quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 48 - PARTE 1 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XLVIII - O FIM - PRIMEIRA PARTE 

Dois anos se passam, Claude abre outra representação de sua construtora, dessa vez na região centro-oeste do Brasil.
A restauração do casarão virara manchete e Claude e Rosa receberam alguns prêmios de “Honra ao Mérito”, “Sustentabilidade”, “Cidadania”, “Preservação do Patrimônio Público” e outros, atraindo o interesse de algumas esferas do governo para outras restaurações semelhantes.
Nesse tempo, Rodrigo acabara se casando com a babá das crianças – Leninha - e moravam numa casa anexa, construída por Claude como presente de casamento, pois Rodrigo e Leninha eram muito bem quistos e adorados pelas crianças.
João e Anna já estavam com quase cinco anos e Déborah, com seus dois aninhos, tentava acompanhar os irmãos em suas aventuras e travessuras...
O almoço de família, das terças passara a ser feito aos domingos por causa das crianças.
Claude e Rosa tentavam estabelecer uma rotina que não prejudicasse a qualidade do tempo que tinham com as crianças. Toda folga que conseguiam era compartilhada com elas num piquenique, uma viagem à praia, um passeio pelo Shopping, um Parque de Diversões, uma visita aos nonos ou, simplesmente, numa reunião em casa mesmo com muita história, filmes, brincadeiras e pipoca.
Esse era um desses dias. Claude e Rosa haviam saído bem mais cedo da construtora.
Eles estão reunidos na varanda da casa, enquanto as crianças brincam no jardim. Já é final de tarde, o sol está quase na linha do horizonte, bem em frente à varanda.
C: Chérie, nós temos filhos incríveis. Já reparou que eles non brigam? Frazon vive dizendo que Pedrinho briga demais com a irmã.
R: È verdade, Janete tem que ser severa com ele. Mas eu acho que é ciúmes, ele quer apenas chamar a atenção pra ele...
Anna: Papai, mamãe vem brincar com a gente de pega-pega? - Ela está de mãos dadas com Debh.
C: Mon dieu, Anna Lucia! Pega-pega? Só pode ter sido idéia de seu irmão Joon Riccardo!
Anna: Ah, vem papai, vem mamãe!  Só um pouquinho, hã?
R: Com quem será que ela aprendeu a dar esse “hã” tão suplicante...
C: Non sei non, chérie mas... você tá pega, “hã”? – Diz Claude, piscando para Anna, relando em Rosa e descendo os degraus da varanda rapidamente, ficando ali, rente ao primeiro degrau.
R: Claude Geraldy! Isso não vale! – Ela se levanta da cadeira.
C, J, A & Debh: Valeu! Valeu! Valeu!... rsrsrrss
Rosa põe as mãos na cintura e diz:
R: Ah, valeu é? Pois se preparem! Mamãe foi campeã de pega-pega no casarão! E tem que ser no gramado, porque alguém pode cair e a grama amortece a queda. – Ela tira os sapatos – Lá vou eu!
As crianças vão se afastando em direção à parte gramada do jardim.  Rosa vai descendo os degraus e olhando para elas, mas um raio de sol bate em seus olhos, ela se desequilibra nos degraus e quando pensa que vai cair e rolar escada abaixo, dois braços conhecidos a envolvem, impedindo a sua queda. Seus rostos ficam muito, muito próximos um do outro.
C: Mon Dieu! Eu acho que já vi essa cena antes... Rsrsrsrsrs
R: Mas hoje eu não vou sair correndo. – Ela o enlaça pelo pescoço.
E seus lábios se tocam num beijo suave, que vai se aprofundando, exigindo uma resposta mais ousada, até escutarem as conhecidas risadinhas, que agora eram três.
J: Tão namorando! Tão namorando! U hu!!!
C: Esse foi o melhor e o mais gostoso “déjà vu” de minha vida.
J: Tão namorando! Tão namorando! U hu!!!
R: João para com is...
C: Deixa, Rosa. Vamos ver... É Joon, papai e mamãe ton namorando porque se amam, d’accord? Um dia, você vai encontar a sua “Rosa” e vai namorar com ela  também.
