Novela de Antonio Figueira
Inspirada na Obra de Dias Gomes
Inspirada na Obra de Dias Gomes
Fonte: http://youtu.be/zIuryHGvAVc
CAPÍTULO 54
Personagens deste capítulo:
RENATÃO
ARAKEN
JUREMA
LEOPOLDO
ADVOGADO CELSO BARROSO
VÍTOR
HELÔ
D. MARIETA
MARIA REGINA
MARCOS
KONSTANTÓPULUS
TIA COLÓ
MARISA
CARLINHA
ARAKEN
JUREMA
LEOPOLDO
ADVOGADO CELSO BARROSO
VÍTOR
HELÔ
D. MARIETA
MARIA REGINA
MARCOS
KONSTANTÓPULUS
TIA COLÓ
MARISA
CARLINHA
CENA - NITERÓI - CASA DE TIA COLÓ - SALA - INT. DIA.
RENATÃO BATEU NA PORTA. PANCADAS LEVES COM OS NÓS DOS DEDOS. TIA COLÓ ABRIU A PORTA.
TIA COLÓ - Renatinho! Que saudades, meu menino!...
RENATÃO ABRAÇOU E BEIJOU A TIA, CARINHOSAMENTE. CARLINHA ENTROU NA SALA E ATIROU-SE NOS BRAÇOS DO PAI.
CARLINHA - Papai!
TIA COLÓ - Ela não aguentava mais de tanta ansiedade, quando soube que você viria! Faltou até a aula, só pra ver o pai!
RENATÃO - Eu também tava ansioso pra ver meus dois amores! (olhou em volta) Madame X... quer dizer, Marisa, já chegou?
TIA COLÓ - Ainda não. Me explica isso direito, Natinho. Ela desistiu da guarda da menina e resolveu voltar pra Europa?
RENATÃO - Exatamente, Tia Coló.(ergueu as mãos para o alto) Graças a Deus! O marido veio buscá-la e ela resolveu voltar com ele pra Áustria, abrindo mão da guarda da Carlinha.
TIA COLÓ - Graças a Deus! Minhas preces pra São Judas Tadeu foram ouvidas. Vou fazer uma novena pra agradecer! (T) Será que ela vem mesmo, se despedir da menina?
NAQUELE INSTANTE, MARISA ENTROU, EMPURRANDO A PORTA ENTREABERTA.
MARISA - Claro que eu vim, tia Coló! Eu não poderia viajar sem dar um abraço na senhora e na minha filha (abaixou-se e abriu os braços para a menina) Carlinha, querida... pode me dar um abraço?
CARLINHA, NOS BRAÇOS DO PAI, FITOU A MÃE, TÌMIDAMENTE.
RENATÃO - (incentivou a filha) Vá, filha. Dê um abraço na sua mãe...
A MENINA OBEDECEU. ABRAÇOU MARISA, QUE AFAGOU-LHE OS CABELOS, EMOCIONADA.
MARISA - Minha filha... mamãe vai viajar... mas eu volto pra te ver, tá bem? Vou voltar sempre pra você, meu amor!
TIA COLÓ E RENATÃO TROCARAM UM OLHAR DE ESGUELHA.
CORTA PARA:
CENA 2 - DELEGACIA - CELA DE JUREMA - INT. - DIA.
CABO JORGE - D. Jurema, visita para a senhora!
JUREMA LEVANTOU-SE, COM O CORAÇÃO AOS PULOS. LEOPOLDO SURGIU Á ENTRADA DA CELA.
JUREMA - Bem (disse, notando que ele percebera o seu desapontamento) é a primeira visita que eu recebo... eu pensei que...
LEOPOLDO - (cortou) ... que fosse Ricardinho!
JUREMA - (admitiu) É... desculpe...
LEOPOLDO - Não estou mais disposto a passar a mão na cabeça do meu filho. Se quer saber, Jurema, ele pouco se importa com você!
JUREMA - Mas ele tem me dado muito apoio moral, Leopoldo!
LEOPOLDO - Ah, Jurema, tenha paciência! Não venha com essa onda de Amélia pra cima de mim! Ele não liga pra você, acredite. Meu filho não merece o que você passa por ele. Não merece nada. É um irresponsável, um... um... um patife, pronto.
JUREMA - Não sei como o senhor tem a coragem de dizer isso do seu próprio filho!
LEOPOLDO - Estou revoltado, Jurema, é só isso. E me revolto por sua causa (disse, à sua maneira, inofensiva, cavalheiresca e antiquada). Me revolto em ver você aqui, nessa situação, e por me sentir impotente, sem poder fazer nada pra ajudar...
