Capitulo XX- Tornados - Parte II
Após
o almoço.
R:
Claude, você vai precisar de mim na reunião?
C:
Non, chérie. Mas se você quiser participar, será bem vinda, hã?
R:
Se você não se importar, eu vou aproveitar e visitar meus pais, então.
C:
Oui. O Rodrigo te leva pra lá e depois pra casa. – Diz ele, já pedindo à Silvia
para localizar Rodrigo.
R:
Por falar em casa, enquanto não acabarem as filmagens, não adianta ir até a sua
casa... nem o Colibri tá indo...
C:
Nossa casa, chérie! Que você acha da gente mudar pra lá depois de pronta?
R:
Sério? Eu adoraria! - Diz toda contente.
C:
Mesmo porque – ele se aproxima dela – se a cegonha aprovar nosso pedido... precisaremos
de mais espaço! E a enlaça por trás, beijando a nuca de Rosa.
R:
É isso mesmo que você deseja, amor? Ter um filho?
C:
Um só non... dois ou três... – e passeia
com sua mão pelo ventre dela – você concorda?
R:
D`accord! – Ela tenta imitá-lo, mas não termina, pois os lábios dele já estão
sobre os seus...
O
interfone toca:
S:
Dr. Claude. O Rodrigo está à disposição.
R:
Boa reunião, meu amor! Tchau!
C:
Rosa... cuidado hã? Tenha sempre o Rodrigo por perto...
Rosa
vai visitar os pais e passa o resto da tarde por lá. Na volta, nem Rodrigo nem
Rosa, percebem que um carro os segue.
Ao
anoitecer, Júlio vai até a periferia da cidade. Chegando ao local combinado,
encontra alguns “seguranças”, armados.
Seg:
Onde é que o mauricinho pensa que vai, hem?
Ju:
Eu preciso falar com o Coronel.
Seg:
E tu marcou hora?
Ju:
Vai lá e avisa ele que a encomenda do Coutinho quer falar com ele.
Enquanto
um dos seguranças vai conversar com o tal Coronel, outros ficam de olho em
Julio. Alguns minutos depois ele volta:
Seg:
Pode liberar o sujeito... Coronel vai te dar dez minutos do tempo dele. Depois
tu sai, senão “nois” entra....
Dentro
da casa:
Traf:
Você é muito corajoso. Me procurar, mesmo devendo, e sem o dinheiro em mãos!
Ju:
Vamos direto ao ponto. Eu já estou por dentro da proposta do Coutinho. E eu
quero fazer uma contraproposta.
Traf.:
Solta aí...
Ju:
Eu te pago o dobro pra você me livrar deles...
Traf.
Você acha que eu sou burro? Você não me pagou “os mil” que me deve, como vai me dar um milhão de
reais?
Ju:
Então, pra eles eu valho quinhentos mil, morto! Eu te ofereço um milhão e meio.
Vai ter um acontecimento aí, e eu vou me dar bem... mas preciso tirar o
Coutinho da parada.
Traf.
E porque eu confiaria em você? Não confio nem na minha mãe!
Ju:
Dois milhões. Minha última oferta. De dólares.
Traf:
E eu posso como você vai ter essa grana? Vai assaltar um banco americano?
Ju:
Quase. - E dá uma risadinha cínica. Vou “assaltar’ a dona da grana! Escuta só a
história... (...) blá-blá-blá (...)
Traf.:
Opa... agora a conversa mudou de cor... Eu posso até te ajudar com essa
operação, te emprestar mão de obra qualificada...
Ju:
Feito.
Traf:
Mas eu quero três milhões...
Ju:
Negócio fechado. Assim pago com juros e correção monetária. E fico limpo com
você. Volto pra Itália, de onde nunca deviam ter me tirado...
Traf:
Põe teu plano em ação Vou deixar dois
dos meus “seguranças” perto de você.
