sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O INFERNO DE UM ANJO - CAPÍTULO 13 - COLABORAÇÃO: PAULO SENA


O INFERNO
DE UM ANJO
Romance-folhetim



Título original:
L’enfer d’unAnge


Henriette de Tremière/o inferno de um anjo

(Texto integral) digitalizado
e revisado por Paulo Sena

Rev. G.H.
BIBLIOTECA GRANDE HOTEL


Capítulo XIII
O ENVENENADOR DE ALMAS

Maria "Flor de Amor", depois do que havia sucedido a Luís Paulo, não teve mais um momento de paz e, enquanto pensava nele, lágrimas de dor ardente brotavam de seus lindos olhos.
Não sabia absolutamente nada a respeito do rapaz, nem para onde o haviam levado, nem o que lhe poderiam ter feito. Embora tivesse interrogado, implorando aos enfermeiros que lhe dissessem ao menos se o homem que ela amava estava vivo ou morto, ninguém havia deixado escapar uma só palavra.Quanto a ela, não podia queixar-se muito agora do modo pelo qual estava sendo tratada.
O doutor Démon, de uns dias até aquela data, tornara-se estranhamente amável para com ela; permitindo-lhe andar livremente pela clínica, mas sem descer ao jardim, do qual, aliás, não poderia fugir, de qualquer modo.
Também os enfermeiros, e de modo especial a cruel Viviana, braço direito de Démon, não a tratavam mais duramente como dantes, e se haviam tornado quase gentis.
Naturalmente, devia ter havido uma ordem do médico, acompanhada de uma ameaça de severas punições, mas a doce, "Flor de Amor", na sua inexperiência, atribuía aquela melhora a um crescente sentimento de compaixão naquela gente de coração de pedra. Se pudesse imaginar que o satânico doutor Démon se apaixonara por ela, a coitada desmaiaria de horror!Por sorte, o médico-patife era muito vaidoso, considerava-se bonitão e atraente e havia resolvido conquistá-la somente pelo poder dos seus atrativos pessoais. Naturalmente, porém, suas atenções e suas gentilezas inspiravam a Maria "Flor de Amor", simplesmente instintiva repugnância.
A boa menina achava modo de fazer uso, inclusive, da relativa liberdade que lhe era concedida, procurava socorrer e confortar os pacientes em más condições físicas e mentais, merecendo assim a simpatia e o afeto deles. Além disso, havia obtido do doutor permissão para conseguir que, as mulheres que sofriam de demência tranquila fizessem pequenos trabalhos de bordado e malharia, que ajudava as desventuradas a passar o tempo. No entanto, apesar de dedicar-se de corpo e alma aos outros, a mocinha não cessava de pensar no modo de evadir-se da sua prisão. Queria sair a todo custo, para ter notícias de seu querido Luís Paulo. Mas a cada projeto de fuga que fazia, eram tais as dificuldades que se apresentavam, que ela desanimava.
Os enfermeiros eram muito vigilantes, todos fiéis ao doutor Démon. E a terrível Viviana também a seguia por toda parte, como uma sombra. Certamente, o que ela desejava era denunciar os crimes praticados naquela clínica de horrores e implorar o socorro das autoridades.
Mas também esse era um projeto nada fácil de realizar, presa naquele sinistro edifício, isolado do resto do mundo. E a quem "Flor de Amor", poderia recorrer, sozinha e forasteira, em Nova Orleans?
Naquela cidade, nem tampouco no resto da Louisiana, a jovem não tinha ninguém, nem parentes, nem amigos, com exceção de Luís Paulo, que, sem dúvida devia estar impossibilitado de socorrê-la, porque senão já o teria feito. Depois de muito refletir, Maria "Flor de Amor", teve uma idéia que lhe pareceu boa: a de bordar, num canto de uma toalha que deveria ser vendida na cidade, como a maior parte dos trabalhos que os pacientes faziam, estas palavras:
“Eu não estou louca. Sou apenas vítima de um criminoso que me mantém sequestrada. Avisem a polícia! Salvem-me! Maria "Flor de Amor”. Executou o trabalho o mais rapidamente possível e só nos momentos em que ninguém a vigiava. Quando terminou, misturou a toalha entre as outras peças que seriam levadas para a cidade. Esperando em seguida pelo resultado de sua tentativa, retornou às ocupações normais, entre as mulheres às quais ensinava a trabalhar.
Infelizmente, porém, nem todas as doentes a amavam do modo que ela merecia, mesmo por causa de seus cérebros doentios, algumas nutriam pela moça um ódio enorme, que tinha como origem o fato de ela não as ter incluído no grupo das suas alunas, porque estragavam o trabalho, em vez de fazê-lo como deviam. Uma noite, quando Maria ia entrando no refeitório, atacaram-na de surpresa, tentando espancá-la. Felizmente, intervieram a tempo os enfermeiros, que a tiraram das mãos das dementes. A jovem se magoou muitíssimo, não tanto pela agressão das alienadas, mas porque o doutor Démon, logo posto a par daquele ato de insubordinação, como punição ameaçou tomar providências severíssimas, conforme os seus métodos desumanos. Logo depois, mandou chamar "Flor de Amor" ao seu gabinete, o mesmo onde pouco antes a mocinha havia entrado confiante e ignorando o que a esperava, para pedir notícias da mãe.
