terça-feira, 15 de janeiro de 2013

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 45 - COLABORAÇÃO: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XLV – O QUE TEM QUE SER, GERALMENTE É

Na França...
O avião pousa pela manhã no Aeroporto Charles de Gaulle – Paris.
Claude e Rosa desembarcam e vão direto para o apartamento que foi do pai de Claude. Eles apenas deixam as malas por lá e saem. Claude quer que Rosa veja o mais que puder de sua cidade, de seu país.
Assim, ela faz um pequeno tour com ela pelas ruas de Paris. Rosa está encantada, pois Paris está coberta por fina camada de neve.
R: Claude, isso é lindo! A gente imagina a neve, vê pela televisão, mas essa sensação de sentir ela caindo em você... É maravilhoso!
C: Que bom que você tá feliz, chérie!  Non tá achando muito frio?
R: É um pouco. Mas dá pra aguentar com esse casaco que você me obrigou a pôr.
C: Eu non obriguei você a pôr.  Apenas recomendei, hã? Vamos tomar um café por aqui. Tem uma cafeteria muito boa que eu conheço ou conhecia... rsrsrsr
Eles caminham até esse lugar. E preferem ocupar uma mesa no interior da cafeteria. Ali eles comem. Tudo era novidade para Rosa.  Quase ao entardecer, eles retornam ao apartamento.
C: Cansada?
R: Acabada... nossa, andamos demais. Mas valeu a pena. Claude, será bom telefonar pra saber do João e da Anna?
C: Amanhã a gente liga, chérie, eles eston bem! Tem tanta gente olhando eles. E a essa hora melhor non incomodar seus pais.
R: Tem razão... esqueci deste detalhe das horas! Rsrsrrs  Paris é muito linda mesmo!
C: Paris é linda o ano inteiro, mas no Natal e na virada do ano dá para entender o porquê de ela ser conhecida como a cidade luz e porque é tão visitada e tantas pessoas querem passar as férias por aqui.
R: Nossa! Quinze dias por aqui. Vai ser bom demais. Onde mais você pretende me levar?
C: Pra conhecer alguns dos principais e mais bonitos pontos turísticos de Paris: Torre Eiffel; Arco do Triunfo, que foi construído pelo próprio Napoleão Bonaparte em  homenagem às vitórias francesas e aos que morreram nos campos de batalhas; Catedral de Notre Dame, uma das catedrais góticas mais famosas do mundo; Avenida Champs-Élysées; Rio Sena; Palácio de Versalhes, a maior atração turística do mundo e o Museu do Louvre, onde está a Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
R: Meu Deus! Será que vai dar tempo pra tudo isso e ainda ir até a casa da Roberta e do Sérgio? Por onde começamos?
C: Pela casa de Roberta. Amanhã, a gente começa nosso passeio pela cidade da luz, hã? Rosa você tá bem? Parece um pouco pálida, tremendo. Melhor tomar um banho e se deitar. Eu vou pedir algo pra gente comer por aqui mesmo.
R: Não é nada além de frio, fome e cansaço. Eu vou fazer o que você falou: banho e cama, mas antes vem cá. – Eles se aproximam um do outro – Eu quero dizer que eu te amo muito... e que eu estou muito, mas muito feliz de estar aqui com você.
C: Eu devia isso pra você. Também te amo, mon amour.
Um abraço, um beijo, um amasso...
R: Melhor eu tomar um banho. Pede uma pizza, assim meio doce, meio salgada... Será que tem isso por aqui?
C: Eu vou até a portaria falar com o porteiro. Ele deve saber.
Enquanto ele desce, Rosa toma um banho, se troca e arruma as roupas nos armários e gavetas.
Claude retorna com a pizza.
C: Tá com muita fome ou dá pra esperar eu tomar um banho também?
R: Claro que eu espero, pode ir, amor. Enquanto isso, eu arrumo a mesa. Nossa, tá esfriando.
Depois do banho, Claude e Rosa comem a pizza quase que inteira.
