FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 35 - PARTE 2 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXV – FÉ (CONTINUAÇÃO)

Assim que Claude retorna à sala, recebe os cumprimentos  de todos, agradecendo e pedindo desculpas pela demora...

O dia amanhece, mas ninguém quer sair dali.

Claude percebe que Paulo fala constantemente em seu celular, e fica desconfiado...

C: Frazon... que tanto ele fala no celular e non conta pra gente?

F: Ele passou a madrugada toda desse jeito, mon ami...

Paulo se aproxima dos dois e fala:

P: Claude, Frazão... se a minha estratégia e meu palpite estiverem certos, em algumas horas encontramos o cativeiro... Minha equipe externa fez um excelente trabalho, esta noite! Interceptaram um telefonema. Não vou entrar em detalhes ainda. Prefiro esperar a confirmação.

C: Quantas horas, Paulo? – Pergunta com o coração acelerado.

Paulo olha para o relógio em seu pulso e diz:

P: Menos de duas horas, Claude! E contando...

F: Força, francês! Fé na polícia de São Paulo pra quem seqüestro é questão de honra! Vai dar tudo certo! A Rosa vai ser encontrada e resgatada!

C: É tudo que eu quero, Frazon...  Esse tá sendo o Natal mais longo e infeliz de minha vida!

No cativeiro.

Nara tenta disfarçar, colocando o travesseiro sob os pés de Rosa, que se livra dela e sai da cama:

R: Como assim, o que ela está fazendo? Você é cego? Essa louca tava tentando me matar sufocada!

N: Que isso? E estava ajeitando o travesseiro, só isso...

Ju: Então, Nara? Como é que você me achou aqui? Fala!

N: Eu andei investigando... também tenho meus contatos... e um bom acordo faz  toda a diferença...

Ju: Eu imagino que tipo de“acordo” você deve ter feito! Sua idiota! Você pode estar sendo seguida! E estragar tudo!

N: Não se preocupe, ninguém me seguiu... “pelo menos eu penso que não”...

Ju: Vamos conversar fora daqui...  a Serafina precisa descansar...

Nara olha Rosa dos pés à cabeça com desdém e pergunta enquanto se afastam:

N: E porque a belezinha tem que descansar? Tá com o rei na barriga?

Ju: Não, ela tem os príncipes na barriga...

N: Como?

Ju: Ela tá grávida Nara! Não está passando bem hoje...

N: O quê? Essa... essa corticeira petulante está esperando um filho do Claude?

Ju: Um não, dois...

N: Hummm grávida... de gêmeos... “Isso pode render alguma coisa...” Então ele deve estar mais que desesperado...

Ju: Ele ainda não sabe... a Serafina ia contar ontem, na passagem do Natal...

N: E porque você não usa isso pra tirar mais dele?

Ju: Nara, eu não vou fazer isso... ainda me resta um pouco de dignidade... essas crianças não têm porque virarem mercadoria...

N: Esse é seu problema... crise de consciência... sempre se achando menos...

Ju: Não! Eu não me acho, nem nunca me achei menos que ninguém... até conhecer você! Você me transformou nisso! Vai embora, Nara! Já colocou em risco meu esconderijo, que mais você quer?

N: Eu quero que você acabe com a futura mamãe...

Ju: Serafina tem razão. Você enlouqueceu! Eu não sou assassino, Nara! E não obedeço mais suas vontades! Pede ao Coutinho pra te pagar um tratamento... ou já trocou ele por outro?

N: Não... ele foi... viajar... tirou umas férias... daqui uns dias eu encontro com ele...

Ju: Cuidado, Nara... o peixe morre pela boca. Eu no seu lugar ficava esperta! Você tá dando muita bandeira!

N: Você não vai dar fim nela, mesmo depois que tiver com os dólares?

Ju: Já disse que não sou assassino...

N: Seu idiota! Eles vão perseguir você até o fim do mundo! Seus amiguinhos querem toda a grana verde! Estão só esperando você colocar a mão nela! E eles vão sumir com você!

Ju: Já chega Nara... vai embora, antes que eu reveja meus conceitos e me torne um assassino...

N: Você está me ameaçando, Júlio? Eu sou mesmo uma cretina... querendo te avisar do golpe e ainda sou ameaçada! Que saber? Dane-se! Eu vou embora dessa casa nojenta, desse país de gente pobre, sem ambição...

Mas assim que Nara abre a porta e sai, escuta:

Suz: Mãos na cabeça! Nem um passo, senão eu atiro. Te peguei, Nara! Acabou a festa. Avisa seu parceiro que a casa está cercada! – Suzana dá o grito de alerta e depois faz uma ligação pelo celular.

Nara volta pra dentro da casa.

Júlio quando percebe o que está acontecendo, grita com Nara ao mesmo tempo em que a esbofeteia:

Ju: Sua idiota! Disse que não tinha sido seguida!  Ele olha pela janela – Olha aí sua estúpida! A rua tá cheia de viaturas... de policiais...  Eu acho que você não vai mais encontrar seu “amante” em férias na Europa!

Rosa escuta os gritos de Nara e Júlio, mas não entende o que falam... Ela tenta abrir a porta, mas Julio a trancou por fora...

No apartamento.

Paulo desliga seu celular, olha pra Claude e dá um sorriso:

P: Conseguimos! Claude, pessoal, encontramos o cativeiro! O local já está cercado!