quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PAI HERÓI - CAPÍTULO XI (CAPÍTULO FINAL)


Nuno telefonou para César e marcaram um encontro no aparta­mento deste. Assim que entrou, Nuno afivelou uma máscara trágica, de quase choro, dizendo:
- Não vou nada bem, dr. César. Nada bem.
- Como assim? O que foi que houve?
- Minha filha... Clarinha... saiu de casa. O mundo todo... se voltou contra mim.
- Mas por quê?
- Aquele mesmo motivo. A garota descobriu tudo. Estou perdido. E só você, César, só você pode me udar neste momento incrível da minha vida.
- Ajudar como? - exclamou César. - Se eu mesmo estou precisando de ajuda, mais do que um cego perdido na avenida Copacabana, na hora do rush.
- Aquele caso... teve péssimas conseqüências.
- Péssimas, é apelido. Terríveis conseqüências... terríveis, meu amigo. Estou sustentando a família do Osório. O vagabundo montou nas minhas costas. Está me pressionando. Quer cinco mil pratas pra terminar a casa que eu mesmo comprei pra eles, mas que eles acharam pequena, veja só. Ora, mas você já está farto de saber disso. Tive de colocar esse apartamento à venda. E ele nem é meu. É de minha mãe. Mas vou vender. Se não der o dinheiro pro sujeito, ele me entrega.
- Pois eu quero fazer um trato com você. Eu perdôo tudo o que me deve, pago o homem pra você e ainda lhe dou mais, o que você precisar, pra você me ajudar.
- O que quer que eu faça? - perguntou César, desconfiado.
- Quero que você declare a minha filha que eu sou inocente, que a culpa de tudo é sua, que eu não tenho nada a ver com o caso da mulher do André.
- Pra ela me entregar à polícia?! Ora, então você acha que eu sou otário?! - exclamou César, irritado.
- Uma criança não vai fazer isso. É uma coisa particular, só entre nós. Eu lhe dou dez milhões...
- Você me acha com cara de paspalho? Então eu lá vou...
- Vinte! Vinte milhões de cruzeiros!
- Acho que você está querendo me entregar à...
- Trinta... trinta milhões de cruzeiros e negócio fechado.
- Trinta?! Trinta milhões, você disse?! - espantou-se César. - Trinta milhões pra eu dizer pra sua filha... só pra ela, pra mais ninguém? Puxa vida, assim você me tenta! Com esse dinheiro, posso sumir daqui. Posso sair do Brasil e começar tudo de novo!
- É, pode... pode - concordou Nuno, certo de que ele estava prestes a morder a isca.
- Bom, eu quero trinta e cinco milhões. Os cinco do sujeito você dá por sua conta. Me dê os trinta milhões, limpos.
Nuno fez uma pausa, como se estivesse preocupado, valorizando a situação:
- Deixa eu pensar... Bene... Va bene. Eu dou os cinco milhões pro sujeito. Posso até fazer o seguinte: você me dá o endereço, eu mesmo mando o dinheiro pra ele e você não precisa se preocupar com isso.
- Está... está bem.
Nuno exultou. Em seguida, marcaram o lugar onde César deveria se encontrar com Clarinha (o escritório de Baldaracci) para conversarem à vontade. Depois Nuno foi embora, com a alma limpa, e César ficou, também de alma limpa, julgando estar a ponto de se livrar de todos os seus problemas.