R. Pizza pequena essa, amor! Lá no Brasil é bem maior.
C: É tamanho padrão por aqui, se é que se pode falar isso de uma pizza...
R: Acho que eu vou deitar. Nossa me deu um sono, um cansaço!  Essa história de horas dentro de um avião acaba com a gente.
C: É, com esse friozinho, o melhor é a gente ir pra cama.
R: E dormir, não é, Claude? Apenas dormir, porque a canseira tá ganhando de mim.
C: Sério, non vai rolar nada, chérie, assim uma sobremesa.- Diz, malicioso
R: Claude, eu realmente preciso dormir. Mas eu te compenso em outra oportunidade e hoje, esta noite, você pode se contentar em me abraçar na cama.
C: Bom, melhor que nada, non é?- Ele a pega nos braços – mas eu posso pelo menos te levar pra cama, non?
Eles vão para o quarto, se ajeitam na cama. Assim que Rosa relaxa o corpo, abraçada à Claude, adormece.

Na manhã seguinte Rosa acorda meio perdida. Demora alguns instantes pra lembrar onde está.  Depois que se situa, ela pega uma foto dos filhos e volta pra cama.
Ela fica olhando a foto e começa a chorar silenciosamente. Claude acorda.
C: Rosa? Que foi? Porque você tá chorando?
R: Não sei, eu peguei a foto pra matar a saudade deles e de repente elas começaram a cair.
C: Vem aqui, hã? – Ela a abraça. – Eles eston bem. Olha, vamos telefonar pra lá. Você vai ver, eles nem ton sentindo nossa falta. Depois, a gente se arruma e vamos pra casa de Roberta, d’accord?
R: D’accord.  Mas se a gente vier de novo, algum dia, eles vem também.
C: Ok. Prometo, chérie.

Depois de telefonarem para o Brasil, eles vão até a casa de Roberta e Sérgio. Claude aluga um carro, pois não queria depender de horários nem de táxi. No trajeto, ele vai contando algumas coisas de sua infância, das temporadas que passava na França.
A casa de Roberta era em bairro afastado do centro de Paris. Uma mansão rodeada de verde.
Eles passam o dia com Roberta e Sérgio. Ao anoitecer, eles voltam para o apartamento.
Nos dias seguintes, a rotina de Rosa e Claude é quase sempre a mesma: passear pelas ruas de Paris e por seus pontos turísticos.
Claude é sempre muito romântico com Rosa, fazendo questão de fotografar tudo que conseguia. Eles compram as famosas “lembrancinhas” e as “encomendas” dos amigos: perfumes, óculos de sol, são os mais pedidos.
Em algumas noites, saíram pra jantar com Sérgio e Roberta, pegar um cinema, ou um bom show. Pura diversão.
Eles haviam combinado com Dadi e com os Petroni um horário para “falar” com  as crianças pela webcam.
Era sempre uma choradeira só: Rosa de um lado e os pai e Dadi de outro. Já Anna e João, esses só sorriam e tentavam “pegar” a mão que Rosa e Claude colocavam na frente da câmera.
Claude comprara alguns brinquedos típicos franceses para os dois, assim como roupas.
O dia de voltar estava se aproximando e Rosa ainda não tivera sua noite francesa.
Numa noite, em que eles decidiram ficar em casa assistindo uns vídeos, pois o frio era intenso:
R: Amor, já ta chegando o dia de voltar, só mais duas noites por aqui hoje e amanhã. Você não está esquecendo nada não?
C: Esquecendo de algo? Non, chérie, tudo que pediram a gente comprou, compramos muita coisa pra Joon e Anna, pra nós também, visitamos os principais pontos de Paris... tá faltando alguma coisa?
R: Você pensou bem, não vem nada à sua cabeça assim que falta a gente “fazer”? Ela se levanta e vai até ele, fazendo uma pequena massagem em seus ombros.
