XI
Rosa
passou seus braços pelo pescoço de Claude, o que fez seu corpo colar-se ao
dele. As mãos de Claude a enlaçaram pela cintura e iam subindo e descendo,
vagarosamente, por suas costas e pela curva de sua cintura.
Claude
se afasta alguns centímetros, o suficiente para olhar nos olhos dela, depois se
inclinar dizer:
-
Calma, gatinha... Isso é só o começo, hã? – Escutou em seu ouvido, Rosa.
Sem
se dar conta, começou a passear com seus dedos pela nuca dele numa massagem
lenta e suave.
Claude
voltou a beijá-la, freneticamente, trazendo-a junto ao seu corpo, eliminando a
pequena distância que havia entre os dois.
Sentiu
os lábios úmidos dele deslizando pelo seu pescoço.
Não
conseguia mais pensar coerentemente...
Sem
saber exatamente o que e como fazer, enfiou suas mãos pela camisa dele e subiu por suas costas,
imitando o que ele fazia com ela, por cima da
roupa.
-
Você aprende rápido, gatinha... Se continuar assim, sabe exatamente o que vai
acontecer entre nós, non sabe? – Diz com os lábios próximos à boca de Rosa,
continuando o assunto da noite passada.
-
Sei... Vamos acertar nossos “ponteiros”... Não foi isso que você disse ontem à
noite?
-
Oui! Mas eu non quero forçá-la a nada...
-
Você não está me forçando a nada...
-
Precisamos decidir, enton... No seu
quarto ou no meu? Ou prefere outro lugar?
-
Acho melhor ficarmos por aqui...
-
D’accord! Non sei se suportaria a presson por mais tempo...
Tudo
conspirava a favor. À sombra dos
arbustos de dama-da-noite, só se percebia o contorno de seus corpos e uma leve
brisa equilibrava a temperatura de ambos, quentes pela troca de carícias...
Estavam
tão envolvidos que não perceberam a aproximação de um carro, a não ser quando
um piscante facho de luz os revelou, ao som de várias buzinadas!
Com
o susto, Rosa empurrou o corpo de Claude, tentando se recompor. A atitude
inesperada e impensada o desequilibrou totalmente, fazendo-o cair e se afundar
pelos arbustos, soltando um palavrão abafado pela queda.
-
Oh, meu Deus! Claude, você se machucou?
-
Maldiç... Atchim! Atchim!... çon! Por que você tem sempre que me derrubar?
-
Desculpa... Eu me assustei com essa luz e...
-
E quem diabos está nesse carro? A... tchim! - Ele segura na mão que Rosa lhe
oferecia, ficando em pé. – Ei, quer apagar essa luz?
Então
consegue identificar duas silhuetas no meio dela, andando em direção a eles...
-
Claude, mon ami! Eu dizia à Janete que a noite estava linda... perfeita para um
passeio romântico ao luar! Boa noite, francês!
-
“Boa noite!” - Fala ironicamente –
Frazon, por que eu non me espanto com... atchim... sua entrada ton “discreta”?
-
Opa! Eu atrapalhei alguma coisa, francês? – Fala, enquanto o abraça.
-
Non! Eu estava apenas conversando com
Rosa! O que você acha, hã?
-
Desculpa, Claude! – Fala Janete sem graça – Eu tentei impedi-lo de fazer essa
gracinha, mas não teve como! Rosa... tá tudo bem, amiga?
-
Eu acho que sim... Não se preocupem, já estávamos indo dormir mesmo... Claude,
você se feriu na queda? – Pergunta preocupada.
-
Rosa, minha princesa, vaso ruim não quebra! – Fala Frazão – ainda mais sendo
francês! Como vai, querida? Há quanto tempo não nos víamos pessoalmente!
-
Non, Rosa, non me feri, apenas estou com essa maldita vontade de espirrar...
Atchim! Atchim!
-
Não falei, Rosa?
-
Eu vou ignorar suas piadinhas por hoje, mon ami! – Claude começa a coçar os
braços.
-
Eu acho que você é alérgico a essa planta... – Fala Rosa, preocupada – Seus
braços... estão ficando vermelho! Melhor entrarmos e você tomar um
antialérgico!
-
Boa ideia, Rosa! Vamos todos entrar. Claude, papai e mamãe vão ficar mais uns
dias por lá na capital. Estão planejando uma viagem de lua-de-mel! Vem
Frazão!!! Não percebe que eles querem ficar sozinhos? – Fala Janete, puxando
Frazão e deixando Rosa e Claude sozinhos.