Assim que a grana for pra sua mão, você me liga – E entrega um celular pra ele.
Ju:
Isso vai levar uns dias ainda.
Traf:
Eu espero vinte dias... depois disso, fica valendo a oferta do Coutinho...
Ju:
Vinte dias?!
Traf:
É pegar ou largar!
Julio
acena com a cabeça, pois seus dez minutos acabam com a entrada do segurança... e
ele é escoltado pra fora e levado dali.
No
flat/hotel:
N:
Os pivetes tão seguindo a esposinha do Claude! Assim que der brecha, outro
assalto! – Fala desligando o celular.
Cout:
Nara, talvez eu tenha que sair do Brasil. Essas CPIs estão investigando até os
lixos das ONGs. E a minha está no meio. E eu tenho o rabo preso com muita
gente, não posso ser detido.
N:
Você deixou vestígios de fraude? Não acredito que cometeu esse erro tão
primário!
Cout:
Dinheiro é uma tentação, Nara! E vindo do governo, fácil como veio, desviado,
eu nunca imaginei que ia dar nisso. Os repasses foram bloqueados por três
meses. Eu não vou ter como manter a ONG funcionando.
N:
Bem se você deixar tudo armado, eu continuo com o plano e assim que o dinheiro
cair na conta falsa, eu transfiro para a nossa conta naquele paraíso fiscal...
Cout:
E a gente se encontra na Suíça. Depois é só curtir umas férias... a gente vai
merecer! Kkkkkkkkkk
Três
dias depois. Na construtora.
F:
Claude, meu amigo, aqueles empresários já te deram uma resposta?
C:
Non, ainda non,,, Eles querem primeiro viabilizar junto aos bancos de lá os
tipos de financiamentos possíveis. Mas eu to confiante, Frazon.
F:
E aqueles dois projetinhos de gangsters, não aprontaram mais nada? Aliás, três,
né!
C:
Non. Aquele investigador, amiguinho seu, tá passando as informações que pode.
F:
O Paulo é gente boa, mon ami. Não sei por que você se incomodou com ele.
C.
Porque ele ta flertando com Rosa, hã?
F:
Hummm... mas a Rosa não vai te trocar por ele não, francês! E o Paulo só ficou
impressionado com ela... Ele nunca se
envolveria com uma mulher casada.
C:
Eu acho bom mesmo, hã?
Nesse
momento entram Rosa e Janete.
R:
Amor, Janete e eu vamos dar uma saída pra resolver algumas pendências do
casamento. Mas a gente volta.
F:
E não podemos ir juntos?
J:
Não. É coisa de meninas! – Ele faz cara de magoado.
C:
É só falar com o Rodrigo, você já sabe, non?
R:
Oui, oui... vamos Jane?
No
Shoping, elas vão a várias lojas, apreciam alguns vestidos mas não decidem
nada.
Ao
saírem da quinta loja:
R:
Janete, eu acho que estamos sendo seguidas... olha aqueles dois pivetes ali...
onde a gente vai eles aparecem atrás...
J:
Vamos comer alguma coisa. A gente aproveita e faz um teste prá ver se eles tão
mesmo seguindo a gente...
Depois
de irem ao banheiro, elas se ajeitam na praça de alimentação. Rosa procura
pelos dois rapazes...
R:
Olha eles aí de novo, Jane!
J:
Ai, amiga! Isso tá me dando medo já! Vamos encontrar o Rodrigo e voltar.
R:
Sem comer? Nem pensar... eu to morrendo de fome! E aqui eles não vão arriscar
fazer nada...
Elas
lancham e depois seguem ao encontro do lugar combinado com Rodrigo. Os dois
pivetes tentam disfarçar, mas não conseguem. Elas apressam o passo e eles
também...
As
duas começam a correr e ao avistarem Rodrigo gritam:
R&J:
Abre a porta, Rodrigo! Rápido!
Ele
abre a porta, elas entram e ele sai do estacionamento.
