segunda-feira, 22 de outubro de 2012

FIC - UMA CHANCE DE AMAR - CAPÍTULO 17 - AUTORA: JOYCE FEITOZA

No capítulo anterior...
Rosa: Claude, me da um motivo pra ficar.
Claude: Por nós.
Rosa: Não existe mais nós. (disse se soltando)
Claude a puxou novamente e a segurou pela cintura colando seu corpo ao dela. Rosa sentiu o corpo estremecer com a proximidade. Estava com raiva, mas não era a única coisa que sentia naquele momento.
Claude: Enton, por que você ta toda arrepiada? Por que suas mãos estão tremendo?(perguntou com uma voz rouca)
Um silêncio pairou entre os dois. Rosa o encarava com raiva, mas seu coração batia acelerado. Claude baixou seus olhos pros lábios de Rosa e levou sua mão ate a nuca dela.
Em um único segundo seus lábios se uniram em um beijo profundo. Claude afundou sua mão no cabelo de Rosa e apertou ainda mais contra seu corpo fazendo-a ficar na ponta dos pés. A língua quente de Claude invadiu todo o espaço da boca de Rosa provocando sensações alucinantes. Ela se entregou aqueles lábios e levou sua mão até a nuca dele...

CAP - 17

Rosa: Ta certo... Eu vou pro banho.
Rosa subiu correndo, correndo do beijo, correndo do sentimento, correndo de Claude e de ter que dar uma explicação.
Claude não disse nada, seus olhos brilhavam enquanto observava Rosa subir.
Claude: Mon Dieu! É mais forte que eu.
Rosa parou no corredor e entrou em um quarto de hóspedes onde haviam duas camas de solteiro. Ela trancou a porta do quarto e só então soltou o ar preso em seu peito.
Depois do banho, ela vestiu um roupão e saiu do quarto. Andando nas pontas dos pés abriu a porta do quarto de Claude lentamente, com medo que ele estivesse lá.
Notando que ele não estava, entrou e fechou a porta. No closet dele ela observou cada coisa. Seus sapatos brancos, marrons, de couro. Suas camisas ordenadas por cor. Seus vários paletós.
Então, ela procurou uma entre as várias camisas dele e achou uma branca de mangas longas. Rosa tirou o roupão lentamente vestiu a camisa, dobrou as mangas até o cotovelo e respirando fundo decidiu descer.

Rosa: “Eu estava descalça, pisando naquele mármore frio da escada moderna de Claude. Respirei fundo outra vez, acho que a décima vez desde que sai daquele quarto.  Ele estava lá, sentado na poltrona. Os olhos dele encontraram os meus. Nossa! Porque ele fazia isso? Me olhava daquele jeito? Será que ele não sabe que eu fico nervosa? Então me aproximei de onde ele estava sentado.”

Claude: Né que ficou bem em você?
Rosa: Espero que não se importe. Fui intrusa, mexi nas suas roupas, rsrs.

Claude: “Non, ela só pode ta de brincadeira comigui. Será que é inocente mesmo, ou faz issi de propósito? Ela sabe ser sensual até quando só fala. Precisei me afastar dela, enton fui para perto do sofá azul. Disse a ela que ia tomar banho também.”

Rosa: Posso ir adiantando o jantar.
Claude:Prepara um arroz e tira o salmon do congelador.
Rosa: Hum, salmão?
Claude: Você vai se surpreender. (disse subindo)
Rosa suspirou e caminhou para cozinha.
Rosa: Mais?
Claude entrou no quarto respirando fundo. Então, ele foi tirando sua roupa e jogando pelo chão. No banho resolveu tomar uma ducha fria e enquanto a água escorria pelo seu corpo, pensava em tudo que havia acontecido até o momento.
               
(19:36 – Mansão de Claude)

