terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 39 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXIX – ANO NOVO, VIDA NOVA

No dia seguinte, eles levantam atrasados para o evento da entrega das casas.
C: Chérie, Frazon já ligou duas vezes... Mon Dieu, Rosa... de novo? – Ela estava “passando mal”.
R: Argh!... Diz pro Frazão ... ir... argh! argh! plantar bananeira na argh! Patagônia...
Argh! Argh!
C: Pobre Frazon! Vai precisar de uma linha aérea só pra ele... rsrs. Non prefere ficar em casa? Eles von entender, chérie...
R: Não! Já tá passando. Pronto, acabou! – Diz, saindo do banheiro. O médico disse que isso acontece até o terceiro mês, porque o corpo está se adequando.
C: Ahhh, ainda bem, hã? Non ia ser bom passar os nove meses assim, non faz bem fazer isso constantemente... Tem certeza que você já tá bem?
R: Estou sim! Mesmo porque não tem mais o que sair...Vamos?
Eles vão para o recinto. Lá chegando são recebidos pelos americanos. Ms. Smith muito peocupada com Rosa:
Ms. Smt: Rosa, você não devia ter vindo, darling! Ainda no nesta completamente recuperada.
C: Eu falei, mas ela fez queston de vir, Ms. Smith.
R: Gente, eu estou bem... foi só mais um... mau estar... Eu não perderia isso por nada, meu amor... a realização do seu sonho...
Mr. Smith: Oh! Que coisa bonita você dizer, Rosa! Claude, sua esposa é muito especial!
C: Eu sei, Mr. Smith... Ela realmente é muito especial...
Frazão dá inicio às formalidades, apresentando os americanos às pessoas beneficiadas com as casas e todo o resto do pessoal.
Os americanos falam da satisfação de poderem investir aqui no Brasil e que em todo o mundo, em qualquer país, todos querem ter a sua casa própria e que esta oportunidade de ajudar pessoas no Brasil era muito importante pra eles, era um investimento feito também com a emoção.
Claude é chamado pra fazer um discurso antes da entrega da primeira chave. Ele começa falando da dificuldade em se conseguir uma casa própria, de como ele tinha esse sonho de poder ajudar as pessoas com menor renda, etc, etc, etc.
C:...e por último eu queria... non, eu preciso agradecer à uma pessoa muito especial, que entrou em minha vida, de repente, mas no momento certo. Uma pessoa que nunca duvidou dos meus ideais, que sonhou meu sonho junto comigo, que non me deixou desistir, mesmo quando tudo parecia perdido... uma pessoa que me transformou num homem melhor... e que, por causa desse meu sonho, eu quase perdi... e hoje, eu quero dizer pra ela, mais uma vez, que ela é a pessoa mais importante da minha vida. Ela e os nossos filhos... Vem, chérie. Eu quero que você entregue a primeira chave.
Rosa se aproxima de Claude, que a beija, arrancando aplausos das pessoas ali presentes. Ela entrega a primeira chave, diz algumas palavras e passa a vez para os americanos, depois Frazão e Janete.

Após a cerimônia eles se reúnem num restaurante para comemorar o sucesso da parceria e só voltam pra casa no final do dia, já anoitecendo.