R:
Tudo bem com vocês? Eles fizeram algo?
R:
Não deu tempo, Rodrigo! Nossa! Eu to sem ar!
Rod:
Eu vou voltar pra construtora, senão o Dr. Claude não vai me perdoar!
No
flat/hotel.
N:
Dois dias sem aparecer! Júlio está de brincadeira!
Ela
abre a porta pra sair e dá de cara com ele.
N:
Posso saber onde você estava e com quem?
Ju:
Nossa! Tá com ciuminho é? Eu estava arrumando dinheiro por ai... - Fala,
tentando beijá-la, mas ela se esquiva.
N:
E o que eu pedi pra você fazer com a sua ex-noivinha? Já sabe quando vai fazer?
Ju:
Eu não vou machucar a Serafina! Ela não!
N:
Se você não quer fazer, eu arrumo quem faça! E pra logo! Já tem dois pivetes do
Coutinho atrás dela... eles vão adorar “brincar” com ela. Depois as fotos caem
na internet, nos jornais, aí é desmoralização, o cancelamento do contrato com o
idiota do Claude... ele vai ficar na miséria!
Ju:
Você não ouse fazer mal a ela, sua vadia! – diz Júlio, alterado.
N:
Você bêbado é insuportável! Eu to saindo. Vê se toma um banho frio! “E aproveita
o tempo que te resta”. Pensa e o deixa só.
Mas
Júlio se serve de uma dose de whisky. Depois outra e outra, até quase esvaziar
a garrafa.
J:
“Eu preciso alertar a Serafina... porque eu preciso dos dólares também” – Ele
esboça um sorriso irônico.
De
volta à construtora.
Rodrigo
entra com Janete e Rosa, e conta o que aconteceu.
C:
Tudo bem, Rodrigo. Você agiu bem, hã. Non se preocupe. Se eu precisar de você eu chamo, ok?
Rod:
Sim, senhor. Com licença.
C:
Rosa, você está bem? Eles tentaram alguma coisa?
R:
Não deu tempo, Claude. A gente saiu correndo não é mesmo, Janete?
J:
É sim... eu vou lá falar com o Frazão, com licença...
Rosa
levanta-se da cadeira que tinha sentado e volta a se sentar rapidamente, pondo
as mãos na cabeça.
C:
Que foi chérie? Você tá pálida!
R:
Eu acho que baixou minha pressão! Essa correria, esse estresse!
C:
Vai pra casa, hã? Toma um banho e descansa. – Ele faz um carinho pelo rosto
dela.
R:
É, eu acho que vou mesmo... e já sei... O Rodrigo me leva!
Quando
chega em casa, Rosa encontra Dadi retirando mais caixas do quartinho da
bagunça. Ela resolve ajudar. Assim mantém a mente ocupada.
Elas
colocam algumas caixas em cima da mesa da sala de jantar e vão retirando os
objetos.
R:
Achei Dadi, alguns enfeites aqui nesta caixa. São lindos e estão perfeitos! Dá
pra usar na árvore que a gente comprou. Eles ficaram de entregar hoje. Eu vou
ligar pra Janete vir aqui nos ajudar! – Depois de ligar ela volta às caixas.
D:
Nossa, tem mais coisas do que eu me lembrava. D. Rosa!!!! Encontrei o mini faqueiro
que a D. Anabelle trouxe da França! Dr. Claude achava que tinha sumido na
mudança.
Curiosa,
Rosa vai olhar o jogo de facas e tira uma a uma. São todas com lâminas de
cerâmica e zircônio. Ela lê na embalagem:
“Jogo
de facas francesas – Lâminas de cerâmica/zircônio, cabos de madrepérola. Edição
Especial Limitada -Linha Juba - Fabricação Francesa: Durandal & Cia - Marca
Registrada”.
R:
São lindas! Não teria coragem de usá-las! Parecem jóias!