Claude vestiu sua regata preta e sua calça moletom cinza claro. Com o cabelo ainda molhado ele desceu. Rosa estava cortando tomate no balcão de costas para escada.
Claude andou de mansinho, se aproximou ficando com a boca bem próxima ao ouvido de Rosa.
Claude: Voltei!
Rosa: Aí credo em cruz, que susto!
Claude: Pardon, é que você fica linda assustada.
Rosa: Claude, não faça isso quando eu estiver com uma faca na mão. Olha só meu coração acelerado. (disse pondo a mão sobre o peito)
Claude: Deixa eu sentir?
Rosa: Mas é cara de pau, né? Olha, cortei alguns legumes e verduras. A cozinha é toda sua.
Claude: Sente e assista o show.
Claude lavou as mãos e olhou tudo o que Rosa tinha cortado.
Claude: Você esqueceu do pepino cherry. Gosta de pepino? (perguntou com uma cara cínica)
Rosa: Você não esta perguntando isso com duplo sentido, está?
Claude: Eu? Non, que issi. Você que levou pro lado errado.
Rosa: É mesmo?
Claude: Gosta ou non gosta?
Rosa: Hum, gosto.
Claude: Eu sei dissi, rsrs.
Claude deu um sorriso mais cínico e começou a preparar a comida. Rosa observava cada movimento dele.
Ele colocava o salmão para fritar no azeite quando um pingo quente do azeite pingou em seu braço.
Claude: Ai... Caramba!
Rosa: O que foi?
Claude: Me queimei com azeite quente. (disse colocando seu braço debaixo da torneira)
Rosa: Deixa eu ver.
Claude: Ta ardendo.
Rosa: Ah, foi só um pinguinho.
Claude: Mas ta ardendo, hã.
Rosa: Deixa de ser molenga Claude.
Claude: O que eu passo pra parar de arder?
Rosa: Nada! Continua a cozinhar que eu to morrendo de fome.
Claude: Porque você faz issi?
Rosa: Isso o que?
Claude: Consegue ser sensual até quando é sarcástica.
Rosa: Não estou sendo sarcástica, rsrs.
Claude: Enton, assume que está sendo sensual?
Rosa: Você que disse oras.
Claude molhou os lábios com a língua e engoliu seco. Ele estava com aquele olhar devorador. Talvez sua vontade fosse pegar Rosa no colo, sentá-la no balcão e entre suas pernas abrir cada botão daquela camisa. Mas apenas voltou a cozinhar.
Rosa: Vou por a mesa.
Depois de um tempo o jantar estava pronto. Claude afastou a cadeira pra Rosa sentar e a serviu.
Rosa: Droga!
Claude: O que foi?
Rosa: Eu devia ter deixado uma carta para caso eu morrer envenenada, rsrs.
Claude: Seria muito desperdício hã. (disse fitando os olhos dela)
Rosa não disse nada, talvez por medo. Então, ela levou o pequeno pedaço de salmão com molho até sua boca. Macio e muito saboroso.
Claude: E aí?
Rosa: Hum... delicioso. Onde você aprendeu essa receita?
Claude:  Eu criei.
Rosa: Ta aí, já tem outra profissão.
Claude: Chefe de cozinha? Non, eu me entendo com meus cálculos e meus gráficos.
Rosa: Gosta tanto assim de engenharia?
Claude: Ainda quando criança, entrando na pré adolescência. A noite no colégio interno eu desenhava. Comecei desenhando um prédio que via da janela do meu quarto. Depois, fui criando e como já era apaixonado por números, ficou mais fácil escolher o que queria. Mas você também é engenheira, hã? Foi pra Paris para cursar.
Rosa: Quando eu tinha sei lá, meus 6 pra 7 anos de idade. Não me lembro muito, mas minha mãe que me contou. Eu ganhei aquele brinquedo que são vários bloquinhos que você encaixa um no outro.
Claude: Sei...
Rosa: Então, eu montava casinhas e as vezes prédios. Aí, eu fui até a sala e perguntei ao meu pai como construía casas. Aí, ele me explicou que pra construir uma casa, primeiro tinha que se ter um engenheiro para desenhar cada pedacinho da casa. Aí, eu coloquei em minha cabeça que queria ser engenheira. Então, me inscrevi pra uma bolsa em Paris e fui aprovada. O resto você já sabe.
Claude: Posso te confessar uma coisa?
Rosa: O que?
Claude: Aquele dia que nós fomos apresentados naquela festa, non foi a primeira vez que te vi.
Rosa: Não??
Claude: Um dia eu fui no turno da manhã na biblioteca atrás de um livro e vi você sentada em uma mesa lendo. Olhei você por alguns segundos e fui procurar meu livro.
Rosa: Porque você nunca me disse... Eu achei que... E você me disse que foi amor a primeira vista seu mentiroso.
Claude: Eu precisava te levar pra cama aquela noite
Rosa: Como é que é? Claude eu continuo com uma faca na mão.
Claude: Você sabe que amor de verdade nunca existiu entre a gente. Um desejo forte, issi existiu.
Rosa: Pensei que fosse só eu que achasse isso.
Claude: Se arrepende daquela noite?
Rosa: Sei lá. Talvez se a gente não tivesse dormido junto aquela noite, podia ter sido diferente.
Claude: E você queria que fosse diferente?
Rosa: E você? Queria que tivesse sido diferente?
Um silêncio pousou entre os dois naquela mesa. Os olhares que se encontraram desviaram-se para o prato e nada mais foi dito.