C: Non - hummm isso é bom, muito bom, hã? - Visitamos Roberta e Sérgio, conhecemos alguns amigos deles, visitamos a Monalisa - porque vir à Paris e non vê-la é o mesmo que ir a Roma e non ver o Papa! Estamos com as malas quase prontas, passagens estão em ordem, o que está faltando?
Ela para bruscamente a massagem e responde friamente:
R: É, acho que não falta nada mesmo, você tem razão, já fizemos tudo que programamos, não é? – Ela ainda tenta mais uma vez.
C: Hum, hum. - Ele responde sem olhar pra ela.
Rosa vai até a janela, tentando não demonstrar sua tristeza. O combinado era ele lhe dar uma noite francesa. Haviam combinado tudo no avião. Olhando a neve que caía, ela ainda insiste:
R: Nossa! Tá tão linda essa noite – ela enfatiza a palavra noite – Essa neve caindo, deixa tudo tão romântico. Uma verdadeira noite francesa.Você não acha, amor?
C: Non entendi, Rosa, pardon, estava prestando atençon aqui no filme. Que foi que você disse? – Fala sem olhar pra ela.
R: Nada de muito importante, esquece. Quer saber? Eu vou dormir! Você vem?
C: Non vou agora non, tá na melhor parte do filme. Mas se você vai, boa noite, chérie. Assim que acabar aqui eu vou, hã?
R: Claude eu... Ah, deixa pra lá, melhor eu dormir mesmo. - Rosa vai para o quarto, visivelmente abatida.
“Que estranho, a idéia foi dele, estava todo animadinho no avião, agora nem toca no assunto, não veio junto comigo para o quarto, como fez todas essas noites. A gente nem discutiu, eu não to entendendo. Ah, Claude! Você não pode ter esquecido, não poderia.”
Com esses pensamentos, Rosa se arruma para deitar. Ela até tenta esperar por Claude, mas ele demora e o sono vence essa batalha.
Depois de ficar muito tempo na sala, desde que Rosa fora se deitar, Claude finalmente vai para o quarto. Como ele esperava, ela já está dormindo. Ele se arruma também, senta na cama, arruma o cabelo dela, que caíra sobre o rosto e percebe que Rosa tinha chorado.
“Ah, Rosa, mon amour! Perdon. Eu sinto tanto, eu sei que fui cruel. Ter que fingir que esqueci de nossa noite francesa e ver você assim ton decepcionada.  Non ir com você pra cama, porque o filme tá na melhor parte! Mon Dieu, eu non sei nem que filme era  aquele! Mas vai valer a pena esse sacrifício e você non perde por esperar, chérie. Vai ser a nossa melhor noite, eu prometo, hã?”
Ele a beija de leve nos lábios. Rosa dá um suspiro e se vira para o lado, mas não acorda. Claude se deita, a abraça e dorme também.

Na manhã seguinte, enquanto tomam o café da manhã, o telefone toca e Rosa atende.
Depois de um tempo, ela volta.
R: Era Roberta. Ela quer porque quer que almocemos com eles e passemos a tarde por lá. Um almoço de despedida, ela disse.
C: E você respondeu o que, chérie?
R: Não tive como dizer não. Ela foi tão pronta, tão gentil conosco. E não temos nada programado pra hoje mesmo. Fiz mal?
C: Non! Vai ser muito bom passar esse tempo com eles. Roberta sempre carinhosa.
R: Então, eu vou me arrumar, colocar algo mais quente, tá tão frio hoje.
C: E se prepara porque a previson é de uma nevasca logo mais à noite! Essa “noite” promete ser...
Rosa olha pra ele na esperança que ele complete a frase “ser francesa” ou algo parecido, mas:
C: ... fria... muito fria mesmo, hã?
R: Então, não vamos voltar tarde de lá. Mesmo porque amanhã a gente tá voltando pro Brasil, pras “noites” quentes de lá.
Claude finge não entender as palavras de Rosa.

Na casa de Roberta, depois de almoçarem.