J: E “bejar” na boca? Eca!!!!  Prefiro pega-pega... Vem mamããããããe! Tá com você!!!!
Claude sorri, dá mais um selinho em Rosa, depois a solta e diz:
C: É... tá com você, Madame Geraldy... Vem pegar a gente, vem.
E por algum tempo, eles ficam assim, brincando com as crianças, como se fossem as próprias crianças, com a inocência do amor e a ousadia da paixão. Eles correm, pulam, perdem, gritam, ganham, rolam pela grama e no fim, todos exautos, se deitam na grama, cansados, mas felizes, extremamente felizes.
O céu vai se enchendo de nuvens trazidas pelo vento, encobrindo, aos poucos, o que restava da luz do sol.
João e Debh ficam literalmente em cima de Claude e Anna fica deitada ao lado de Rosa.
C: Joon, non pule assim… isso dói, hã? Cuidado com a Debh. Olha, deita aqui do lado como fez a Anna. Hoje, as nuvens estão com vontade de brincar! Vamos imaginar!  Com o que se parece aquela nuvem?
J: Com um elefante.  E aquela lá do ladinho dela parece um gatinho.
R: Olha só ali do outro lado. Tem uma que parece um coração.  Escolhe uma Anna.
A: Ali... em cima do coração, tem uma que tá se mexendo... ficando igual uma borboleta.
J: Borboleta nada... tá parecendo um livro.
A: Olha ali... tem uma que parece o papai “bejando” a mamãe... rsrsrs
R: Onde, Anna? Não tô achando.
C: Eu também non...
A: Ali em cima daquela árvore, pertinho do arco-íris... atrás de você, mamãe!
J: Achei!
Rosa e Claude se voltam para onde as crianças olham.
C: E non é que parece mesmo, chérie? rsrsrs Ele dá um selinho nela e faz um carinho em Anna.
R: Que lindo! Um pedacinho de arco-íris... E não é “em cima” da árvore, Anna, é “acima”! Se fosse em cima, a nuvem estaria na árvore mesmo, deu pra você entender?
A: Hum, hum – Responde, sem muita certeza.
Debh: Mamãe... fome.
R: Oh, meu amor! A gente já vai entrar. – Diz, se levantando - Essa é a única vantagem desse horário de verão, a gente pode curtir um pouquinho mais a tarde... Pena que o relógio não para.
Nesse momento, Dadi vem até a varanda:
D: D. Rosa, o jantar tá quase pronto.
R: Obrigada, Dadi! Nós já vamos nos arrumar. Família! Todos pro banho. Claude, você ajuda o João hoje com o banho? Eu fico com as meninas.
C: Claro, chérie. Vamos, campeon?
J: Papai, a gente não podemos dar aquele abraço de família?
C: Oui... A gente “pode” Joon, ou nós “podemos”.
J: Uh huuuuuuuuu! Podemos chamar a Dadi pra abraçar junto?
R: Claro que sim, filho. A mamãe chama.
R: Dadiiiii! Vem pra cá! Desce pro abraço-família!!!!!
E o famoso abraço acontece. Dadi fica muito emocionada:
D: D. Rosa e Dr. Claudes... Obrigada... Eu nem sou da família.
C: Que isso, Dadi? Você é mais que da família. Você é a minha mãe do coraçon, avó de meus filhos e nós amamos você!
Depois do abraço, eles entram. Dadi vai terminar o jantar. Claude, Rosa e as crianças tomam banho e descem pra jantar. Antes de se sentarem à mesa, o telefone toca. As crianças ficam à mesa com Dadi.
C: Alô? Ah... oi, Frazon! Já tava estranhando você non ligar, hã? Rsrsr.
F: Claude, mon ami, estamos tentando falar com você há algumas horas. Vocês não estão vendo  tv?
C: Não... Íamos jantar agora! O que aconteceu? “Chérie, liga a TV, por favor.”
F: O Coutinho e a Nara. Foram encontrados mortos na casa dele. A principio, a polícia divulgou um boletim como roubo seguido de morte. Mas tá com jeito de ser vingança de traficante.
