segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

FIC - UMA CHANCE DE AMAR - CAPÍTULO 20 - AUTORA: JOYCE FEITOZA

No capítulo anterior...
Janete: Vocês dois se preveniram?
Rosa: O que? Não, amiga, você não tá pensando que eu... Não, não, não.
Janete: Responde, o Claude usou camisinha?
Rosa: Droga! Não, não pode ser.
Janete: Pelo visto não, né?
Rosa: Não, nas duas vezes que transamos, ele... A gente não pensou nisso.
Janete: Então, você tá pensando no que eu to pensando, né?
Rosa: Eu não posso estar grávida, Jane. Não agora, não do Claude.
Janete: Faz assim, eu vou descer, vou na farmácia da esquina e vou comprar dois testes diferentes pra você.
Rosa: Vai, vai logo, por favor.
(20:03  – Apartamento de Rosa)
Janete: Ai, Rosa, sai logo desse banheiro.
Rosa saiu parecendo uma estátua, estava séria, gelada. Caminhou atá a cama, onde Janete estava sentada, respirou fundo e entregou o teste à amiga.
Rosa: Positivo nos dois.
Janete: Ah! Eu não acredito. Amiga, você esta grávida, que maravilha! (disse abraçando Rosa)
Rosa: É, grávida.

CAP- 20

Após a confirmação da gravidez Rosa continuava ali sentada na cama, paralisada.
Janete: Aí, Rosa que cara é essa?
Rosa: Como que cara é essa? Janete, eu to grávida entendeu? Grá-vi-da.
Janete: E não tá feliz? Rosa tem um bebezinho bem lindo crescendo aí dentro de você.
Rosa: Eu sei, Jane, eu... Eu tô feliz sim. Mas essa gravidez me pegou de surpresa. Não sei se to preparada pra ser mãe.
Janete: Toda mãe está preparada.
Rosa: Ai, Jane, eu tô com medo. Sei lá minha vida mudou por completo, todos os planos que eu fiz.
Janete: Rosa você não tá pensando em tirar essa criança está?
Rosa: Não, Jane, tá maluca? É meu filho ou filha.
Janete: Então porque o medo Rosa?
Rosa: Janete, o Claude não gosta de criança. Ai, meu Deus! Ele querendo a liberdade, por isso terminou com a noiva, agora está preso a um filho e a mim.
Janete: Rosa você tem que contar pra ele, sua barriga vai crescer.
Rosa: Eu vou contar pra ele, mas só quando eu tiver coragem. Agora eu tenho que ir ao médico amanhã pra fazer o exame de sangue. Eu sou uma burra mesmo, uma tonta. Eu devia ter me prevenido. Droga!
Janete: É amiga, quando tava no bem bom lá com o bonitão nem se lembrou de camisinha, né? Agora não adianta se arrepender.
Rosa: E você acha graça, né?
Janete: Imagina, Rosa, uma criancinha linda.
Rosa: É no fundo, sei lá, parece que já sinto ela aqui dentro.
Janete: Ah! Eu vou ser titia.
Janete abraçou Rosa e foi a primeira vez que ela sorriu depois do resultado.

