CAPÍTULO XLIII –
COISAS DA VIDA
Algum tempo depois...
Rosa
já está em seu quarto, aguardando a vinda dos bebês juntamente com Claude, que
não cabia em si de tanta felicidade. Dadi, que lá estava desde o começo, entra
no quarto.
D:
Com licença, D. Rosa, Dr. Claudes.
R:
Oi, Dadi, entra.
D:
Muito lindos os dois! Parabéns! Mas, D. Rosa, a senhora foi corajosa, hem? Fazer
parto normal de gêmeos.
R:
Deu tudo certo, Dadi! Isso é o que vale. Mas você conseguiu avisar todo mundo?
Telefonou?
D:
Claro, D. Rosa, me senti a própria pomba mensageira... rsrsr
R: E
aquela minha lista de amigas especiais: Vera, Déb, Lena... Tirza, Fer... A
Rosa, minha xará... Jake, Marli, Renatinha, Maria... Gê... enfim, todas aquelas
da “agenda VIP”?
D:
Tudo certo, D. Rosa! Todas avisadas. Menos D. Luisa, que está no Canadá!
D:
Que bom, Dadi... obrigada mais uma vez. Quando a Luisa chegar, ela fica
sabendo.
Dadi
fica mais uns minutinhos e se despede.
Eles
aproveitam esses minutos sozinhos.
C:
Rosa... eu tô ton feliz. A verdade é que eu tive medo que acontecesse alguma
coisa contigo ou com eles. Mas, mon Dieu! Foi tudo perfeito, hã?
R:
Sabe por que foi tudo perfeito? Porque a gente se ama e não é qualquer amor
não! É um amor especial, daqueles que vão além do tempo, e do espaço. Um amor
além da vida, eterno. É assim que eu sinto... assim que eu te amo.
C:
Repete isso. - Ele pega um papel e uma caneta - Eu quero anotar e guardar junto
com aqueles tesouros.
R: Hummm...
boa idéia! Dá aqui que eu escrevo...
“Foi tudo perfeito
Porque a gente se ama
Mas não é um amor qualquer,
É um amor especial
Além do tempo,
Além do espaço.
Um amor além da vida... eterno.
É assim que eu te amo!
É assim que eu sinto... ”
R:
Pronto! Agora já pode ir pro nosso baú de tesouros. – Eles se olham
profundamente e não há como evitar aquele beijo, que é interrompido.
F:
Han.. ham... Francês, dá um descanso pra Rosa! - Diz Frazão, levando um cutucão
de Janete.
C:
Mon Dieu... Rosa, me diz que non é Frazon atrás de mim, hã? – Diz, se afastando
ligeiramente dela.
Rosa
dá uma olhadinha rápida, pisca pra Frazão e diz:
R:
Ok... Eu não digo! Rsrsrsrrs
J:
Não adianta. Ele não muda, Claude! Como você está, amiga? Eu já conheci meu afilhado
ou será afilhada?
R:
Eu estou bem, Janete. Cansada, mas estou bem. Gentileza de vocês essas flores, lindas!
F:
Parabéns, Rosa! Eles são lindos e certamente que saíram à sua imagem rsrsrsr
C:
Mas é muita petulância sua, ohhh, Frazon! Tá me ofendendo, hã?
F:
Calma, mon ami! Você pode tentar de novo, mais um casalzinho, quem sabe?!
J:
Frazão! Não se preocupem, Claude, Rosa eu mesmo mando ele... Não! Vou fazer
melhor: vou levá-lo pra catar coquinho . Vamos, já vimos Rosa e os bebês e ela
tem que descansar... e curtir os babies.
F.
Mulheres! Sempre me levando pro mau caminho! Ai, Janete... isso dói!
E
assim passam as horas, com muitas visitas: família, amigos, conhecidos, flores,
bebês... e telefonemas de quem não podia estar presente...
Quarenta
e oito horas depois de dar à luz, Rosa recebe alta.
V:
Muito bem, Rosa, vocês já podem ir pra casa. Eu segurei vocês aqui, por esse
tempo, por precaução. Mas vocês estão ótimos. Eu creio que você foi a melhor
paciente que eu já tive!
R:
Obrigada, Vitor. Mais do que ser meu médico, você se tornou nosso amigo, não é
Claude?
C:
Oui! Precisamos repetir aquele jantar em família, hã? Eu quero que você e sua
esposa conheçam Frazon e a esposa dele.
V: É
só marcar a data e me avisar! Bem... Rosa, qualquer eventualidade, é só me
ligar. Agora suas visitas serão com o pediatra. Até!
