Roteirizado por Toni Figueira
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 51
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:
PEDRO BARROS
JOÃO
JUCA CIPÓ
MARIA DE LARA
DR. MOREIRA
DOMINGAS
DUDA
HERNANI
DELEGADO FALCÃO
CENA 1 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - SALA - INT. - DIA.
João Coragem encarava o velho coronel de Coroado, sem pestanejar. De homem para homem, dava-lhe a decisão: “o diamante ou sua liberdade; Lara ou sua vida”. Havia, entre os dois, um par de olhos atentos e malvados. Juca Cipó não arredava pé, mãos ameaçadoras, enfiadas por entre o cinturão de couro e o cós da calça surrada de brim azul. Pedro Barros ruminava a raiva que o emudecia, mas procurava tirar o corpo fora.
PEDRO BARROS - Olha aqui, João Coragem... em primeiro lugar não sei de que ocê tá falando. E em segundo... não grita na minha casa. Só quem grita aqui, sou eu!
O rompante enérgico não modificou a atitude decidida do garimpeiro. Estavam em jogo o seu futuro, sua riqueza e todos os sonhos que vinha acalentando há tanto tempo. Lara, sobretudo. Com o dedo em riste, enfrentou o coronel.
JOÃO - Não se faça de inocente! Eu sei, perfeitamente, que foi o senhô que mandô seus capanga invadi a minha casa. Foi o senhô que mandou roubá o diamante!
PEDRO BARROS - (fingia-se de inocente) Roubar... o diamante?
JOÃO - Roubaram... e eu sei quem foi. Lourenço, Juca e mais dois desconhecidos.
Barros andou, teatralmente pela sala, cofiando a barba grisalha.
PEDRO BARROS - Se eles fizeram isso, foi por conta própria.
JUCA CIPÓ - Eu num fui... só se foi alguém parecido comigo! Eu tava na festa do Divino!
João não suportou a hipocrisia das palavras do assassino.
JOÃO - Na festa do Divino! Seu... seu capacho dos infernos!
O moço espalmou as mãos, erguendo o braço para alcançar o rosto do bandoleiro. Juca saltou para o fundo da sala, recuando.
JUCA CIPÓ - Ei, devagá com a louça Ninguém prova que eu tava com os home do Lourenço.
O coronel procurou serenar os impulsos agressivos do rapaz.
PEDRO BARROS - Eu lhe garanto, João, que estou empenhado em encontrar Lourenço pra lhe dá uma lição. Tenho umas coisa pra acertá com ele... umas coisa que ele andou fazendo aqui, na minha ausência. Afirmo que Lourenço sumiu e ninguém sabe onde ele anda.
JOÃO - Como é que eu posso acreditá na sua palavra?
PEDRO BARROS - Não posso me responsabilizar pelos erros dos meus empregados. Se ele roubou o seu diamante... eu não tenho culpa! E por que eu ia mandar fazer uma coisa destas, se você está casado com a minha filha... se eu tenho interesse em que ela viva bem... se eu não desejo que você leve ela pra uma vida de miséria...
João meditou demoradamente nas palavras do coronel. Havia alguma lógica e muita inverdade.
JOÃO - Pois, justamente por isso... O senhô procurô um motivo pra faltá com a sua palavra. Eu, agora, tou na miséria de novo... o senhô disse bem... e com certeza não vai deixá sua filha casá comigo...
As palavras do rude garimpeiro davam oportunidade a que o coronel se insurgisse contra a sua vontade. E o velho não perderia a chance...
PEDRO BARROS - Bem... isto é verdade. Já que o nosso trato foi interrompido... pelo roubo... eu não tenho obrigação de cumprir a palavra.
JOÃO - Eu sabia que o senhô ia fazê isso...
Sem mais delongas, o rapaz fez menção de subir as escadas que davam acesso ao quarto da esposa. Juca e o coronel obstruíram-lhe a passagem.
PEDRO BARROS - Tenha calma, João, nós podemos conversar...
JOÃO - Eu não vim pra conversá! Vim pra tomá uma atitude. Vim até pra lhe matá. E tou disposto a tudo...
Ante a firme determinação do coronel em não atender á sua exigência, João forçou passagem entre os homens. Pedro Barros, com o bico da bota de couro curtido, castigou a canela do rapaz á altura do terço médio da perna. João agachou-se com a dor da pancada, aproveitando-se da curvatura para esmurrar, de baixo para cima, o queixo do coronel. Juca ficou paralisado diante da queda do patrão. Num ápice, o garimpeiro dominou o velho, encostando-lhe o cano do revólver sobre o coração. Então Juca Cipó correu a gritar pela casa adentro.