(21:06 – Mansão de Claude)
Claude tomou um banho e estava na sala mexendo em seu computador, trabalhando como sempre. A campainha tocou e Dádi foi atender.
Dádi: Dr. Clodis, seu Frazão.
Frazão: Boa noite, Dádi.
Dádi: Boa noite, Dr. Frazão.
Frazão: Mon ami, você me deixou no sufoco lá na construtora, né?
Claude: Tive que levar Rosa pra casa, ela passou mal de novo.
Frazão: Ela deve tá com algum problema.
Claude: Eu sei e issi tá me preocupando.
Frazão: Eita, que amor roxom, hein? E aí, me conta o que aconteceu com você e ela pra estarem nessa paz?
Claude: Ha, há, sabia que você non ia aguentar ficar sem saber. Eu passei o feriado com ela, só issi.
Frazão: Como assim passou o feriado com ela? Assim do nada?
Claude: Depois daquela briga no dia seguinte antes da viagem que tinha marcado com Nara eu fui pedir desculpas. Enton ela tava bêbada e...
Frazão: E você aproveitou e levou a menina pra cama.
Claude: Non, que issi, hã? Eu a ajudei a tirar a bebedeira, depois ela me contou uma história de vida que eu non sabia, enton decidi non viajar mais e ficar com ela.
Frazão: Nossa deve ser uma história bem comovente.
Claude: Foi ton bom, Frazon, acho que nunca me senti ton bem. Saímos pra jantar, fomos a um parque de diversões, assistimos filmes e até fomos à praia.
Frazão: E rolou alguma coisa entre vocês?
Claude: Você só pensa nissi é? Non, quer dizer por pouco. Apenas alguns beijos.
Frazão: Então vocês estão juntos?
Claude: Non, sei lá, eu non sei o que eu tô sentindo, tô confuso.
Frazão: Soube que terminou com Nara.
Claude: Como você soube dissi?
Frazão: Janete me contou que a Rosa contou a ela.
Claude: Você e sua noiva hã, dois fofoqueiros.
Frazão: E você e sua esposa são dois sacanas, ha,ha.
Claude: Olha mais respeito hã?
(22:40 – Apartamento de Rosa)
Depois de tomar um banho Rosa conferiu mais uma vez o exame de farmácia e aquele resultado continuava lá.
Ela colocou na caixinha dentro de uma gaveta e sentou na poltrona. Com as pernas encolhidas olhava a noite da janela.
Rosa:E agora o que eu faço? Meu Deus o senhor deve ter um bom motivo pra me mandar essa criança. Como eu vou contar pro Claude? E se ele reagir com raiva? E se ele pensar que engravidei de propósito. Ah, mas se ele não quiser esse filho eu vou criar sozinha. Não vou te abandonar nunca, meu amor, nunca. Eu até pensei em ligar pra ele mais cedo, mas a coragem sumiu, é melhor dar um tempo.”
(22:51 PM – Mansão de Claude)
Claude:Depois que o Frazon saiu, eu jantei rápido e subi pro quarto. Estava muito preocupado com Rosa, o que será que ela tinha? Mon Dieu, que vontade de cuidar dela, de deitá-la em meus braços e protegê-la. Quantas e quantas noites passei com ela e dormia afastado naquele sofá e agora o que eu mais desejava era tê-la ao meu lado, colada em meu corpo. Enton, depois que escovei os dentes, deitei na cama e não resisti, liguei pra ela. Tocou, tocou, tocou e nada dela atender, enton, depois de três tentativas, mesmo preocupado, desisti e tentei dormir.
Rosa estava sentada em sua cama com o queixo apoiado nos joelhos e as mãos ao redor das pernas dobradas. Olhava para o celular que tocava com o nome de Claude. Ela não quis atender, estava nervosa. As lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Sabia que se atendesse, contaria a Claude.
Assim, depois que o telefone parou de tocar, ela deitou, abraçou seu leão de pelúcia e adormeceu.
(06:57 – Apartamento de Rosa)
Ela acordou bem melhor, estava sem enjoo e com a aparência maravilhosa. Depois de tomar um banho, se arrumar, ela foi tomar café. Janete não estava, tinha ido à feira e havia um recado na geladeira.
Futura mamãe mais linda do
Mundo fui para a feira comprar
