FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 5 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

Capítulo V - Descobertas

Uma semana se passa.  Rosa vai orientando Colibri na restauração do jardim. E apesar de não ter ido visitar a obra ainda, confia no trabalho do seu amigo.

O clima entre Rosa e Claude fica entre olhares e insinuações, pois todos estão preocupados em acertar o projeto, deixá-lo o melhor possível, chegam cedo e saem tarde, exaustos. Num desses dias, como sempre, já passa das nove da noite, Frazão e Janete saem deixando nosso casal revisando algumas planilhas.

Rosa e Claude estão sentados lado a lado, quando Rosa se levanta para pegar um outro orçamento e meio zonza, se apóia na cadeira:

C: Rosa, cuidado... que você tá sentindo?

R: Foi só um mal estar, já tá passando... não foi nada.

C: Sei. Você está tão empenhada neste projeto, chegando cedo, saindo tarde, non deve tá se alimentando direito, hã? Desde quando você está sem comer?

R: Eu comi sim... ontem... tomei um copo de leite com biscoitos antes de dormir...

C: Mon dieu... Rosa... ontem... Chega por hoje hã? Eu vou te levar pra jantar, d’accord?

R: Não precisa Claude... eu como qualquer coisa em cas...

C: Non aceito non como resposta, hã?

R: Ok, você venceu... vamos.

Claude leva Rosa até seu apartamento e quando ela percebe diz:

R: Você disse que ia me levar pra jantar, não que ia me trazer ao seu apartamento...

C: Enton... eu trouxe você pra jantar no meu apartamento, porque o seu já deve estar ocupado com aqueles dois... rsrsrsr

R: Claude!

Eles entram e Claude vê que Dadi não está, pois é noite de folga dela.

C: Esqueci completamente que dei a noite de folga pra Dadi... Mas como um bom anfitrion vou preparar algo pra nós..

R: E você sabe cozinhar?

C: Ouí, cherry... a Dadi sempre deixa algo...  Vamos ver... - diz abrindo a geladeira – Como você tá fraca tem que ser algo especial...que tal  um strogonofre?

Claude prepara a refeição com ajuda de Rosa. Os dois comem, e Rosa insiste em lavar o que sujaram, explicando que a mãe lhe ensinou assim... Depois de tudo limpo e arrumado, eles vão até a sala.

Claude prepara um licor pra ambos e percebendo o silêncio de Rosa diz:

C: Um dólar pelos seus pensamentos!

R: Tava pensando em como tudo aconteceu, como eu te conheci... acho que vale mais de um dólar não...

Claude então tira uma mecha do cabelo dela que caíra sobre seu rosto e lhe dá um beijo terno, suave, mas interrompe o beijo dizendo:

C: Espera... falta uma música, hã?

Ele coloca a música e volta pra perto de Rosa no sofá, segura seu rosto e a beija, com ardor, pressionando seu corpo contra o dela, que corresponde ao beijo...

R: O que é isso que ta acontecendo com a gente, Claude? Diz Rosa, sonolenta...

C: Non sei... mas é muito bom hã? Ficar assim contigo... e a beija novamente e só ai percebe que ela adormeceu em seus braços...

E fica ali, juntinho dela, até a música acabar, sentindo algo que nunca sentiu, mas que espera nunca se acabe...

Ele dá um sorriso confiante e resolve leva-la pra cama, no quarto de hóspedes, onde a acomoda da melhor maneira possível, tira seus sapatos, coloca uma coberta e não resistindo dá um selinho e diz:

C: Sonhe comigo, cherry. - E fica um tempo admirando Rosa...

Na manhã seguinte, Rosa acorda assustada, ao perceber que não está em sua casa. Claude bate à porta:

C: Bom dia Rosa, dormiu bem?

R: Bom dia... Claude, como eu vim até aqui?

C: Eu trouxe você, hã? Estávamos conversando e você adormeceu no sofá... Já estava muito tarde... enton achei melhor você passar a noite aqui.

R: Meu Deus, a Janete vai achar que aconteceu alguma coisa comigo...

C: Eu liguei pro Frazon, não se preocupe...

R: Agora que eu to preocupada... o que o Frazão vai pensar, hem?

C: Nada. Ele torce pela gente. - .diz baixinho – mas Rosa não escuta pois está preocupada em calçar os sapatos

R: Meu Deus já são mais de oito horas! Eu tenho que passar lá no cortiço antes de ir pra construtora. E ainda por cima to sem carro... vou chamar um táxi.

C: Que issi? Eu te levo hã? Gostaria muito de conhecer sua família e o cortiço!

R: Claude, o pessoal de lá é muito diferente de você... o ambiente não é assim tão...confortável como você está acostumado. Você pode não gostar... não se sentir bem.

C: Rosa, eu nunca vinculei amizade com condição financeira... mas se você non quer que eu vá, é só falar.

R: Desculpa, não quis dizer isso. Claro que eu quero que você vá... Mas antes eu quero passar em casa e trocar de roupa.

C: Enton vamos.

Eles descem a escada, indo em direção à porta. Dadi olha para os dois e pergunta:

F: Não vão tomar café não?

R: Não dá tempo, Dadi... a gente tá atrasado.

D: Atrasado? Dr. Claudes nunca sai de casa antes das nove, vice?

R: Ah é, Dadi? – olha pra ele e completa – Isso vai ter que mudar, hem francês! É o olho do dono que engorda o gado...

Ele, não querendo prolongar o assunto, diz:

C: Ehhh, melhor a gente ir, hã? Se non vamos atrasar ainda mais, non é mesmo?

Eles vão até o apartamento de Rosa. Janete já havia saído. Rosa vai tomar um banho rápido. Enquanto isso Claude desce até uma padaria que viu, ali perto, e compra uma caixa de bombons.

Ele volta apressado para o apartamento. Lá chegando, vê que Rosa está quase pronta, pela porta entreaberta do quarto.

“Droga, o zíper do vestido não sobe” – pensa Rosa... “Se a Janete tivesse aqui... mas é só o que me falta”. Vai pra sala e meio sem graça pede pra Claude:

R: Será que você pode me ajudar? O zíper emperrou... e se vira de costas pra ele, que se aproxima dela, fecha o vestido, e leva suas mãos até a cintura de Rosa, puxando-a para mais perto dele, enquanto passeia pelo pescoço dela com sua barba por fazer, provocando arrepios e suspiros em Rosa. Começa a beija-la, delicadamente, virando-a de frente agora, e vai dando selinhos desde a orelha até a boca, onde se demora por mais tempo, exigindo uma resposta.

C: Eu preciso de você, cherry... deixa eu te amar, hã?

R: Eu... eu... não sei o que dizer, Claude... - ofegante ela tenta resistir – eu  não sei o que fazer  - diz baixinho...

C: Non diz nada... seu corpo ta dizendo por você... ele sabe o que fazer...

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