segunda-feira, 1 de outubro de 2012

FIC - UMA CHANCE DE AMAR - CAPÍTULO 14 - AUTORA: JOYCE FEITOZA

No capítulo anterior...
Rosa: Minha vida não tá das melhores, Claude.
Claude: E eu só piorei ontem. Pardon, non sei onde eu tava com a cabeça. Mas, Rosa, eu vou com você se quiser.
Rosa: Vai onde?
Claude: No cemitério.
Rosa: Não sei... é melhor não. Não precisa Claude, vai curtir seu feriado.
Claude: Eu já disse que non vou viajar, vou passar o feriado com você.
Rosa: É sério isso? (perguntou olhando nos olhos dele).
Claude: Sim!
Rosa: Sem brigas? (perguntou com um sorriso tímido).
Claude: Sem brigas! Rsrs.

CAP - 14

Rosa foi para o quarto escolher uma roupa para se vestir. Enquanto se arrumava, Claude percorria o quarto dela observando cada detalhe.
Claude percebeu que o quarto de Rosa era como o carro dela, cheio de coisas de leãozinho. Tinha uma caneta customizada, havia um pijama com estampa de leõezinhos, uma pantufa e etc. Então, ele resolveu perguntar.
Claude: Porque você gosta tanto de leões?
Rosa que passava batom se surpreendeu com a pergunta e virou-se, encontrando os olhos de Claude vidrados em sua silhueta. Ela se encostou na cômoda e começou a falar um pouco tímida.
Rosa: É, você reparou, rsrs.
Claude: Tem como non reparar, rsrs?
Rosa: Quando eu era pequena, estava brincando, quando meu pai me chamou e me colocou no colo. Então, ele disse pra mim: Você se parece com um leãozinho, é forte, astuta, feroz, corajosa e linda. Então, você é minha leoazinha.
Claude: Sabe que concordo com ele. (disse olhando nos olhos dela)
Rosa ficou sem graça e virou-se para o espelho, evitando encarar aqueles olhos que tanto mexiam com ela.
Rosa: Então, é por isso que eu tenho esse fanatismo. Você deve tá me achando uma tonta, não é?
Claude: Non, eu tenho coleções de miniaturas de carros antigos.
Rosa: Sério?
Claude: Acho que você nunca percebeu, nem mesmo quando atirou um em mim, numa discussão nossa em Paris.
Rosa: Ai, meu Deus, você quer me matar de vergonha? (disse com o rosto corado).
Claude: Vamos?
Rosa: Claro, mas antes quero passar em uma floricultura.
Claude: Como você quiser.
Rosa: Claude!
Claude: Oui!?
Rosa: Muito obrigada por estar fazendo isso por mim.
Claude segurou a mão de Rosa e levou até seus lábios quentes, provocando um arrepio por todo o corpo dela.
Após passarem na floricultura, eles chegaram ao cemitério. Rosa gelou por dentro, após tantos anos tinha tomado coragem de ir até lá. Mas estava com medo, o que não passou despercebido por Claude.
Então, ele segurou sua mão entrelaçando seus dedos, apertando firme. As mãos de Rosa tremiam e estavam frias. Eles caminharam por alguns segundos, até encontrarem a lápide do seu Giovanni.
Rosa se soltou da mão de Claude e foi se aproximando aos poucos, até se ajoelhar, colocando as flores. Logo os seus olhos se encheram de lágrimas.
Rosa: Oi pai! (disse com um pouco de soluço).
Claude se manteve afastado, apenas observando uma Rosa que não conheceu. A Rosa frágil, tão delicada como uma pétala de flor.
Rosa: Eu demorei não foi? Acho que demorei demais pai. Mas, eu estou aqui pra te pedir perdão. Perdão por não estar ao seu lado. Eu o culpei de impedir meus sonhos, sendo que o senhor só queria me ter ao seu lado, no seu colo novamente como um leãozinho. Mas, eu sinto tanto sua falta pai, tanto... espero que onde quer que esteja, veja que sua filha está aqui firme e forte como o senhor me ensinou. Eu te amo muito... muito...
Rosa deixou as flores lá e levantou. Ela permaneceu com a cabeça baixa, tentando esconder as lágrimas de Claude.
Então, ele se aproximou e segurando seu queixo com os dedos, levantou a cabeça dela. Então, ele limpou suas lágrimas e a abraçou. Um abraço terno, que para Rosa era o melhor que podia receber.
Assim, eles seguiram para o carro de Claude e foram para o apartamento dela.
Claude: Janta comigo hoje?
Rosa: Jantar fora com você?
Claude: Oui...
Rosa: Você passa aqui que horas?
Claude: Bem, eu tava pensando em tomar banho aqui, já que estou com minhas malas no carro.
Rosa: Está certo então...
Claude: Eu vou pegar minha roupa no carro.
Depois de alguns minutos Claude subiu com sua roupa. Rosa arrumou uma toalha para ele, e ele foi pro banho.
Ela então correu e abriu seu guarda roupas. Estava nervosa, parecia até que iria para um primeiro encontro. Ela retirava vários vestidos, colocava em sua frente olhando-se no espelho, mas nada a agravada até achar um vestido azul que achou perfeito.
Claude enrolou a toalha branca em sua cintura e saiu do banheiro sem Rosa perceber. Quando ela se virou seu coração foi a mil, os olhos percorreram o corpo másculo de Claude e vê aquelas gotas de água escorrendo em seu corpo deu, de uma certa forma, sede em Rosa fazendo-a engolir seco.
Claude sentiu o olhar de Rosa o que fez sua pele esquentar.
Rosa: É... eu... eu vou pro banho, quando sair feche a porta por favor.
Respirando fundo, ela entrou debaixo do chuveiro, deixando a água fria tirar aquele desejo do seu corpo.