R:
Até, Vítor e obrigada por tudo.
Rosa
percorre o quarto com o olhar, vendo se esquecera alguma coisa, enquanto
aguardava a chegada dos gêmeos. Claude fecha a mala.
C:
Pronta, chérie?
Nesse
instante, a porta se abre:
P&S:
Com licença... Claude, Rosa, nossa, pelo jeito chegamos atrasados!
R:
Paulo e Suzana! Que bom ver vocês! E que bom poder achar bom... rsrsr
C:
Ainda chegaram em tempo. Estamos esperando o Joon e a Anna para irmos embora. Chegaram
na hora!
P: É
como eu falo... essa vida de policial,
nada sai na hora marcada! Mas eu vim visitá-los, claro, e me despedir de
vocês.
R:
Despedir? Vocês vão viajar?
Suz:
Nós vamos nos mudar. O Paulo recebeu um convite pra interar um grupo especial
da Polícia Federal. Não tinha como recusar... sempre foi o sonho dele!
C:
Meus parabéns, hã?! Quer dizer que teremos um “contato” na Policia Federal!?
P:
Um não, dois! Suzana fará parte do grupo de apoio. Tipo aqueles que ficam nos
furgões pretos dos filmes! Rsrsrsr
Suz:
Ou isso, ou ele não ia! Brincadeira! Nós vamos nos casar e eu gostaria muito
que vocês fossem nossos padrinhos.
R:
Sério? Será um prazer, não é, amor? Pra quando é o casamento?
P:
Dentro de dois meses. Aqui está o convite. Esse é especial para os padrinhos...
R:
Que lindo! Obrigada pela confiança. Suzana! Paulo!
Suz:
E tem como não confiar num amor igual ao de vocês?
C:
Paulo... eu sei que não é o melhor momento - chérie, pardon, hã? - Mas você tem
notícias de Nara?
P:
Ela continua na clínica. Está sendo orientada por aquele advogado que desistiu
do Júlio, obviamente, seguindo instruções do Coutinho. Eles estão alegando a
velha “insanidade temporária”. Mas, até agora, nenhum juiz aceitou essa teoria!
R:
Pobre Nara... no fim, eu tenho piedade dela...
C:
Pois, por mim, ela pode apodrecer na cadeia ou nessa clínica.
Neste
momento, entram as enfermeiras com os bebês:
Enf:
Com licença. Aqui estão eles, prontos pra conhecerem o mundo lá fora, papais.
Suz:
Ah... mas eles são lindinhos! Posso ajudar a levá-los até o carro?
R:
Claro! Até porque eu não daria conta de levar os dois ao mesmo tempo! Rsrsrsr
P:
Eu levo as malas, Claude! Faço questão. Cuida da Rosa.
E
assim a vida segue. Eles voltam à rotina normal, ou quase normal, afinal,
cuidar de dois ao mesmo tempo não era tarefa muito fácil.
Passam-se
alguns meses, a casa finalmente pronta, eles se mudam.
Dadi
e Rodrigo acompanham o casal, pois mais que antes Rodrigo é indispensável.
Na
construtora, tudo indo de vento em popa. Novos contratos, novos projetos.
A parceria
com os empresários do Nordeste havia se tornado um grande negócio. Claude
conseguira mais uma parceria com os Smith, que adoraram conhecer o Nordeste
brasileiro.
Em
um fim de semana qualquer, eles estão na sala da casa, aproveitando alguns
minutos de folga, pois João e Anna tiravam a soneca da tarde, ali mesmo, num
colchão.
C:
Nossa, Colibri fez um trabalho incrível por aqui. Non lembra em nada aquele
jardim triste e abandonado de quando a gente se conheceu, chérie. – Diz Claude,
olhando pela janela.
R: É
verdade. Mas você tem que parar de chamá-lo assim. Não fica bem, ele agora é
seu engenheiro-chefe, encarregado de coordenar todas as obras. Não podemos
apresentá-lo assim: Esse é meu coordenador Dr. Colibri! Rsrsrs. Fica... ridículo.
Temos que chamá-lo pelo nome: Conrado. Conrado Lima Britto.
Foi uma brincadeira de criança, as iniciais do nome dele e pegou, mas agora só
na intimidade mesmo.
C: É
verdade! Terezinha que non tá gostando. Ela diz que tem muito trabalho no
escritório de lá. Eu já autorizei pra ela contratar um assistente, non sei
porque a demora.