Rob: Meus queridos! Que bom que vocês aceitaram passar esse último dia aqui conosco. Eu vou sentir muita saudade de vocês.
R: Mas você é sempre bem vinda à nossa casa no Brasil. Vocês podiam passar uma temporada livre por lá, férias mesmo. Não é, Claude?
C: Oui! Tem muita coisa pra vocês apreciarem por lá! Ou simplesmente só descansarem mesmo. – O celular dele toca.
C: Alô? Ah... oi, Frazon, tava demorando non? Algum problema? Com licença, hã? Vou atender o Frazon, já venho. – Diz, afastando-se de Rosa, Roberta e Sérgio.
Depois de se afastar, ele continua conversando.
C: Oui, já posso falar, hã. É, Mirelie, non? Estou indo, non, non é demorado, menos de meia hora estou aí, d’accord? Au revoir.
R: Alguma coisa urgente, Claude? Você está com olhar preocupado.
C: Ah, chérie... vou ter que deixar você aqui. Frazon e Coli... Conrado, hã? Eles eston com problemas, precisam que eu entre em contato numa vídeo conferência, mas eu volto assim que  terminar, tudo bem?
R: Tudo, não precisa de ajuda? Eu posso ir também e...
C: Non. Fique com Roberta. Sérgio você podia ir comigo, hã? Assim, as comadres ficam mais à vontade.
Rob: Deixaeles irem, Rosa, eu quero te mostrar uns vestidos lindos, entre outras coisas... rsrsrsrsr
S: Bom, se você tem que ir... Vamos! Quanto antes formos, antes voltaremos.
Assim, Claude e Sergio voltam para o apartamento, onde dois produtores de Roberta o esperavam, para fazer os acertos necessários.
S: Você trabalhou bem, a Fina realmente pensa que você esqueceu a tal noite francesa srsr. Só vocês mesmo! Ela contou pra Roberta da aposta. Que idéia! Se o Hugo sabe disso, já transforma num filme!
C: Falando nele, ele está a par desse “empréstimo” dos materiais?
S: Roberta falou pessoalmente com ele. Sem problemas... “Para o nosso casal vinte?” - ele disse... Nem precisava pedir, Roberta! Hugo é boa gente, um pouco exagerado na mídia, mas uma excelente pessoa e um ótimo profissional.
C: D’accord!  Rosa tá ton tristinha, jogando indireta o tempo todo. Difícil é non me trair.
S: Vai ser uma grande surpresa pra ela! Esses dois produtores são os melhores da equipe. Você não vai se arrepender.
C: Roberta e você eston sendo muito gentis, non tinham obrigaçon. Eu podia ter procurado uma empresa especializada, hã?
S: Claude, amigos são pra isso. Imagina se Roberta não ia participar de uma coisa dessas.
C: Tomara que Rosa non esteja desconfiando... Chegamos.
Sérgio e Claude sobem com o casal de produtores, que a pedido de Roberta farão uma decoração especial no apartamento. Eles já estão com o material, que não era pouco.

Na casa de Roberta.
Rob: Que foi, Rosa? Você parece tão tristinha? Ainda aquele assunto da noite francesa?
R: É... ainda! Poxa Roberta, não é pela aposta, isso foi uma brincadeira... mas  a gente ter uma noite assim especial, foi um combinado, era um presente.
Rob: E por que você não falou com ele? Questionou?
R: Eu até tentei, dei várias indiretas, mas ele nem se tocou.
Rob: E porque não foi direta com ele? Você sabe que esse francês aí é meio lento às vezes. rsrsrsr
R: Ah, Roberta! Eu fiquei tão decepcionada que... deixa pra lá! Vamos ver esses vestidos que você falou.
Rob: Hummmm... Assim quem eu gosto! Bola pra frente. Vamos lá no meu quarto.
E lá elas passam algumas horas. Roberta faz Rosa experimentar vários vestidos. Até que finalmente encontra o vestido ideal para a noite.