JUREMA SORRIU, TRISTEMENTE.
JUREMA - Obrigada, meu amigo.
CORTA PARA:
CENA 3 - “FOLHA DO RIO” - REDAÇÃO - INT. - DIA.
A REDAÇÃO DA “FOLHA DO RIO” FERVILHAVA DE ATIVIDADE QUANDO O ADVOGADO CELSO BARROSO ENTROU, PROCURANDO POR ARAKEN TEIXEIRA. O JORNALISTA DIGITAVA COM RAIVA NUM COMPUTADOR AS SUAS OBRIGAÇÕES ROTINEIRAS, MAS LARGOU TUDO DE LADO PARA ATENDÊ-LO.
DR. CELSO - Fiquei impressionado com o seu telefonema e resolvi procurá-lo. Mas ainda não entendi. Li sua reportagem sobre o julgamento e acho que ela não coincide em nada com aquilo que o senhor me disse pelo telefone, que Jurema está inocente.
ARAKEN - (sorriu, depois tirou um cigarro do bolso) Dr. Celso Barroso, num jornal, nem tudo o que a gente pensa pode escrever. Existem interesses em jogo, o senhor entende?... (fez uma pausa, acendeu o cigarro) Não lhe posso dizer mais do que isso. Porém, além da ética profissional, tenho a minha consciência de cidadão. Foi isso que me levou a lhe telefonar. Para lhe dar o meu apoio, a minha solidariedade como homem. Soube que o senhor ia lutar por uma revisão do processo, e senti necessidade de fazer isso. Infelizmente, não posso ajudá-lo. Mas sei de pessoas que podem: os pais de Nívea Louzada. A mãe, principalmente. Também um garçom do Castelinho, chamado Manolo. Essas pessoas poderão contar coisas muito interessantes...
CORTA PARA:
CENA 4 - APARTAMENTO DE EMILIANO - SALA - INT. - DIA.
D. MARIETA SE ARRUMAVA PARA IR TRABALHAR, QUANDO A CAMPAINHA TOCOU. RESMUNGANDO, ABRIU A PORTA E DEPAROU COM CELSO BARROSO.
D. MARIETA - Pois não...
DR. CELSO - Bom dia, D. Marieta. Perdoe ter vindo assim, sem avisar. É que eu precisava falar com a senhora, com urgência.
D. MARIETA - Espere aí... estou reconhecendo o senhor... É...
DR. CELSO - (cortou) Isso mesmo: sou o advogado de D. Jurema de Alencar. Nos vimos no julgamento dela. Meu nome é Celso Barroso.
D. MARIETA - (fez-lhe sinal para entrar) Por favor, entre... não sei no que posso ajudar o senhor. Além do mais, estou um pouco atrasada. Tenho um salão de beleza e estava de saída...
DR. CELSO - Fique tranquila, não vou tomar seu tempo. É coisa rápida.
D. MARIETA - Pois bem... em que posso ajudá-lo?
DR. CELSO - D. Marieta, em seu depoimento, no tribunal, a senhora disse que achava que sua filha não foi ao encontro de Jurema na noite do crime. A senhora desconfia de alguém?
D. MARIETA - Bem, doutor, não tenho certeza de nada... apenas alguns fatos me levam a crer que aquela pobre mulher pode estar inocente no assassinato da minha filha.
DR. CELSO - Posso saber que fatos são esses? Pode me dar mais detalhes?...
D. MARIETA - O medalhão.... Minha filha e Helô, a filha do Dr. Oliveira Ramos, tinham medalhões idênticos. Eu encontrei o medalhão há pouco tempo entre as coisas dela... e percebi que não era o mesmo que foi encontrado junto ao corpo.
DR. CELSO - (interessado) E onde está o medalhão que foi encontrado com ela?
D. MARIETA - Eu entreguei a Vítor, pois pertencia a Helô.
DR. CELSO - Mas esse medalhão também é uma prova muito importante, se ficar comprovado que foi achado junto ao
corpo e, dependendo a situação em que foi encontrado, isso poderá mudar tudo!
D. MARIETA - É, mas a esta altura, Helô já deve ter dado sumiço ao medalhão! Droga, eu fui uma idiota por ter devolvido ao Vítor...
DR. CELSO - Fique tranquila. Nem tudo está perdido. Vou entrar com um pedido de vista dos autos, para examinar as fotos tiradas pela perícia. E vamos atrás da verdade, D. Marieta, custe o que custar!
CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DE HELÔ - SALA - INT. - DIA.
NAQUELA MESMA TARDE, O TELEFONE TOCOU E HELÔ ATENDEU.
HELÔ - Alô!
DR. CELSO - Por favor, eu gostaria de falar com o Sr. Vítor Mariano.
HELÔ - Meu marido está de saída para o trabalho, creio que não vai poder atender. Se quiser deixar recado...
DR. CELSO - Não, obrigado. Na verdade, quero conversar com seu marido pessoalmente. Aqui é o Dr. Celso Barroso. Sou advogado de D. Jurema de Alencar.
HELÔ - (ficou tensa) Por favor, ligue mais tarde.
DR. CELSO - Ligo, sim. Passe bem, D. Heloísa.
HELÔ COLOCOU O FONE NO GANCHO. VÍTOR DIRIGIU-SE PARA A PORTA.
VÍTOR - Quem era?
HELÔ - O advogado de Jurema, Dr. Celso Barroso. Quer falar com você (fez uma pausa) Mas o caso de Jurema não estava encerrado?
VÍTOR - Sim, mas ele vai tentar uma revisão do processo. Li num jornal.
HELÔ - Se isso for verdade, por que quer falar com você? E se alguém tiver falado a ele alguma coisa a meu respeito? Só pode ser isso. E se for?
VÍTOR - Teremos de enfrentar a situação. Nada mais.
VÍTOR BEIJOU A MULHER NO ROSTO E SAIU.
CORTA PARA:
CENA 6 - PRAIA DE IPANEMA - EXT. - DIA.
MARIA REGINA ERA UMA GAROTA AMBICIOSA. TINHA 22 ANOS, BONITA, CORPO DE MANEQUIM. BASTANTE VIVA, ESTAVA A FIM DE SE PROMOVER A QUALQUER PREÇO. MISTURAVA UM POUCO DE ILUSÃO SUBURBANA COM O CALCULISMO E A MALÍCIA DA GAROTA DE IPANEMA. ESTAVA NA PRAIA, EM COMPANHIA DE MARCOS, O NAMORADO DE VERINHA, QUANDO RENATÃO PASSOU, DE ÓCULOS ESCUROS PARA NÃO SER RECONHECIDO.
MARIA REGINA - É esse o Renatão?
MARCOS - É. Quer que eu te apresente a ele?
MARIA REGINA - Não, eu tenho uma idéia melhor. Você sabe onde ele mora?
MARCOS APONTOU PARA O PRÉDIO A POUCOS METROS DE DISTÂNCIA.
MARCOS - Ali. Apartamento bacana, hem? Vieira Souto, de frente pro mar... Ô vidão!...
MARIA REGINA SORRIU, MALICIOSA.
MARIA REGINA - Vou indo, então. Tchau, Marquinho!
CORTA PARA:
CENA 7 - APARTAMENTO DE HELÔ - SALA - INT. – DIA.
O DR. CELSO BARROSO TOCOU A CAMPAINHA, ALGUNS MINUTOS DEPOIS DE VÍTOR TER SAÍDO. HELÔ ABRIU A PORTA E FICOU INDECISA.
HELÔ - O senhor é...
DR. CELSO - Celso Barroso, advogado de Jurema de Alencar.
HELÔ - Mas eu lhe disse que meu marido estava saindo e...
DR. CELSO - (cortou) Eu sei, D. Heloísa. Na verdade, é com a senhora que eu quero falar. Posso entrar?
HELÔ FEZ SINAL PARA O ADVOGADO PASSAR.
HELÔ - Não entendi por que...
DR. CELSO - Eu gostaria de lhe fazer umas perguntas sobre Nívea Louzada. Inclusive sobre o medalhão.
HELÔ - (com a voz calma) Que medalhão?
TIA COLÓ - Renatinho! Que saudades, meu menino!...
RENATÃO ABRAÇOU E BEIJOU A TIA, CARINHOSAMENTE. CARLINHA ENTROU NA SALA E ATIROU-SE NOS BRAÇOS DO PAI.
CARLINHA - Papai!
TIA COLÓ - Ela não aguentava mais de tanta ansiedade, quando soube que você viria! Faltou até a aula, só pra ver o pai!
RENATÃO - Eu também tava ansioso pra ver meus dois amores! (olhou em volta) Madame X... quer dizer, Marisa, já chegou?
TIA COLÓ - Ainda não. Me explica isso direito, Natinho. Ela desistiu da guarda da menina e resolveu voltar pra Europa?