O
interfone toca e Dadi atende.
D:
D. Rosa chegou a sua árvore eu vou buscar lá na portaria. O porteiro é novo e
não quer deixar o entregador subir... esquisito né?
R:
Tudo bem Dadi. Eu vou separando as coisas por aqui.
Dadi
sai e Rosa coloca as facas sobre a mesa, ao lado de alguns festões e algumas
bolas coloridas.
A
campainha toca. Como Dadi não está, Rosa vai atender.
Na
construtora.
Claude
e Frazão estão na sala, discutindo algumas pendências de novos projetos. Janete
entra na sala.
J:
Com licença, A Rosa me ligou agora. Ela encontrou os enfeites de natal que
foram da sua mãe, Claude. Eu estou indo pra lá, como a gente combinou. Já são
mais de quatro horas... algum problema ?
C:
Por mim nenhum... até que o dia está calmo, nenhum mestre de obra ligou pedindo
material, dizendo que está com a obra atrasada. Só fiquei preocupado com o
lance dos pivetes. Janete, eles non tentaram nada mesmo?
J:
Não. Mas que eles estavam nos seguindo, isso estavam! Bem eu vou então. Frazão
depois você me pega lá? – E caminha até a porta.
F:
Claro minha deusa! Assim que o francês me liberar!
C:
Muito engraçadinho... háháhá! Olha como estou rindo! Janete espera um pouco... vamos
todos, hã? Assim faço uma surpresa pra Rosa, ela está ton abatidinha!
F:
Santa Rosa! Claude saindo mais cedo do escritório, só por Rosa mesmo! A gente
se encontra lá. Eu vou no meu carro com Janete. Só vou guardar esses documentos
na minha sala. Aurevoir!
Claude
sai imediatamente. Alguma coisa o perturbava. Uma sensação estranha, de perigo
pairava em seus pensamentos. Ele procura ir o mais rápido que pode.
Assim
que abre a porta, Rosa tem uma surpresa desagradável:
R:
Você? Vai embora! – E tenta fechar a porta, mas ele a impede.
Ju:
Oi, Belezinha! Nossa você tá linda!
R:
E você bebeu, pra variar... vai embora, não temos nada pra falar!
Ju:
Serafina, eu preciso falar com você, me escuta, por favor!
R:
Mas eu não quero falar com você! Sai daqui... – Mas ele força sua entrada e vai
até o centro da sala.
Ju:
Eu preciso, preciso falar com você! Me escuta! Foge comigo, Serafina... Eu
nunca te esqueci...eu percebi que a Nara
é só uma diversão, é de você que eu gosto... larga esse francês e vem comigo!
R:
Chega! De onde você tirou essa idéia ridícula? Eu jamais ficaria com você de
novo! Nunca! Nem que você fosse o último homem do planeta! Aliás, ai mesmo que
eu não ficaria... o planeta não merece herdar seu DNA! Você já falou muita besteira! Sai! Vai embora
ou eu chamo o segurança do prédio!
Ju:
Sua estúpida! Eu querendo salvar sua pele... e você dando uma de superior! Você
vai comigo, querendo ou não! – E aponta uma arma pra ela.
R:
Que isso, abaixa essa arma, Julio! Por favor, abaixa isso!
Ju:
Acabou sua coragem? Cadê seu discursinho barato? Pega sua bolsa que você vai
comigo. AGORA!
Rosa
estremece. Ela olha bem nos olhos de Julio e percebe que algo não está certo
nele.
R:
“Meu Deus, ele parece drogado, além de bêbado!”
Ju:
Que foi? Pára de me olhar assim! Eu estou perfeitamente bem... e sei muito bem
o que quero! E se você for esperta, vai me obedecer, senão...
A
campainha toca. Eles escutam a voz de Dadi:
D:
Dona Rosa, Abre a porta, sou eu Dadi. Precisei subir por aqui porque o elevador
de serviço tá em manutenção. D. Rosa, tá me ouvindo?