C: Frazon tenta localizar o Paulo e vê o que você descobre ao certo. E amanhã você me diz. Só amanhã, oui, Frazon?
F: Amanhã? Tá certo, francês. Pelo jeito, vocês estão “ocupados”, não é?
C: Estamos sim, Frazon.  Estamos nos divertindo com nosso trio, hã? Um abraço pra Janete... e pra você...  Bem, já sabe onde pode ir... Au revoir!
Na TV, passavam algumas imagens de Nara e Coutinho e  os comentários do repórter:
(...) Os corpos foram encontrados pela diarista. Otávio Coutinho era um advogado conceituado até se envolver em alguns escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, narcotráfico, jogo do bicho. Nara Paranhos de Vasconcelos ficou conhecida pelo seqüestro da arquiteta Rosa Geraldy, há quase seis anos atrás e ainda esperava pelo julgamento, em prisão domiciliar. A polícia ainda investiga outras possibilid...
Rosa desliga a TV.
R: Meu Deus, que triste fim eles tiveram, Claude.
C: O fim que procuraram por serem ton gananciosos e se envolverem com essa gente corrupta, traficantes, mafiosos.
R: Olha, eu posso até estar pecando, mas estou aliviada.
C: Enton, somos dois, chérie. Vem, vamos esquecer isso e jantar – Diz, pegando-a pela mão.
Após o jantar, eles ficam desenhando com as crianças por um tempo, até que elas começam a querer dormir.
C: Mon amour, vamos  levá-los pra cama. Joon, vem – Eu levo ele e volto pra pegar  a Anna.
R: Ok, eu já to subindo com a Debh.
Depois de colocarem os três na cama, eles ficam um tempinho observando-os. Eles começam a conversar baixinho.
C: Hoje, non deu tempo de contar história! Também o que eles pularam.
R: Se divertiram e eu também! Fazia muito tempo que não me divertia assim como criança. Foi muito bom. Mas, vou te confessar, minhas pernas tão doendo. rsrrsrsrs
Eles saem do quarto das crianças e continuam conversando, parados no corredor.
C: É você precisou correr muito pra me pegar, chérie.  – Diz, enlaçando Rosa e puxando-a para perto de si.
R: Hummm, foi nada. Você foi o mais fácil de pegar. - Ela passa suas mãos pelo pescoço dele – Amor, daqui quinze dias, é aniversário do nosso casamento... Do primeiro. Rsrsr. Seis anos. Bodas de Perfume ou Açúcar, eu já procurei saber.
C: E você quer comemorar de alguma forma especial? – Sua voz é rouca - Outra noite típica, por exemplo? – Ele a aperta ainda mais junto a seu corpo.
R: Pra falar a verdade não! Eu quero ficar por aqui mesmo, só eu, você e as crianças. Isso já vai ser especial!
C: D’accord! – Ele a pega nos braços, assustando-a.
R: Claude!
C: Que foi, chérie? – Ele sorri - Eu vou levá-la pra cama como fiz com Anna e Joon e você com Debh. Mas, você non vai dormir ton rápido tenha certeza disso, hã?
E se as paredes do quarto falassem, naquela noite, iriam contar uma linda história de amor entre dois corpos que se procuram no desejo e duas almas que se encontraram nesse desejo.

No dia seguinte, na construtora, eles recebem o telefonema de Paulo, informando o que conseguira saber sobre o caso de Nara e Coutinho.
(...)
C: Enton, chérie, Paulo disse que as investigações eston sob segredo de justiça. A imprensa non vai ter muito o que noticiar. Parece que eles estavam planejando uma fuga e contavam com a ajuda de um grupo de pessoas suspeitas de aliciar mulheres para a prostituiçon na Europa. Como estavam sob vigilância, telefone grampeado, ficou fácil para a polícia federal desmontar o esquema, o resto foi conseqüência.
R: Meu Deus, a que nível eles desceram! Se envolver com esse tipo de gente.
