À PRIMEIRA VISTA
Sinopse:
Claude Antoine Geraldy está prestes a fechar negócios com uma multinacional americana do ramo da construção civil e realizar o seu sonho de constuir moradias para pessoas de menos renda. Seu sonho maior é pleitear junto aos governos prédios desativados, restaurá-los e transformá-los em partamentos/condomínios para as classes C,D,E.
Isso envolve a soma de milhões de dólares. Uma tentação para os ambiciosos! Como seu funcionário Coutinho, que cuidava de seus contratos e de sua situação no Brasil, mas o deixou com o visto de permanência vencido. E diante dessa e de tantas falcatruas descobertas, ele tem que agir rápido, senão adeus sonhos, adeus Brasil. Sua sorte é poder contar com Serafina Rosa, a arquiteta contrada para um serviço particular...
Personagens:
Claude Antoine Geraldy: Empresário do ramo da construção civil.
Júlio Castelli: Ex-noivo de Serafina.
Coutinho: Responsável pela administração da Construtora.
Frazão: Advogado, e melhor amigo de Claude, descobre as falcatruas e tenta evitar o pior.
Freitas: Advogado contratado pra resolver as falcatruas e a permanência de Claude no Brasil.
Serafina Rosa Petroni: Arquiteta, especializada em paisagismo e restauração. Atua como free-lance,
Antoninho: Advogado e primo de Rosa. Dividem um mesmo espaço comercial.
Janete Medeiros: Secretária de Claude e Frazão, amiga de Rosa. Dividem um apartamento.
Nara Paranho de Vasconcelos: Ex-noiva de Claude.
Amália e Giovanni: Pais de Serafina Rosa.
Outras personagens: Roberta, Alabá, Sérgio, Colibri, Dadi, Paulo, Susana, Gurgel, Silvia, Casal Smith.
Capítulo I – O encontro
Na construtora, Frazão conversa com Claude, lembrando-o de seu compromisso com a pessoa responsável pela restauração paisagística da casa, herança de seus pais, que ele finalmente estava reformando.
F: Meu querido, você não está atrasado pra contratar os serviços de paisagismo da sua velha nova casa?
C: É, estou mesmo. Essa noite foi muito tumultuada... mulheres sabe... Non resisto a elas...e dá um sorrisinho cínico.
Levanta-se, coloca sua bolsa, e sai apressado, pois realmente está muito atrasado.
Na referida casa, que ficava nos arredores da cidade, Rosa, cansada de esperar pelo seu cliente resolve adiantar os trabalhos e começa a tirar suas fotos, de vários ângulos. Enquanto isso, vai pensando, falando consigo mesma:
“Já estou imaginando que tipo de chefe a Janete tem. Não consegue nem chegar na hora marcada. Além de tudo é francês, deve se achar o máximo, a última bolacha do pacote . E ainda dizem que são de primeiro mundo!Nem respeitam horário...”
Rosa faz inúmeras fotos, e passa a observar o que já foi um lindo jardim um dia, agora com suas roseiras desgrenhadas pela falta de podas, entre outras tantas espécies de flores. Sem pensar duas vezes, vai até a sua velha Saveiro, guarda a máquina fotográfica, pega sua caixa de ferramentas de jardinagem e tira de lá uma tesoura de poda .
Coloca a ferramenta no bolso do seu macacão jeans, enrola o cabelo num coque, coloca um boné, e como está sozinha mesmo, resolve ouvir músicas no MP3.
“Já que estou vestida para trabalhar mesmo...” - Pensa. E sem hesitar vai até uma roseira e começa a podá-la, ficando de costas para entrada da casa. Neste instante chega Claude, que ao ver um estranho cortando, o que foi a roseira preferida de sua mãe, tem um ataque e sai gritando:
C: Você non sabe ler não? Isso é uma propriedade particular, tem dono hã?
Como ela estava com os fones não percebeu e nem escutou o francês, que irritado com o descaso, e pensando ser um adolescente, segura Rosa pelo braço e fala:
C: Ah, seu projetinho de jardineiro! - E a sacode com certa violência!.