RENATÃO - Exatamente, Tia Coló.(ergueu as mãos para o alto) Graças a Deus! O marido veio buscá-la e ela resolveu voltar com ele pra Áustria, abrindo mão da guarda da Carlinha.
TIA COLÓ - Graças a Deus! Minhas preces pra São Judas Tadeu foram ouvidas. Vou fazer uma novena pra agradecer! (T) Será que ela vem mesmo, se despedir da menina?
NAQUELE INSTANTE, MARISA ENTROU, EMPURRANDO A PORTA ENTREABERTA.
MARISA - Claro que eu vim, tia Coló! Eu não poderia viajar sem dar um abraço na senhora e na minha filha (abaixou-se e abriu os braços para a menina) Carlinha, querida... pode me dar um abraço?
CARLINHA, NOS BRAÇOS DO PAI, FITOU A MÃE, TÌMIDAMENTE.
RENATÃO - (incentivou a filha) Vá, filha. Dê um abraço na sua mãe...
A MENINA OBEDECEU. ABRAÇOU MARISA, QUE AFAGOU-LHE OS CABELOS, EMOCIONADA.
MARISA - Minha filha... mamãe vai viajar... mas eu volto pra te ver, tá bem? Vou voltar sempre pra você, meu amor!
TIA COLÓ E RENATÃO TROCARAM UM OLHAR DE ESGUELHA.
CORTA PARA:
CENA 2 - DELEGACIA - CELA DE JUREMA - INT. - DIA.
CABO JORGE - D. Jurema, visita para a senhora!
JUREMA LEVANTOU-SE, COM O CORAÇÃO AOS PULOS. LEOPOLDO SURGIU Á ENTRADA DA CELA.
JUREMA - Bem (disse, notando que ele percebera o seu desapontamento) é a primeira visita que eu recebo... eu pensei que...
LEOPOLDO - (cortou) ... que fosse Ricardinho!
JUREMA - (admitiu) É... desculpe...
LEOPOLDO - Não estou mais disposto a passar a mão na cabeça do meu filho. Se quer saber, Jurema, ele pouco se importa com você!
JUREMA - Mas ele tem me dado muito apoio moral, Leopoldo!
LEOPOLDO - Ah, Jurema, tenha paciência! Não venha com essa onda de Amélia pra cima de mim! Ele não liga pra você, acredite. Meu filho não merece o que você passa por ele. Não merece nada. É um irresponsável, um... um... um patife, pronto.
JUREMA - Não sei como o senhor tem a coragem de dizer isso do seu próprio filho!
LEOPOLDO - Estou revoltado, Jurema, é só isso. E me revolto por sua causa (disse, à sua maneira, inofensiva, cavalheiresca e antiquada). Me revolto em ver você aqui, nessa situação, e por me sentir impotente, sem poder fazer nada pra ajudar...
JUREMA SORRIU, TRISTEMENTE.
JUREMA - Obrigada, meu amigo.
CORTA PARA:
CENA 3 - “FOLHA DO RIO” - REDAÇÃO - INT. - DIA.
A REDAÇÃO DA “FOLHA DO RIO” FERVILHAVA DE ATIVIDADE QUANDO O ADVOGADO CELSO BARROSO ENTROU, PROCURANDO POR ARAKEN TEIXEIRA. O JORNALISTA DIGITAVA COM RAIVA NUM COMPUTADOR AS SUAS OBRIGAÇÕES ROTINEIRAS, MAS LARGOU TUDO DE LADO PARA ATENDÊ-LO.
DR. CELSO - Fiquei impressionado com o seu telefonema e resolvi procurá-lo. Mas ainda não entendi. Li sua reportagem sobre o julgamento e acho que ela não coincide em nada com aquilo que o senhor me disse pelo telefone, que Jurema está inocente.
ARAKEN - (sorriu, depois tirou um cigarro do bolso) Dr. Celso Barroso, num jornal, nem tudo o que a gente pensa pode escrever. Existem interesses em jogo, o senhor entende?... (fez uma pausa, acendeu o cigarro) Não lhe posso dizer mais do que isso. Porém, além da ética profissional, tenho a minha consciência de cidadão. Foi isso que me levou a lhe telefonar. Para lhe dar o meu apoio, a minha solidariedade como homem. Soube que o senhor ia lutar por uma revisão do processo, e senti necessidade de fazer isso. Infelizmente, não posso ajudá-lo. Mas sei de pessoas que podem: os pais de Nívea Louzada. A mãe, principalmente. Também um garçom do Castelinho, chamado Manolo. Essas pessoas poderão contar coisas muito interessantes...
