XXIV
Rosa brincava com Fernanda no quarto, e
aproveitava para tirar fotos. Incrível como o tempo passara, pensava enquanto
apreciava sua filha sentando no tapete felpudo.
Quando ela nascera, todos que estavam
fora retornaram: Frazão e Janete da capital, sua família de São Paulo, François
e Joanna da Europa e tia Elisabeth dos Estados Unidos. Era com ela que falava
agora, através de uma rede social.
Com
as fotos copiadas para o notebook, só faltava enviá-las para tia Elisabeth,
como combinado.
- Darling,
você me deu uma sobrinha-neta linda! Beautiful, honey! – Diz Elisabeth, na
vídeo-conversa, vendo as fotos enviadas por Rosa. - O tempo passa muito rápido!
Nem parece que estivemos aí quando ela nasceu!
-
Quando é que você vai voltar, tia Elisabeth? Estamos morrendo de saudades! –
Fala Rosa, vendo Claude entrar e sentar com Fernanda no tapete, a tempo de
ouvir a resposta de Elisabeth.
-
Rosa, a Índia é um país muito interessante! Misterioso e cheio de simbolismos,
diria eu. E você sabe como eu gosto desses assuntos, darling. Rodrigo e eu
estamos tendo experiências incríveis! Você e Claude deviam experimentar!
-Mon Dieu! Diga à ... Non eu mesmo digo, chérie. - Claude
aproxima-se do notebook - Tia Elisabeth, como vai, hã? Eu escutei o que disse à
Rosa e só o que tenho a dizer é que nós já temos experiências incríveis! Tá
aqui nossa borboletinha, que non me deixa mentir, d’accord?
-
Claude!!! – Fala Rosa com o rosto pegando fogo – O que tia Elisabeth vai
pensar...
- Oh,
Rosa! - Tia Elisabeth a interrompe - Não vou pensar nada, a não ser que vocês
são felizes, honey! Well, Rodrigo chegou... So long, dears! Vamos para uma
meditação... Kisses and bye!
Elisabeth
interrompe a vídeo-conversa. Rosa desliga o notebook e se junta a Claude e à
filha no tapete.
-
Muito bem, mocinha! Hora de ir para a cama, no seu caso, para o berço, meu
amor...
- Ah,
mamãe! - Claude diz imitando voz de criança, com Fernanda sentada em suas
pernas de cavalinho - Deixa eu brincar um pouquinho com o papai, hoje ele
nem me viu direito!
Rosa
sorri. Claude sempre a pegava com isso.
-
Muito bem... Quinze minutos, enquanto eu tomo um banho, ok?
-
Non! – Protesta Claude - Eu pensei em nós três brincarmos juntos, chérie. E
quanto ao banho... Bem podemos tomá-lo juntos nós dois, assim que ela dormir,
hã? – Diz, piscando e sorrindo.
-
Proposta interessante essa, meu amor... Rsrsrs. Muito bem, do que vamos brincar
com nossa borboletinha?
-
Non sei... Eu só sei que quero vê-la dar muita risada, non é, minha filha? –
Fala Claude, fazendo cócegas em Fernanda...
Quase
uma hora mais tarde, em seu quarto, Fernanda dormia tranquila no berço, depois
de um banho relaxante. Claude e Rosa saem de lá falando baixinho:
-
Mon Dieu, você viu como ela gostou de brincar de cavalinho? Ela está
equilibrando-se cada vez melhor! Acho que logo estará andando, chérie.
- Eu também acho... Sabia que eu sempre quis aprender a montar?
Acho tão elegante a postura com que as amazonas tem que ficar quando competem.
-
Agora nada impede você de aprender a cavalgar, gatinha. Fernanda está com oito
meses, você pode deixá-la algumas horas com Dadi ou com Joanna e praticar, hã?
-
Será que um dos rapazes que cuidam das baias me ensinaria? Eu adoraria cavalgar
pela fazenda.
-
Seria formidável, pois a fazenda vai sediar a Festa do Laço esse ano e eu
gostaria que você estivesse ao meu lado no desfile de abertura. Só que quem vai
ensiná-la sou eu, d’accord?