Em casa...
R: Nossa! Que canseira, meu amor... pensei que não acabava mais essa conversa depois do almoço! Meu Deus! Preciso de água.
C: Também vou querer, hã?
Rosa pega dois copos e coloca água.
C: O importante é que tudo acabou bem... Agora os americanos realmente confiam em nós, na nossa capacidade de gerir investimentos!
R: E com a liberação dos dólares, finalmente, você vai poder concluir esse projeto, terminar todas as casas. Sabia que já tem gente na lista de espera para um próximo lançamento?
C: É, Janete e Frazon comentaram que a procura tem aumentado... Isso é bom, chérie. Até aquele prefeito, amigo do Ciro, estava presente, você reparou?
R: Não... pra falar a verdade, não. Eu estava prestando atenção em outro homem...
C: Cof! Cof!...Como é que é? Cof! Cof!
R: É assim mesmo. Eu tava de olho num outro homem, melhor, que diz que me ama, que eu sou especial... e que quase se afogou com um gole d’água... rsrsrsrsrsrs
C: Você realmente é uma graça... brincar desse jeito comigo... non teve graça non, viu? E eu non só digo que te amo... eu amo mesmo você... e os gêmeos, claro.
R: Olha aí! De novo... chamando eles de “os gêmeos”... Temos que procurar nomes... – Ela vai subindo a escada rumo ao quarto. Ele a segue.
C: Isso só depois de sabermos o sexo deles... ou você já tem algo nessa sua cabecinha, hã?
Rosa vai direto para o banho.
R: Pra falar a verdade depois que você falou em casal, eu andei fazendo umas combinações.
C: Combinações, chérie? Isso de juntar os nomes non dá certo non... Já imaginou, assim com os nossos, eles iam chamar algo como “Claufina”, “Seraude” , “Antorosa”, “Rosantoine”? Sem chances, hã? Você tá rindo é? Tô falando sério... isso non vai dar certo.
R: Tô rindo porque não é essa combinação que estou pensando não! Kkkkkkkkk Meu Deus! Só você pra pensar isso!
C: Ahhh, que alívio! Enton, qual seria sua combinaçon?
R: Eu pensei em juntar o nome dos avós. Que foi? Porque você ficou com essa carinha assustada?
C :Porque com o nome deles vai ser pior, muito pior, tipo... “Giomália”, “Francebelle”
R: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Tem razão, ficaria horrível! Mas, falando sério agora... eu pensei em “Anna Lúcia e João Riccardo”! - Ela sai do banho.
C: Anna Lúcia e João Riccardo Petroni Geraldy... humumm, muito bom,  gostei chérie.
R: Assim, pegamos um pouco de cada casal de avós, da sua parte e da minha, e, principalmente, de meus pais biológicos...
C: Perfeito! Você é genial, mon amour...
R: Então que tal você tomar um banho também e a gente assitir um filme, aqui... bem juntinho... hum? Porque amanhã, almoço de Ano Novo no casarão... te prepara, francês... que o pessoal lá é curioso e fofoqueiro, tô avisando, hem!
C: Oui, mamãe! Ainda bem que desistiram de fazer Ceia. Hoje, eu non teria ânimo pra mais nada a non ser que você liberasse ... – Olha pra ela, percorrendo todo o seu corpo.
R: “Non”... trânsito impedido temporariamente. Só libero abraço, amasso, beijinho... carinho. E só depois do banho. – Ela diz, vendo ele se aproximar.
C: Mon Dieu! Vamos ao banho, enton, e acho que vai ser frio mesmo!

O dia de Ano passa tranqüilo, apesar dos temores de Rosa com relação aos moradores do casarão, especialmente d.Pepa e suas fofocas, coisa que não acontece.
O almoço é divertido e farto. E todos querem saber da gravidez de Rosa, por serem gêmeos, etc, etc, etc.
A pedido de D. Amália e S. Giovanni, ninguém tocou no assunto do sequestro, o que deixou Rosa aliviada, pois era um assunto que queria esquecer.
No final da tarde, Frazão e Janete passam por lá para cumprimentar a todos. Logo depois, Dadi também aparece, pois ficara muito chegada à D. Amália e suas receitas.
Depois de um dia extremamente agradável, cada um segue para suas casas.

A primeira semana do ano passa “voando”, pois além de voltarem das “férias” da construtora, eles têm que ir atrás dos últimos detalhes do casamento: decoração da igreja e da pequena recepção que resolveram oferecer ao amigos mais chegados, a última prova das roupas, o buquê das noivas, que elas resolvem fazer igual como símbolo de uma grande amizade.
Rosa vai se vestir no casarão e convida Janete, pois não quer que Claude a veja antes de chegar à igreja o que não o deixa muito contente. Frazão, a convite de Claude se arruma no apartamento com ele. Eles já estão prontos na sala quase pra sair.
C: Non sei porque Rosa e Janete non podem se arrumar aqui conosco. Nós já estamos casados mesmo e vocês já moram juntos.
F: Tradição, meu querido: o noivo não pode ver a noiva antes da cerimônia. É uma tradição milenar praticada por quase todos os povos. Você sabia, meu caro francês, que foi a rainha Vitória, no século XIX, que começou a tradição do vestido branco? Até então qualquer cor servia, principalmente o vermelho. Ela lançou moda às noivas, que passaram a usar o branco e variações da cor, como champagne e marfim. Com o passar do tempo, o branco tornou-se o preferido, por transmitir pureza, castidade e inocência.
C: Frazon, você andou fazendo algum curso intensivo sobre “tradições de casamento”, por acaso? – Claude anda de um lado para outro
F: Fiz, mon ami... um curso intensivo chamado Janete. Ela me fez ler vários sites sobre isso junto com ela. Sorte sua se a Rosa não fez o mesmo!
Dadi entra na sala a tempo de escutar a última fala de Frazão:
D: D. Janete fez o senhor ler sobre as tradições, foi? Então o senhor devia saber que está esquecendo de um detalhe: a flor na lapela do noivo, um cravo – Ela mostra os cravos que trazia na mão - simboliza a afeição e carinho pelos parentes e amigos mais próximos. D. Rosa me deixou essa tarefa, licencinha, visse? – E coloca o cravo na lapela de cada um, aproveitando pra acertar a gravata de ambos. Pronto! Podemos ir pra igreja.