CORTA PARA:
CENA 4 - APARTAMENTO DE EMILIANO - SALA - INT. - DIA.
D. MARIETA SE ARRUMAVA PARA IR TRABALHAR, QUANDO A CAMPAINHA TOCOU. RESMUNGANDO, ABRIU A PORTA E DEPAROU COM CELSO BARROSO.
D. MARIETA - Pois não...
DR. CELSO - Bom dia, D. Marieta. Perdoe ter vindo assim, sem avisar. É que eu precisava falar com a senhora, com urgência.
D. MARIETA - Espere aí... estou reconhecendo o senhor... É...
DR. CELSO - (cortou) Isso mesmo: sou o advogado de D. Jurema de Alencar. Nos vimos no julgamento dela. Meu nome é Celso Barroso.
D. MARIETA - (fez-lhe sinal para entrar) Por favor, entre... não sei no que posso ajudar o senhor. Além do mais, estou um pouco atrasada. Tenho um salão de beleza e estava de saída...
DR. CELSO - Fique tranquila, não vou tomar seu tempo. É coisa rápida.
D. MARIETA - Pois bem... em que posso ajudá-lo?
DR. CELSO - D. Marieta, em seu depoimento, no tribunal, a senhora disse que achava que sua filha não foi ao encontro de Jurema na noite do crime. A senhora desconfia de alguém?
D. MARIETA - Bem, doutor, não tenho certeza de nada... apenas alguns fatos me levam a crer que aquela pobre mulher pode estar inocente no assassinato da minha filha.
DR. CELSO - Posso saber que fatos são esses? Pode me dar mais detalhes?...
D. MARIETA - O medalhão.... Minha filha e Helô, a filha do Dr. Oliveira Ramos, tinham medalhões idênticos. Eu encontrei o medalhão há pouco tempo entre as coisas dela... e percebi que não era o mesmo que foi encontrado junto ao corpo.
DR. CELSO - (interessado) E onde está o medalhão que foi encontrado com ela?
D. MARIETA - Eu entreguei a Vítor, pois pertencia a Helô.
DR. CELSO - Mas esse medalhão também é uma prova muito importante, se ficar comprovado que foi achado junto ao
corpo e, dependendo a situação em que foi encontrado, isso poderá mudar tudo!
D. MARIETA - É, mas a esta altura, Helô já deve ter dado sumiço ao medalhão! Droga, eu fui uma idiota por ter devolvido ao Vítor...
DR. CELSO - Fique tranquila. Nem tudo está perdido. Vou entrar com um pedido de vista dos autos, para examinar as fotos tiradas pela perícia. E vamos atrás da verdade, D. Marieta, custe o que custar!
CORTA PARA:
CENA 5 - APARTAMENTO DE HELÔ - SALA - INT. - DIA.
HELÔ - Alô!
DR. CELSO - Por favor, eu gostaria de falar com o Sr. Vítor Mariano.
HELÔ - Meu marido está de saída para o trabalho, creio que não vai poder atender. Se quiser deixar recado...
DR. CELSO - Não, obrigado. Na verdade, quero conversar com seu marido pessoalmente. Aqui é o Dr. Celso Barroso. Sou advogado de D. Jurema de Alencar.
HELÔ - (ficou tensa) Por favor, ligue mais tarde.
DR. CELSO - Ligo, sim. Passe bem, D. Heloísa.
HELÔ COLOCOU O FONE NO GANCHO. VÍTOR DIRIGIU-SE PARA A PORTA.
VÍTOR - Quem era?
HELÔ - O advogado de Jurema, Dr. Celso Barroso. Quer falar com você (fez uma pausa) Mas o caso de Jurema não estava encerrado?
VÍTOR - Sim, mas ele vai tentar uma revisão do processo. Li num jornal.
HELÔ - Se isso for verdade, por que quer falar com você? E se alguém tiver falado a ele alguma coisa a meu respeito? Só pode ser isso. E se for?
VÍTOR - Teremos de enfrentar a situação. Nada mais.
VÍTOR BEIJOU A MULHER NO ROSTO E SAIU.
CORTA PARA:
CENA 6 - PRAIA DE IPANEMA - EXT. - DIA.