Rob: Rosa, esse vestido ficou perfeito em você! Parece feito sob medida. Porque você não usa ele essa noite? Melhor ainda, quando eles voltarem, você coloca o vestido, faz uma surpresa para o Claude, que tal?
R: Não sei, não, Roberta... O Claude mal tá me olhando esses últimos dois dias.
Rob: Mais um motivo, sua boba! Com esse vestido, ele não vai ter como não te olhar e mesmo que não seja a noite que você desejava, faça ser uma noite de desejos.
R: Bem, não custa tentar. Acho que você está certa.
Rosa tira o vestido com cuidado e o deixa separado.
Elas passam as próximas três horas falando sobre os gêmeos, sobre a vida, os filmes de Roberta, enfim, colocam vários assuntos em dia, já que estão sozinhas.
O celular de Roberta toca, ela atende, conversa rapidamente, sem desviar a atenção de Rosa.
Rob: Era o Sérgio, querida. Eles já estão de saída. Vamos por em prática nosso plano? Eu te ajudo a se produzir. Depois invento uma desculpa que tenho que sair urgente com o Sérgio e deixo o Claude te encontrar... o resto é por sua conta!
R: Vamos lá. Esse francês me dá um trabalho! Rsrsrs
O vestido “escolhido” por Roberta era azul.
Um vestido longo, azul da cor do céu. Frente-única, com um decote modesto, mas sensual. O corpete de um tecido macio, sedoso, brilhante como cetim. A saia de uma leveza incrível. Um vestido puramente romântico, simples, mas imensamente sedutor, como o amor verdadeiro.
Depois de pronta, Roberta e Rosa vão até a sala de estar. Afinal, eles já deviam estar chegando.
Rob: Rosa, você está encantadora. O contraste do seu cabelo com esse azul do vestido faz você parecer uma fada.Você está linda!
R: Obrigada, Roberta! Eu t com medo, acredita?
Rob: Rosa?! Vocês são casados e, mesmo que não fossem, têm intimidade pra isso que nós planejamos! Respira fundo e vai! Nada de medos não... No amor de vocês não tem lugar pra medos não, só fantasia, sonho, desejo e confiança!
R: Eu sou meio boba mesmo... não liga não. – Elas escutam o barulho da porta.
Rob: Essa é a minha deixa...
Mas antes que ela fale alguma coisa, Sérgio entra falando assim que as vê:
S: Fina... Nossa, você está linda. Mas o Claude não pode vir te buscar. Essa vídeoconferência tá tirando ele do sério. Ele pediu pra eu te levar pra lá. Eu sinto muito, vocês iam a algum lugar?
A reação de Rosa é imediata. Ela desvia o olhar, tentando evitar as lágrimas.
R: Não, era uma tentativa idiota de não estragar nossa última noite aqui. Mas estou vendo que não tem jeito. Eu vou tirar isso.
Rob: Não! Vai assim, querida... Quem sabe, até chegarmos lá, ele já acabou?  Esse meu amigo Claude! Pior é o Frazão! Não tinha nada que ter ligado.
S: Olha, ele pediu pra você por esse casaco preto por cima, que hoje tem neve demais caindo, a noite vai ser gelada, não entendi bem o que ele disse ou quis dizer.
R: Negócios, Roberta. Melhor irmos então, “assim isso acaba logo” – ela completa em pensamento.

Depois de mais de quarenta minutos pelas ruas, Sérgio finalmente chega até o prédio, onde ficava o apartamento.
S: Bem, chegamos, Fina – Diz, descendo do carro e abrindo a porta para ela.
R: Vocês não vão subir um pouco? Um café pra aquecer... bruuu!  Tá frio mesmo!
Rob: Não... não vai dar, querida, temos um roteiro pra estudar, não é, Sérgio?
S: É sim... Mas amanhã estaremos lá no aeroporto pra nos despedir! Melhor você entrar, tá tremendo de frio. Boa noite, Fina.
R: Boa noite, Sérgio. Boa noite, Roberta, obrigada pela tentativa, mesmo que não tenha servido de nada. Até amanhã.