No casarão, Rosa e Janete se arrumam, ajudadas pelas respectivas mães.
R: Mãe... tô me sentindo uma sardinha enlatada nesse vestido. Não está muito agarrado?
Am: Não, Serafina... não está muito apertado, só um pouquinho,  também pudera! Essas crianças resolveram começar a aparecer logo agora, nos últimos dias... – Pois já se notava um pequeno aumento em Rosa.
R: Mas, na última prova estava perfeito! Bem, o que não tem remédio, remediado está! Mas, que vai ser um alivio a hora que eu tirar isso, ah vai! Rsrsr
J: Rosa, você tá linda! Mesmo com essa barriguinha aparecendo, tá um show!
R: Obrigada, Jane! Você também está um arraso! Não é mesmo, D. Arlete? – (Mãe de Janete)
Ar: As duas estão maravilhosas... Eu nunca vi duas noivas tão calmas... vocês têm certeza que sabem que vão casar?
J: Mãe! Isso é só aparência. A gente aprendeu a trabalhar sobre pressão... kkkk
Am: Essa menina, sempre levando tudo de letra... faz bem, minha filha.
Ar: Janete e Frazão vão para o nordeste. Vocês vão viajar também, Rosa?
R: Ah, não! Nós decidimos viajar mais pra frente, depois do nascimento dos bebês. Nós vamos passar esse fim de semana na casa que era dos pais do Claude.
Ar: Antigamente, no nosso tempo, isso se chamava lua-de-mel, não é mesmo, Amália?
Am: Ah! Mas, no nosso tempo, era tudo diferente. Vocês sabem por que esse período depois do casamento tem esse nome “lua-de-mel”?
J: Eu sei! Essa palavra tem origem nos casamentos por captura.vUm homem apaixonava-se por uma mulher, capturava a amada (a maioria das vezes contra a sua vontade) e a escondia por um mês (de uma lua cheia até a outra) em algum lugar afastado. Durante esse período, eles bebiam uma mistura afrodisíaca, adocicada com muito mel, até que ela se rendesse à sua sorte. Daí o nome “lua de mel”.
R: Nossa, Janete, você sabia e nem comentou comigo?
J: Ahhh, desculpa amiga! Depois do trabalho que eu tive pro Frazão aprender tudo sobre as tradições junto comigo, não me sobrou muito gás não...
S. Giovanni bate à porta:
G: Posso entrar, Amália?
Am: Entra, Giovanni... as meninas já estão prontas!
G: Dio Mio! Due bella donna – (duas belas mulheres) la due sposa piú bella del mondo – (as duas noivas mais bela do mundo) – Diz, com lágrimas nos olhos - O motorista já chegou pra levar vocês pra igreja.
Rosa e Janete decidem dar “um tempinho” mais, antes de irem pra igreja.