MARIA REGINA ERA UMA GAROTA AMBICIOSA. TINHA 22 ANOS, BONITA, CORPO DE MANEQUIM. BASTANTE VIVA, ESTAVA A FIM DE SE PROMOVER A QUALQUER PREÇO. MISTURAVA UM POUCO DE ILUSÃO SUBURBANA COM O CALCULISMO E A MALÍCIA DA GAROTA DE IPANEMA. ESTAVA NA PRAIA, EM COMPANHIA DE MARCOS, O NAMORADO DE VERINHA, QUANDO RENATÃO PASSOU, DE ÓCULOS ESCUROS PARA NÃO SER RECONHECIDO.
MARIA REGINA - É esse o Renatão?
MARCOS - É. Quer que eu te apresente a ele?
MARIA REGINA - Não, eu tenho uma idéia melhor. Você sabe onde ele mora?
MARCOS APONTOU PARA O PRÉDIO A POUCOS METROS DE DISTÂNCIA.
MARCOS - Ali. Apartamento bacana, hem? Vieira Souto, de frente pro mar... Ô vidão!...
MARIA REGINA SORRIU, MALICIOSA.
MARIA REGINA - Vou indo, então. Tchau, Marquinho!
CORTA PARA:
CENA 7 - APARTAMENTO DE HELÔ - SALA - INT. – DIA.
O DR. CELSO BARROSO TOCOU A CAMPAINHA, ALGUNS MINUTOS DEPOIS DE VÍTOR TER SAÍDO. HELÔ ABRIU A PORTA E FICOU INDECISA.
HELÔ - O senhor é...
DR. CELSO - Celso Barroso, advogado de Jurema de Alencar.
HELÔ - Mas eu lhe disse que meu marido estava saindo e...
DR. CELSO - (cortou) Eu sei, D. Heloísa. Na verdade, é com a senhora que eu quero falar. Posso entrar?
HELÔ FEZ SINAL PARA O ADVOGADO PASSAR.
HELÔ - Não entendi por que...
DR. CELSO - Eu gostaria de lhe fazer umas perguntas sobre Nívea Louzada. Inclusive sobre o medalhão.
HELÔ - (com a voz calma) Que medalhão?
DR. CELSO - Um que foi encontrado junto ao corpo. Ninguém notou, a princípio, que esse medalhão não era dela. Mas agora, tornou-se importantíssimo!
HELÔ - Não tenho nada a dizer sobre esse assunto. Não sei de medalhão nenhum.
DR. CELSO - Sabe, D. Heloísa, sabe... Aposto como tem coisas muito importantes pra dizer sobre esse medalhão!
NERVOSA ANTE A INSISTÊNCIA DO ADVOGADO, HELÔ ABRIU A PORTA, MOSTRANDO-LHE A SAÍDA.
HELÔ - Por favor, saia da minha casa!
DR. CELSO - Seja razoável, D. Heloisa. Não precisa ficar nervosa. Só quero...
HELÔ - (gritou, fora de si) Saia! Fora da minha casa!
DR. CELSO - (encaminhou-se para a porta) Está bem, eu vou embora... mas sei que nos veremos muito antes do que a senhora imagina! Até breve, D. Heloísa!
HELÔ BATEU A PORTA E RECOSTOU-SE Á PAREDE, TENTANDO CONTROLAR NOVA CRISE DE NERVOS QUE A CONSUMIA POR DENTRO. COBRIU O ROSTO COM AS MÃOS E COMEÇOU A SOLUÇAR, DESCONTROLADAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 8 - APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA - INT. - DIA.
A CAMPAINHA DO APARTAMENTO DE RENATÃO TOCOU INSISTENTEMENTE: ALELUIA! ALELUIA! KONSTANTÓPULUS FOI ABRIR E MARIA REGINA ENTROU, PORTA ADENTRO, TOMADA DE PÂNICO.
MARIA REGINA - Pelo amor de Deus, moço, me deixe entrar! Feche a porta, depressa! Um homem!... Está me perseguindo! Tomou o elevador comigo e tentou me agarrar!
NESSE INSTANTE RENATÃO ENTROU, EMBRULHADO NUMA TOALHA. IA DO BANHEIRO PARA O QUARTO, MAS SE DETEVE NO MEIO DA SALA, QUANDO A MOÇA CORREU PARA ELE.
MARIA REGINA – (aos gritos) Deixe-me ficar aqui um instante!... Até ele ir embora!
RENATÃO - Ele, quem? Seu namorado?
MARIA REGINA - Que namorado! Nunca vi aquela cara na minha vida! E nunca vou esquecer!... Me agarrou dentro do elevador... eu tive que lutar!... Não sei como consegui abrir a porta e chegar até aqui...