Ilustrativa conversa entre a pureza e a podridão

O que César não podia adivinhar era que Nuno tinha preparado verdadeira parafernália de fios, microfones e gravador, capaz de registrar tudo o que ele e Clarinha dissessem. Assim, satisfeitíssimo ao receber o dinheiro (ele fizera a exigência de receber a quantia antes), e sem desconfiar de coisa alguma, César se deixou levar ao escritório de Nuno e lá ficou, a sós, com Clarinha. A garota foi logo dizendo:
- Dr. César, não adianta mentir pra mim, porque eu estou sabendo de tudo. Sei que foi o senhor que mandou o Titan matar a mulher do André. Só quero é saber se meu pai tem culpa ou não nessa transa toda.
- Seu pai? O Baldaracci? - exclamou ele, fingindo espanto. ­ Mas seu pai não tem nada a ver com isso, minha filha.
- O senhor jura... jura mesmo... que fez tudo sozinho?
- Olha, eu assumo toda a responsabilidade. Mas quero saber se você, garota, não vai me encrencar com a polícia.
- Eu não vou fazer nada disso. Eu só quero saber direitinho essa história toda. É verdade que o senhor desviou uma carta da Carina pro André e que foi por essa carta que o senhor soube onde ela estava?
- É, é verdade.
- E foi o senhor que contratou o Titan pra matar dona Carina e disse pra ele jogar a culpa no André?
- Foi, foi, menina. Fica meio chato eu me lembrar disso, agora. Olha, eu me arrependi, viu? Naquela época, estava fora de mim. Agora, eu só quero sossego.
- E essa história toda do corpo daquela mulher. Que apareceu lá na praia...
César a interrompeu:
- Garotinha, você ia ser uma ótima detetive, sabia? Eu estou aqui só pra defender seu pai, dizer toda a verdade... porque ele foi legal comigo e eu não quero que você fique pensando que ele teve alguma culpa. Acho que já disse tudo, tá? Já não chega pra você não ficar revoltada contra seu pai? Hein? Agora me dá uma folga e me promete que não vai sair daqui dizendo bobagens.
- Não, não senhor. Eu não vou fazer nada disso.
Ele ameaçou:
- Se não, já sabe. Se contar pro André, ou pra suas amiguinhas, ou pra quem quer que seja, eu enrolo seu pai também, com toda a santidade dele. E então vai ser um escândalo dos demônios. Promete?
- Prometo. Prometo, sim senhor. Eu não vou fazer nada disso. Mas o senhor devia...
Ele a interrompeu novamente:
- Olha, chega. Não se mete, tá? Teu pai é um santo e eu sou causador de tudo. Agora me deixa em paz, garotinha.

