No capítulo anterior...
Claude: Porque você tem medo de ser quem você
é?
Rosa: Porque você ta me perguntando isso?
Claude: Porque hoje eu conheci uma Rosa que
nunca imaginara que existia.
Rosa: Que Rosa?
Claude: Uma Rosa frágil, doce, alegre.
Rosa: Acho que a vida me fez assim.
Claude: Quantas pessoas conhecem essa Rosa
frágil?
Rosa: Haha, acho que só você.
Claude: Eu gostei dela.
CAP- 15
(01:34 – Parque de diversão)
Claude: “Oh o que eu to dizendo? O que eu to
fazendo? Porque eu to falando o que non devia?”
A roda gigante parou e eles desceram. Eles caminhavam pelo parque quando
Claude viu uma coisa de longe, então ele caminhou alguns passos se distanciando
dali e pediu que Rosa o aguardasse com a desculpa que ia no banheiro. Alguns
minutos depois ele estava de volta com um sorriso no rosto.
Rosa: Já está tarde, acho melhor irmos.
Claude: Oui vamos.
(02:34 - Apartamento de Rosa.)
Claude: Está entregue, rs.
Rosa: Obrigada por tudo.
Claude: Amanhã cedo estarei de volta.
Rosa: É, você está mesmo empenhado em passar o fim de semana comigo.
Claude: Gosto do perigo também.
Um silêncio pairou entre os dois. Claude ficou um pouco nervoso, coçou a
testa com o indicador e disse:
Claude: Bonne nuit, mademoiselle.
Rosa: Merci, mousieur. Boa noite.
Claude virou-se e saiu pela porta. Rosa respirou fundo e fechou a porta.
Claude caminhava pelo corredor e já ia entrando no elevador quando ouviu
a voz de Rosa o chamar.
Ele parou e esperou até ela se aproximar.
Rosa: Eu não acredito que eu vou dizer isso, mas... Dorme aqui.
Claude: É mesmo um perigo, rsrs. Vou buscar
alguma roupa pra mim lá embaixo.
Rosa: Certo, eu... Eu vou pro banho. Tranca a porta quando entrar.
Rosa entrou no chuveiro com um sorriso um pouco torto, estava nervosa,
não acreditava que tinha pedido pra Claude dormir com ela.
Rosa usou seu sabonete mais cheiroso. Saiu do banho em um roupão e parou
em frente do guarda roupa.
Rosa: “Certo Serafina Rosa, nada de medo de ser
quem você é.”
Rosa colocou sua camisola e foi para sala. Claude estava sentado no
braço do sofá esperando-a.
Rosa: Pronto, rs.
Claude percorreu o olhar desde o pé de Rosa até seus cabelos.
Claude: Realmente muito, muito perigoso.
Rosa: Pode ir tomar banho, tem toalha no armário do banheiro. Enfim você
sabe.
Depois de um tempo Rosa foi até o quarto e nesse mesmo instante Claude
estava saindo. Vestia sua calça moletom cinza e sua camiseta branca.
Claude: Demorei?
Rosa: Não, rs.
Rosa: “Ele era realmente lindo, podia usar
uma camisa com uma caveirinha escrito: Perigo, mantenha distância. Vestido
naquela regada com seus músculos de fora e aquela calça que mesmo folgada dava
pra notar suas coxas largas era realmente tentador.”
Claude: Bem, eu vou pro sofá.
Rosa: Claude! Dorme comigo. (disse segurando no braço dele)
Claude virou-se ficando bem próximo de Rosa e a encarou. Ele foi se
aproximando aos poucos dela até acariciar seu rosto com o polegar.
Claude: Non me provoque italianinha, eu non sou
de ferro.
Claude foi aproximando seu corpo do dela e a segurou pela cintura. Seus
lábios se uniram ao de Rosa rapidamente. Um beijo diferente, tinha um “que” de
diferente. Era doce, delicado, sensual.
Claude parou o beijo aos poucos e olhou nos olhos de Rosa.
Claude: Quero algo diferente. Quero apenas
dormir com você. Pode parecer estranho o que eu to dizendo, mas eu quero cuidar
de você essa noite. Quero apenas dormir
com você em meus braços.
