meu dinheiro não dá pra comer e beber, carnaval está aí como é que vai ser? Está na cara meu amigo, um conselho vou lhe dar, coma menos, beba menos que é hora de sambar, de sambar, de sambar.
Os adultos diziam que marchinhas boas eram as das décadas de 20, 30, 40 e 50, mas para mim as da década de 60 deixaram muita saudade! Quando chegou a década de 70, as marchinhas já estavam muito bobinhas, apelativas e desaparecendo! Sílvio Santos ainda tentou ressuscitá-las em seu programa na Globo, fazendo um concurso de marchinhas, no início da década, algumas até fizeram algum sucesso, mas...Chacrinha, também gravou algumas como: - Maria sapatão, sapatão, sapatão. De dia é Maria, de noite é João...
Mas, o tempo das marchinhas de carnaval, realmente tinha passado!
Em 1967, quando do primeiro transplante de coração, feito na África do Sul: -Trocaram o coração da minha sogra. Botaram o coração de um jacaré. Sabe o que aconteceu? A velha se mandou e o jacaré morreu. É é é é, coitado do jacaré!
E Pelé fazia sucesso :- Ai Adão, me conta como é que é: Se a Eva era branca, como foi que nasceu Pelé? Adão, Adão, Adão, a história não tem razão, ou então no paraíso a macieira também dava jamelão.
Com a Guerra dos Seis Dias: -Mamãe, eu vou ser soldado de Israel. Não tem água no cantil, mas tem mulher no quartel. E além disso guerra é guerra, mamãe e vai ser sopa no mel...
E por causa do sucesso da novela O Direito de Nascer: -Ai Dom Rafael, eu vi ali na esquina, o Albertinho Limonta, beijando a Isabel Cristina. A Mamãe Dolores falou: Albertinho não me faça sofrer. Dom Rafael vai dar a bronca, e vai ser contra o direito de nascer.
As minhas marchinhas favoritas eram: -Botou fogo na peruca da vovó, ai que forrobodó, ai que forrobodó! A vovó tinha uma peruca só, ai que forrobodó, ai que forrobodó! / Agora eu quero ver, vovó careca no salão, dançando iê iê iê, na base do tremendão. E também gostava de: -Meu dinheiro não dá pra comer e beber, carnaval está aí como é que vai ser? Está na cara meu amigo, um conselho vou lhe dar, coma menos, beba menos que é hora de sambar, de sambar, de sambar.
Os adultos diziam que marchinhas boas eram as das décadas de 20, 30, 40 e 50, mas para mim as da década de 60 deixaram muita saudade! Quando chegou a década de 70, as marchinhas já estavam muito bobinhas, apelativas e desaparecendo! Sílvio Santos ainda tentou ressuscitá-las em seu programa na Globo, fazendo um concurso de marchinhas, no início da década, algumas até fizeram algum sucesso, mas...Chacrinha, também gravou algumas como: - Maria sapatão, sapatão, sapatão. De dia é Maria, de noite é João...
Mas, o tempo das marchinhas de carnaval, realmente tinha passado!
Maria, amei a sua narração, ri muito, pena que não me lembro de nenhuma, será que as marchinhas do Sul eram diferentes daqui? dessas que vc. citou só me lembro de Maria Sapatão.... realmente Maria, memória como a sua não há, dá até para fazer uma marchinha rsrsrsr amei! bjos.
ResponderExcluirMuito bom esse post em pleno carnaval...
ResponderExcluirMaria do Sul, não conheço nenhuma dessas marchinhas. Só "Bandeira Branca", já um clássico.
Você deve se lembrar que eu já fui assistir ao musical "Sassaricando" três vezes (contei aqui no bate papo). Eu adoro ouvir e cantar as marchinhas de carnaval.
E os blocos de rua colaboram para a perpetuação das marchinhas em nosso meio.
Valeu, Maria!
Mari, que bom que gostou. As marchinhas, eram do Rio e São Paulo, mas acho que nas rádios do sul tocavam mais, até a gente aprender, rsrsrs. Obrigada, bjs.
ResponderExcluirMaria, Rebeca me fez lembrar, conhecia também Bandeira Branca, mas não sabia que era marchinha!....bjos.
ResponderExcluirMariaaaaaa GAmei com o seu relato
ResponderExcluirAlguém tem um túnel do tempo aí???????
Eu quero brincar carnaval sem medo de fuzil tbm!!!!!!!!!
kkkkkkkkkkkkkkk
Amiga muito adooorei essas machinhas!!!!!!1
Maria amei seu relato. Estava viajando e só agora pude ler e fiquei admirada com suas lembranças. Menina que memória hein, rsrs. Pena que não podemos ouví-la cantar as marchinhas que citou, pois de todas só conheço "Bandeira Branca" e "Maria Sapatão". Obrigada por compartilhar suas lembranças. Bjos, LU
ResponderExcluirMaria, parabéns!
ResponderExcluirVocê, com certeza, tem ouvidos sensíveis e coração cheio de saudade.
De minha parte, afirmo que, não só lembro dos trechos das músicas citadas, como, também, dos respectivos títulos. Exemplos: A sogra vem aí, Soldado de Israel e O Direito de nascer, com Blecaute; Estrelinha linda, com Jamelão; Adão e Eva, com Cauby Peixoto, etc. Aliás, com muito orgulho, informo que as possuo em coletâneas particulares.
Enfim, as suas lembranças me tocaram enormemente.
Um grande e momesco abraço!
Gente,obrigada pelo carinho! Achei que essas lembranças seriam apropriadas para esta época de carnaval. De algumas marchinhas eu lembrava toda letra, de outras só um pedacinho, procurei não citar as mais conhecidas, como a Cabeleira do Zezé, O Sonho do Juvenal,e outras que a maioria conhece, porque minha intenção era mostrar exatamente as que ficaram esquecidas no passado. Fiquei emocionada com o depoimento acima, de alguém que conhece as marchinhas e até lembra os títulos e o nome dos intérpretes! Adorei ler e fiquei pensando em quantos depoimentos interessantes teria para para a Sessão Saudade! Obrigada, também fiquei muito sensibilizada com esse comentário! Obrigada também Mari, Rebeca, Annie e Luiza, vocês encheram meu coração de alegria! Bjs.
ResponderExcluirDe quem é a letra?
ResponderExcluirAi Adão, me conta como é que é: Se a Eva era branca, como foi que nasceu Pelé? Adão, Adão, Adão, a história não tem razão, ou então no paraíso a macieira também dava jamelão.
Pesquisei e descobri que o autor da música Adão e Eva, gravado por Cauby Peixoto foi Rutinaldo. http://aochiadobrasileiro.webs.com/GravacoesRaras/CaubyPeixoto.htm
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