sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

BARRIGA DE ALUGUEL - PARTE 7 - AUTORA: ANNIE WALKER

Uma hora depois...
Claude: Entón, Frazon, conseguiu o vôo?- diz apreensivo.
Frazão: Olha, mon ami, foi um milagre, viu? Mas a Alessandra tinha desistido mesmo da viagem.
Claude: Nossa, finalmente essas suas amigas serviram para alguma coisa, hã?
Frazão: Ei, ñ fale das minhas amigas não, porque elas me servem pra muitas coisas. - diz com um sorriso safado.
Claude: Oui, entón é pra quando o voô?
Frazão: Daqui 30 minutinhos.
Claude: O que? Como assim, Frazón?
Frazão: Ué, mon ami, vc não queria um voo pra ontem? Então, agora que eu consegui, ta reclamando do que?
Claude: Ai, mon Dieu, é só o tempo de ir direto pro aeroporto!
Frazão: Aí já não é comigo, francês!
Claude: Que amigo que você é, hein?
Frazão: Vai Claude, lá você compra roupas! Olha, aqui tah o endereço do hotel que você vai ficar. É em Copacabana, dizem que é só você procurar o metrô que lá vão te informar.
Claude: Como assim? Você nón vai?
Frazão: Claro que não neh, francês? Eu vou ter que ficar pra cuidar da empresa até amanhã, porque amanhã o Egídio volta de viagem, aí eu posso ir atrás de você. Agora deixa de ser medroso, viu? Vai lá, qualquer coisa me liga, tem uma amiga lá que vai esperar. O nome dela é Talita, ela vai te guiar até o hotel, de lá você se vira.
Claude: Ai, mon Dieu eu invento cada idéia também, hã? - diz pegando suas coisas e se apressando para a viagem.

Na boutique...
Marcia(gerente): Rosa! Pode vir aqui, por favor?- Rosa se dirige a gerente que estava perto do balcão.
Rosa: Pois não, D. Marcia!
Marcia: Rosa, eu sei que você chegou cedo, mas você poderia ficar até tarde hoje? Eu preciso fazer umas mudanças na vitrine e gostaria do seu auxílio.
Rosa: Claro!
Marcia: Ai que bom!

Em 20 minutos Claude já tinha chegado no aeroporto, estava apenas com sua bolsa transversal.
- O voô com destino ao Rio de Janeiro foi antecipado para as 10hrs. Por favor, passageiros se dirijam à zona de embarque. - disse a voz feminina do aeroporto.
Claude desesperado foi para o embarque, em 12 horas estaria no Rio de Janeiro.

Era 20hrs, quando a boutique da Barra fechou. Talita e Sílvia foram embora, mas Rosa ficou para ajudar sua gerente a preparar a loja para o Natal, já estavam atrasadas com as decorações, não podiam demorar mais. Rosa era o braço direito de Marcia, sua gerente, mais uma das coisas que Talita odiava. Já era 22 hrs, quando Rosa saiu da boutique da Barra. Sua gerente a levou até o ponto de ônibus que a deixaria na central, de onde pegaria outra condução para casa. Estava exausta.

No aeroporto...
Chega o vôo de Claude, ele desembarca. Talita nem precisava de sinalização, ela gravou muito bem o rosto do francês na capa da revista, ficou super empolgada ao saber que o amigo de seu primo Frazão era o milionário Claude Geraldy.
Nossa! To tendo a oportunidade de poder dá uma investida nele. Quem sabe não é agora que eu tiro a barriga da miséria, e não vai ser nada mal casar com um pão daquele. Nossa, fome nunca mais - ria sozinha com seus próprios pensamentos.
Até que ela avistou o francês com cara de cansado. Ele era mais bonito de perto. Ela acenou para ele que não entendia o que aquela maluca estava fazendo, ela se apressou em alcançá-lo.
Talita: Dr. Claude? Sou a prima do Frazão, vou te levar até o hotel. - disse, oferecendo a mão para ser beijada pelo francês, já deixando de leve explícita suas intenções. Claude fingiu não perceber os sinais de oferecimento da brasileira.
Claude: Bonjour, não sabia que você era prima de Frazão. - falou, beijando a mão da moça.
Talita: Pois é. É de consideração, na verdade, meus pais são padrinhos dele, então nós crescemos nos chamando de primos, acabou ficando assim...- explicou com um sorriso.
Claude: Frazão não tinha me falado que tinha primas tão bonitas. - Talita sorri sem graça, mas sem perder a chance de jogar um charme com o olhar.
Claude: Entón, onde é meu hotel?
Talita: Cadê as suas malas?
Claude: Issi é uma longa história. Nón trouxe malas.
Talita: Não tem problema! Eu trabalho em uma boutique muito requisitada aqui no Rio, também temos algumas peças masculinas que tenho certeza que vão lhe agradar.
Claude: Que bom! Que bom! Mas agora podemos ir? Estou exausto.
Talita: Claro! Já chamei um táxi.

Rosa estava tão exausta na volta para casa, que não conseguia se concentrar em nada. Ela ia atravessar a Presidente Vargas.



O sinal abriu e um táxi quase a atropelou, dando uma grande freada.
Dentro do Taxi...
Claude: Mon Dieu! Quem é essa louca?
Talita: Não sei, não deu pra ver!
Motorista: Não liga não, freguês, o Rio é assim mesmo, o transito é caótico.- diz irônico.
Rosa: Meu Deus! O que tá acontecendo comigo?
Mulher: Você tá bem, moça?
Rosa: To sim. Eu acho. - fala, colocando a mão sobre o peito
Mulher: Tá passando mal?
Rosa: Não, foi só uma sensação estranha, uma angústia. Eu to bem. Obrigada.
No táxi...
Talita: Tudo bem, Dr. Claude?
Claude: Por favor nón me chame de dr., hã? Eu to bem sim, foi só uma pontada no peito, sei lá. Um pressentimento.
Talita: Bom ou ruim?
Claude: Nón sei. - diz, olhando para ela confuso.
Talita sorri, pensando que esse pressentimento poderia ser algo a seu favor.



Já no hotel, Claude tomou um banho e colocou um roupão que achou no banheiro. Deitou na sua cama e começou a pensar em como sua vida do nada virara uma loucura, e que ele não sabia onde ia dar. Não sabia o que estava fazendo, nem porque estava perdido em suas próprias atitudes. Realmente, talvez fosse a hora de tomar a frente da situação, mas como? Adormeceu com seus pensamentos.
Rosa, por sua vez, chegara em casa. Ninguém mais estava acordado, foi na cozinha comeu algo, tomou um banho e começou a lembrar dos últimos fatos da sua vida, sabia que havia determinado na sua vida não se apaixonar, mas por dentro sentia medo da solidão. Como Júlio poderia ter feito aquilo com ela, logo com ela, que sempre o amou, pelo menos ela achava que o amava. Sem querer, com o triste fim do relacionamento, ela percebeu que não o amava tanto quanto pensava. O que mais doía não era o fim, mas como ocorreu o fim. Por que ele não disse nada para ela? Por mais que doesse saber que ele gostava de outra, era melhor do que ser abandonada no altar na frente de todos. Isso era fato. Ela nunca iria perdoá-lo nem permitir a outro cometer o mesmo erro. Não. Não iria mais sofrer por amor. Ela adormeceu com seus pensamentos e lágrimas.

Um comentário:

  1. Annie, sua fic está cada dia melhor, e acho que chegou a hora do grande encontro, não é? Vou esperar ansiosa. Bjs.

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