Para Rosa aquilo foi surpreendente. Claude pedindo pra dormir com ela de
conchinha, apenas dormir. Ele nunca tinha feito isso. Então, o coração dela
disparou, principalmente quando ele deu aquele sorriso tímido.
Rosa: Eu só pedi pra você dormir comigo, rsrs.
Rosa deitou na cama e Claude deitou ao seu lado. Os braços fortes e
acolhedores dele abraçaram sua cintura puxando-a para mais próximo.
Rosa podia sentir a respiração quente de Claude em sua nuca. O perfume
do sabonete dele era inebriante.
Claude: Você dorme assim toda noite?
Rosa: Assim como?
Claude: Cheirosa?
Rosa: Você costuma perguntar isso a todas que dorme?
Claude: Non, porque até hoje só dormi com você.
Rosa se calou e fechou os olhos. Mas também o que dizer? Então, ela
resolveu aproveitar aquele momento e se aconchegou ainda mais nos braços de
Claude.
(04:02 – Apartamento de Rosa)
Claude acordou com sede e levantou silenciosamente atrás de um copo
d'água. Ao retornar pro quarto, Claude parou em pé e ficou olhando Rosa dormir.
Deitada de lado com a perna dobrada, seus cabelos forravam o travesseiro. Tão
delicada, tão linda. - Pensou Claude.
Seu olhar desviou então para as coisas do quarto dela, seus sapatos
organizados, seu tapete, suas fotos coladas em um mural. Ele foi caminhando
pelo quarto silenciosamente e observando tudo até ver uma caixinha, era de
madeira e tinha uma rosa cravada.
A curiosidade de Claude era enorme, então ele sentou na poltrona com a
caixinha nas mãos e abriu.
Um pingente de leãozinho, cartas de amizade, fotos do colegial, foto da
formatura. Claude foi olhando cada coisa detalhadamente até se deparar com ele
mesmo no fundo daquela caixinha. Sim, uma foto dele do tempo da faculdade, foto
essa que ele nem lembrava mais. E que Rosa havia guardado.
Mil coisas se passaram em sua cabeça e nessas mil coisas Rosa estava em
cada uma delas. Porque ela guardaria uma foto dele? Então, Claude não era o
único a ter uma recordação daquele passado.
Agora ele tinha certeza de que Rosa sentia o mesmo que ele. Ele olhou
para ela na cama e deu um sorriso cínico. Guardou tudo dentro da caixinha menos
a foto.
Ele colocou-a no lugar e saiu para fora do quarto. Olhou procurando um
lugar específico e decidiu colocar a foto em pé em cima da mesa.
Claude: “Estaremos quites
Serafina, rsrs”
Claude voltou para o quarto e se perguntava como Rosa conseguia estar
debaixo daqueles cobertores e dormir ali sem um ar-condicionado. Ele estava morrendo de calor, então tirou sua
regata e deitou-se ao lado de Rosa.
Claude: “Eu non vou tentar explicar o que me deu
de repente pra estar passando o final de semana com Rosa, por estar sendo
sincero com ela, e por estar dormindo com ela, na cama dela, como se fossemos
um casal. Se bem que somos casados. Eu só quero seguir meu coraçon esse
feriado.”
Rosa se mexeu dando um suspiro calmo, virou-se na cama e o abraçou
encostando a cabeça em seu peito como se ele fosse um ursinho, ou um
travesseiro. Passou a perna por cima das dele dobrando e sua mão pousou em seu
peito.
Claude deu um suspiro e seu coração parecia gostar daquilo. Não sabia o
quanto era bom ter Rosa assim, dormindo em seus braços. Ele acariciou seu
cabeço, pousou a mão sobre a dela em seu peito e adormeceu sentido o perfume do
cabelo dela.
(07:30 – Apartamento de Rosa)
Rosa despertou e abriu os olhos lentamente, só então notou a respiração
de Claude primeiramente e foi notando seu corpo colado ao dela. Foi uma
sensação maravilhosa. Aquilo tudo não tinha sido um sonho. Claude estava ali em
seus braços.
Ela passou a mão lentamente em seu peito e sentiu a mão de Claude
acariciar seu braço. Ele estava despertando também.
Rosa ergueu a cabeça se apoiando no peito dele e o olhou. Claude estava
com os olhos entreabertos e sorriu para ela.
Claude: Bom dia Serafina, rs.
Rosa: Bom dia Claude.