Ju:
Abre a porta e faz ela entrar Não tenta
nada, senão eu atiro nas duas.
Rosa
tenta manter a calma, e abre a porta, devagar. Assim que Dadi entra, Júlio a
empurra, e a porta fica entreaberta.
D:
Ai! Meu Deus! D. Rosa, que tá acontecendo? – Dadi deixa a árvore no chão.
Ju:
Cala a boca! Eu to fazendo uma festinha, não tá vendo? E aponta a arma pra ela.
– Vai andando pro seu quarto. Isso não estava nos meus planos... Eu vou trancar
você lá. Serafina vem comigo! Acha que vou deixar você escapar? E a segura pelo
braço, praticamente a arrastando.
D:
D. Rosa! Me desculpa! Eu não devia ter deixado a senhora sozinha!
R:
Calma, Dadi, não faz nada... ele tá armado!
Ju:
Chega de cochicho! Entra logo aí!
Ele
coloca uma mordaça em Dadi e amarra suas mãos para trás. E a deixa trancada no
banheiro do quarto. Se volta pra Rosa e diz:
Ju:
Agora é entre a gente! Meu Deus, eu tinha esquecido o quanto você me atrai..xe
vai se aproximando dela.
Rosa
vai andando pra trás, até encostar na mesa, onde estavam os enfeites.
R:
Jùlio, pára com isso. Não vale a pena. Você já está procurado pela polícia! Pra
que se arriscar e acabar preso?
Ju:
Eu to ferrado de qualquer maneira! Nara e Coutinho me querem fora do caminho
deles. Tem traficante me vigiando. Sem contar os americanos... dívidas de jogo!
Eu preciso de grana, Serafina! E você vai me dar essa grana!
R:
Você enlouqueceu! Eu não tenho dinheiro algum! - Ele está muito próximo dela.
Ju:
Mas vai ter! Os dez milhões que os americanos vão por na sua mão!
R:
Esse dinheiro é do Claude, da construtora , pra construção das casas!
Ju:
Então... você vale dez milhões de doláres...vem comigo pra Itália, a gente pode
viver muito bem com essa grana Eu pago os três milhões que prometi, tiro a Nara
e o amante dela da jogada e ainda sobram sete pra gente ser feliz! – ele começa
a passar a mão livre pelo rosto de Rosa, que tenta se esquivar.
Como
não tem sucesso, Julio coloca a arma no cós da calça, na parte de trás e segura
a cabeça de Rosa, tentando beijá-la. Rosa se agita:
R:
Não! Pára com isso seu covarde! Estúpido! Cafajeste!
Ju:
Isso, você lembrou que é assim que eu gosto? E continua se aproveitando do
corpo dela. Rosa passa as mãos pela mesa e encontra a faca francesa. Não pensa
duas vezes, ela segura a faca, dá um chute em Júlio:
R:
Não me toca mais, senão eu juro que enfio essa faca em você!
Júlio
dá uma gargalhada descontrolada e diz:
Ju:
Você não tem essa coragem e nem essa força toda! E ninguém pra te defender
agora, Belezinha. Isso só aumentou minha vontade... e você vai ser minha agora!
Na casa do seu maridinho!
R:
Nunca! Nunca! – E anda para o outro lado, em direção à sala.
Julio
pega a arma e se aproxima de Rosa, que tenta golpeá-lo com a pequena faca... ela
dá alguns chutes nele, que acertam em seu ponto mais sensível. Ele larga a
arma, Rosa a chuta pra debaixo do sofá, e volta a golpeá-lo, acertando o ombro
dele, fazendo um corte. Mesmo sangrando, Júlio não desiste:
Ju:
Sua ordinária! Agora você vai ver! Não quer ficar comigo por bem, vai ficar de
qualquer jeito! E quando eu acabar, nem todo amor do francês vai se suficiente
pra te consolar...- Ele segura o pulso de Rosa e aperta, até que ela solte a
faca.