JUCA CIPÓ - João tá quereno matá meu patrão! João tá quereno matá! João tá matano!
Num instante a casa se encheu de gente. Lara assomou no alto da escada, seguida de Indaiá e do Dr. Rafael. Os criados e capangas faziam cerco, em torno da sala. Rubro de ira, João forçava o cano contra o peito do homem.
JOÃO - Eu posso... acabá com tudo, agora.
Lara correu para o seu lado, puxando-o pelo ombro.
MARIA DE LARA - João, não faça isso! Eu vou com você! Não era preciso nada disto!
Barros bufava e, aos poucos, o garimpeiro dava-lhe liberdade de movimentos. Barros levantou-se, mas a arma permanecia apontada contra seu peito.
JOÃO - (dirigiu-se à mulher) Arrume suas coisa. Ocê vai comigo, agora!
CORTA PARA:
CENA 2 - COROADO - CASA DO DR. MACIEL - EXT. - DIA.
O telegrama de Duda, dando conta do acidente, estourou como uma bomba no Flamengo. Imediatamente, dezenas de repórteres acorreram ao clube para colher material jornalístico. Ninguém, nem mesmo a alta direção, tinha conhecimento exato da extensão do acidente. O telegrama breve, não adiantara como, nem de que maneira, o ídolo da Gávea fôra atingido. Horas depois, o carro negro, possante, parou diante da casa do Dr. Maciel. Hernani e o Dr. Paulo Moreira bateram nervosamente á porta. Domingas veio atendê-los.
DR. MOREIRA - Queríamos falar com o Duda. Viemos do Rio de Janeiro, aflitos...
DOMINGAS - Entrem, por favor...
CENA 3 - COROADO - CASA DO DR. MACIEL - SALA - INT. - DIA.
Duda apareceu, arrastando a perna engessada. Os olhos dos homens concentraram-se no pé que decidira tantas partidas e que, na bolsa de futebol, vivia em constante alta.
DUDA - Gente! Mas... são vocês? Ora essa... que surpresa!
Os três abraçaram-se com a expansão de uma longa ausência. Hernani apressou-se a ajudar o companheiro.
HERNANI - Duda! O que foi isso, velho?
DUDA - Nada, minha gente. Coisa á toa! Olha, tou alegre pra burro de vocês terem vindo. (virando-se para a criada) Oh, Mingas, veja aí um café bem mineiro pra meus amigos do Rio. (e para os amigos) Se senta, gente. Vai se acomodando!
Com muito esforço e auxiliado pelos homens, Duda atirou-se a uma poltrona de pano estampado.
DR. MOREIRA - Viemos te buscar.
HERNANI - O telegrama que recebemos caiu como uma bomba na sede do Mengo!
DR. MOREIRA - Você nem imagina! Foi um pânico. Logo você, o melhor do time, acidentado! Impedido de jogar! (apontou para o gesso) Isso aí, na perna... é grave?
Havia apreensão no rosto contrafeito do homem.
DUDA - Foi uma bala, seu Moreira!
HERNANI - Uma bala?!
Hernani, levando a mão á testa e franzindo o rosto numa careta de pavor.
MOREIRA - Santo Deus, então é grave!
Fazendo um sinal de calma com a mão, Duda acentuou, procurando tranquilizar os amigos.
DUDA - Depois vocês falam com o pai da minha mulher. Foi ele quem me operou. (chamou a empregada) Mingas! Chama aí o Dr. Maciel!
Do interior da casa, a velha respondeu que sim. Duda voltou a conversar com os visitantes.
DUDA - Ele é quem vai dizer se o negócio é sério. Parece que houve fratura no osso, pela bala...
HERNANI - Já extraíram?
DUDA - Já, já. Foi uma luta. Mas a perna ainda dói.
HERNANI - Eu disse a você. Deixe que a gente manda buscar a sua mulher. Você não quis acreditar, e olha aí! Vai ficar parado um tempão sem poder ajudar o time, numa hora fogo para a nossa classificação.
DUDA - Foi bobagem, mesmo, agora é que eu reconheço.
Colada á porta do quarto, Ritinha ouvia o diálogo, atenta ás palavras dos emissários do Flamengo.
MOREIRA - (à meia- voz) Está aí. Sua carreira, os nossos jogos... nossos planos... tudo por água abaixo! É o que faz uma mulher na vida de um homem!
Ouvindo as palavras do diretor do Falmengo, Ritinha abafou um soluço. As lágrimas banhavam-lhe a face. Sentia-se culpada dos azares do marido.
CORTA PARA:
CENA 4 - COROADO - DELEGACIA - INT. - DIA.