S/Rob: Boa noite e até amanhã!
Rosa entra no prédio. Sérgio e Roberta esperam até que ela entre no elevador.
Rob: Sérgio... espero que o Claude saiba o que está fazendo e que dê certo, senão ela vai ficar ainda mais magoada.
S: Vai dar tudo certo, amor. Ficou tudo muito bonito, vai ser uma noite inesquecível pra Fina. E pro Claude também, porque não? A gente podia passar amanhã à tarde por aqui, antes que Mirellie e Pierre detonem tudo. Que você acha?
Rob: Sérgio, veremos.
Rosa sobe até o andar do apartamento com o coração apertado, triste.
Sai do elevador e toca campainha do apartamento. Espera e nada.
Toca de novo. Nada.
“Vamos,Claude abre essa porta... Esse corredor tá gelado – Ela toca de novo a campainha, enquanto procura a sua cópia da  chave.
 “Droga eu não estou com a cópia da chave! E não acredito que ele saiu e me deixou aqui pra fora do apartamento! Ah, Claude! Essa você vai ficar me devendo... na nossa última noite aqui! Eu não merecia isso!”
Ela se volta na direção do elevador e vai andando até ele.
“Na recepção, o porteiro, alguém tem que ter a droga de uma cópia extra da chave. Difícil vai ser eles me entenderem.”
Mas antes que ela entre no elevador, seu celular toca. Ela olha e vê o número de Claude.
“Minha vontade é não te atender! Mas eu vou passar por cima dela.”
R: Oi, Claude! Você perceb...
C: Non fala nada, só me escuta, hã?
R: Não fala nada?? Porque me deixou aqui sozinha?
C: Non é verdade, você non está sozinha. Eu tô mais perto do que você pensa. Olha, volta e vai até a porta do apartamento e non olha pra trás.
R: Claude... eu não tô pra brincadeira, eu quero entrar e dormir! Sua voz sai trêmula.
C: Faz o que eu te pedi, por favor, hã? – Ele escuta a respiração dela, um profundo suspiro. - Rosa?
R: Eu estou indo, Claude, mas...
C: Xiiii... non diz nada agora, chérie. Isso, vai até a porta e non olha pra trás. E tira o casaco, oui? Eu sei que tá frio aqui, mas é só por um minuto.
Rosa, apesar de ainda estar inconformada com Claude, tira o casaco e lança um olhar pra trás, mas escuta pelo celular:
C: Non... pra frente, chérie... fecha os olhos...  e me escuta...
Ele vai andando, pois estava perto da escada, até ficar bem atrás dela, tão perto que ela até se assusta em ouvir a voz dele junto a seus ouvidos:
C: Je serai toujours là ...C'est une promesse que j'ai faite là ...mots du cœur. Comme une caresse. (Eu sempre estarei presente... Isso é uma promessa que eu fiz... palavras do coração... como uma carícia). A bout de mots, de rêves je vais crier je t'aime, je t'aime. (E ao fim das palavras, dos sonhos, eu vou gritar eu te amo, eu te amo). Pourquoi si un jour la vie t'arrache à moi, si tu meurs... Car moi je mourrai aussi. (Porque se um dia a vida te arrancar de mim, se você morrer... eu também morreria...)
E, enquanto fala, coloca um colar em Rosa com pedras azuis e brilhantes. Instintivamente, ela coloca a mão sobre o colar, sentindo na pele a frieza das pedras.
C: Non abre os olhos ainda. Eu quero que essa noite seja eterna em nossas lembranças, porque o nosso amor é verdadeiro e o que é verdadeiro é infinito, non é?
R: Claude... eu  pensei...
C: Que eu tinha esquecido de nossa noite francesa, que eu non queria dormir contigo.   Ah, Rosa eu realmente fiz você acreditar nisso, non? Perdon, hã? A partir de agora, começa “nossa’ noite francesa por opçon... inebriante pela  paixão... J'attendais ton regard pour expliquer enfin le pourquoi de ce  a tout ce long chemin( Eu esperei por sua presença para explicar finalmente o porquê toda essa longa espera).