(18:02 – Apartamento de Rosa)

Rosa chegou na sala deslumbrante, vestia um vestido azul decotado, uma sandália de tiras prata e seus cabelos estavam soltos jogados sobre o ombro.
Claude percorreu o olhar pelo corpo de Rosa e o ar lhe faltou.
Claude: Você está linda.
Rosa: Obrigada. (disse corando).
Claude: Vamos?
Rosa: Vamos.
Claude: Você non reclamou do meu carro hoje, espero que non chova, rsrs.
Rosa: Bobo, rs.

(18:50  – Restaurante português)

Rosa: A comida portuguesa é maravilhosa.
Claude: Concordo, eu adorava ir a Portugal com meus pais.
Rosa: Eu não quero parecer intrometida, e nem cobrar nada, mas você sempre evitou falar dos seus pais.
Claude: Eu non gosto de falar desse assunto com ninguém.
Rosa: Ah, me desculpa.
Claude: Non, com você , non sei eu me sinto seguro de falar.
Rosa: Comigo?
Claude: É estranho... mas sim, com você. Sabe, quando eu era pequeno, apesar de crescer em um mundo correto demais, mesmo meus pais sendo distantes, na maioria das vezes, eu fui feliz. Quando eles não trabalhavam, me levavam pra Portugal, Inglaterra, até mesmo o Brasil. Só que quando eu tinha meus 10 anos eles começaram a brigar, meu pai começou a beber, nenhum deles tinha tempo pra mim. Então, um dia, minha mãe me disse que eu ia estudar em um colégio interno.
Rosa: Nossa, deve ter sido muito ruim.
Claude: O pior é que eu tive esperança que todo fim do mês, eles fossem me buscar pra passar uma semana na casa deles, como todos os alunos, mas non... eu só os via nos natais e fim de ano. Enton, eu fui me acostumando a viver sem eles. Até que um dia, a diretora me chamou na sala dela e me disse que meus pais tinham falecido num acidente de carro. Eu aprendi a ser frio, não transpareci tristeza. Enton, resolvi non tocar no assunto com ninguém.
Rosa: Sinto muito.
Claude: Enton, eu aprendi ou me acostumei a esconder meus sentimentos.
Rosa: Não devia, seu sorriso de alegria é lindo pra ser escondido.
Claude deu um sorriso tímido e pousou sua mão sobre a de Rosa.
Claude: Quer dançar?
Rosa: Não sei... Não tem ninguém dançando.
Claude: Será?
Claude puxou-a pela mão, entrelaçou seus dedos e a apertou contra seu corpo.
Claude: Agora tem, rsrs.
Rosa: Maluco, rsrs.
Claude: Você dança muito bem.
Rosa: Você também, monsieur.
Os dedos de Claude percorriam lentamente as costas de Rosa, apertando-a cada vez mais. Ele aproximou seu rosto do dela deslizando sua barba lentamente em sua face.
Claude: É uma pena que eu non tenha te levado pra dançar quando éramos casados.
Rosa: Você tá me deixando sem graça, rsrs.
Claude: Só estou sendo sincero.
Rosa sentiu o coração de Claude bater e a respiração dele ficar quente em seu ouvido. O perfume amadeirado de Claude em sua nuca era tentador.
Rosa fechou os olhos e se deixou embalar pelas músicas. Sim, mais uma vez estava nos braços de Claude, aqueles braços firmes que apertavam seu corpo contra o dele.
A respiração dos dois ficou mais forte, Claude encarou Rosa com sua testa colada na dela. Aqueles olhos castanhos escuros deixaram Rosa de perna bamba.
Claude: Vamos a um lugar? (disse quebrando o silêncio).
Rosa: Que lugar?
Claude: Confia em mim?
Rosa: Se fosse ontem, eu diria que não. Mas eu adoro o perigo.
Claude: Enton, eu sou perigoso? (perguntou cinicamente).
Rosa: É muito perigoso pra qualquer mulher ficar ao seu lado, rs.
Claude dirigiu por alguns instantes e estacionou em um parque de diversões que estava aberto para “a noite do terror”.
Rosa: Parque de diversões?
Claude: Que tal voltar a ser criança?
Rosa: Claude é melhor irmos pra casa.
Claude: Rosa, por favor, relaxa um pouco.