Diogo Falcão recostou-se á parede, sentado com as pernas sobre a mesa de audiência. O fone parecia entrar-lhe pela garganta adentro. Os olhos do delegado brilhavam.
DELEGADO FALCÃO - Está bem, menina... ótimo. Bom trabalho. Muito bom, mesmo. Dá pra você dizer de onde veio o telefonema interurbano pra casa do Coronel Barros? De onde? De Goiás. Morrinhos! Sei. Ouviu a conversa? Pode falar, a responsabilidade é da polícia. Era do homem que eu te falei? Lourenço D’Ávila? Ahn... sei.Tá certo. Então, preste atenção. Se ele ligar outra vez, tome nota de tudo. Brigado, Aninha.
Pôs o fone no gancho, com um sorriso malicioso.Voltou-se para o homem que estava á sua frente.
DELEGADO FALCÃO - O senhor estava certo. Olha, seu coronel, é duro ter que confirmar isso...
PEDRO BARROS - Foi o bandido do Lourenço?
Falcão confirmou com um leve movimento de cabeça.
DELEGADO FALCÃO - A moça telefonista, do Centro, não sabe dizer. Ouviu toda a conversa. Ele mandou chamar Dona Estela e ela atendeu censurando muito ele, pelo que havia feito com Dona Lara. Mas ele não disse o nome. Disse que estava ferido... e que precisava dela.
Pedro Barros não tinha dúvida quanto á identidade do misterioso amigo da esposa.
PEDRO BARROS - Isto confirma tudo. O Duda não disse que atirou no homem? (Falcão fez que sim) Então, é Lourenço.E onde ele está?
DELEGADO FALCÃO - O telefonema era de Morrinhos, em Goiás.
PEDRO BARROS - Então, manda seus homens pra lá, atrás dele.
DELEGADO FALCÃO - Hoje mesmo vou fazer isso!
João Coragem encarava o velho coronel de Coroado, sem pestanejar. De homem para homem, dava-lhe a decisão: “o diamante ou sua liberdade; Lara ou sua vida”. Havia, entre os dois, um par de olhos atentos e malvados. Juca Cipó não arredava pé, mãos ameaçadoras, enfiadas por entre o cinturão de couro e o cós da calça surrada de brim azul. Pedro Barros ruminava a raiva que o emudecia, mas procurava tirar o corpo fora.
PEDRO BARROS - Olha aqui, João Coragem... em primeiro lugar não sei de que ocê tá falando. E em segundo... não grita na minha casa. Só quem grita aqui, sou eu!
O rompante enérgico não modificou a atitude decidida do garimpeiro. Estavam em jogo o seu futuro, sua riqueza e todos os sonhos que vinha acalentando há tanto tempo. Lara, sobretudo. Com o dedo em riste, enfrentou o coronel.
JOÃO - Não se faça de inocente! Eu sei, perfeitamente, que foi o senhô que mandô seus capanga invadi a minha casa. Foi o senhô que mandou roubá o diamante!
PEDRO BARROS - (fingia-se de inocente) Roubar... o diamante?
JOÃO - Roubaram... e eu sei quem foi. Lourenço, Juca e mais dois desconhecidos.
Barros andou, teatralmente pela sala, cofiando a barba grisalha.
PEDRO BARROS - Se eles fizeram isso, foi por conta própria.
JUCA CIPÓ - Eu num fui... só se foi alguém parecido comigo! Eu tava na festa do Divino!
João não suportou a hipocrisia das palavras do assassino.
JOÃO - Na festa do Divino! Seu... seu capacho dos infernos!
O moço espalmou as mãos, erguendo o braço para alcançar o rosto do bandoleiro. Juca saltou para o fundo da sala, recuando.
JUCA CIPÓ - Ei, devagá com a louça Ninguém prova que eu tava com os home do Lourenço.
O coronel procurou serenar os impulsos agressivos do rapaz.
PEDRO BARROS - Eu lhe garanto, João, que estou empenhado em encontrar Lourenço pra lhe dá uma lição. Tenho umas coisa pra acertá com ele... umas coisa que ele andou fazendo aqui, na minha ausência. Afirmo que Lourenço sumiu e ninguém sabe onde ele anda.
JOÃO - Como é que eu posso acreditá na sua palavra?
PEDRO BARROS - Não posso me responsabilizar pelos erros dos meus empregados. Se ele roubou o seu diamante... eu não tenho culpa! E por que eu ia mandar fazer uma coisa destas, se você está casado com a minha filha... se eu tenho interesse em que ela viva bem... se eu não desejo que você leve ela pra uma vida de miséria...