Os dois terminaram o jantar e Claude insistiu para lavar os pratos. Rosa foi pra sala e sentou-se no sofá vermelho.
Claude era meio atrapalhado em tudo, acabou molhando boa parte da camisa. Quando terminou, resolveu tirá-la e largou ali mesmo sobre o balcão.
Rosa levantou, pegou um livro sobre a mesinha de centro e começou a folhear.
Quando Claude chegou à sala, ela o olhou, o coração dela foi a mil. Seus olhos fixaram no peito de Claude sem camisa.
Claude: O que foi?
Rosa: Na... Nada.
Claude: Tem certeza? (perguntou se aproximando)
Rosa: Que tal assistirmos um filme? (disse se afastando e deslizando a mão na nuca)
Claude: Mon Dieu, faz um tempo que non paro pra assistir um filme. Vamos pro quarto enton.
Rosa: Quarto? É melhor a gente assistir aqui. Que tal assim, tiramos essa mesa daqui, colocamos alguns travesseiros no tapete e deitamos. (disse nervosa)
Claude: Tudo bem, escolhe o filme enquanto eu vou pegar travesseiros e cobertores lá em cima.
Rosa: Tudo bem, rsrs.
Claude subiu respirando forte e passando a mão no cabelo.
Claude: Eu non posso, non posso.
Depois de um tempo, Claude desceu com as coisas e viu Rosa tentando tirar a mesa do meio da sala.
Claude: Precisa de ajuda?
Rosa: Não eu consigo.
Rosa tentou, a mesa até se mexia mas ela não conseguia arrastá-la muito centímetros.
Claude: Deixa que eu faço issi.
Como é incrível a diferença de força do homem para a mulher. – Pensou Rosa. Claude levantou a mesa parecendo que levantava uma pena.
Eles pegaram várias almofadas, travesseiros, cobertores e deitaram ali mesmo no tapete.
Claude: E enton, você escolheu o que?
Rosa: Muito Bem Acompanhada, me parece ser bom.
Claude: Comédia romântica?
Rosa: Sim.
Claude: Porque vocês mulheres gostam tanto assistir esses filmes?
Rosa: Ah! Eu acho que esses filmes de comédia romântica são os novos contos de fadas.
O filme começou e os dois calaram-se.
Rosa: Aí espera, espera. Dê pausa aí vou no banheiro, é rápido.
Claude: Mon Dieu.
Em poucos minutos Rosa já estava de volta, saltou entre os travesseiros e deitou esbarrando em Claude. Só de o seu braço ter se encostado no dele uma carga elétrica passou pelo seu corpo.
Claude: Posso?
Rosa: Agora pode.
Claude: “Tam, taram, tam, tam, tam, tam, taram. (imitou a famosa melodia.)
Rosa: Oh não, rsrs, isso não.

(21:20 – Mansão de Claude)

Enquanto assistia ao filme os dois comentavam sobre tal.
Claude: Enton, ela quer um acompanhante, mon Dieu.
Rosa: To precisando de um desses, rsrs.
Claude: Que issi, hã?
Rosa: Falta de homem que preste.
Claude: Eu non presto?
Rosa: Você não é meu. Agora presta atenção no filme.
Depois de um certo tempo de filme Rosa já estava encostada em Claude.
Claude: Obrigado.
Rosa: Porque?
Claude: Por issi. Há muito tempo eu non paro e ajo como uma pessoa normal. Minha vida é sempre muito corrida, cheia de negócios, acabei esquecendo o lado bom das coisas simples da vida.
Rosa: Sua vida foi assim desde criança. Não que a minha vida não seja corrida, mas eu brinquei de comidinha de lama, brinquei de boneca. Então, nunca quis deixar essas coisas simples de lado.
Os dois calaram-se e voltaram seus olhares para a TV. Foi então que uma cena mais quente do filme deixou os dois sem jeito. Claude olhou para o lado desconcertado e Rosa olhou para unhas e fingia mexer nelas.