-
Hummmm... Nós dois juntos a cavalo? Quando eu era adolescente e lia aqueles
romances água com açúcar, sempre me imaginava na pele da mocinha, saindo a
cavalo, para fugir ou para ajudar o mocinho... rsrsrs – Fala Rosa, enquanto
prendia o cabelo no alto da cabeça.
-
Romance água com açúcar... – Diz, abraçando-a por trás e encostando seus lábios
nos ouvidos de Rosa – Assim doce, açucarado, como o nosso?
-
Como o nosso –Sussurra Rosa, perturbada com as carícias que Claude lhe fazia –
Docinho, docinho... – Diz, virando de frente e colocando suas mãos sobre o os
ombros de Claude e encostando seus lábios aos dele.
-
Falando em água, gatinha... – Sorri, pegando-a nos braços - Temos um encontro
com ela, para um banho a dois, non é mesmo? – Diz, enquanto anda em direção ao
banheiro.
Nos
dias seguintes, Claude começou a ensinar Rosa a arte da montaria. As palavras
de François incentivando-os ainda estavam em sua cabeça.
“A
equitação é um desporto extraordinário e aprender a andar a cavalo,
independentemente da idade, é uma das atividades mais marcantes e libertadoras
que proporciona ótimos momentos de diversão. Você vai se sair bem, Rosa. Tenha
confiança em si e no cavalo. E mais ainda em Claude, ele é um excelente
cavaleiro.”
No
primeiro dia das aulas, Claude deu várias instruções à Rosa, que ouvia tudo
atentamente.
- Saber preparar um cavalo é uma tarefa obrigatória para todos que
iniciam no hipismo e nas aulas de equitaçon. – Dizia ao chegarem às baias.
–
Bom dia, Chantal! – Claude bate de leve nas ancas do animal. – Rosa, esse é
Chantal, o cavalo mais dócil da fazenda. Chantal, essa é Rosa, sua nova
amazona, d’accord?
-
Chantal! Que nome lindo você tem! É um prazer conhecê-lo. – Diz Rosa, olhando
diretamente nos olhos do musculoso alazão.
Claude
o tirou da baia e enquanto selava o cavalo, explicava as etapas a Rosa.
- Para selar um cavalo tem que ter atençon em alguns pontos
essenciais. São eles: a higiene, a manta, a proteção, a barrigueira, o loro, o
estribo e a cabeçada. – E a cada movimento que fazia, parava e fazia Rosa
repetir o que tinha feito.
No
final de tudo, Rosa diz:
-
Não é tão difícil quanto eu pensava. O segredo está em não deixar nada
demasiado apertado ou demasiado solto. Tudo deve ajustar-se de modo que fique
confortável para o cavalo e garanta uma boa condução para quem vai montar. Ou
seja, selar um cavalo cria laços de amizade e de confiança com ele e é uma boa
forma de ver se o animal está em boas condições para cavalgar ou se tem algum
problema ou lesão que o esteja a incomodar. Não é isso?
-
Perfeito, gatinha! Agora as instruções básicas para montar, d’accord? O ato de
de montar deve ser sempre feito pela esquerda do animal. Todas as abordagens
deveron ser feitas por este lado. Enton, tenha a bondade de, oui? - E faz um
gesto para que Rosa monte.
Rosa passa para o lado esquerdo do cavalo. Tem uma certa
dificuldade, mas com a ajuda de Claude logo está sobre o dorso de Chantal, que
pacientemente esperava pelos comandos.
-
Non estranhe se sentir que o mundo está bem abaixo de você. Cavalos son animais
de grande porte e depois de uns minutos montada, irá começar a habituar-se.
- Me
saí bem montando? – Pergunta ansiosa, segurando as rédeas.
-
Muito bem, hã? As rédeas funcionam como o leme que conduz o cavalo. E a voz
também pode ser usada para auxiliar. Chantal está treinado para obedecer voz e
gestos. Assim, sempre que quiser que o cavalo ande, dê uma pequena pancadinha
com os pés na sua barriga. Quando quiser que ele vire puxe a rédea para trás e
para o lado que quer virar, esquerda ou direita. Fui claro?
-
Sim. E se eu quiser parar é só puxar as rédeas juntas?