F: Mentes doentias, Rosa. O Coutinho sempre foi ganancioso, se vendia por qualquer coisa que trouxesse grana pra ele. E Nara, com todo aquele egoísmo, tanto procurou que encontrou.
J: E assim se encerra essa parte da sua história. Agora, você já pode sentir-se segura, não vai mais ficar imaginado ameaças.
R: Disse tudo, Janete. Fim de um período. Daqui pra frente é esquecer que um dia vivemos tudo aquilo, toda aquela loucura.
C: Concordo contigo, chérie e por falar em nova história, vamos pra mesa de reunion, temos uma proposta pra analisar.

E assim passam-se os dias. Uma semana e meia.
Numa noite, depois que as crianças já dormiam, Rosa pega o seu “baú dos tesouros” e vai até a cama, onde Claude está deitado.  Já era o quarto baú que ela substituía.
C: Chérie, logo vamos precisar de um baú tamanho “pirata”, pra guardar tudo que nos é importante, porque vamos ter muitas recordações ainda .
R: Mas não é gostoso, voltar aqui e lembrar desses momentos?
C: Principalmente com você do meu lado. - Ele coloca os cabelo dela para trás. 
R: Agora já temos outras. Sabia que o João já ta quase perdendo o primeiro dentinho?
C: Oui... ele me mostrou todo orgulhoso.Vamos ver... Qual desses tesouros você gosta mais?
R: É difícil gostar mais de um ou de outro, porque cada um deles tem a sua emoção. Mas, as que mais me emocionam sãos as rosas azuis que você conseguiu pra nossa noite francesa.
C: D’accord.  Son símbolos do amor eterno como é o nosso. Mas, como é que elas eston durando tanto tempo, chérie?
R: Você não vai rir de mim, né? Eu passei spray de cabelo, tipo laquê. É um truquezinho que aprendi na faculdade ainda.
C: Mon Dieu! Você non usa isso em você non, hã? Eu gosto de seu cabelo assim natural, sem conservantes. Rsrsrs.
R: Bobo! Eu nunca usei isso em meu cabelo. – Ela balança os cabelos, provocando-o.
C: Mas, non eston faltando algumas recordações aqui non?
R: Só os papéis dos bombons. Eu não disse que faria um quadro com eles? Vai ser meu presente de aniversário de casamento. Você não se esqueceu dele, né?
C: Non, é depois de amanhã. Vamos ficar por aqui mesmo?
R: Oui. Se você não se importar, eu não vou pra construtora amanhã. E nem depois, como combinamos. Eu já adiantei tudo que necessitava ser adiantado.
C: Rosa, você não precisa me pedir autorizaçon pra “faltar” ao trabalho. É só avisar que non vai. Tudo bem que eu vou ficar abandonado, sozinho por lá...
R: Oh... Meu Deus... que dó. Em compensação você terá o seu presente feito por mim, hã?
C: D’accord. - Ele começa a colocar os objetos de volta ao baú e o coloca no chão.
R: Claude! Por que guardar?
C: Porque agora você vai ganhar um presente de amor feito por “nós” – E a puxa para si, explorando seu corpo com beijos, carícias e promessas.

Dois dias depois, uma sexta-feira, dia do aniversário, pela manhã no quarto...
C: Chérie... non fique assim!  É uma emergência. Assim que terminar essa reunion, eu volto. – Claude está segurando as mãos de Rosa.
R: Claude, nós combinamos, planejamos esse dia juntos. Não é só um dia qualquer, é o nosso aniversário. As crianças estão na maior expectativa, porque iam ajudar a preparar o almoço. Como você quer que eu me sinta? – Diz, se afastando dele.
C: Mon Dieu... Eu vou matar o Frazon! Rosa, eu realmente non posso adiar isso. E se tivesse outra pessoa pra ir em meu lugar, tenha certeza que eu mandaria. Mas, Gurgel era o único que poderia ir, se non tivesse assumido o novo escritório. Precisamos contratar outro engenheiro, você podia cuidar disso, hã?
Silêncio.
C: Rosa?
R: O quê? – Ela deixa escapar um soluço.