Réquiem para César

A partir desse momento, as coisas se precipitaram. Nuno fez com que a gravação chegasse às mãos do delegado; Osório, pressionado, confessou; César foi chamado à polícia e colocado frente a frente com Osório. Tentou negar, claro, tentou alternativas e acusações, mas, quando lhe foi apresentada a fita, desmoronou.
Sem saída, reconhecendo-se perdido, num gesto de acanalhada autoproteção, envolveu todos os que podia; Nuno e Walkíria principalmente. Nuno, matreiro e escolado, defendeu-se. Mas Walkíria ficou inteiramente indefesa. Só que, demente, a ela não cabia outra punição que ser internada, para tratamento psiquiátrico.
Agora, conhecida a verdade, André recebeu por parte de todos reconhecimento de sua inocência. Mas se, por um lado, aquilo valia como reparação, por outro tinha o gosto de amarga vitória. A perspectiva de que César seria simplesmente preso era pouco para André, ínfimo castigo para quem causara tanto mal por tão longo tempo. Assim, revoltado, ele foi ao apartamento de César.
- Preciso falar com você - disse, entrando, enquanto César retrucava, trêmulo:
- Olha aqui... briga, não. Eu estou doente. Sozinho aqui. Muito doente.
- Então você... você teve a coragem de mandar matar Carina e meu filho, hein?
- Não tenho nada a dizer sobre isso. Tudo que devia dizer já relatei à polícia. Além disso, eu... eu não tive toda a culpa.
- É isso que eu vim saber. Baldaracci te ajudou mesmo?
- Ele fez tudo. Eu não queria, te juro. Ele arranjou o homem. Eu nem sabia quem era Titan. Eles me deram o nome de Vidal.
- Mas Baldaracci nega. Tem negado em todos os depoimentos. E você, não satisfeito, encontrou um cadáver pra me jogar no inferno duma vez. Não havendo crime sem cadáver, você descobriu um. E deixou que tudo acontecesse contra mim. Me deixou ir a julgamento!
- Escuta aqui... eu fiz, tá certo, fiz mal, perdi a cabeça. Mas foi Carina que me deixou nesse estado, André. Deixa eu te falar. Escuta apenas. Eu não gostava dela, no início. Mas fui bom pra ela, dei até meu nome pra filha dela, fiz tudo o que um homem pode fazer por uma mulher. Depois, amei Carina e me dediquei a ela. Aí ela começou a me esnobar, ela não me quis mais. Tem mulheres assim, que só querem um homem quando não têm ele nas mãos. Quando têm, não querem mais. Carina é assim. Ela não gostava de mim, jamais gostou. Casou comigo por capricho, porque eu me chamava César, como o primeiro homem da vida dela. O cara morreu e ela cismou comigo. Tanto, mas tanto que a família arrumou o casamento. Bom, só pra encerrar, André, ela me chutou, chutou direitinho, como manda o figurino, como uma grã-fininha besta chuta um cãozinho de estimação. Foi assim que eu me senti, André. Ela acabou comigo. Ela não me deu valor. Aí, perdi a cabeça. Não tinha nada contra você, tinha contra ela. Claro, você levou as sobras. Mas André, preste atenção, porque essa mulher vai também te enrolar, como me enrolou. Ela só vive lá pros balés dela, pro meio dela. Ela não gosta de ninguém. O meio dela absorvia todo o seu tempo. Eu te juro, eu me sentia mesmo um cachorrinho vira-lata... nem cachorro de estimação, André. Ponha isso na sua cabeça. Ela vai fazer também de você um cachorrinho de estimação. Garanto que já está chutando você pra escanteio. Espera que você vai ver ela fazer de você um terceiro César. Tem mulher pra tudo, André.
André gritou, revoltado:
- Cala a boca!
Pegou-o pela gola, sacudiu-o:
- Eu não admito que você fale mal da Carina, seu cachorro! Nesse momento, o dr. Soares, o advogado de André, entrou, separou os dois, levou André embora dali.
Ficaram apenas as palavras de César, o mau agouro que elas suscitavam. Mau agouro, aliás, que logo se concretizou. André se deu conta de lidar com uma Carina carinhosa, sim, mas sempre afastada dele por compromissos, amigos, trabalho, uma sarabanda, enfim, que servia apenas para separá-los mais e mais. Compreendendo que permanecer ali e deixar-se envolver seria pior, foi para Paço Alegre, levando o filho. De certa maneira, André via a cidade grande com um mistério que jamais saberia desvendar. Sentia-se deslocado nela, não a entendia, sentia-se repelido, em vez de absorvido. O contrário disso o tornava no interior; o contato com a terra, a natureza, as coisas puras faziam-no sentir-se realizado, feliz. E queria que o filho também assimilasse tudo aquilo e com ele compartilhasse aquela espécie de realização. Quanto a Carina, cosmopolita acima de tudo, julgava-a incapaz de entender seu mundo, a maneira de encarar as coisas, vivê-las. Por isso, estava mesmo disposto a abrir mão dela. As palavras de César ironicamente pareciam concretizar­se; André e Carina se encarregavam de realizá-las, quando tinham tudo para viver o contrário, o amor bastando-lhes, árvore e fruto que deveriam apenas haurir.
Quanto a César, além da prisão, estava também ameaçado pelas forças que desencadeara; forças estas que estavam prontas para varrê-lo com rudeza idêntica àquela com que ele as manuseara, no passado. Afinal, o que poderia esperar do sinistro Baldaracci, da demente Walkíria, do revoltado André? Que um deles o exterminasse. E foi exatamente isso o que aconteceu. César foi encontrado abatido a tiros em seu apartamento, encerrando desta maneira um castigo que ele, mesmo não o desejando, tinha buscado durante todo aquele tempo, manuseando uma maldade que, no final, tinha se voltado contra ele.
Mas, afinal, quem seria o culpado por sua morte? A polícia não chegou a nenhuma conclusão, pois o assassino entrara e saíra do prédio sem ser visto pelo porteiro ou por qualquer outro morador.
Aconteceu apenas que, semanas depois, antes de Walkíria ir para o sanatório, Hilário achou em sua bolsa um revólver. Perguntou­lhe o que pretendia fazer com ele (ou o que fizera), mas ela limitou­se a dar respostas desencontradas, ininteligíveis. Colocou-se, assim, uma pedra sobre a morte de César, o anonimato encobrindo seu desaparecimento, assim como a maldade lhe cobrira a existência.