-
Jane, minha rainha, eu to morrendo de fome. Será que sai um lanc... – Os dois
entram na casa.
Claude
fica em frente a ela, em silêncio, apenas olhando-a com uma expressão
indefinida.
-
Mais uma vez... Por que tenho a sensaçon que isso nunca vai acabar?
-
Ao contrário... menos uma vez! – Sussurra Rosa, sem pensar.
-
Humm... quer dizer que você conta as vezes que... tentamos nos amar e você me
derruba?
-
Eu sinto muito... Não foi minha intenção derrubá-lo! Eu me assustei e... O que foi? Por que está me olhando assim?
-
Estou pensando... Papai e Joanna eston programando mais uma lua-de-mel... Deve
ser a terceira. E nós non conseguimos ainda ter nossa primeira vez... Atchim!
Mon Dieu! Acho que você está certa! Eu devo ser alér... tchim!... gico a essa
planta!
-
Melhor procurarmos algum antialérgico pra você na dispensa...
-
Ainda non... - Fala enterrando suas mãos nas laterais do seu rosto,
acariciando-a com os polegares – Essa noite estava perfeita demais, eu devia
ter desconfiado que alguma coisa ia acontecer...
-
Bem... haverá outras noites, não é
mesmo? – Diz, colocando suas mãos sobre nos ombros dele.
-
D’accord, gatinha. Pode ter certeza que sim! – E inclina sua cabeça, procurando
os lábios dela. – Esse é um beijo de boa noite, vai ter a duraçon que...
-
Eu já estou indo, mulher! – Frazão aparece – Ops! Desculpa amigão! Sua irmã
quer a frasqueira que deixou no carro. Mulheres! Isso devia se chamar frescura
e não frasqueira!
-
Mon Dieu! Eu non acredito nisso! – Diz baixinho, revirando os olhos.
-
Vem, me acompanha até a porta do quarto... – Pede Rosa, rindo e segurando na
mão de Claude.
Quando
estão atravessando a sala, próximos à escada, escutam a voz de Janete:
-
Ah, droga! Ele fez de novo, não foi? Eu falei pra ele espiar antes de sair!
-
Está tudo bem, Jane. Nós já estávamos entrando e...
-
Tudo bem uma pinóia, hã? Non estávamos entrando nada! Avise ao seu querido Frazon que isso vai ter
volta! - E continuam subindo a escada. Param ao chegarem em frente ao quarto de Rosa.
-
Voilá... Chegamos... Por que non me deixa entrar contigo e continuamos o nosso
joguinho?
Palavras
erradas... Que provocaram uma reação imediata de Rosa.
-
Joguinho? – Diz, trocando o sorriso por uma expressão de incredulidade. – Você
está jogando comigo?
-
Mon Dieu... Foi só uma expresson! Eu non quis te ofender, hã? Vem cá... – Diz,
puxando-a pela cintura.
- O que pensa que eu sou, Claude? Um
brinquedo? Vai me usar e depois jogar num canto qualquer?
-
Guarde suas garras, gatinha... Eu quero fazer amor contigo e non lhe usar, hã?
-
Quer saber? Eu acho que... – Mas Rosa
jamais terminou seu pensamento, porque Claude se apossou de seus lábios, e a
forçou a se abandonar naquele beijo, enquanto a acariciava com as mãos,
fazendo-a vibrar inteirinha, até que correspondesse ao desejo dele
intensamente.
-
Por que insistimos nisso... – Sussurra quando ele a solta. - ...se sempre
terminamos frustrados? Por que tem que ser assim?
-
Non tem... – Murmurou, envolvendo-a em seus braços. E sua boca molhou os lábios
dela, antes de senti-la aconchegar-se a ele.
Então,
escutaram as vozes de Janete e Frazão que subiam a escada.
-
Se tivéssemos um lugar que fosse só nosso... – Comenta Rosa – Um lugar onde
pudéssemos ficar sozinhos... Deus! Que loucura é essa que eu estou falando?
Melhor eu entrar... Boa noite, Claude! – Se solta dos braços dele e entra em
seu quarto.
-
Boa noite, Rosa! – Diz automaticamente.
Claude
permanece alguns segundos olhando para a porta do quarto. Depois seus olhos brilham, enquanto repete as
últimas palavras de Rosa:“Um lugar que
fosse só nosso... onde pudéssemos ficar sozinhos...”
Continua...
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