Claude abre a porta do apartamento, segura na mão de Rosa e eles entram.
C: Agora você já pode abrir os olhos, mon amour.
Rosa abre os olhos vagarosamente.
E seus olhos encontram o azul. Todo o apartamento estava refletido à luz azul.
Velas de vários tamanhos e formas perfumavam o ambiente, lutando para iluminar mais que a luz.
Flores brancas e azuis, de maneira que as brancas refletiam o azul das luzes e se confundiam com as naturalmente azuis.
A mesa da sala de jantar estava preparada. No centro, um vaso solitário com uma única flor: uma rosa azul ainda desabrochando.
No caminho para o quarto, um tapete branco, felpudo, cintilando o azul das luzes também com flores azuis espalhadas sobre ele.
E uma música tocava, a mesma música de quando fizeram amor pela primeira vez.
Toda essa visão durou alguns minutos aos olhos de Rosa... e uma eternidade em seu coração e sua mente.
Ela olha para Claude:
R: Roberta e Sérgio, eles sabiam de tudo?
Ele balança a cabeça afirmativamente:
C: Oui. Roberta me cedeu dois produtores dela, que fizeram a decoraçon. Eu pedi a ela que fizesse você usar esse vestido, que eu comprei pra você... tudo combinado, chérie.
R: Não houve ligação do Brasil, não é?
Ele balança a cabeça negativamente:
C: Non, eu queria que tudo isso ficasse perfeito pra você! Por que o seu amor por mim é perfeito. Enton, você pode me perdoar por essa longa espera?
Ela olha seriamente pra ele:
R: Eu não sei se posso perdoá-lo! - Claude empalidece e seu sorriso morre - Você armou, manipulou meus pensamentos, me fez de boba, feriu meus sentimentos...
C: Rosa! – Ela continua seria e coloca o dedo nos lábios dele.
R: Xiiiiii... Eu disse que não sei se posso... não disse que não perdôo. Eu te amo e isso tudo aqui... é um sonho... ficou perfeito como o nosso amor, o seu e o meu!
Claude a segura pela cintura, puxando-a junto dele. 
C: Vamos fazer um acordo – sua respiração é pesada - Eu nunca mais finjo esquecer nada e você nunca mais diz que não sabe se pode me perdoar.
E seus lábios descem até os dela num beijo cheio de desejo, de paixão.
C: Te mentir ça m'sert à rien... Et tout te dire ça m'fait du bien! (mentir pra você não me serve para nada... E te dizer tudo me faz bem!)
R: Claude... – sua fala é entrecortada - espera um pouco me deixa respirar, porque senão não vou poder  te perdoar mesmo.
C: Você non imagina o que faz comigo, chérie. Até em pensamento você me enlouquece. Mas hoje, hoje a noite é toda sua. Você diz como quer e eu faço.
R: Eu só quero que seja sem pressa, você preparou tudo isso... não vamos  pular  fases.
C: D’accord, enton,  pronta pra dançar? A primeira fase deve ser essa.
Mas ele não espera pela resposta. Simplesmente ele a enlaça pela cintura, puxando-a ao centro da sala. Corpo com corpo, ele a aperta. Rosa encosta sua cabeça no peito dele.
R: Adoro dançar com você assim juntinho, eu posso ouvir seu coração, sentir sua respiração... isso é muito bom, me faz muito bem.
C: E eu adoro poder ter você assim no meu abraço, sentir teu cabelo entre meus dedos, tua mão nos meus cabelos.
R: Você lembrou até da nossa música. Ela ergue o rosto e Claude não resiste, a beija profundamente.
C: Esse vestido ficou lindo em você... mas eu  prefiro você sem ele. L'amour s'appelle nous deux... (O amor nos chama...)
R: Então, melhor não deixar ele esperar muito. – Ela responde com promessas no olhar, que foram imediatamente compreendidas por ele.