Júlio
usa toda sua força e prende Rosa com os braços pra trás. Arrastando-a até o
sofá, onde a joga sem nenhum cuidado.
Ju:
Agora o meu show vai começar... se prepara, Belezinha!
R:
Não faz isso, Júlio – E começa a chorar, desesperada. – Pela sua mãe, não faz
isso!
Ju:
Mãe? Minha mãe era uma vadia, igual a todas as mulheres que eu conheço! Eram
tantos homens que ela recebia em casa, que eu cansei de ter “tios”. Chega de
conversa fiada.. Vamos ao que me interessa...e começa a tentar tirar a roupa de Rosa, que bate nele, desesperada:
R:
Seu imundo! Porco! Você me dá nojo, Júlio!
Ju:
Cala a boca! E sacode Rosa violentamente, que o empurra, sem sucesso, enquanto
ele rasga sua blusa!
R:
“Meu Deus, de novo, não”! Socorro! Alguém me ajuda! Socorro! – E Rosa continua
batendo com os punhos nele, acertando o ferimento.
No
banheiro, Dadi, ouvia os gritos de Rosa, e tentava se desvincilhar das amarras.
Ju:
Meu ombro! Sua vadia! Igual às outras. Eu vou te mostrar do que as vadias
gostam...
R:
Eu não sou vadia! Pára com isso, você está me machucando! Socorro!!!! – Grita
Rosa já com os olhos fechados.
Ju:
Grita...assim eu me excito mais! – Ele começa a tirar o cinto da sua calça.
Enquanto
isso...
Claude
chega ao prédio, deixa o carro no estacionamento e sobe. Seu coração bate
descontrolado. Ansioso. “Mon Dieu, que é isso que eu estou sentindo? Que
demora, esse elevador não anda.” – Pensa ele.
O
elevador pára e ele sai apressado estranhando ver a porta do apartamento meio
aberta, quando escuta a voz de Rosa, gritando por socorro. Ele corre pelo
espaço que falta até a porta, gritando:
C:
Rosa!!! Rosa!!! – E encontra aquela situação, partindo pra cima de Júlio. –
Tira as mãos dela, seu animal!
Claude
puxa Júlio pelos braços, desferindo vários socos nele, que não esperava por
isso e se desequilibra. Mesmo assim Júlio revida, acertando um murro em Claude.
Os dois caem no chão e Claude consegue imobilizar Júlio, prendendo-o com o
próprio corpo, enquanto continua batendo nele
C:
Covarde! Cafajeste! Eu devia ter feito isso antes! – Júlio começa a sangrar,
por causa dos golpes... já sem muita reação devido à bebida.
R:
Claude! Chega... você vai acabar matando
ele! – Diz Rosa, chorando.
Na
entrada do prédio, Frazão e Janete descem do carro e dão de encontro com Paulo.
F:
Paulo! Que coincidência você por aqui!
P:
Você mora aqui também?
F:
Não, não. Nós viemos até a casa do Claude. Aconteceu alguma coisa?
P:
Eu recebi um aviso do meu pessoal de campana, de que o Júlio Castelli invadiu o
prédio... e pelo endereço eu percebi que era o prédio deles... Ele só pode
estar atrás dos dois... Vou subir até lá. Vocês dois fiquem por aqui.
Ele
vai apressado com para o elevador, deixando Janete e Frazão apavorados.
J:
Nem morta que eu deixo minha amiga nessa hora! E corre para o outro elevador,
puxando Frazão pela mão.
Todos
chegam quase ao mesmo tempo. Encontram Claude ainda esmurrando Júlio.
Frazão
segura Claude e o tira de perto de Júlio:
F:
Francês, chega! Olha o estado que ele está! Você quer ser acusado de
assassinato?
