Novela Pigmalião 70 - minhas recordações:
Cristina (Cris) era uma dondoca, rica e mimada dona de um salão de beleza chique e vivia com o pai e seu filho, o jovem Kico numa bela casa. Ela havia casado muito jovem e enviuvara cedo.
Fernando (Nando) era um rústico trabalhador, que trabalhava na feira, estando em seu velho caminhão já as 4 horas da manhã. Morava com sua mãe, apelidada Baronesa, mas que de nobre não tinha nada, sendo uma senhora gritona e turbulenta. Os dois tinham uma barraca na feira e viviam numa vila ou cortiço, (não lembro bem), entre os amigos, a maioria feirantes como eles, como Gino, um grande amigo. Nando era noivo de Candinha, mas acho que não existia amor realmente entre os dois.
Um dia, Cris batia o carro, por sinal um carro de luxo, no velho caminhão de Nando. Começava um bate-boca entre os dois, a polícia surgia em cena. Ele chamava-a de barbeira, etc. Depois, ela acostumada a resolver tudo com seu dinheiro e charme, queria que ele assumisse a culpa pelo acidente e ele não concordava. Isso virava motivo de chacota entre os amigos dela, que, então, afirmava que seria capaz de mudar essa situação. O pai dela desafiou-a para uma aposta: ela teria um tempo (acho que seis meses) para transformar o, segundo eles, grosso, mal-educado, mal-vestido, etc, Nando em um gentleman. Ela, que não suportava que duvidassem da capacidade dela, aceitou, mesmo chocada com o que teria que fazer se perdesse a aposta: teria que casar! Ela lembrava o pai que era a segunda vez que ele fazia uma aposta em que teria que casar, caso perdesse. O casamento com o pai de Kico, só aconteceu por ela ter perdido uma aposta com o pai!
Não lembro as artimanhas que ela usou para convencer Nando a se submeter às aulas dela, o fato é que ele topou e aí começava a melhor parte da novela. Ele ia, acho que diariamente, depois do trabalho na feira, na mansão dela, onde ela tentava ensinar-lhe boas maneiras: a sentar, a comer, a não mascar chicletes (o que ele fazia sempre).Também mudava o visual dele que só andava de jeans e regata branca, fazendo-o usar roupas mais sociais. No começo, era um horror: um dia, ele furioso, tirou um chiclete da boca e colou na parede da mansão, deixando-a possessa! Ela achava-o insuportável, mal-educado, ele achava-a uma grã-fina, cheia de frescuras e esnobe, enfim o relacionamento dos dois era tumultuado. Mas, prosseguiam com as ¨aulas¨, inclusive de dicção, o que era muito engraçado! Ela lutava para melhorar o vocabulário dele, que então resolvia procurar um professor particular, surgindo o seguinte bate-papo dele ao telefone: - Aí dão aulas de Portugês? - Não, não é pra crianças, é pra marmanjo! - Não, não é pra estrangeiro, é pra brasileiro! Acabava desistindo.
Os dois então se preparavam para o dia em que ele seria apresentado à alta sociedade, numa recepção com gente chiquérrima! Com a convivência, diária, os dois começavam a ver os pontos positivos um do outro, a perder a prevenção inicial. E também começavam e sentir algo mais profundo, que nenhum dos dois sentira antes: amor.
Chegava enfim o dia da festa: Cris e Nando tensos, preocupadíssimos, ela linda, num belo vestido, com seu corte de cabelo que recebeu o nome de Pigmalião, ( que virou moda, até eu usei, rsrsrs), ele elegante, na sua roupa chiquérrima. Tudo correu bem, Nando conversou com os convidados, como se fosse um homem fino, se portou bem na hora de comer e segurar os talheres, enfim era como os outros convidados da alta sociedade. Mas, estava presente uma ilustre convidada estrangeira, que pareceu interessar-se pela música que tocava, um samba de gafieira. Nando, que era frequentador de gafieira, não resistiu: convidou-a para dançar, para desespero de Cris! O pai de Cris sorriu, achando que ganhara a aposta, ao ver Nando dançando e ensinando à gringa os passos da dança! Cris e Nando nervosos brigaram, cada um foi para sua casa arrasado. No dia seguinte, esperavam ansiosos os comentários dos jornais. Quando chegaram, foi aquela surpresa! Todas os jornais elogiavam Fernando Dalba, por ter mostrado para a estrangeira a genuína arte brasileira, chamando-o de verdadeiro gentleman! Nando foi elogiadíssimo nas colunas sociais, cujos repórteres, não sabiam de sua origem humilde. Depois de alguns desencontros, Nando auxiliado por Kico, encontrou Cris no avião e os dois entre beijos e abraços, viajaram para a Europa.