Claude a segura nos braços e a carrega para o quarto.
Assim que entra no quarto Rosa tem outra surpresa.
Claude a coloca no chão.
O quarto, além de velas, tinha um globo, com luzes em forma de coração, que projetava sua sombra pelas paredes do quarto. Tudo azul também.
A cama, coberta por um lençol levemente azul, quase branco e um carrinho desses de bebidas, onde se podia ver o champanhe, taças, gelo, e rosas. Quatro no total: uma vermelha, uma azul e duas brancas. E bombons, claro.
R: Claude! Mas, meu Deus! Você transformou o quarto num...
C: Em um lugar secreto, só nosso, hã?
R: Eu nunca tinha visto uma rosa azul, como você conseguiu isso?
C: Chérie... nem queira saber...– Ele fica atrás de Rosa, enlaçando-a pela cintura... - Dei muito trabalho para os produtores de Roberta. É muito difícil encontrar essa rosa porque ela ainda non está no mercado. Mas eles conseguiram duas, essa aqui e a que está na sala.
R: E porque tinha que ser azul?
C: Porque, veja bem... – Ele vai até o vaso - Cada rosa e cada cor significam algo importante pra mim. Essa rosa vermelha é a paixon, o amor, o respeito e a adoraçon que eu tenho por você. Essas duas rosas brancas son em reverência à inocência, à pureza de nossos filhos, Joon e Anna e esta rosa azul, esta representa o verdadeiro amor: eterno, raro, forte, que nunca se abala ou descolore, significa a busca ou o alcance do impossível.
R: E você alcançou o impossível? – Ele volta a ficar atrás dela.
C: Sabe, eu buscava alcançar alguma coisa que eu não sabia o que era, mas quando os  meus olhos te viram eu tive certeza que tinha encontrado, que o impossível tinha vindo até mim, porque é impossível medir o quanto eu te amo.
Ele vira Rosa para ele:
C: Je t'aime... je t'aime comme un loup, comme un roi... comme un homme que je ne suis pás... tu vois, je t'aime comme ça! (Eu te amo... eu te amo... como um lobo, como um rei... como um homem, que eu não sou... veja só... eu te amo assim!)
Eles voltam a se beijar e provocar carinhos um ao outro...
E embalados no amor e no desejo que sempre os uniu, eles iniciam a dança mais poderosa que existe entre um homem e uma mulher, onde os corpos se completam  e se misturam; se elevam ao paraíso supremo da felicidade, do prazer intenso, verdadeiro, puro e sincero. E desse amor, qualquer outro pode florescer.
Depois desse momento mágico, eles descansam. Rosa está deitada com sua cabeça     sobre o peito de Claude.
C: Você non me deu tempo de usar o champanhe, chérie.
R: Pensei que eu era mais importante que ele.
C: Non só é mais importante como é muito mais gostosa, hã? – Ele faz uma carícia em Rosa - Eu non acredito! Você ainda fica vermelha.
R: Pára! Você sabe que eu fico. – Diz, ainda mais vermelha.
C: Eu te amo, Rosa Geraldy.
R: Eu também te amo muito, mas  você quase me faz te odiar com essa  brincadeira  de esquecer  da nossa noite.
C: Eu já pedi perdon e você...
R: Eu já te perdoei, mas não significa que eu esqueci, d’accord?
C: E o que eu tenho que fazer pra você esquecer? Me ajoelhar aos seus pés?
R: Pra começar, que tal me servir um pouco de champanhe?
Claude sai da cama, coloca um roupão e serve Rosa.
R: Me dá a sua camisa, porque as minhas roupas já estão na mala. Rosa veste a camisa dele – Hummmm! Bombom francês! Perfeito pra encerrar essa noite.

Um comentário:

  1. Sônia essa fic é incrível , dificilmente uma escritora consegue levar uma estoria com toda essa emoção em diante, como esta sendo ,mesmo já não tendo toda aquela ação do começo da fic.
    Bjs

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