Rosa: “Relaxar um pouco ao seu lado? Muito fácil dizer isso, Claude. Meu coração quase sai pela boca à cada palavra sua. Oh, o que está acontecendo comigo? O dia está sendo muito bom pra ser verdade.”

Rosa: Tudo bem, rsrs.
Ao descer do carro, eles compraram as entradas e seguiram caminho a dentro. O parque estava todo decorado para noite, monstros circulavam por todo parque assustando todo mundo, inclusive Rosa, que quando um “zumbi” se aproximou dela assustando-a, se escondeu entre os braços de Claude, encostando sua cabeça em seu peito dando um grito fino. Claude caiu na risada e a abraçou.
Claude: Calma, chérrie.
Rosa o encarou e os sorrisos dos dois foram se desmanchando aos poucos. Claude engoliu seco e olhou para os lábios de Rosa com desejo.
Rosa: Então, vamos em qual brinquedo primeiro? (perguntou quebrando o silêncio).
Claude: Hum, que tal aquele?
Eles foram caminhando e para a surpresa de Rosa, Claude segurou em sua mão, entrelaçando seus dedos aos dela.
Depois de se divertirem feito crianças, Claude comprou uma maçã do amor para Rosa e os dois foram para a roda gingante.
Rosa: Como é linda São Paulo à noite!
Claude: Oui... Dizem que Paris é a cidade luz, mas no Brasil também temos uma, non é?
Rosa: Nossa Paris, rsrs. Eu gostei dos anos que vivi lá.
Claude: Mesmo nos 3 meses que esteve casada comigo?
Rosa: Talvez, se eu não tivesse te conhecido, não estaria em uma roda gingante comendo uma maçã do amor agora.
Claude: Naquela noite que te conheci non sei non, acho que você estava usando um perfume que seduzia os homens, hã? Caí muito fácil nos seus encantos.
Rosa: Ah, tá Claude Geraldy, eu me garanto o suficiente, não preciso de feitiços pra atrair ninguém, tá? Rsrs.
Claude: Eu sei dissi... (disse pousando sua mão sobre a dela)
Rosa tirou a mão num movimento rápido e olhou para os prédios.
Claude: Porque você tem medo de ser quem você é?
Rosa: Porque você tá me perguntando isso?
Claude: Porque hoje eu conheci uma Rosa que nunca imaginara que existia.
Rosa: Que Rosa?
Claude: Uma Rosa frágil, doce, alegre.
Rosa: Acho que a vida me fez assim.
Claude: Quantas pessoas conhecem essa Rosa frágil?
Rosa: Ha, ha, acho que só você.
Claude: Eu gostei dela.

Continua...

Um comentário:

  1. Joyce, gostei desse capítulo, finalmente esse casal está se conhecendo e é tão bonito! Espero que não briguem muito agora rsrsrs. Gostei muito! Bjs

    ResponderExcluir