Essa novela foi muito engraçada. Lembro de uma cena, quando a chique e elegante Cris foi na feira junto com sua (mui) amiga Malu, que, para irritá-la, pegou um enorme cacho de uvas e disse provocante: - Fernando coma uma uva! Ele, percebendo que isso desagradava Cris, foi e os dois comiam as enormes uvas, quase encostando as bocas, o que fez com que Cris fosse ficando cada vez mais irritada com a provocação! Não demorou muito e ela sempre tão chique, tão avessa a barracos, se jogou em cima de Malu e foi uma briga medonha! Juntou gente pra assistir, Cris estava enfurecida, e acabou demolindo a barraca da Baronesa, que parece que começou a gostar de Cris depois disso! Foi um desperdício de frutas e hortaliças esparramadas no chão e a gente chorava de rir! Logo, em outra cena, apareceu Cris, não tão elegante, meio despenteada, acho que com a roupa rasgada numa cela da delegacia, junto com Malu em igual situação e Nando, também preso numa cela próxima! Acho que o autor quis mostrar que ninguém consegue ter um comportamento ideal o tempo inteiro. Foi inesquecível essa cena!
Quando começou a novela, não existia o Google, então nosso Google eram os professores, rsrsrs. Logo perguntamos o que era Pigmalião e a professora explicou que Pigmalião era um escultor da mitologia grega que apaixonou-se por uma estátua esculpida por ele. A novela foi inspirada na peça Pigmalião de George Bernard Shaw.
Cristina (Cris) era uma dondoca, rica e mimada dona de um salão de beleza chique e vivia com o pai e seu filho, o jovem Kico numa bela casa. Ela havia casado muito jovem e enviuvara cedo.
Fernando (Nando) era um rústico trabalhador, que trabalhava na feira, estando em seu velho caminhão já as 4 horas da manhã. Morava com sua mãe, apelidada Baronesa, mas que de nobre não tinha nada, sendo uma senhora gritona e turbulenta. Os dois tinham uma barraca na feira e viviam numa vila ou cortiço, (não lembro bem), entre os amigos, a maioria feirantes como eles, como Gino, um grande amigo. Nando era noivo de Candinha, mas acho que não existia amor realmente entre os dois.
Um dia, Cris batia o carro, por sinal um carro de luxo, no velho caminhão de Nando. Começava um bate-boca entre os dois, a polícia surgia em cena. Ele chamava-a de barbeira, etc. Depois, ela acostumada a resolver tudo com seu dinheiro e charme, queria que ele assumisse a culpa pelo acidente e ele não concordava. Isso virava motivo de chacota entre os amigos dela, que, então, afirmava que seria capaz de mudar essa situação. O pai dela desafiou-a para uma aposta: ela teria um tempo (acho que seis meses) para transformar o, segundo eles, grosso, mal-educado, mal-vestido, etc, Nando em um gentleman. Ela, que não suportava que duvidassem da capacidade dela, aceitou, mesmo chocada com o que teria que fazer se perdesse a aposta: teria que casar! Ela lembrava o pai que era a segunda vez que ele fazia uma aposta em que teria que casar, caso perdesse. O casamento com o pai de Kico, só aconteceu por ela ter perdido uma aposta com o pai!
Não lembro as artimanhas que ela usou para convencer Nando a se submeter às aulas dela, o fato é que ele topou e aí começava a melhor parte da novela. Ele ia, acho que diariamente, depois do trabalho na feira, na mansão dela, onde ela tentava ensinar-lhe boas maneiras: a sentar, a comer, a não mascar chicletes (o que ele fazia sempre).Também mudava o visual dele que só andava de jeans e regata branca, fazendo-o usar roupas mais sociais. No começo, era um horror: um dia, ele furioso, tirou um chiclete da boca e colou na parede da mansão, deixando-a possessa! Ela achava-o insuportável, mal-educado, ele achava-a uma grã-fina, cheia de frescuras e esnobe, enfim o relacionamento dos dois era tumultuado. Mas, prosseguiam com as ¨aulas¨, inclusive de dicção, o que era muito engraçado! Ela lutava para melhorar o vocabulário dele, que então resolvia procurar um professor particular, surgindo o seguinte bate-papo dele ao telefone: - Aí dão aulas de Portugês? - Não, não é pra crianças, é pra marmanjo! - Não, não é pra estrangeiro, é pra brasileiro! Acabava desistindo.
Os dois então se preparavam para o dia em que ele seria apresentado à alta sociedade, numa recepção com gente chiquérrima! Com a convivência, diária, os dois começavam a ver os pontos positivos um do outro, a perder a prevenção inicial. E também começavam e sentir algo mais profundo, que nenhum dos dois sentira antes: amor.