C: Mon amour, non chora, hã? Vem cá. – Ele a abraça – Eu prometo ser o mais rápido possível.
R: Claude, nós sabemos que essas reuniões não são rápidas o suficiente pra você chegar pro almoço! E se você tem quem ir, então, vai logo, antes que eles acordem.
Nesse momento, eles escutam o chorinho de Debh...
R: Olha aí... eles estão acordando... Vai – Diz, ajeitando a gravata dele.
C: Eu non vou demorar, confia em mim. – Ele dá um selinho em Rosa e sai.
Assim que Claude sai, as crianças acordam, perguntando por ele; se já está na hora de fazer o almoço, se vai ter bolo; se os nonos vem. Rosa pede calma e explica que Claude  teve que sair, mas que volta rapidamente, mesmo sem crer nas próprias palavras.
Depois de dar o café da manhã para as crianças, Rosa decide ir com elas ao pequeno pomar, que haviam feito à época da restauração.
R: Vamos lá. Eu vou ensinar vocês a escolherem as frutas maduras e vocês, João e Anna, me ajudam a olhar a Debh.
D: D. Rosa, a senhora não quer que eu vá junto?
R: Não, Dadi, você está de folga, assim como o Rodrigo e a Leninha. Só que eles saíram e você preferiu ficar. rsrsr. Vai descansar, vai.
D: É que a senhora ficou tão triste.
R: E não era pra ficar, Dadi? Mas vai passar. Um tempo com essa galerinha aqui e já fico bem de novo. Obrigada por se preocupar, Dadi. E vai para o pomar.
Cerca de duas horas depois, Rosa está mais conformada, pois a alegria das crianças em descobrir algumas frutas maduras a contagia.
R: Meu Deus! Vamos ter que tomar banho... Olha só, estamos todos melados, mas não tem nada mais gostoso do que comer uma fruta direto do pé.
J: Mamãe, vamos brincar de esconde-esconde?
R: Esconde-esconde? Tá bom, mas não pode sair daqui do pomar e só vale até a varanda. A Debh fica comigo.
A: Eu começo... eu conto... um, dois, três..(...). quinze (...) vinte. Lá vou eu!!!!
E continua a brincadeira.
Enquanto isso, Claude retorna para casa, entra preocupado e encontra Dadi dando uma ajeitada na sala.
C: Dadi! Você non estava de folga hoje? Onde está Rosa e as crianças? Eu tô ligando pra ela no celular há mais de duas horas e ninguém atende, nem no fixo.
D: Eu resolvi ficar, Dr. Claudes, mas entrei agorinha aqui. D. Rosa tá lá no pomar com as crianças. Ela desligou o celular e o fixo. O senhor quer que eu vá chamá-la?
C: Non, Dadi.  Eu mesmo vou lá. Só preciso pegar uma coisa que deixei no carro.
No pomar, era a vez de Rosa “bater cara” e ela começa a contar com Debh no colo.
R: Eu vou contar até cinqüenta pra dar tempo de vocês se esconderem bem, porque é a última rodada, hem! Depois, banho e almoço!
Ela se volta para uma árvore - uma goiabeira - e começa a contar.
João e Anna combinam de se esconderem na varanda e assim que sobem a escada, vêem o pai e antes que gritem, Claude faz sinal de silêncio para eles.
C: Psiuuu! Vamos fazer uma surpresa pra mamãe! – Diz bem baixinho.
Os dois abraçam Claude, como conseguem.
A: Quanta flor bonita, papai! - Sussurra Anna
J: Dãããã... claro, né?  Papai vai dar de presente pra mamãe.
Eles descem em direção a Rosa, que sentara no chão com Debh em suas pernas.
R: Conta comigo, meu amor: um, dois, três (...), oito, nove, dez (...), quinze...
Claude tenta fazer o mesmo sinal pra Déb, mas não dá tempo.
D: Papai!
R: O papai não está brincando hoje, Debh...  dezess...
D: Rsrssrrsr. Papai tá sim, olha ele aí.... e corre  para ele, juntando-se aos irmãos.
Rosa se vira e encontra um lindo ramalhete de flores encobrindo o rosto de Claude. Ela fica em pé.