Claude: Non vai sair correndo dizendo: Non,
issi foi errado, eu non devia ter te chamado pra dormir aqui?
Rosa: O sujo falando da mal lavada.
Claude: Me explica como você consegue dormir
com esse calor?
Rosa: Que calor?
Claude: Você non acha que tirei a camisa só pra
te seduzir hã?
Rosa: Se não foi funcionou mesmo assim.
Claude: Non me provoque hã... sou um perigo
lembre-se.
Rosa: Bobo, rsrs.
Claude: Vamos levantar porque temos um dia
longo, hã.
Rosa: Ok, vou no banheiro e já volto.
Claude: Você acorda assim todos os dias?
Rosa: Nossa, eu entendi! Devo estar horrível.
Claude: Non, pelo contrário, você está linda.
Rosa sorriu encabulada e foi para o banheiro. Ela prendeu o cabelo em um
rabo de cavalo, escovou os dentes e lavou o rosto.
Se olhando no espelho deu um sorriso de alegria. Aquele feriado tinha só
começado e Rosa não queria saber de mais nada, só queria ser ela mesma.
Então, ela saiu do banheiro e se deparou com Claude se espreguiçando de
pé em frente à janela. Seus músculos se contraíram sedutoramente. Rosa o olhou
dos pés a cabeça e tentou recuperar o ar.
Rosa: Pronto, sua vez.
Claude: O dia está lindo hã. (disse indo para o
banheiro)
Depois de lavar o rosto Claude saiu pro quarto escovando os dentes.
Claude: Pega a minha camisa pra mim hã. (disse
com a escova na boca)
Rosa entregou a camisa e foi até a porta do banheiro. Enquanto
conversava com ele sobre o que iriam fazer aquele dia, Rosa notou algo que
nunca havia notado em Claude. Ele escovou os dentes duas vezes seguidas.
Rosa: Nossa, você escova os dentes sempre duas vezes?
Claude: Mon Dieu, você nunca notou issi? É uma
mania que tenho desde pequeno.
Rosa: É incrível como detalhes de nós mesmos a gente nunca percebeu.
Claude vestiu a camisa e os dois foram para cozinha. Claude deixou Rosa
ir na frente de propósito. Ao chegar lá Rosa gelou ao ver a foto de Claude
sobre a mesa. Ele tinha descoberto de alguma forma – pensou.
Rosa: Eu... é... bem... essa foto eu... é...
Claude: Eu achei que ficaria melhor aí. Eu
gostei. (disse dando um sorriso cínico e piscando o olho.)
Rosa ficou muda sem acreditar que aquilo tinha acontecido.
Claude: Tira essa cara hã, estamos quites.
Enton, o que vamos preparar pro café?
Rosa: Você é muito cínico sabia?
Claude: E você fica linda quando se assusta.
Rosa: Eu caí nesse seu papinho sedutor? Não acredito que fui tão ingênua. Diz
isso pra todas.
Claude: Eu só to sendo sincero, hã.
Rosa: Rico, bonito, sedutor. Prato fácil pra qualquer mulher.
Claude: Gostei do bonito. Mas Serafina...
Rosa: Rosa, por favor.
Claude: Se-ra-fi-na, eu sou um homem de 38
anos, non sou mais aquele garoto de 23 hã. Eu mudei e non ri hã, é verdade eu
mudei. Non tenho mais idade pra ta brincando de amar.
Rosa: Quem ouve isso acredita.
Claude puxou Rosa pela cintura e a girou encarando-a.
Claude: Eu to sendo sincero.
Rosa perdeu a fala, suas pernas bambearam.
Rosa: Gosta de ovos mexidos? (perguntou virando e saindo daquela situação)
Claude: Oui! Posso fazer o café?
Rosa: Você sabe fazer café?
Claude: Depois que provar o meu café non vai
querer mais saber de outro.
Depois de tomarem café, levantaram e foram para sala. O celular de
Claude tocou, ele viu que era Nara e desligou.
Rosa: Sua noiva não ficou chateada por você não ter ido viajar?
Claude: E daí?
Rosa: Desse jeito ela não vai querer casar com você.
Claude: E quem dissi que quero casar? Além
dissi já sou um homem casado.
Claude pegou seu celular se aproximou da janela e jogou.
Rosa: Claude!!
Claude: Já tocou demais.