A MOÇA ESTAVA OFEGANTE E PÁLIDA. KONSTANTÓPULUS ABRIU A PORTA E OLHOU O CORREDOR.
KONSTANTÓPULUS - Não há ninguém no corredor.
MARIA REGINA - Mas pode estar escondido! O senhor sabe, Ipanema está cheia de bicões... uma moça não pode mais andar na rua...
RENATÃO - Lá isso é verdade. Mas pode ficar tranquila. Aqui, você está segura. Konstantópulus, vá buscar um calmante para a moça. Licor de laranja é bom.
O MORDOMO SAIU, COM UM OLHAR MALICIOSO.
RENATÃO - Com licença. Como vê, acabei de sair do banho. Vou me vestir.
MARIA REGINA GIROU OS OLHOS EM VOLTA, EXAMINANDO O APARTAMENTO. VIU O RETRATO DE RENATÃO, ATRÁS DA PORTA, E SORRIU. LOGO DEPOIS APARECEU O MORDOMO COM UM CÁLICE DE LICOR E, INSTANTES MAIS TARDE, O PLAYBOY.
MARIA REGINA - (deu início ao seu jogo) Engraçado, o senhor se parece com um artista de cinema que eu não me lembro qual é...
RENATÃO - Há pessoas que me acham parecido com o Jardel Filho... quando era vivo, é lógico!
MARIA REGINA - É isso! Jardel Filho!
RENATÃO - Mas eu não acho; sou um pouco mais bonito...
MARIA REGINA - (engrenou uma segunda) Eu adoro cinema.
RENATÃO - Ah, é?
MARIA REGINA - Adoro também teatro, televisão...
RENATÃO MANJOU O GOLPE.
MARIA REGINA - ... claro,meus pais são contra. Tenho uns pais muito quadrados. Mas o dia em que eu conseguir uma chance...
RENATÃO NÃO ESPEROU MAIS: ABRIU O JOGO.
RENATÃO - Olha, garota, essa chance você não vai conseguir dando esse golpe manjado de donzela perseguida. Tá?
A MOÇA SE VIU DESMORALIZADA. PERDEU TODA A SEGURANÇA.
MARIA REGINA - Eu... que é que o senhor tá pensando?... Não é golpe...
RENATÃO - Ora, minha filha, pra cima de mim? Tenho quarenta anos de malandragem... Vamos abrir o jogo... Qual é a sua?...
MARIA REGINA COMEÇOU A CHORAR.
RENATÃO - Ih, vai dar essa também?...
MARIA REGINA - Eu não sou quem o senhor tá pensando!
RENATÃO - Chi... você não imagina quantas disseram essa frase, aí mesmo, no lugar onde você está (e para o mordomo) Konstan, bota essa piriguete na rua!
HELÔ - Não tenho nada a dizer sobre esse assunto. Não sei de medalhão nenhum.
DR. CELSO - Sabe, D. Heloísa, sabe... Aposto como tem coisas muito importantes pra dizer sobre esse medalhão!
NERVOSA ANTE A INSISTÊNCIA DO ADVOGADO, HELÔ ABRIU A PORTA, MOSTRANDO-LHE A SAÍDA.
HELÔ - Por favor, saia da minha casa!
DR. CELSO - Seja razoável, D. Heloisa. Não precisa ficar nervosa. Só quero...
HELÔ - (gritou, fora de si) Saia! Fora da minha casa!
DR. CELSO - (encaminhou-se para a porta) Está bem, eu vou embora... mas sei que nos veremos muito antes do que a senhora imagina! Até breve, D. Heloísa!
HELÔ BATEU A PORTA E RECOSTOU-SE Á PAREDE, TENTANDO CONTROLAR NOVA CRISE DE NERVOS QUE A CONSUMIA POR DENTRO. COBRIU O ROSTO COM AS MÃOS E COMEÇOU A SOLUÇAR, DESCONTROLADAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 8 - APARTAMENTO DE RENATÃO - SALA - INT. - DIA.
MARIA REGINA - Pelo amor de Deus, moço, me deixe entrar! Feche a porta, depressa! Um homem!... Está me perseguindo! Tomou o elevador comigo e tentou me agarrar!
NESSE INSTANTE RENATÃO ENTROU, EMBRULHADO NUMA TOALHA. IA DO BANHEIRO PARA O QUARTO, MAS SE DETEVE NO MEIO DA SALA, QUANDO A MOÇA CORREU PARA ELE.