João meditou demoradamente nas palavras do coronel. Havia alguma lógica e muita inverdade.
JOÃO - Pois, justamente por isso... O senhô procurô um motivo pra faltá com a sua palavra. Eu, agora, tou na miséria de novo... o senhô disse bem... e com certeza não vai deixá sua filha casá comigo...
As palavras do rude garimpeiro davam oportunidade a que o coronel se insurgisse contra a sua vontade. E o velho não perderia a chance...
PEDRO BARROS - Bem... isto é verdade. Já que o nosso trato foi interrompido... pelo roubo... eu não tenho obrigação de cumprir a palavra.
JOÃO - Eu sabia que o senhô ia fazê isso...
Sem mais delongas, o rapaz fez menção de subir as escadas que davam acesso ao quarto da esposa. Juca e o coronel obstruíram-lhe a passagem.
PEDRO BARROS - Tenha calma, João, nós podemos conversar...
JOÃO - Eu não vim pra conversá! Vim pra tomá uma atitude. Vim até pra lhe matá. E tou disposto a tudo...
Ante a firme determinação do coronel em não atender á sua exigência, João forçou passagem entre os homens. Pedro Barros, com o bico da bota de couro curtido, castigou a canela do rapaz á altura do terço médio da perna. João agachou-se com a dor da pancada, aproveitando-se da curvatura para esmurrar, de baixo para cima, o queixo do coronel. Juca ficou paralisado diante da queda do patrão. Num ápice, o garimpeiro dominou o velho, encostando-lhe o cano do revólver sobre o coração. Então Juca Cipó correu a gritar pela casa adentro.
JUCA CIPÓ - João tá quereno matá meu patrão! João tá quereno matá! João tá matano!
Num instante a casa se encheu de gente. Lara assomou no alto da escada, seguida de Indaiá e do Dr. Rafael. Os criados e capangas faziam cerco, em torno da sala. Rubro de ira, João forçava o cano contra o peito do homem.
JOÃO - Eu posso... acabá com tudo, agora.
Lara correu para o seu lado, puxando-o pelo ombro.
MARIA DE LARA - João, não faça isso! Eu vou com você! Não era preciso nada disto!
Barros bufava e, aos poucos, o garimpeiro dava-lhe liberdade de movimentos. Barros levantou-se, mas a arma permanecia apontada contra seu peito.
JOÃO - (dirigiu-se à mulher) Arrume suas coisa. Ocê vai comigo, agora!
CORTA PARA:
CENA 2 - COROADO - CASA DO DR. MACIEL - EXT. - DIA.
O telegrama de Duda, dando conta do acidente, estourou como uma bomba no Flamengo. Imediatamente, dezenas de repórteres acorreram ao clube para colher material jornalístico. Ninguém, nem mesmo a alta direção, tinha conhecimento exato da extensão do acidente. O telegrama breve, não adiantara como, nem de que maneira, o ídolo da Gávea fôra atingido. Horas depois, o carro negro, possante, parou diante da casa do Dr. Maciel. Hernani e o Dr. Paulo Moreira bateram nervosamente á porta. Domingas veio atendê-los.
DR. MOREIRA - Queríamos falar com o Duda. Viemos do Rio de Janeiro, aflitos...
DOMINGAS - Entrem, por favor...
CENA 3 - COROADO - CASA DO DR. MACIEL - SALA - INT. - DIA.
Duda apareceu, arrastando a perna engessada. Os olhos dos homens concentraram-se no pé que decidira tantas partidas e que, na bolsa de futebol, vivia em constante alta.
DUDA - Gente! Mas... são vocês? Ora essa... que surpresa!
Os três abraçaram-se com a expansão de uma longa ausência. Hernani apressou-se a ajudar o companheiro.
HERNANI - Duda! O que foi isso, velho?
DUDA - Nada, minha gente. Coisa á toa! Olha, tou alegre pra burro de vocês terem vindo. (virando-se para a criada) Oh, Mingas, veja aí um café bem mineiro pra meus amigos do Rio. (e para os amigos) Se senta, gente. Vai se acomodando!
Com muito esforço e auxiliado pelos homens, Duda atirou-se a uma poltrona de pano estampado.
DR. MOREIRA - Viemos te buscar.
HERNANI - O telegrama que recebemos caiu como uma bomba na sede do Mengo!
DR. MOREIRA - Você nem imagina! Foi um pânico. Logo você, o melhor do time, acidentado! Impedido de jogar! (apontou para o gesso) Isso aí, na perna... é grave?
Havia apreensão no rosto contrafeito do homem.
DUDA - Foi uma bala, seu Moreira!
