CAPÍTULO
XVII – VERDADES
Eles passeiam pelo jardim, de mãos dadas.
C: Cherie, fala alguma coisa... não fica assim...
isso non vai te fazer bem, hã?!
R: Claude, eu não sei o que falar... eu só queria
que esse encontro não tivesse acontecido.. nem hoje, nem nunca, nunca...- E as
lágrimas que ela havia segurado, começam a rolar pela sua face.
Claude a abraça, acariciando suas costas por algum
tempo.
C: Non fica assim... eu já falei que eles non podem
nos abalar... non podem nos atormentar... nós somos mais fortes que eles, chÉrie...
a gente se ama... – Ele a afasta o suficiente pra olhar em seus olhos - Você confia em mim?
R: Eu sempre confiei, meu amor... é só que... eu
não estava preparada pra ver ele... aliás eu não quero vê-lo! Quanto mais longe
ele ficar de mim, melhor!
C: Uma coisa é certa: o Coutinho tá aprontando
alguma... Sozinho ele já non presta... agora que se juntou com esses dois
enton... a gente precisa conversar com o Freitas e o Antoninho. Mas non
agora... agora eu quero ver você sorrir
de novo, hã?
R: Eu vou tentar...
C: Tentar non basta, hã? Tem que fazer... eu tenho
uma ideia..- E a beija, de forma delicada, que aos poucos vai se transformando,
mexendo com o desejo de ambos...
Ela se afasta dele, sorri e diz:
R: Você é o único, único amor da minha vida!
C: Viu como foi fácil sorrir?
R: É só porque você me faz feliz...
C: Vamos voltar... o pessoal deve estar preocupado
contigo...
Eles voltam ao interior do salão. Todos estão
dançando. Roberta e Sérgio, Janete e Frazão, Freitas e Ninica, até Alabá e
Antoninho... Nem sinal do trio....
R: Olha só... eu acho que o Antoninho tá
interessado na Alabá! Seria bom se desse certo...
C: A gente pode dar uma ajudinha... aproximando
mais eles rsrsrsr. Vem vamos dançar um pouco, assim você relaxa... com essa
música... em meus braços...
Dançando com, ele, Rosa tenta desviar os
pensamentos, se entregando àquele momento, encontrando no corpo de Claude o
controle do seu. Quando a música termina, eles voltam à mesa.
R: Claude, eu vou ao toalete, já volto.
C: Oui, mon amour...
Rosa olha em volta, procurando por Nara e Júlio,
mas para seu alívio, não os vê.
“Tomara que tenham ido embora!” –
Pensa consigo mesma.
Ela vai ao toalete, lava seu rosto, refaz a
maquiagem levemente, descansa um pouco e sai distraída. É quando sente duas
mãos que a puxam para o lado oposto ao que ia.
R: Que isso! Me solta! Enlouqueceu? – Diz ríspida,
ao ver que era Júlio.
Ju: Eu preciso falar com você, belezinha...
R: Eu não tenho nada pra escutar de você! E não me
chame assim... meu nome é Rosa!
Ele acaricia o braço dela e continua:
Ju: Nossa! Você mudou mesmo! Antes não reclamava,
quando eu te chamava assim...
R: Antes eu era ingênua! Acreditava que o seu jeito
de ser era uma demonstração de amor... mas você não é capaz de demonstrar nenhum sentimento, porque você é egoísta,
insensível, inescrupuloso!
Ju: Uau! Adoro ser elogiado! Você acha, realmente,
que me comove com essas palavrinhas idiotas? – E vai se aproximando mais dela.
Automaticamente Rosa se afasta, e acaba contra
parede do toalete. Ela olha para os lados, mas não há ninguém por perto...
Ju: Perfeito! Agora você está exatamente como eu
queria: sem saída... eu estou louco de vontade de sentir o gosto da sua boca,
novamente...
R : Você não se atreveria... – Diz Rosa, tentando
ganhar tempo...
Ju: Pode apostar que me atrevo... e você vai ganhar
a aposta – E a segura pelos braços.
Rosa tenta se soltar, mas não consegue. Ela começa
a tentar chutá-lo nas pernas, no joelho, onde conseguir acertar...
R: Seu cretino, cafajeste... me solta... você tá
fazendo isso aqui, porque sabe que eu não vou gritar, por causa dos americanos... seu covarde!
Ju: Isso, fica assim... nervosinha, agitada...
quanto mais você ficar mais vai me dar prazer... começando por um beijo... - E
vai de encontro a boca de Rosa, que vira o
rosto, tentando escapar do contato...
Claude, que procurava por ela, chega neste momento
e percebendo a situação diz:
C: Se você preza por sua integridade física, non
continue. Solta minha esposa e dá o fora daqui!
Ju: Nossa! Eu estou tremendo de medo de você, seu
francesinho metido à empresário! Eu e a Rosa, temos uma história, isso você não
pode mudar.
Claude tem intenção de bater em Júlio, mas Rosa o
impede.
R: Não, Claude! É isso que eles querem... barraco,
um prato cheio pra imprensa que está aí. Não vale a pena se sujar por isso!
C: Eu to pouco me importando com a imprensa, hã?
Esse canalha merece apanhar!