Arremate digno de um Baldaracci

Nuno, cumprindo sua palavra com a entrega de César, exigiu que Ana Preta também cumprisse a sua. Exigiu mais ainda: agora viúvo, queria que ela se casasse com ele, colocando um ponto final em sua agonia de homem só e ao mesmo tempo satisfazendo sua grande paixão por ela.
Ana Preta, aturdida pela renúncia ao amor de André, deixava-se levar, presa ao cumprimento da promessa a Nuno. Ocorre que, se ela agia assim, o mesmo não acontecia com seu Garcia. Acérrimo inimigo de Nuno, o pai de Ana Preta jamais poderia aceitar o casamento da filha com ele, embora soubesse da palavra empenhada entre eles. Mas aquilo pouco lhe importava. Sua maior preocupação era afastar os dois. Mas, como? Só havia um meio: fazer com que Deocleciano, o pistoleiro de Baldaracci, fosse preso. Isso desmantelaria a rede de mentiras e subterfúgios sobre a qual Nuno se apoiava. Mas, como conseguir isso? Neste caso, só havia um caminho: agir através de Coxo, outro inimigo de Baldaracci, que conhecia o paradeiro do pistoleiro, e que deu as pistas para.a polícia chegar até ele.
E foi isso que seu Garcia fez. Um belo dia, em pleno baile de carnaval, Baldaracci se esbaldava no clube, vestido de Pierrô. Rafael, com ar preocupado, se aproximou, e o puxou para um canto.
- Você tem de sair daqui imediatamente - disse ele. - Prenderam Deocleciano. Se você não quer ser preso também, tem de fugir, deixar a cidade.
Nuno se assustou:
- Deus do céu! Como é que foi isso? Deocleciano! Aquela brutta bestia! Como se deixou prender?
- Esse é um assunto que não adianta discutir agora. Já tomei todas as providências pra você escapar. Se quiser. A não ser que prefira ficar e se entregar à polícia.
- Me entregar?! Está louco?
- Então venha comigo. Tem um helicóptero a sua espera.
- Helicóptero? Por que helicóptero?
- Pra te levar até o lugar onde há um jato particular que eu aluguei. Esse jato vai te levar pra fora do país.
- Mas neste caso tenho de ir em casa trocar de roupa. Não posso ir assim, vestido de Pierrô.
- Nuno, entenda. A polícia deve estar vindo pra cá. Não há tempo pra nada. Você tem de ir assim. No avião você troca de roupa. Já providenciei sua bagagem. Ela estará no avião.
Félix, um dos guarda-costas de Nuno, se aproximou:
- A polícia está chegando!
- Vamos pelos fundos - disse Rafael, saindo com o irmão, seguidos por Félix.
Tomaram o carro, foram para onde o helicóptero estava estacionado; daí a pouco Nuno embarcava nele, colorido Pierrô partindo nas asas da impunidade.
E Ana Preta? Destaque da Beija-Flor de Nilópolis, ela desfilava naquele momento, tentando, no samba, desabafar suas mágoas. Tinha, porém, uma grande esperança no coração. Conhecera, dias antes, um rapaz chamado Raul. À semelhança de André, também viera do interior, era pobre e necessitava de carinho e amparo. E talvez fosse ele a marcar o elo que a ligaria novamente à felicidade, uma felicidade que ela, como poucos, merecia.