R: Claude?!
C: Oi, chérie. Demorei muito?
R: Claude, você não foi à reunião? Não teria dado tempo de você ir até lá e...
C: Eu fui e remarquei pra segunda-feira. Você e nossos filhos são mais importantes que qualquer contrato.
R: Mas e se eles desistirem...
C: Eu corro o risco, prefiro perder um contrato a perder sua confiança em mim, no meu amor por vocês. – Ele a abraça – Eu amo vocês, chérie. Vocês son o mais importante em minha vida. E hoje é uma data especial, não  podemos deixar que nada atrapalhe esse dia.
R: Claude, eu...
C: Xiiii, non fala nada. Eu tô vendo nos seus olhos, tudo que você quer falar e se você falar, eu também vou chorar, as crianças von chorar e hoje non é dia de chorar, hã?
Anna e João se aproximam. Anna fala:
A: Mamãe... você não vai pegar  as flores? Se você não quiser, eu quero.
J: Ai... meninas!
R: As flores! Claro que vou aceitar, meu bem. – Rosa fala alguma coisa no ouvido de Claude.
C: Princesa... – ele tira duas flores do arranjo – Essa aqui é pra você e esta outra pra você, princesinha... (Debh)
Anna dá um sorriso radiante e um beijo em Claude.
A: Merci, papai.
Debh: “Meci”, papai. – Debh a imita.
C: Joon, você quer uma flor também?
J: Eu “non”! Isso é coisa de menina!
C&R: rsrsrsrsrsrsrsrsrsr
R: São lindas, obrigada, meu amor. – E dá um selinho em Claude.
J: Ihhhh... já vão começar a namorar,  lá se vai nosso almoço!
R: Falando em almoço, já pro banho, tirar essa meleca de fruta... Vamos! Claude você deixou eles te abraçarem, olha só o seu terno.
Claude olha pra sua roupa e vê várias “mãozinhas” espalhadas pelas pernas, no paletó.
C: Mon Dieu! Essas devem ser as marcas da paixon, mon amour. Será que lavando sai?
R: Não sei mas vamos tentar. E agora que você chegou, vamos preparar o almoço, que eles estão ansiosos para ajudar na macarronada, capice?
Depois que todos estão limpos, eles vão pra cozinha. Dadi saíra pra casa de sua irmã.
Rosa separa o que vai usar. Ela coloca João, Anna e Debh pra lavar os tomates, arrumar a mesa, enfim bem longe do fogão. Eles preparam o macarrão, o molho, a salada. E almoçam.
Na hora da limpeza.
Rosa lava, Claude enxuga e as crianças guardam o que podem. Depois, vão para sala. Claude coloca um filme para as crianças e elas acabam adormecendo. Claude e Rosa também estão deitados no chão da sala.
R: Isso que você fez hoje foi muito lindo, mas eu nunca perderia a confiança em você, nem no seu amor por nós.
C: D’accord. É bom ouvir isso, mas na dúvida... - Ele sorri – eu trouxe um presente especial pra você. Um dos presentes.
R: E onde está?
C: Bem aqui. - Claude pega um embrulho pequeno. Uma caixinha em forma de coração. Abre, você vai entender.
Rosa abre o embrulho e encontra um bombom.
R: Ah! A nossa marca. Nossa “bandeira branca”. Mas nós não brigamos, meu amor. – Diz com o bombom na mão.
C: Non, mas enquanto eu dirigia pra lá, eu percebi que o  meu melhor contrato é você e ele tá vencendo hoje. É ele que eu preciso renovar. Serafina Rosa você quer casar comigo... mais uma vez? – Diz, olhando dentro dos olhos dela.
R: Quantas você me pedir, Claude.
C: Enton, abre o bombom... Vamos comemorar.
Assim que Rosa desembrulha o bombom, ele se abre ao meio e duas alianças surgem, uma delas – a de Rosa - com seis pequenas pedras azuis.