Ela se volta pra Júlio:
R: Essa história tá enterrada, Júlio. E eu não faço
questão de recordá-la! Esquece a gente... vai cuidar da sua vida!
Ju: Que romântica essa troca de gentilezas entre
vocês! – Diz ironicamente. – Você sabia, Claude, que eu fui o primeiro homem a
dar prazer pra sua esposa?
C: Mas você é muito baixo mesmo! Eu vou quebrar os
seus dentes, seu canalha... – E tenta tirar Rosa, que estava entre eles...
avançando sobre Julio que se esquiva.
R: Não, Claude! Ele não vale nem isso! – Ela olha
pra Júlio e continua: Você nunca me deu prazer, porque você nunca foi homem!
Você foi um animal, nojento, que me usou, me possuiu a força sem se importar
com minha dor, com meus sonhos...Você foi cruel, covarde, oportunista... Eu
creio até que você “nunca” poderá dar prazer a uma mulher, simplesmente porque
você não sabe o significado desta palavra!
Julio se transforma, com uma expressão de ódio nos
olhos, mas Rosa ainda tem mais a lhe dizer:
R: Você era um fantasma em minha vida, que
assombrava meus desejos e meus sonhos. Mas agora eu não tenho mais medo de
você. Nem do que você me fez. Eu consegui te apagar da minha mente. E eu quero que você escute bem isso que eu
vou falar: homem na minha vida, ou melhor, homem da minha vida é o meu marido,
o Claude. Ele sabe me dar prazer! Ele sabe respeitar o meu desejo!
Ju: Sua vaga...
C: Nen termina de falar, porque senon eu vou
esquecer onde estou e porque estou. E nem o bom coraçon de Rosa vai me impedir
de acabar com você!
Ju: Você vai se arrepender,
Serafina! Vocês dois acabam de ganhar um inimigo! Fiquem espertos! – E vira as
costas, indo embora.
Rosa se joga nos braços de Claude, procurando
abrigo.
C: Ele machucou você, chérie?
R: Não... graças a Deus você chegou... eu estava
saindo do toalete e ele me agarrou pelos braços... tentando me beijar...
C: Você demorou, eu fiquei preocupado, pensei que
você tivesse desmaiado, enton quando cheguei perto do toalete eu vi aquele
ordinário tentando agarrar você. Mon Dieu, eu queria ser o homem elástico pra
pegar ele à distância!
R: Mas ele ameaçou a gente... Meu amor, não é
melhor a gente fazer uma queixa na delegacia?
C: Mas nós non temos provas... vai ser a palavra
dele contra a nossa... e por falar em palavras, que foi aquilo tudo que você
disse a ele, hã?
R: Só o que ele precisava ouvir! A verdade, amor...
C: Hummm... quer dizer que eu sei te dar prazer, é?
– Diz ele, bem baixinho, no ouvido dela.
R: Sabe... - Responde Rosa - Exatamente como agora
– diz com a respiração acelerada...
Suas bocas se encontram, num beijo cheio de
promessas...
R: Claude, acho que a gente pode ir, né? Eu quero a
nossa casa...nosso quarto...
C: E eu quero terminar o que começamos pela manhã!
– Diz com desejo no olhar. - Só vamos nos despedir de todos antes, hã? Principalmente
de Mr. e Ms. Smith.
R: Claro... vamos...
E eles saem de mãos dadas, despedem-se de todos e
vão embora, sem notar que duas pessoas os acompanhavam com um olhar de fúria,
inveja e despeito.
Eles chegam ao prédio.
Na manhã
seguinte
Ela toma
um banho, lava os cabelos e desce para preparar o café da manhã, já que Dadi
fora passar o feriado na casa de parentes. Ao chegar na sala ela percebe as
roupas pelo chão e passa a recolhe-las, lembrando de tudo que vivera na noite anterior. Ela deixa as roupas
no sofá, pois quer fazer o café antes que Claude acorde.
Rosa vai
para a cozinha, e prepara algumas torradas, café, suco, leite, vai pegando tudo
que encontra na geladeira e no armário e
que possa estar num café da manhã reforçado.
Ela leva
tudo para a mesa, arrumando harmoniosamente e coloca um pequeno arranjo de
flores no centro.
C: Mon Dieu!
Você acordou inspirada, mon amour.. Bom jour!- Diz ele, enquanto a abraça por
trás e lhe dá um beijo no pescoço.
R: Bom
dia! Você foi a minha inspiração, meu amor!
C: Você
fez tudo isso pensando em mim?
R: Sim...
não gostou? Eu sei que não sou uma grande cozinheira, mas eu engano bem...
rsrsrsrs
C: Claro
que eu gostei, ma chérie. Eu gosto de tudo que você faz pra mim, oui?- Diz ele
maliciosamente.
R: Então
vamos nos sentar e comer... - Diz
evitando olhar pra ele...
Eles
sentam e ao mesmo tempo toca a campainha e o telefone.
Rosa vai
atender o telefone e Claude se dirige à porta.
C: Você
está esperando alguém? – E a campainha insiste...
R: Não...
– Diz olhando pra ele.
Sônia que sujeito cafajeste esse Júlio! Ele e Nara vão ser as pedras do caminho de Rosa e Claude, umas criaturas do mal! Está muito bom! Bjs.
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