Algumas frutas, afinal você precisa
Se alimentar bem. Vou direto para
O trabalho, mas vou mandar um entregador
Levar as coisas. Beijo, se cuida, Janete.
Rosa respirou fundo e foi ver alguma coisa pra comer. Mas Janete tinha deixado tudo pronto, torradas, geleia, suco.
Rosa estava comendo, quando a campainha tocou. Ela, ainda lambendo os dedos, correu e abriu a porta.
O entregador era um homem não muito alto, estava cima do peso, tinha os olhos claros, cabelo branco, mas com vestígios de loiro, tinha as bochechas coradas.
Rosa: Bom dia!
Entregador: Bom dia! A senhora é Rosa Petroni?
Rosa: Sim sou eu, minha amiga Janete mandou você entregar. Entra, coloca ali sobre a mesa.
Entregador: Sim, senhora.
Enquanto aquele homem estranho colocava as compras sobre a mesa Rosa procurava algum dinheiro na bolsa pra entregar a ele.
Entregador: Desculpa perguntar, mas a senhora é dona de uma construtora famosa aqui não é?
Rosa: Sou dona da metade dela, por quê?
Entregador: Vi a foto da senhora em um jornal a um tempo atrás. Essa construtora é uma das melhores do país pelo que sei.
Rosa: Sim, pelo menos é o que dizem os jornais e as pesquisas. Aqui o dinheiro, muito obrigada.
Entregador: Obrigado à senhora.
O homem saiu e Rosa voltou a comer tranquila. Depois que acabou seu café, ela pegou sua bolsa e seguiu para a clínica.
(09:01 – Construtora)
Claude acabou chegando atrasado e tinha uma reunião marcada às oito e cinquenta. Ele entrou às pressas e esbarrou em um faxineiro.
Claude: Pardon.
Faxineiro: Olha por onde anda.
Claude respirou fundo, mas resolveu não ligar para aquela ousadia, então seguiu para a sala de reuniões.
Claude: Pardon o atraso senhores, o trânsito essa hora é complicado.
Frazão: Bom dia, Claude, não se preocupe eu e meus amigos aqui estávamos conversando sobre futebol.
Claude: Enton, vamos lá.
(09:15 – Clinica)
Rosa estava nervosa na sala de espera, balançava a perna agoniada, quando a recepcionista falou que ela podia entrar.
Rosa: Bom dia, doutora.
Doutora: Bom dia, senhora Geraldy.
Rosa: Ah! Não, apenas Rosa, por favor.
Doutora: Então, a senhora acha que está grávida?
Rosa: É sim, fiz um exame, aliás dois exames de farmácia e os dois deram positivo.
Doutora: Quais os sintomas que a senhora anda sentido?
Rosa: Bem, começou com um enjoou, depois uma tontura, enjoou de novo, fome excessiva.
Doutora: É, pelos os sintomas pode ser uma gravidez. Venha, vou pedir pra enfermeira coletar um pouco do seu sangue e em alguns minutos vamos saber.
Depois de meia hora, Rosa estava de volta à mesa da doutora, que já estava com os resultados dos exames na mão.
Doutora: Bem, Rosa, pelo resultado, sim você está grávida. (disse com um sorriso no rosto)
Rosa: Ai, meu Deus! Grávida, é sério?
Doutora: Sim, de mais ou menos um mês e meio.
Rosa deu um sorriso largo, já estava começando a se acostumar com a ideia de ser mãe.
Doutora: O papai já sabe dessa desconfiança que você tinha?
Rosa: Ah! O pai... (disse abatida)
Doutora: Oh, me desculpa fui indiscreta. Há muitas mães solteiras, hoje em dia, e acho muito bonito.
Rosa: Não, que é isso doutora? Ele ou ela tem pai sim, mas ele ainda não sabe.
Doutora: Aposto que vai ficar muito feliz.
Rosa: Vai sim... É vai...
Doutora: Vou passar algumas vitaminas pra você e um remédio para esse mal estar. Aqui tem uma tabela para o seu pré-natal, começaremos nessa mesma data no mês que vem, ok?
Rosa: Ok! Mês que vem já vai dar pra saber alguma coisa sobre o bebe.
Doutora: Com a tecnologia sim, vamos poder vê-lo em 3D, mas o sexo ainda é muito cedo.
Rosa: Só de poder ouvir o coraçãozinho dele já vai ser maravilhoso.
Rosa almoçou com Janete no shopping e seguiu para a construtora.