Na igreja, Claude não para de andar pelo altar da igreja, preocupado com o atraso das noivas.
F: Calma. mon ami, você já afundou o chão da clínica. Vai afundar aqui também rsrss
C: Você non se preocupa com esse atraso non?
F: Não, meu querido é mais uma das tradições: a noiva deve se atrasar. – Então a porta da igreja é fechada e os sinos são badalados.
C: Ohh Frazon, ainda dá tempo de você desistir, hã? Eu te dou cobertura! Rsrs
F: Desistir, moi? Nem morto meu querido! E não teve graça essa piadinha, precisa treinar mais, francês!
Então a porta se abre e entra Janete – Elas haviam sorteado quem entraria primeiro – sendo levada pelo pai ao som da Marcha Nupcial.
Depois que ela é entregue a Frazão, os dois ficam ao lado do altar à espera de Rosa, que decidira em cima da hora trocar sua música de entrada.
Rosa entra cantando ao lado de S. Giovanni, que não esconde a alegria de levá-la até o altar, dos convidados e de um Claude emocionado.
Ele entrega Rosa a Claude e vai pra sua marca.
Janete e Frazão também se colocam em suas marcas.
Rosa e Claude ficam se olhando, por um longo momento, perdidos em pensamentos de tudo que viveram até chegar a este momento.
Pe: Os noivos podem se aproximar, por favor... ham... hamm... os noivos, por favor, se aproximem.
F: Claude – Sussurra... mon ami... Rosa! Acorda, gente! - Ele aumenta o tom e só então eles saem daquele “transe”, sorriem da situação e vão pra sua marca.
A cerimônia prossegue com os votos, as promessas e a troca de alianças, que surpreende Rosa, pois ela não sabia que Claude havia comprado outras. Deixara separada a que usava desde o casamento “in extremis”.
Finalmente, após as bênçãos do padre, eles “já” podem beijar as noivas. Depois saem, seguidos dos padrinhos e pais.
Na porta da igreja a também tradicional chuva de arroz.
C: Frazon! Essa eu sei pra que é, mon ami. Mas, acho que só vai servir pra Janete e você, porque Rosa e eu non precisamos disso non, hã? -E sorri, vendo pela primeira vez na vida um Frazão desconcertado.
F: Claude, sou obrigado a reconhecer... você tá aprendendo, cara! Rsrsr
Ainda na porta da igreja, Janete e Rosa avisam que vão jogar os buquês. Todas as ”solteiras” se colocam aos pés da escada que havia na entrada da igreja:
R&J: Um... dois.... três... lá vai! Elas jogam os buquês e eles vão caindo... caindo... até que o buquê de Janete cai nas mãos de Alabá e o de Rosa na mão de D.Pepa... coisas do destino.

Já na recepção Claude, Rosa, Janete e Frazão não param de distribuir sorrisos e serem cumprimentados.
De repente, Mr. e Ms. Smith, que haviam ficado no Brasil para o casamento, aparecem anunciando:
Ms. Smith: Rosa, Dr. Claude... Janete, Dr. Frazão, olha só quem acaba de chegar, especialmente para seu casamento, darling.
C&R - J&F: Roberta! Sergio!
Rob: Meus amigos queridos, eu não perderia esse dia por nada no mundo... pena que o nosso vôo atrasou... perdemos a cerimônia.
S: Pois é, se tivéssemos vindo ontem como eu queria, isso não tinha acontecido, não é, Roberta?
R: O importante é que vocês vieram! Cerimônia é tudo igual e depois vocês podem ver o vídeo, quero dizer DVD... O Claude fez questão de gravar pra mostrar pra eles – diz apontando a barriga.
Rob: Eu fiquei tão feliz por você, minha amiga! Por tudo! – Diz, se referindo ao sequestro.
S: Nós ficamos, Fina! Eu também quero ser padrinho, hem? Tem vaga pra um velho amigo ou a disputa está acirrada?
C: Acirrada? Vocês non fazem ideia! Agora todo mundo quer ser padrinhos de nossos filhos! É bom, porque na falta de um von ter o outro, hã?
R: Claude! Brincadeira dele, liga não, Sérgio e Roberta! Tá tentando fazer mestrado em estilo “Frazão”, rsrsrs.
C: Só que muito melhor que ele, hã, chérie?! Rsrs. Mas vão circular, beber... conversar... fiquem à vontade, hã?
Assim que eles se afastam, ele se aproxima do ouvido de Rosa.
C: Mon amour... vamos sair assim  “à francesa”? Preciso tirar essa roupa e ficar contigo, literalmente, hã? Ele a encosta em seu corpo.
R; Assim, sem ninguém perceber? Quer saber? Vamos! Eu também não aguento mais esse vestido e esses sapatos.
E sem que ninguém perceba, eles saem com destino à felicidade!

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