O happy end, afinal

Carina, inconformada com a partida de André, e imaginando que ele tivesse ido não para a fazenda em Paço Alegre, mas para a casa de Ana Preta, voltando para ela, foi vê-la. Como ele não estava lá, desmoronou, passou mal. Ana lhe deu água com açúcar, fê-la descansar, perguntou:
- Está melhor?
- Estou, obrigada. Não consigo mais ter raiva de você. Estou resignada. Eu perdi pra você.
- Não estou competindo, não sou cavalo de corrida. Nem você.
A gente não está disputando coisa alguma. André não pode ser encarado assim, como um joguete nas mãos de duas mulheres. A gente não pensou se ele quer eu ou você. Talvez não queira nenhuma das duas.
- Ele quer você - disse Carina.
- Ele ama você - falou Ana. - Ama de verdade, mas é a mim que ele procura.
- Não posso entender isso.
- Ele, na verdade, queria que você fosse como eu.
- Como?
- Mais... como é que eu posso dizer? Mais gente, parecida com ele. Você gosta dele, eu sei, mas se coloca numa posição alta demais. Como é que se diz? Ina... inatingível... Um dia, ele mesmo me falou: "Meu mal é que eu amo Carina mas queria que ela fosse um pouco Ana Preta". É que comigo ele se sente verdadeiro, igual, sem máscara. Comigo, ele não tem de fingir pra receber os amigos, porque a gente é tudo gente paca, gente igual a ele, não tem pose. Deu pra entender?
- Então, pra eu ter André, totalmente, eu teria de me modificar? Ser um pouco... Ana Preta?
- Ser você mesma... porém mais humana - disse Ana.
- Isso quer dizer que pra ter um homem é preciso ceder em tudo que ele quer?
- Não em tudo. A mulher sabida sempre dá um jeitinho. A gente tem de saber maneirar eles. Ceder também, mas ser mulher submissa, nunca. Um jeitinho pra cá, um jeitinho pra lá... Homem é bicho vaidoso. Mulher é mais esperta. A gente leva eles no bico, quando quer. Claro que se você faz com um homem o que faz com André, esnobando ele, chutando ele pra escanteio, fazendo dele gato­sapato... aí também não.
Carina, pensativa, ficou impressionada com a verdade contida nas palavras de Ana; pela primeira vez compreendeu o motivo pelo qual André tanto a estimava e pela primeira vez também compreendeu o novo sentido que poderia dar a sua vida e à de André. Reconheceu­se rica demais, mimada demais, sempre vendo seus menores desejos satisfeitos, em detrimento, talvez, de algo maior, amesquinhando quem se lhe opusesse, os desejos alheios. Nem o que passara quando permanecera desaparecida, nem o sofrimento que vira e que fora obrigada a enfrentar, eram ainda fortes o suficiente para abrir­lhe os olhos. Agora, porém, a lição de Ana Preta, sua rudeza aparente revelavam-lhe segredos, algo que poderia e queria atingir. Sim, ela aprenderia, mesmo que o aprendizado lhe fosse espinhoso, porque viver ao lado de André era o que mais desejava e não seria difícil conciliar suas existências, desde que o amor não fenecesse. E isso ela não estava disposta a permitir.
Conhecidos seus problemas, tomada a decisão de lutar, só faltava a Carina ir ao encontro de André, revelar-lhe aquelas coisas, sua nova disposição, na certeza de que agora, realmente juntos, o futuro lhes seria favorável.
Embarcou então para a fazenda, em Paço Alegre, e lá reencontrou­se com André. Aquele reencontro marcou também o reinício do entendimento que os levaria, afinal, à felicidade.

ABERTURA DA NOVELA



FICHA TÉCNICA

PAI HERÓI

Autora: Janete Clair
Diretor: Gonzaga Blota

ELENCO

Tony Ramos - André Cajarana
Paulo.Autran - Nuno Baldaracci
Glória Menezes - Ana Preta
Lélia Abramo - Januária Limeira Brandão
Elizabeth Savalla - Carina Limeira Brandão
Carlos Zara - César Reis
Maria Fernanda - Gilda Baldaracci
Rejane Marques - Clara Baldaracci
Jorge Fernando - Cirilo Baldaracci
Fernando Eiras - Romão Baldaracci
Jonas Bloch - Rafael Baldaracci
Maria Helena Dias - Filhinha
Rogério Bacelar – Gil
Flávio Migliaccio - Genesio Pereira
Dionísio Azevedo - Nestor Garcia
Nildo Parente - Haroldo Brandão
Osmar Prado - Pepo
Sônia Regina - Jenny Garcia
Rosamaria Murtinho - Walkiria Brandão
Reinaldo Gonzaga - Hilário Brandão
Suzana Faini - Jussara Brandão
Thimóteo da Costa – Curió
Emiliano Queiroz - Horácio Brandão
Ivan Cândido - Reginaldo Brandão
Beatriz Segall - Norah Limeira Brandão
Yara Lins - Irene Brandão
Carlos Kroeber - Dr. Tiago