Com o susto, Rosa solta os galhos que segurava, que vão de encontro ao rosto de Claude. Ele não consegue se desviar a tempo, tendo o rosto atingido por alguns espinhos, na altura da testa.
Mais irritado ainda ele continua a segura-la pelos braços. Usa tanta força, que o boné cai, revelando seus longos cabelos.
R: Pára com isso, seu maluco, estúpido, seu grosso... ta querendo me matar?
C: Mas... você é mulher...
R: Dãããã , demorou pra perceber hem? E posso saber por que me apertou tanto assim?
C: Quem faz as perguntas aqui sou eu, hã? Sua invasora de jardins!
R: Eu, invasora? Estou aqui há horas esperando o tal francês, que pelo jeito não sabe ver as horas, nem em um relógio digital e me deixou aqui plantada igual essas roseiras.
Ao ouvir isso Claude rebate:
C: Ah, oui! Oui mademonselle.. - Diz cinicamente. Pra seu governo, eu sou o “tal francês” e meu atraso tem explicaçon, hã?
“Pelo que a Janete conta, imagino qual” - pensa Rosa.
Ainda assim, fica desconcertada, percebe que, pra variar, falou demais e tenta desfazer o mal entendido, não sem uma dose de ironia:
R: Nossa, mil desculpas pela minha irritação, mas tenho outros compromissos e não posso ficar aqui o dia inteiro, ok?
Claude leva a mão ao ferimento, e Rosa percebendo se prontifica a fazer um curativo. Pega seu estojo de primeiros socorros.
R: Deixa eu limpar isso ai. - Mas ele se afasta. - Antes que você pegue um tétano – ela não resiste – não sabe o porque mas sente impulsos de provocá-lo...
C: Tétano? Você está falando sério? Non, non! Non posso nem pensar nisso, hã? – E mesmo a contragosto, deixa que ela higienize o ferimento, passe um anti-séptico e coloque um curativo.
Enquanto ela fazia o curativo pensava: “Quanta delicadeza, nem sinto dor...E que perfume é esse? Non parece a mesma, assim quietinha...”
E Rosa: “Que homem é esse, meu Deus.... Que isso que eu estou sentindo? Apesar de grosso, não consigo sentir raiva dele....
Imersos em seus pensamentos, num silêncio inexplicável ao mesmo tempo dizem:
C&R: Olha, desculpa... (risadas)
C: A gente nem se apresentou ainda, hã? Vamos recomeçar, como deveria ter acontecido ok?
R: Ok!
C: Eu sou o proprietário deste lugar, Claude Antoine Geraldy...
R: Eu sou, Serafina Rosa Petroni, talvez, a paisagista que restaure esse jardim...
C: Talvez? Por quê?
R: Porque ainda não assinamos o contrato de prestação de serviços, e depois dessa recepção.... Você pode mudar de idéia.... Afinal a primeira impressão é a que fica né?
C: Bom, vamos esquecer isso, hã? Foi desagradável mesmo, mas estamos recomeçando, oui? Você acha que pode reconstruir esse jardim? Está tudo ton desolado...
R: Tenho certeza que posso. Não vai ser de um dia pro outro, claro, mas eu garanto que vai ficar lindo, como deve ter sido um dia... Cheio de cores, perfumes, borboletas.... Cheio de vida e amor....
C: Nossa, além de paisagista você também é poetisa, filósofa, enfermeira...
R: Olha, eu só falei o que veio no pensamento não precisa ser sarcástico...Por acaso eu falei que além de “proprietário” você é mal educado, grosso, prepotente, autoritário...
C: Mon Dieu... Calma! Eu estava falando sério, achei romântica sua colocação. Minha mãe costumava cuidar do jardim... Era seu passatempo, sua terapia... Quando ela morreu, meu pai voltou pra França. Havia o caseiro que cuidava, mas depois que ele também morreu, ficou tudo assim... abandonado. Agora que eu voltei pra cá, resolvi recuperar essa parte de minha história..
Rosa se surpreende com a doçura dele ao falar da mãe. Sente-se culpada, sem saber do que...