HERNANI - Uma bala?!
Hernani, levando a mão á testa e franzindo o rosto numa careta de pavor.
MOREIRA - Santo Deus, então é grave!
Fazendo um sinal de calma com a mão, Duda acentuou, procurando tranquilizar os amigos.
DUDA - Depois vocês falam com o pai da minha mulher. Foi ele quem me operou. (chamou a empregada) Mingas! Chama aí o Dr. Maciel!
Do interior da casa, a velha respondeu que sim. Duda voltou a conversar com os visitantes.
DUDA - Ele é quem vai dizer se o negócio é sério. Parece que houve fratura no osso, pela bala...
HERNANI - Já extraíram?
DUDA - Já, já. Foi uma luta. Mas a perna ainda dói.
HERNANI - Eu disse a você. Deixe que a gente manda buscar a sua mulher. Você não quis acreditar, e olha aí! Vai ficar parado um tempão sem poder ajudar o time, numa hora fogo para a nossa classificação.
DUDA - Foi bobagem, mesmo, agora é que eu reconheço.
Colada á porta do quarto, Ritinha ouvia o diálogo, atenta ás palavras dos emissários do Flamengo.
MOREIRA - (à meia- voz) Está aí. Sua carreira, os nossos jogos... nossos planos... tudo por água abaixo! É o que faz uma mulher na vida de um homem!
Ouvindo as palavras do diretor do Falmengo, Ritinha abafou um soluço. As lágrimas banhavam-lhe a face. Sentia-se culpada dos azares do marido.
CORTA PARA:
CENA 4 - COROADO - DELEGACIA - INT. - DIA.
Diogo Falcão recostou-se á parede, sentado com as pernas sobre a mesa de audiência. O fone parecia entrar-lhe pela garganta adentro. Os olhos do delegado brilhavam.
DELEGADO FALCÃO - Está bem, menina... ótimo. Bom trabalho. Muito bom, mesmo. Dá pra você dizer de onde veio o telefonema interurbano pra casa do Coronel Barros? De onde? De Goiás. Morrinhos! Sei. Ouviu a conversa? Pode falar, a responsabilidade é da polícia. Era do homem que eu te falei? Lourenço D’Ávila? Ahn... sei.Tá certo. Então, preste atenção. Se ele ligar outra vez, tome nota de tudo. Brigado, Aninha.
Pôs o fone no gancho, com um sorriso malicioso.Voltou-se para o homem que estava á sua frente.
DELEGADO FALCÃO - O senhor estava certo. Olha, seu coronel, é duro ter que confirmar isso...
PEDRO BARROS - Foi o bandido do Lourenço?
Falcão confirmou com um leve movimento de cabeça.
DELEGADO FALCÃO - A moça telefonista, do Centro, não sabe dizer. Ouviu toda a conversa. Ele mandou chamar Dona Estela e ela atendeu censurando muito ele, pelo que havia feito com Dona Lara. Mas ele não disse o nome. Disse que estava ferido... e que precisava dela.
Pedro Barros não tinha dúvida quanto á identidade do misterioso amigo da esposa.
PEDRO BARROS - Isto confirma tudo. O Duda não disse que atirou no homem? (Falcão fez que sim) Então, é Lourenço.E onde ele está?
DELEGADO FALCÃO - O telefonema era de Morrinhos, em Goiás.
PEDRO BARROS - Então, manda seus homens pra lá, atrás dele.
DELEGADO FALCÃO - Hoje mesmo vou fazer isso!
FIM DO CAPÍTULO 51
João enfrenta Pedro Barros |
e no próximo capítulo...
*** PARA TRISTEZA DA FAMÍLIA CORAGEM, O VELHO SEBASTIÃO MORRE, DEIXANDO OS FILHOS COM MAIS SEDE DE VINGANÇA AINDA!
*** PARA TRISTEZA DA FAMÍLIA CORAGEM, O VELHO SEBASTIÃO MORRE, DEIXANDO OS FILHOS COM MAIS SEDE DE VINGANÇA AINDA!
*** DALVA E ESTELA DISCUTEM. DALVA DIZ Á CUNHADA QUE PEDRO BARROS JÁ SABE QUE ELA O TRAÍA COM LOURENÇO.
NÃO PERCA O CAPÍTULO 52 DE
Gostei de ver o delegado Falcão e sua rede de informantes, rsrsrs. E João, quase matando Pedro Barros, também foi muito bom, Toni! Bjs.
ResponderExcluirTá esquentando, Maria! Com tanta desgraça junta, tantas perdas e sofrimento, João está perdendo as estribeiras e quase virando um bandido!
ResponderExcluir