-
Voilá! Deve puxá-las para si e inclinar-se ligeiramente para trás. Non se
esqueça: enquanto estiver em cima do cavalo é importante que o seu corpo não
transmita medo. Se você estiver segura e confiante, o cavalo também irá
sentir-se. D’accord? – Olha para Rosa e sorri.
- D’accord.
– Rosa responde, devolvendo o sorriso - O que eu faço agora? Grito “Aiooo
Chantal” e saio por aí?
-
Muito espirituosa você, gatinha! Mas non, quem fazia isso era o cowboy
Cavaleiro Solitário, personagem de ficcon americano, hã? Rsrs. - Mantenha--se
equilibrada, enquanto a guio até o curral. Os cavalos têm três andamentos
distintos: o passo, o trote e o galope. Vamos começar do começo: com o passo.
Claude simplesmente guiou o cavalo, dando várias voltas em
círculo, dentro do curral, para que Rosa se habituasse a ficar montada e
corrigisse alguns erros posicionais. Faria isso até que ela ficasse com prática
e confiança suficiente para controlar o cavalo, havia dito. Foi tudo o que
fizeram no primeiro dia.
Na
aula seguinte, montou Chantal junto com ela, após fazê-la selar o cavalo
sozinha e seguiu para o curral. Depois de algum tempo dando voltas em silêncio,
Rosa diz:
-
Sei que sou uma novata, Claude, mas é preciso tudo isso?
-
Montar um cavalo pode ser uma experiência fabulosa, mas também fisicamente
exigente, hã? Há algumas regras que têm de ser cumpridas para uma relaçon
homem-cavalo. No seu caso, gatinha-cavalo. - Para montar corretamente, é
fundamental aprender a posicionar-se em cima do cavalo.
- Ou
seja - Continua Rosa - Novatos devem olhar em frente, ficar com os ombros
direitos, com as costas ligeiramente côncavas e devem procurar uma posição de
equitação confortável,
segurar nas rédeas com ambas as mãos e só com uma das mãos, apenas
quando tiver de fazer sinais... Droga, eu achei que fosse só montar e sair
cavalgando!
-
Mas non é! Tudo começa com a abordagem, você viu. Uma aproximaçon non brusca,
algumas palmadas no dorso do cavalo, para estabelecer contato e o mais
importante, non mostrar medo. Se demonstrar medo, o cavalo irá sentir e tudo
será mais difícil. Lembre-se que montar a cavalo é uma atividade em equipe, uma
colaboração entre homem e animal.
Claude
deixa o controle do cavalo sob a responsabilidade de Rosa por duas voltas.
Satisfeito com o que vê, para o cavalo.
-
Por hoje chega, gatinha.
- Mas já? Pensei que fosse sair comigo pela fazenda... Quem sabe
até a nossa casa da árvore... – Diz Rosa, enquanto Claude a ajudava a desmontar
e caminhavam de volta às baias.
- É
um convite muito tentador, chérie. Mas ainda non terminei de reformá-la
totalmente, esqueceu? - Diz mantendo-a presa pela cintura com uma das mãos,
enquanto com a outra guiava o cavalo, segurando as rédeas.
-
Que pena! Temos o restinho da tarde livre... Seus pais foram até Aquidauana e
levaram nossa lindinha com eles... - Rosa coloca Chantal em sua baia e
presenteia-o com uma das cenouras que trazia no bolso da blusa, afagando-o
entre as orelhas.
Então,
sente a mão de Claude em seu pulso puxando-a e ao se voltar é literalmente
prensada contra o peito dele. Sentiu seu pulso acelerar ainda mais.
-
Mon Dieu... Montar comigo te deixou assim excitada, gatinha? Sabe no que você
me fez pensar agora? – A mão de Claude deslizou do braço para a pele macia do
pescoço de Rosa, numa carícia branda e sensual.
- No
quê? Perguntou roucamente, ficando com os lábios entreabertos.
E no
instante seguinte, sentiu a boca de Claude sobre a sua e seus corpos
estremeceram juntos, como que atingidos por uma corrente de alta tensão.
-
Que talvez fosse uma experiência fascinante fazer amor contigo aqui... –
Sussurra no ouvido de Rosa, encostando-a suavemente na porta da baia de
Chantal. - O que você acha, gatinha?