(22:30 - Sala da mansão)

O filme acabou e como sempre, deixou aquele ar romântico. Claude se espreguiçou bocejando e se acomodou nos travesseiros.
Claude: E eles foram felizes para sempre. Grande mentira.
Rosa: Você não acredita em felicidade eterna?
Claude: Se fosse eterna nossos pais non morriam.
Rosa: Você sente falta deles não é?
Claude: Apesar de tudo, eles eram meus pais. Eu sinto falta de alguém que se importe comigo, alguém que cuide de mim, entre aspas.
Rosa olhou nos olhos dele, levou sua mão até seu rosto acariciando e deslizando até a nuca. Claude fechou os olhos sentindo a caricia dela.
Claude: Non faz issi. Eu non sou de ferro Rosa. (sussurrou com uma voz rouca)
Rosa: Me desculpe! Quer assistir outro filme? Sei lá um drama?
Claude: Suspense, hã.
Rosa procurou algum filme na TV a cabo e selecionou. Depois de um tempo ela olhou para o lado e notou que Claude havia adormecido. Estava cansado, aquele foi um dia longo.
Ela então desligou a TV e cobriu Claude. Como ele ficava lindo dormindo- pensou ela. Rosa se acomodou ao lado dele, mas queria mesmo era seus braços, gostou de ter dormido com ele na noite passada.
Ela virou-se de lado dando as costas para Claude e fechou os olhos. Não demorou muito Claude virou-se e a abraçou.
Um sorriso surgiu no rosto de Rosa. Ela se aconchegou nos braços dele e adormeceu.

(06:20  – Sala da mansão)

Rosa acordou com um pouco do claro que entrava pelas janelas. Seu corpo estava um pouco dolorido. Ela sentou-se olhou pro lado e viu Claude todo espalhado no tapete. Uma maravilhosa visão para começar o dia - pensou ela.
Rosa levantou devagar, subiu, lavou o rosto, escovou os dentes e desceu. Claude continuava do mesmo jeito. Parecia uma pedra dormindo.
Então, Rosa decidiu preparar um café rápido. Fez um suco, torradas, frutas e etc. Então, resolveu acordar Claude.
Rosa: Claude acorda! Claude. (sussurrou)
Claude apenas se mexeu virando de lado.
Rosa: Claude! (gritou)
Claude: O que? Ham? Mon Dieu é você Rosa, quer me matar do coraçon.
Rosa: Ta na hora de acordar.
Claude: Que horas son?
Rosa: São seis e quarenta e cinco.
Claude: Cherry ainda ta de madrugada, deita aqui, hã.
Rosa: Que madrugada? O café já ta na mesa, anda levanta.
Claude sem escolhas sentou, passou a mão no olho e no cabelo.
Claude: Você ta lembrada que amanhã é segunda e vamos acordar cedo né?
Rosa: Claro que sim, mas olha ta um domingo lindo, um sol maravilhoso.
Claude: Ok, Serafina, você me venceu. Desço em instantes.
Claude subiu, lavou o rosto, escovou os dentes, colocou uma camisa e logo desceu. Rosa estava terminando de colocar a mesa, Claude se aproximou e deu um beijo em seu rosto.
Claude: Agora sim! Bom dia.
Rosa: Bom dia!
Claude: Mon Dieu, você que preparou issi tudo?
Rosa: Sim, temos salada de frutas, pão, torradas, geleia, suco.
Claude: Nem sei por onde começar.
Rosa: Começa sentando. Nossa, eu to morrendo de fome. Bem que meu pai dizia que pareço um leão, porque to com a fome de um.
Claude: Eu dormi no meio do filme, pardon.
Rosa: Você estava cansado e eu também. Sem problemas.
Claude: Non se chateou mesmo?
Rosa: Não, rsrs.
Claude olhou pela janela e viu o céu limpo e o dia ensolarado.
Claude: Que tal irmos à praia?
Rosa: Praia? (perguntou surpresa)
Claude: Oui, Guarujá que tal?
Rosa: Ai, não sei Claude. Eu teria que passar em casa, pegar biquíni, protetor, essas coisas.
Claude: Passamos no shopping no caminho, hã.
Rosa: Ah, já entendi. Você quer ir a praia porque ficou com vontade de estar em Fernando de Noronha, não é?
Claude: Non, mon Dieu! Quê que issi? Eu quero ir a praia porque está um dia lindo e pra finalizar o nosso feriado com chave de ouro.
Rosa: Sei...
Rosa baixou a cabeça e mexeu na xícara de café. Claude percebendo o jeito dela, pousou sua mão sobre a dela.
Claude: Você non era ton insegura assim quando te conheci.
Rosa: Não sou mais aquela menina de vinte e poucos anos Claude. Passei por muitas coisas nessa vida que me deixaram assim, duvidando de tudo e de todos.
Claude: Vamos, por favor?
Rosa: Eu não sei nadar tá, rsrs?
Claude: Eu te ensino, hã?
Rosa: Tudo bem Claude Antoine Geraldy, rsrs.

CONTINUA...

Um comentário:

  1. Muito legal Joyce, pode ser que agora esses dois se entendam mesmo! Gostei de ver essas trocas de carinhos e gentilezas entreos dois! Legal! Bjs.

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