R: Me desculpa... eu sou assim mesmo... Falo sem pensar a acabo enfiando os pés pelas mãos. - E dá uma risada meio sem graça.
C: Como é que é? Enfiar os pés pelas mãos?
R: Rsrsrsrsr! É uma expressão aqui da minha terra, quer dizer agir desajeitadamente.
C: Ah, entendi! Vem cá - E pega Rosa pela mão - Quero que você conheça a casa por dentro.
Eles sobem os degraus que dão acesso à varanda da casa. Claude abre a porta e eles entram. Os móveis estão todos cobertos com tecidos, mas diferente da parte de fora, tudo está impecável, como se os moradores da casa tivessem acabado de sair.
Eles andam pela casa toda, sobem a escada, entram nos quartos.....Rosa se encanta com o lugar, que precisa de poucos reparos, uma pintura nova, alguns ajustes aqui outros ali, ela vai pensando e nem percebe que Claude se fecha novamente.
Ela vai comentar algo com ele, mas ao se virar, desiste, pois ele está visivelmente abalado, e diz rispidamente:
C: Preciso sair daqui! Vamos.
Ela apenas o segue, tentando respeitar aquele momento que era só dele.
Ao saírem da casa, o sol já está quase no horizonte. Claude vai na frente. Rosa diz:
R: Nossa! Já é tarde! Preciso ir, não gosto de dirigir à noite sozinha.
Nesse momento uma raio de sol bate em seus olhos, ela se desequilibra nos degraus e quando pensa que vai cair e rolar escada abaixo, dois braços fortes a envolvem impedindo a queda.
Com isso os corpos se juntam, e ambos sentem algo, uma “corrente elétrica” que percorre seus corpos. Seus rostos estão muito, muito próximos um do outro, uma estranha magia, reina neste instante. Eles perdem a noção do tempo.
Seus lábios se tocam, num beijo suave, que vai se aprofundando, exigindo uma resposta mais ousada... A respiração de ambos é ofegante. Rosa tenta sair, mas seu corpo não mais a obedece e ela se deixa levar, abraça o francês, trazendo-o para mais perto.
Até que o ruído insistente do celular dele os desperta dessa intimidade.. Com muito esforço ele atende, enquanto tenta segurar Rosa, que corre, entra em seu carro e vai embora...
C: Serafina! Espera!
F: Alô, alô...Claude? Você está me ouvindo?
C: Oh Frazon!!! Non tinha outra hora pra ligar non é? Grande amigo, hã?
F: Não tenho tempo pra brincar não francês! Vem pra empresa que uma bomba vai cair aqui....
C: Ehhhh, non me assusta non! Que aconteceu?
F: Melhor a gente se falar pessoalmente.
C: D`accord! Estou a caminho!
Ele vê que Rosa deixou seu estojo de primeiros socorros e a tesoura de podar.. Recolhe tudo e leva consigo...
“É... uma boa desculpa pra vê-la novamente... Mon Die, que que eu estou pensando? Que beijo foi esse? Nunca senti isso com outra mulher” – pensa, enquanto retorna pra cidade.
Tiaaaaaaaaaa que bom ver sua fic sendo postada aqui \o/
ResponderExcluirFic-A primeira vista é tudo de bom. ja tive a oportunidade de le-la e amei!
ResponderExcluirVou amar acompanhar novamente.
“Que homem é esse, meu Deus.... Que isso que eu estou sentindo? Apesar de grosso, não consigo sentir raiva dele....
ResponderExcluirTo adorando.e to vendo que o desenrolar dessa história vai ser bem divertido.anciosa pela continuação
Beijos
Alê
Sônia, adorei esse começo, já deu pra perceber que vai ter romantismo e humor, do jeito que eu gosto! Vou esperar a continuação.
ResponderExcluirBjs.
Sônia,muito bom o primeiro capítulo.Parabéns!
ResponderExcluirOi estou amando ler fics de claude e rosa, onde posso encontra mais fic .tem algum blog que tem essa fic completa?
ResponderExcluirDesde ja agradeço