(13:50 – Construtora)
Rosa estava feliz, mas muito nervosa. Ela tinha tomado a decisão de mostrar os exames a Claude e contar da gravidez. E caso ele não aceitasse a criança, estava disposta a vender suas ações na construtora e ir criar, sozinha, seu filho na Itália.
Silvia: Boa tarde, dona Rosa.
Rosa: Boa tarde, Silvia.
Ela respirou fundo e se dirigiu até sua sala. Claude estava sentado em sua mesa, assinando uma pilha de documentos. Ao vê-la seu coração, acelerou e um brilho invadiu seus olhos.
Claude: Rosa! Boa tarde.
Rosa: Oi, Claude, boa tarde.
Mergulhar naqueles olhos castanhos dele, sentir seu perfume amadeirado impregnado naquela sala mexeu com todos os sentidos de Rosa. Ela queria abraçá-lo, queria apoio.
Claude: Mon Dieu, hoje, a manhã foi um caos. Estou exausto, cheguei atrasado e tinha aquela bendita reunion logo cedo. Ainda quando entro no elevador, a esposa do Luiz, o responsável pelo Departamento de Pessoal, estava com o filho no colo, tinha mais ou menos uns 7 meses. A criatura non parava de chorar, aquele choro enjoado. Mon Dieu me deu uma dor de cabeça que tô até agora.
Rosa: Ah! Um bebê... É assim mesmo.
Claude: Foi ao médico?
Rosa: Fui sim.
Claude: E o que ele dissi?
Rosa: Nada demais, disse que eu tô apenas com uma anemia leve, receitou algumas vitaminas, só isso.
Claude: Tem que se alimentar direito, chérrie.
Rosa: Eu sei.
Claude: Bem, eu vou lá na sala do Frazon, tenho que entregar essa papelada a ele.
Rosa: Certo.
Claude: O que foi?
Rosa: O que foi o que?
Claude: Tem certeza que é só uma anemia?
Rosa: Tenho sim.
Claude: É que você tá estranha, pra baixo.
Rosa: Eu tô só cansada, não se preocupa.
Claude: Tudo bem, já volto.
Claude pegou os papéis e foi até a sala de Frazão.
Claude: Aqui eston os papéis.
Frazão: Rosa chegou?
Claude: Chegou sim. Acredita que ela tá com anemia?
Frazão: Essas mulheres ficam fazendo regimes doidos e dá nisso.
Claude: Eu fico preocupado.
Frazão: Ah! Tá louco pra cuidar da sua esposinha.
Claude: Que issi Frazon, para de falar besteira.
Frazão: Ah! Claude tá na sua cara.
Claude: Vou tomar um café.
Frazão: Me espera, eu vou também.
Claude e Frazão seguiram para a mini-sala de estar para tomarem o café. Enquanto Frazão preparava o dele, Claude observou o faxineiro com quem esbarrou logo de manhã.
Claude: Frazon, você conhece aquele faxineiro ali.
Frazão: Não, deve ser novo na companhia de limpeza.
Claude: Muito estranho ele.
Frazão: Você acha?
Claude: Hoje pela manhã esbarrei sem querer nele e ele non foi nada educado. E olha que pedi pardon, hã.
Frazão: Não deve saber que você é o dono disso aqui.
Claude: Non sei non, ele fica olhando pra tudo com um jeito. Bem, deve ser besteira da minha cabeça.
Assim o dia se passou e tudo correu bem no trabalho. No final do expediente, Claude e Rosa saíram juntos da sala. Enquanto caminhavam pela recepção, Rosa reparou no tal faxineiro.
Rosa: Aquele faxineiro ali, eu acho que o conheço.
Claude: Conhece?
Rosa: Não sei, hoje teve um entregador lá em casa muito parecido com ele. Mas, deve ser impressão minha, vamos.
Claude: Vamos.
No estacionamento, os dois caminharam lado a lado até seus carros.
Rosa: Bem, eu já vou.
Claude: Espera. (disse segurando no braço dela)
Rosa: O que?
Claude: Janta comigo hoje à noite lá em casa?
Rosa: Não sei, Claude, eu tô muito cansada. Não sei se vou estar disposta a sair de casa. Fica pra próxima.
Claude: Tudo bem. Boa noite.
Rosa: Boa noite.
O jeito estranho de Rosa não passou despercebido por Claude. O brilho que antes ela tinha no olhar ao vê-lo continuava ali, mas o olhar estava triste, distante.
Rosa entrou em seu carro e no caminho percebeu que um carro a seguia. Ela ficou com medo, mas continuou dirigindo. Só relaxou quando perto do seu apartamento o carro dobrou em uma rua.
(19:30 – Apartamento de Rosa)
Rosa tomou banho e estava na sala vendo TV. Janete se arrumava, pois ia jantar com Frazão.
Janete: E aí amiga como estou? (disse dando uma voltinha)
Rosa: Se eu fosse homem pegava.
Janete: Minha maluca favorita. E aí contou pro Claude?
Rosa: Não, eu ia contar, mas perdi a coragem.
Janete: Ai, amiga, não fica com essa carinha, pensa no bebe.
Rosa: Acredite, é no que eu mais tenho pensado.
Janete: Bem, eu já vou, se não vou me atrasar. Não tenho hora pra voltar, tá?
Rosa: Eu tenho a companhia do meu filho. Divirta-se.
Janete deu um beijo na amiga, pegou sua bolsa e saiu.
Rosa levantou foi até a cozinha pegar um copo de água, então, a campainha tocou.
Rosa: Janete deve ter esquecido as chaves e veio buscar.
Rosa colocou o copo sobre o balcão e foi atender. Ao abrir a porta, seu coração foi a mil. Ele estava lá parado em sua porta.
Rosa: Claude?!
Claude: Eu sei que non devia estar aqui, sei que devia respeitar a sua vontade de se afastar de mim, mas eu ia acabar enlouquecendo se non viesse até aqui.

CONTINUA...

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