Rosa
passou seus braços pelos ombros de Claude, sentindo as mãos dele contornando a
curva de sua cintura, enquanto ele pressionava seu corpo ao dela, evidenciando
o desejo que despertara nele.
- Eu não sei... Não é um pouco arriscado? – Murmura Rosa - Pode
aparecer alguém e...
Non
vai aparecer ninguém. A esta hora os peões já eston em suas casas, hã? – Fala,
passeando com seus lábios pelo rosto dela. – E na última baia só tem feno
estocado... - Termina chegando novamente na boca de Rosa, beijando-a.
Rosa
estremeceu novamente e sentiu as pernas bambas. Apoiou-se ainda mais em Claude,
começando a querer se entregar àquela aventura de amor... Correspondeu ao beijo
com todo seu desejo, enquanto ele girava o corpo, ficando onde ela estivera:
encostado na porta da baia de Chantal.
-
Isso tudo é pra dizer que sim, gatinha? – Pergunta Claude, num sussurro.
Rosa
afasta seu rosto de Claude o suficiente para responder, olhando em seus olhos:
- É
sim... – E recebe um sorriso safado de Claude - Não! – Grita de repente.
-
Non? Claude franze a testa, sem entender a súbita mudança, interrompendo-a por
um breve momento.
-
Chantal, não! – Grita Rosa tentando impedir que o alazão alcançasse a cenoura
em seu bolso.
Mas
Chantal estica seu pescoço e avança para frente, empurrando a porta da baia, ainda
aberta, para a frente. Não foi violento, mas foi forte o suficiente para
desequilibrar Claude, jogando-o para frente.
E
quando Rosa se deu conta, estavam ambos no chão. Claude por cima dela, soltando
uma expressão abafada.
- Não
se mexa! – Sussurrou Rosa rapidamente.
Então,
a cabeça de Chantal apareceu entre eles e o cavalo usou seu olfato até
encontrar a cenoura. Abocanhou-a e tranquilamente voltou à sua baia, soltando
um relincho de prazer...
- Eu
non acredito! – Há quanto tempo isso non acontecia mais? Cairmos sem razon?
- Bem, houve uma razão. Uma cenoura! Pelo menos, não caímos do cavalo...
Rsrrs.
- Engraçadinha!
E nem vamos cair, d’accord? – Diz, levantando, ajudando Rosa a se levantar e trancando
a porta de Chantal. – Seu traidor! – Fala para o cavalo - Mas eu non vou
desistir dela, por sua causa non! Temos uma coisa que você non tem: uma cama
bem macia... D’accord?
-
Claude, brigando com o cavalo?
-
Non... Apenas deixando claro quem é que manda por aqui, hã?
-
Ah, é? E quem manda por aqui?
-
Que tal discutirmos isso mais tarde? – Diz sorrindo, entrelaçando sua mão à
dela – Depois que terminarmos em nossa cama, o que começamos por aqui...
Cerca
de dois meses depois, acontecia a Festa.
O
Clube do Laço Pantaneiro de Aquidauana realiza a sua tradicional Festa do Laço
Comprido, todos os anos em sua sede. Porém, no intuito de promover ainda mais o
turismo na região, resolveu inovar e sediar a festa nas fazendas vizinhas, uma
a cada ano, num sorteio para não haver desavenças.
A
Ferme Papillon Bleu havia sido a sorteada do ano. Passara na inspeção antes e
depois de preparada, contando com o apoio da Prefeitura de Aquidauana na
limpeza da área, preparo dos sanitários, redes elétrica e hidráulica, caixa de
água e iluminação da pista para provas noturnas.
Claude
ainda contou com o patrocínio de diversas empresas do município e da região.
Clubes de diversas cidades do Mato Grosso do Sul participam das
provas de laçada, tambor e outras do gênero. O Laço Comprido é um evento
extremamente familiar: jovens, crianças e adultos participam das diferentes
provas.
Destaque
para a democratização desse esporte, pois patrões e peões participam da festa,
defendendo juntos as mesmas equipes.
E
não cede espaços apenas aos homens: as amazonas competem nas modalidades
individuais de agilidade, destreza e domínio da montaria. A festa abre espaço
para que categorias mirins possam desde cedo tomar gosto pelo esporte
Além
das provas, a festa do Laço Comprido mantém a tradição dos bailes carapé,
almoço de comitiva e muito tereré para amenizar o calor.