C:
Esse canalha ia violentar a Rosa, Frazon! Me solta! Rosa!
Claude
vai até ela e a abraça:
C:
Mon Dieu! Chérie, você tá machucada? Ele feriu você?- Diz enquanto olha pra
ela, para o seu corpo.
R:
Eu acho que não!- Rosa está tremendo. Claude percebe a blusa rasgada, tira o
seu paletó e põe em Rosa.
Paulo
levanta Júlio do chão, que começa a rir.
J:
Rosa! Amiga! Eu devia ter vindo com você! Meu Deus, que absurdo!
R:
A Dadi! Ele prendeu ela no banheiro aqui debaixo! Ela está amarrada e
amordaçada.
F:
Deixa que eu vou lá ajudá-la! Se segura aí francês! Vem comigo, Janete.
P:
Tá rindo de que o palhaço? Você vai comigo pra delegacia. – E algema Júlio, que
continua rindo, alucinado. – Infelizmente vocês terão que ir ao hospital para o
laudo de lesões corporais, assim como ele. Eu vou registrar a ocorrência e
amanhã vocês passam de lá para assinar. Mas o laudo tem que ser feito hoje!
Ju:
Maldita, Serafina! Sempre em meu caminho... Primeiro seu pai... agora você! Olha
só o que você fez em mim! Eu tentei
alertar você... contra os dois...! Agora eu não to nem aí pro que te
acontecer...
R:
Meu pai? O que foi que meu pai fez pra você Júlio?
C:
É o que foi que S. Giovanni começou que eu posso terminar, hã? Pergunta Claude,
de maneira ameaçadora.
Ju:
S. Giovanni? Kkkkkkkkkkkk Quem disse que eu falei dele?
R:
Você falou que meu pai fez algo a você!
Ju:
Você é ingênua mesmo, estúpida ou se faz de desentendida, Belezinha?
C:
Non chama Rosa assim non, seu covarde!
R:
O que você está querendo com isso, em Júlio? O que meu pai tem a ver com toda
essa história sórdida sua?
Jú:
Pergunta pra ele, pro S.Giovanni, o que “seu pai” tem a ver com tudo isso!
R:
Me diz você!
Jú:
Chega... perdi a vontade de falar com você! Me leva logo pra essa delegacia...
P:
Eu vou na frente com ele. Encontro com vocês no Hospital São Luís. É lá que
fazemos os laudos.
R:
A gente vai em seguida, não é, Claude?
C:
Isso! E... Paulo, obrigado, hã?
P:
Eu estou só fazendo o meu serviço, cumprindo meu dever de policial. Espero
vocês lá. – E sai levando Júlio.
Dadi
é solta e vem correndo pra sala com Frazão e Janete atrás.
D:
D. Rosa! A senhora tá bem? Esse cavalo fez algum mal à senhora?
R:
Ele tentou Dadi, mas o Claude chegou a tempo de evitar, graças a Deus!
J:
Rosa, se eu estivesse já com você...
R:
Ele teria trancado você com a Dadi. Ninguém tem culpa de nada... pena que não
enfeitamos a árvore. Fica pra outro dia... Eu vou tocar de blusa, com licença.
C:
Bem pessoal, eu vou levar Rosa pra fazer o laudo... Vocês esperam por aqui ou
vão embora?
F:
Você também vai ter que fazer um laudo, francês! Ele te acertou também... e
você deixou muitas marcas nele!
C:
Minha vontade era de acabar com ele, Frazon...
Rosa
volta, arrumada:
R:
Vamos, então?
F:
Janete e eu vamos com vocês até o hospital e de lá vamos pra casa. Você pode
precisar de um advogado.
Sônia, que tipo perigoso esse Júlio! E pelo jeito vai continuar infernizando Rosa e Claude. Estou curiosa pra saber o que tem o pai de Rosa, que segredo existe nessa história. Muito bom! Bjs.
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