Rosa: Você além de um perigo é louco. Onde vamos?
Claude: Você decide.
Rosa: Hummm, então que tal o Ibirapuera?
Claude: Hum, o parque. Vou pegar minha roupa no
carro.
Rosa: Vou tomar banho então. (disse sorrindo)
Rosa virou-se e caminhou para o quarto enquanto Claude não deixava de
notar suas curvas.
Claude: Muita tentaçon, mon Dieu!
(09:00 – Apartamento de Rosa)
Rosa estava radiante, olhava seu guarda roupas a procura da roupa
perfeita. Era um dia de sol e estava fazendo calor. Então, ela optou por um
vestido branco simples. Soltou os cabelos, colocou uma maquiagem leve, um
perfume cítrico e saiu.
Claude estava na sua mini biblioteca olhando seus livros.
Claude: Você gosta bastante de romances, hã.
Rosa: Acho lindas as histórias.
Claude virou-se e se deparou com Rosa em seu vestido branco com um
sorriso tímido.
Claude: Uau.
Foi a única coisa que Claude conseguiu dizer, ele estava com uma pequena
mala na mão seguiu para o quarto tomou seu banho, se arrumou e procurou uma
caneta e um papel. Então escreveu um bilhete e deixou sobre a cama de Rosa.
Claude: Vamos?
Rosa: Vamos.
(09:45 – Ibirapuera/SP)
(Uma Rosa com Amor © SBT 2011
Todos Os Direitos Reservados.)
Claude: Muito bonito esse lugar.
Rosa: É sim, eu vinha aqui quando criança. Mas desde que fui morar em Paris
não voltei mais.
Claude: Eu já imagino a cena, você criancinha
correndo por aqui, haha.
Rosa: Eu fui uma criança feliz. Sabe, meus pais costumavam fazer pic-nic aqui
comigo. Minha mãe preparava aquela cesta, trazia toalha quadriculada, chamava
algumas amiguinhas minha. Era muito bom.
Claude: Pretende trazer seus filhos aqui?
Rosa: Filho? (perguntou surpresa)
Claude: É, non pretende ter filhos?
Rosa: Ah, não sei, eu nunca parei pra pensar em ter filhos, quem sabe. Mas e você?
Claude: Eu o que?
Rosa: Pretende ter filhos?
Claude: Mon Dieu, non sei, eu non me vejo pai.
Pra ser sincero crianças, aquele corre-corre me irrita.
Rosa: Haha, eu já imaginava.
Claude: Eu sou um homem solitário, hã, desde
que minha mãe me colocou naquele colégio interno que barulho, algazarra non é
comum pra mim.
Rosa: Tão bom respirar ar puro. (disse abrindo os braços)
Claude: É muito bom mesmo.
Claude olhava Rosa com um brilho no olhar, ela estava linda.
Rosa: Você deve estar entendiado, né? Era pra você está aproveitando Fernando
de Noronha, praias, sombra e água fresca.
Claude: Que issi? Você acha mesmo que non
queria estar aqui?
Rosa: Não sei... rs.
Claude: Serafina, eu escolhi estar aqui com
você, enton é porque eu quero mesmo estar aqui. Quanto a sombra e água fresca,
bem, sombra nós já estamos, agora só falta a água fresca, que tal um coco
gelado?
Rosa: Ótimo.
(10:30 – Ibirapuera/SP)
Depois de tomarem água de coco decidiram caminhar mais um pouco e
deitaram na grama sem nenhuma cerimônia.
Rosa: A quanto tempo eu não me sentia assim tão feliz.
Claude: Eu também.
Rosa: Sei, você deve estar falando isso só pra me agradar.
Claude: Non, que issi, non. Porque você pensa
issi?
Rosa: Sei lá, esse final de semana. Eu fico esperando que você vá rir da
minha cara a qualquer momento e dizer que estava só curtindo comigo.
Claude: O que eu tenho que fazer pra provar a
você que estou sendo sincero. Serafina eu to sendo eu mesmo.
Rosa: Então eu to conhecendo o verdadeiro Claude?
Claude: Poucos conhecem, rs.
Rosa: Eu gostei dele.
Continua...
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Joyce, muito bonito! Agora está bem romântico. Gostei muito de ver esses dois se conhecendo melhor! Legal! Bjs.
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