CENAS DO ÚLTIMO CAPÍTULO



A AUTORA



Mineira, nascida em Conquista, Janete Emmer Dias Gomes, ou a inesquecível JANETE CLAIR, iniciou sua carreira em 1946, corno locutora e radioatriz na Rádio Tupi Difusora de São Paulo. Ao se casar com o escritor e dramaturgo Dias Gomes, Janete mudou-se para o Rio de Janeiro, e foi lá que, em 1956, escreveu para a Rádio Nacional sua primeira novela radiofônica: Perdão, Meu Filho. Depois de dez anos inteiramente dedicados ao rádio, Janete foi levada, por Fábio Sabag, à TV Tupi do Rio: a novela O Acusador, protagonizada por Jardel Filho, marcou sua estréia nessa rede. Foi um início tão notável que, em 1967, o caminho estava aberto para a TV Globo.
No final da década de 60, os melodramas importados já não tinham mais a mesma aceitação e, por esse motivo, histórias tipicamente brasileiras passaram a surgir no vídeo. Como Véu de Noiva, novela que lançou Regina Duarte (a "namoradinha do Brasil") na TV Globo e, ao mesmo tempo, reforçou o prestígio de Janete Clair.
"Escrevo sobre aquilo que conheço: a classe média", afirmava a autora. "E tenho o cuidado de fazê-lo ao gosto bem popular, não escondendo os problemas, mas tratando-os com mão leve. A idéia é tornar a vida e os conflitos humanos bem acessíveis a todos, fazendo com que os personagens vivam, e não apenas conversem sobre seus dramas."
Essa era a receita infalível de Janete, uma autora que, com seu jeito próprio de contar histórias, sempre bateu recordes de audiência. Um exemplo vivo disso foi Pai Herói: em certos capítulos, registrou-se um índice de 98% de televisores ligados em todo o país.
Outras novelas de destaque: Sangue e Areia (1968); Paço dos Ventos (1968); Rosa Rebelde (1969); Irmãos Coragem (1970); O Homem que Deve Morrer (1971); Selva de Pedra (1972); O Semi-Deus (1973); Fogo sobre Terra (1974); Bravo (1975); Pecado Capital (1976); Duas Vidas (1977); O Astro (1978); Coração Alado (1980); Sétimo Sentido (1982); Eu Prometo (1983) - terminada por Dias Gomes, devido ao desaparecimento de Janete, em 16 de novembro de 1983.

DEDICATÓRIA ESPECIAL

QUERO DEDICAR O ÚLTIMO CAPÍTULO E TODA A NOVELA À KELY, QUE ME AJUDOU DANDO INDICAÇÕES E QUE ACOMPANHOU COM ATENÇÃO A HISTÓRIA.
KELY, OBRIGADO POR TUDO, MANA, UM GRANDE BEIJO E QUE DEUS ILUMINE MUITO A TUA VIDA!

2 comentários:

  1. José Eugênio, que maravilha! Esse último capítulo do romance ficou completo, com a ficha técnica, a biografia de Janete Clair e esses vídeos! Acertei, quando resolvi ligar o note antes de dormir, parece que eu estava prevendo algo...Essa cena de Ângela chorando a morte de César foi tocante, e como Isabela Garcia é boa atriz, desde aquela época! E a cena de Baldaracci fugindo, deixou a mim e a minha mãe na maior frustração, nós pensávamos que ele não conseguiria entrar no helicóptero, e conseguiu! Só nos conformamos por ver que Ana Preta ficaria livre dele! Parabéns JE, você acertou em cheio ao fazer esse belo trabalho, e obrigada a Kely por sua ajuda carinhosa. Beijos .

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  2. JE, que lindo o final desse romance, foi bom ler que o amor entre Carina e André venceu todas a s barreiras e que Ana Preta teve mais uma chance de ser feliz ao conhecer Raul, pois esta merecia ser feliz com alguem tb. Foi bom ver novamente a abertura, mesmo que eu ja tenha visto antes, é mais legal ver aqui no Blog, e também as cenas finais. Parabéns Je por essa idéia de publicar esses romances. E mais emocionada ainda fiquei com a dedicatória e o agradecimento a mim. Sempre que for possivel vou colaborando. Beijos
    Kely

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