Cerca de quarenta equipes de laçadores
se inscreveram e participaram da festa carapé do Clube de Laço. A participação
do público foi grande e seis
stands de alimentação colocados à
disposição, uma novidade na festa, bateram recordes de venda.
A abertura oficial foi feita pelo patrão da festa, ou seja, o
Presidente do Clube, ninguém menos que Eduardo Freitas, proprietário da
Estância Mimosa e a comissão organizadora.
Freitas
realiza o discurso de abertura, fazendo questão de agradecer o apoio
incondicional da Prefeitura de Aquidauana.
-
...Essa festa é o sucesso que é porque temos o apoio da população e porque
temos recebido da Prefeitura de Aquidauana um grande incentivo e apoio para as
nossas ações. O prefeito é um dos maiores parceiros do nosso clube e, em nome
de todos os laçadores, agradeço a atenção com que nos tem contemplado. Também
agradeço ao empenho do nosso mais novo parceiro, Claude Geraldy, sua esposa
Rosa, todos os funcionários desta fazenda e a toda a equipe do nosso clube, que
foi incansável.
E
passa a palavra a Claude, que agradece a confiança, elogia a festa e encerra,
lembrando da segurança
-
Non podemos deixar de parabenizar a Policia Militar e a gerência municipal de
saúde que disponibilizaram pessoal e equipamentos no local, como ambulâncias
para emergências. Ainda contamos com uma equipe de segurança particular e
esperamos non ter nenhuma ocorrência nos dias de nossa festa, que a partir desse
momento está oficialmente aberta! - Finalizou.
Durante a festa, Claude e Rosa, como padrinhos, têm que circular,
dançar e participar de várias brincadeiras. No desfile de abertura, Claude fez
questão de levar Fernanda. Que logo em seguida foi para casa com Dadi.
Não
eram apenas pessoas da região a participar da festa. Havia turistas brasileiros
e de outros países, atraídos pelo ecoturismo, que tinham a oportunidade de
conhecer essa festa típica, incluída no pacote. Alguns grupos vieram pela
agência de Frazão e Janete.
No
final da festa, na primeira noite, Claude conversava com Frazão no camarote.
-
Claude, você viu quem está no grupo dos turistas franceses que seu pai
intermediou? – Pergunta Frazão preocupado.
- É
eu vi, mon ami! E Rosa também, hã? Já observei várias trocas de olhares entre
elas, durante nossa participaçon.
-
Engraçado que o nome dela não constava em nenhuma lista de reservas. – Comenta
Frazão.
- Eu
non sei o que ela veio fazer aqui novamente! – Reclama Claude.
-
Ah, Claude! Não seja ingênuo! O que viria Nara fazer aqui novamente, senão
tentar atrapalhar o seu casamento com Rosa?
-
Mon Dieu, eu nunca dei esperanças a ela, Frazon! Eu amo Rosa e amo minha filha.
Estou feliz e non me arrependo de ter ficado aqui, cuidando da fazenda.
- Eu
sei disso, você sabe... Enfim, a fazenda toda sabe. Mas alguém já avisou isso
pra Nara?
- Isso non é hora de piadas, hã? E quer saber? Mesmo que Rosa non
tivesse acontecido em minha vida... O que foi Frazon, por que está olhando
assim? – Pergunta, seguindo o olhar de Frazão e encontra o de Rosa.
Janete,
que chegara com ela, faz sinal para Frazão e eles saem deixando Claude e Rosa
sozinhos.
-
Continua - Murmura Rosa - O que faria se eu não acontecesse na sua vida?
Claude
aproxima-se de Rosa. O vento da madrugada insistia em brincar com os cabelos
dela. Claude os ajeita carinhosamente antes de continuar:
- Eu
estaria numa curva qualquer da vida, esperando pra cair aos seu pés, me
apaixonar e ser feliz... Porque Nara, ela nunca seria minha opçon.
Então
segurou o rosto de Rosa por entre as mãos...
...e
a beijou suavemente.
- Eu
sinto tanto interromper vocês, mas meu marido quer te cumprimentar, Claude! - A
irônica voz de Nara atravessou o momento.
Continua...
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