MARIA REGINA – (aos gritos) Deixe-me ficar aqui um instante!... Até ele ir embora!
RENATÃO - Ele, quem? Seu namorado?
MARIA REGINA - Que namorado! Nunca vi aquela cara na minha vida! E nunca vou esquecer!... Me agarrou dentro do elevador... eu tive que lutar!... Não sei como consegui abrir a porta e chegar até aqui...
A MOÇA ESTAVA OFEGANTE E PÁLIDA. KONSTANTÓPULUS ABRIU A PORTA E OLHOU O CORREDOR.
KONSTANTÓPULUS - Não há ninguém no corredor.
MARIA REGINA - Mas pode estar escondido! O senhor sabe, Ipanema está cheia de bicões... uma moça não pode mais andar na rua...
RENATÃO - Lá isso é verdade. Mas pode ficar tranquila. Aqui, você está segura. Konstantópulus, vá buscar um calmante para a moça. Licor de laranja é bom.
O MORDOMO SAIU, COM UM OLHAR MALICIOSO.
RENATÃO - Com licença. Como vê, acabei de sair do banho. Vou me vestir.
MARIA REGINA GIROU OS OLHOS EM VOLTA, EXAMINANDO O APARTAMENTO. VIU O RETRATO DE RENATÃO, ATRÁS DA PORTA, E SORRIU. LOGO DEPOIS APARECEU O MORDOMO COM UM CÁLICE DE LICOR E, INSTANTES MAIS TARDE, O PLAYBOY.
MARIA REGINA - (deu início ao seu jogo) Engraçado, o senhor se parece com um artista de cinema que eu não me lembro qual é...
RENATÃO - Há pessoas que me acham parecido com o Jardel Filho... quando era vivo, é lógico!
MARIA REGINA - É isso! Jardel Filho!
RENATÃO - Mas eu não acho; sou um pouco mais bonito...
MARIA REGINA - (engrenou uma segunda) Eu adoro cinema.
RENATÃO - Ah, é?
MARIA REGINA - Adoro também teatro, televisão...
RENATÃO MANJOU O GOLPE.
MARIA REGINA - ... claro,meus pais são contra. Tenho uns pais muito quadrados. Mas o dia em que eu conseguir uma chance...
RENATÃO NÃO ESPEROU MAIS: ABRIU O JOGO.
RENATÃO - Olha, garota, essa chance você não vai conseguir dando esse golpe manjado de donzela perseguida. Tá?
A MOÇA SE VIU DESMORALIZADA. PERDEU TODA A SEGURANÇA.
MARIA REGINA - Eu... que é que o senhor tá pensando?... Não é golpe...
RENATÃO - Ora, minha filha, pra cima de mim? Tenho quarenta anos de malandragem... Vamos abrir o jogo... Qual é a sua?...
MARIA REGINA COMEÇOU A CHORAR.
RENATÃO - Ih, vai dar essa também?...
MARIA REGINA - Eu não sou quem o senhor tá pensando!
RENATÃO - Chi... você não imagina quantas disseram essa frase, aí mesmo, no lugar onde você está (e para o mordomo) Konstan, bota essa piriguete na rua!
FIM DO CAPÍTULO 55
E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
*** Renatão tem mais uma idéia maluca: decide apresentar Maria Regina a Rodolfo Augusto, como sua prima de BH, aspirante a modelo.. Xi... confusões à vista!
*** Consuelo leva Samuquito para conhecer a mansão que comprou no Joá, e deixa-o deslumbrado!
*** Helô e Vítor tem uma séria discussão e acontece o inevitável: separam-se!
NÃO PERCA O CAPÍTULO 56 DE
Toni, a situação de Helô está se complicando! Que pena, ela e Vítor separados! Também, ela é tão confusa, nervosa, até parece ter culpa da morte de Nívea! Agora Renatão, é maluco, mas muito esperto! O que será que vai aprontar agora? E será que D.Consuelo vai comprar Samuquito com a mansão que comprou? Vou aguardar pra ver...Gostei muito desse capítulo, muito bom! Bjs.
ResponderExcluirA história fica cada vez mais emocionante. O cerco se aperta em Helo. Como reagira? E Renatao se achando parecido com Jardel... kkkkk km Muito bom, Toni.
ResponderExcluirValeu pelos comentários, amigos! Agora os acontecimentos vão se intensificar, pois estamos nos aproximando do final. A história terá 75 capítulos e já estamos chegando aos 60!
ResponderExcluirAbraço!!!