R: Claude... Meu Deus... É linda! – Rosa pega as alianças – Dá sua mão pra mim. – Ela coloca a nova aliança em Claude e pronuncia: Eu, Serafina Rosa, prometo continuar te amando e renovo esse amor por tempo indeterminado, porque meu amor por você é eterno, e meu desejo será sempre o teu desejo...
Claude, então, pega a outra aliança:
C: Eu, Claude Antoine, prometo continuar te amando e renovando esse amor e esse desejo a cada dia, desde o nascer do sol até o nosso adormecer, pois cada minuto ao teu lado é mais que toda eternidade do meu amor...
C&R: Eu te amo!
E seus lábios se encontram num beijo que também promete outros carinhos. Mas que vão esperar, pois Debh acorda, resmungando algo.
C: Mon Dieu, melhor comermos o bombom. Mais tarde, eu continuo essa promessa, oui? – Sua voz é quase um sussurro no ouvido de Rosa.
R: D’accord, Claude Geraldy. Eu vou buscar o meu presente pra você, o de agora, claro. Cuida de Debh!
Rosa sai da sala e volta em alguns poucos minutos.
R: Como eu prometi, o nosso lado mais doce. Abre, me diz se ficou bom.
Claude abre o papel que encobria uma tela, onde Rosa havia colado os vários papéis de bombons em forma de borboletas ao redor de uma rosa azul. Como os papéis eram de várias cores, o efeito era parecido ao de um jardim repleto delas.
No alto da tela uma poesia:
O amor precisa de asas para voar. O amor é borboleta azul. Que voa alto, de forma sublime, se confundindo com os olhos do amor, do céu, e do mar...
C. Rosa ficou maravilhoso, você foi genial, hã? Amei essa idéia de borboletas.
R: È, eu me inspirei naquela sensação de borboletas no estômago que aparece quando gente se apaixona e toca a pessoa amada.
Debh, que só olhava para ambos, fala:
D: Que lindo mamãe “ceio” de “boboleta”!  “Zoão... Anna... acoda.
Vem vê as “boboleta” da mamãe! – Ela vai até os irmãos e os acorda.
C: Pelo jeito vou ter que dividir esse presente com mais alguém. Então, em vez de pôr no quarto, que tal no hall de entrada?
R: Claude! Fala sério. Isso é uma brincadeira, né? Eu fiz isso como uma...
C. Non, tô falando sério!  Eu quero que todo mundo que vier aqui veja o seu talento e a sua criatividade, porque ficou impressionante, chérie. Non parece feito com papel de bombom.
Então, Anna e João também começam a elogiar, à sua maneira, o trabalho de Rosa. E Claude acaba por colocar o quadro no hall com a importante ajuda de João.
Depois de colocado.
R: Atenção família, eu vou fazer um bolo de chocolate. Quem quer me ajudar?
Todos: Euuuuuuuuuuuu!
E lá vão eles pra cozinha. Rosa vai lendo a receita e eles vão separando os ingredientes.
Claude insiste em “fazer” o bolo e Rosa vai dizendo o modo de fazer... As crianças riem das palhaçadas de Claude, mas, finalmente, o bolo vai para o forno.
De repente, Claude pega um pouco de farinha e assopra em Rosa, deixando-a “branca”.
R: Claude! Ah... isso vai ter volta. – Ela vai fazer o mesmo, mas Claude se abaixa e a farinha vai toda em João.
J: Mamaãe...
Aí a confusão é geral! João também joga farinha, que acerta em Anna, que acerta Claude, que acerta em Debh.
R: Chega! Rsrsr. Meu Deus... olha só essa cozinha! A Dadi vai matar a gente.
A: A gente tá parecendo fantasma! Rsrsrsrs.
C: Chérie... kkk...  você ficou uma graça de “Gasparzinha”
R: Não tô vendo graça nenhuma, olha que sujeira! –Rsrsrsrs... ela não se contém
C: É só farinha... rsrsr. Faz assim, vai tomar um banho com as meninas. Eu limpo aqui, Joon me ajuda, non é, filho? Depois, a gente também toma um banho e volta pra comer o bolo.
R: Excelente idéia! E olho vivo com o seu ajudante, hein?

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