Chegava enfim o dia da festa: Cris e Nando tensos, preocupadíssimos, ela linda, num belo vestido, com seu corte de cabelo que recebeu o nome de Pigmalião, ( que virou moda, até eu usei, rsrsrs), ele elegante, na sua roupa chiquérrima. Tudo correu bem, Nando conversou com os convidados, como se fosse um homem fino, se portou bem na hora de comer e segurar os talheres, enfim era como os outros convidados da alta sociedade. Mas, estava presente uma ilustre convidada estrangeira, que pareceu interessar-se pela música que tocava, um samba de gafieira. Nando, que era frequentador de gafieira, não resistiu: convidou-a para dançar, para desespero de Cris! O pai de Cris sorriu, achando que ganhara a aposta, ao ver Nando dançando e ensinando à gringa os passos da dança! Cris e Nando nervosos brigaram, cada um foi para sua casa arrasado. No dia seguinte, esperavam ansiosos os comentários dos jornais. Quando chegaram, foi aquela surpresa! Todas os jornais elogiavam Fernando Dalba, por ter mostrado para a estrangeira a genuína arte brasileira, chamando-o de verdadeiro gentleman! Nando foi elogiadíssimo nas colunas sociais, cujos repórteres, não sabiam de sua origem humilde. Depois de alguns desencontros, Nando auxiliado por Kico, encontrou Cris no avião e os dois entre beijos e abraços, viajaram para a Europa.
Essa novela foi muito engraçada. Lembro de uma cena, quando a chique e elegante Cris foi na feira junto com sua (mui) amiga Malu, que, para irritá-la, pegou um enorme cacho de uvas e disse provocante: - Fernando coma uma uva! Ele, percebendo que isso desagradava Cris, foi e os dois comiam as enormes uvas, quase encostando as bocas, o que fez com que Cris fosse ficando cada vez mais irritada com a provocação! Não demorou muito e ela sempre tão chique, tão avessa a barracos, se jogou em cima de Malu e foi uma briga medonha! Juntou gente pra assistir, Cris estava enfurecida, e acabou demolindo a barraca da Baronesa, que parece que começou a gostar de Cris depois disso! Foi um desperdício de frutas e hortaliças esparramadas no chão e a gente chorava de rir! Logo, em outra cena, apareceu Cris, não tão elegante, meio despenteada, acho que com a roupa rasgada numa cela da delegacia, junto com Malu em igual situação e Nando, também preso numa cela próxima! Acho que o autor quis mostrar que ninguém consegue ter um comportamento ideal o tempo inteiro. Foi inesquecível essa cena!
Quando começou a novela, não existia o Google, então nosso Google eram os professores, rsrsrs. Logo perguntamos o que era Pigmalião e a professora explicou que Pigmalião era um escultor da mitologia grega que apaixonou-se por uma estátua esculpida por ele. A novela foi inspirada na peça Pigmalião de George Bernard Shaw.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pigmali%C3%A3o_70
http://pt.wikipedia.org/wiki/My_Fair_Lady
Espero que tenham entendido e gostado desse depoimento sobre essa linda história que foi Pigmalião 70. Beijos a todos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/My_Fair_Lady
Espero que tenham entendido e gostado desse depoimento sobre essa linda história que foi Pigmalião 70. Beijos a todos.
VÍDEO COM FOTOS DA NOVELA
NOTA DO BLOG
A novela Pigmalião 70 foi apresentada pela Rede Globo, no horário das 19 horas, entre 02 de março e 24 de outubro de 1970.
Para maiores informações sobre a novela, favor consultar: http://www.teledramaturgia.com.br/tele/pigmaliao.asp.
Maria, que memória, vc. sabe detalhes da novela, eu me lembro da novela e sabia que era com Tônia Carrero, mas não sabia o ator, só soube agora através do clipe, corrigindo, eu me lembro só do nome da novela, agora a história jamais iria lembrar se não fosse pelo seu relato, amei seu relato, bem detalhista, vc. está de parabéns pela sua memória.............bjos.
ResponderExcluirMaria do Sul, Parabens! muito bom seu relato.Deve ter sido ótima e hilária essa novela. Ja ri só de imaginar o barraco na feira das mui amigas, rs. Deviam fazer mais novelas assim, divertidas, romanticas. A Mari tem razão, sua memória é excelente.
ResponderExcluirBeijos
Oi Maria, você está de parabéns!! Seu relato foi super detalhista e deu pra sentir muito bem como foi essa novela. Pena que o autor não pretende vender essa estória pois seria bem interessante poder assistí-la, lógico, se não for reescrita por um tapado como TS, rsrs. Obrigada por compartilhar suas memórias com a gente e se tiver mais lembranças legais como essa divida-as conosco, seria muito bom conhecer um pouco mais dessas boas estórias que hoje não escrevem mais. Bjos, Lu
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