R:
Ela quer entrevistar pessoalmente as candidatas. Acho que uma temporada com Ms.
Smith não fez bem a ela! Rsrsrsrsr. Ela reclama desse trabalho? Deixa nascer o
filho deles. Ela vai ver o que é “trabalho”, ainda que só de um. Lembra no
casamento do Paulo com a Suzana?
C:
Mon Dieu, nem diga, hã? E você tem noçon de quantas fraldas nós já trocamos, chérie?
R:
Não! Mas eu tenho a lembrança da primeira que você trocou! – ela levanta e se
aproxima dele. - Foi algo assim quase trágico, inesquecível mesmo. – Ela tenta
segurar o riso, enquanto ele a abraça com aquele sorriso no canto da boca.
C:
“Isso”- Ele vai aproximando sua boca - foi maldade, muita maldade, merece uma
puniçon... neste momento – E a beija lentamente, passando seus lábios sobre os dela.
Suas mãos a seguram pela cintura, enquanto ela segurava a cabeça dele...
R:
Amor, espera... as crianças....
Mas
Claude vai se abaixando e levando-a com ele até o chão.
C: Eles
eston dormindo. E você tá bem acordadinha, hã?
E cada vez mais linda, chérie... eu quero você... A gente quase non tem
mais tempo... precisamos recuperá-lo. Diz, diz que não tá com saudade desses momentos.
R: Você
sabe que sim... – sua voz é rouca - mas,
não devia me provocar agora, eles vão acordar já, já – e suas mãos se fecham ao redor do pescoço de
Claude, esfregando seus polegares pela
nuca dele.
C: Agora
é você que tá me provocando, sabe que non resisto a esse toque, non é?
R: Pára,
Claude, tá ficando perigoso... deliciosamente perigoso e eu não vou resistir
muito tempo.
C: E quem
disse que é pra você resistir? - Ele volta a beijá-la e rola com ela pelo
tapete. Tá vendo como você me deixa? Quem não vai resistir sou eu, hã?
R: Ah, é?
Vamos ver. - E desce sua boca até a dele.- Paro ou continuo?
C: Pra
quem disse que tava ficando perigoso,
non acha que ta indo longe demais?
R: Para!
C: Tá
brincando, non é?
R: Não.
O João está brincando com a minha blusa!
C: Mon
Dieu! – Ele solta a cabeça no chão e senta rapidamente, enquanto Rosa tenta se
ajeitar – Joon, meu filho, porque você non dormiu só mais um pouqui... - mas se
cala ao ver João Riccardo com um lindo sorriso, engatinhando em sua direção,
arrastando a blusa de Rosa consigo. - Esse é o melhor pedido de desculpas que
eu já tive, hã? Vem aqui com o papai!
R:
Isso! Aproveita e devolve a blusa da
mamãe! Será que ele entendeu alguma
coisa do que viu? – Pergunta, enquanto coloca a blusa e faz um carinho em João.
C: Ah,
ele viu e entendeu, chérie! Entendeu que os pais dele se amam muito. – E dá um
leve beijo nos lábios dela. – Você non reparou que ele estava sorrindo?
R: Sim,
eu vi; aliás, eles sempre sorriem quando te veem. - Olha lá, não disse? – Ela
aponta para Anna Lúcia, que seguia os “passos” do irmão.
C:
Hummm... Será que tô sentindo cheirinho de ciúmes no ar? O que você acha,
filho? – Pergunta a João para provocar Rosa.
R:
Convencido! Eu não estou com ciúmes, apenas constatando um fato, ouviu? E deixa
de ensinar provocações aos seus filhos. – Anna Lúcia se agarra às suas pernas e
fica em pé - Claude, você viu isso? Ela ficou em pé! Rsrsrsrs - Sozinha!
C Eu vi,
chérie! Nossos bebês eston crescendo muito rápido... eston quase andando...
Rosa pega
Anna no colo e a beija, enche de carinhos...
R: Agora
troca, me dá o João, que ele também merece carinho, não é, meu amor? - E dá
vários beijos em João. E agora...
C: Agora
é a vez do papai receber carinho também, hã?
R: Non! –
Ela entrega João de volta a ele - Agora papai cuida de vocês dois, que eu vou
preparar o jantar. Rsrsrs – E começa a ir em direção à cozinha.
C: Isso é
outra grande maldade sua comigo, mon amour.
Rosa
apenas vira a cabeça, sorri e diz:
R:
Hummmm... Então antes de dormir, você pode me aplicar outra punição...
Completa!
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