- Sente-se, minha filha - disse ele, procurando adoçar a voz, quando a viu à sua frente. - Então aquelas feras quiseram atacá-la, hem? Mas não tenha dúvidas! Depois do castigo que vão receber, nunca mais terão vontade de atacar ninguém.
- Oh, doutor, seja compassivo!... - suplicou Maria "Flor de Amor", com lágrimas nos olhos. - Não lhes faça mal!Estão doentes... Não sabem o que fazem! Perdoe-lhes, por favor!
Mas o médico, que não conhecia o significado da palavra piedade, em vez de responder ao pedido de Maria "Flor de Amor", continuou seguindo o curso dos seus pensamentos:
- Ouça-me, menina, quero falar-lhe de umas coisas muito sérias. Bem sei que me detesta e que me considera o seu pior inimigo, mas engana-se! Anseio que compreenda que sou seu amigo e quero protegê-la dos perigos que uma jovem bonita e indefesa como você pode encontrar neste mundo ingrato.
- O senhor não é meu amigo! - interrompeu a mocinha, olhando com repugnância o rosto do homem, contorcido num trejeito que ele desejava que fosse um sorriso. - Se o é, por que não me devolve a liberdade? Por que não me diz o que foi feito de minha mãe?... Tenho certeza de que ela morreu... Morreu de tanto sofrer, e por sua causa! Negue isto, se for capaz! Negue!...
Démon pareceu retrair-se atrás dos seus grandes óculos escuros, como uma tartaruga no seu casco, quando vai ser atacada.
- De fato, sua mãe morreu. - resmungou ele - Mas não nesta casa... E não por minha culpa.
- Por culpa de quem, então? - soluçou Maria, "Flor de Amor", com o coração ferido pela confirmação do que ela tanto temia. - Minha mãe era uma santa, ninguém poderia querer-lhe mal! Eu era muito pequena quando a vi pela última vez, mas guardo bem viva a recordação dela. O senhor deve ter sido o causador de sua morte.
- Espere que eu lhe conte a estória dela e verá como se engana. É dolorosa, mas você tem de escutá-la, só assim irá convencer-se de que eu não tenho culpa nenhuma do que aconteceu. Sua mãe, na mocidade, foi lindíssima... Tal como você, agora, E como você, era sozinha no mundo.
Maria "Flor de Amor" cobriu o rosto comas mãos para esconder sua dor.
- Minha pobre mãezinha... - balbuciou.
- Sim, é uma coisa muito triste, realmente! - disse o malvado doutor, fingindo-se comovido. - Neste mundo infernal de agora, parece que se tornou normal espezinhar a virtude e a honra... Que quer você? Sua mãe também foi vítima da própria ingenuidade! Quem a seduziu era um fidalgo rico, mas, depois de fazê-la perder a honra, mediante falsa promessa de casamento, abandonou-a, sem piedade para casar com outra!
- Indivíduo covarde e vil! -explodiu "Flor de Amor", rubra de cólera. - Ludibriar minha mãezinha! Mas estou certa de que Deus o castigou!
- Calma, filha, calma - exortou Démon. - Minha verídica estória ainda não terminou e quero que você a escute toda, para saber que eu não sou seu inimigo nem perseguidor, como está pensando, e sim um amigo, afeiçoado e sincero!
Apesar da hipocrisia transparecer nas palavras daquele homem, como que subjugada pela sua hipnótica personalidade, a moça continuou a escutá-lo.
-Eu mesmo - prosseguiu o médico - fui chamado para assistir ao seu nascimento, e apiedado, das condições realmente precárias em que sua mãe se encontrava, fiz o possível para ajudá-la e lhe dei ótimos conselhos. Disse-lhe que ela devia levar você ao palácio do homem que a seduzira, a fim de intimá-lo a enfrentar suas responsabilidades, muito embora, sem que sua mãe o soubesse, e apesar de todos os juramentos de fidelidade que lhe havia feito, ele já estivesse casado, e tivesse até um filho...
- Será possível que meu pai seja este monstro?- soluçou Maria "Flor de Amor". - Não sentia remorso pelo que havia feito?
- Parece que não. Cheguei a aconselhar sua mãe, para, ocaso de ela não conseguir falar com aquele homem, a apelar para a esposa dele, e a implorar que pelo menos criasse você, juntamente com o filho dele, para que você não passasse pelas torturas da fome e da miséria. E sua mãe, Maria, amava-a tanto, que não rejeitou este alvitre, declarando-se disposta a separar-sede você, que era tudo de mais precioso que possuía no mundo, a fim de assegurar-lhe uma vida fácil e feliz.
- E que aconteceu, quando minha mãe quis expor sua triste situação a meu pai? - quis saber Maria "Flor de Amor".
- Ela chegou ao palácio do homem que a seduzira e não o encontrando, conversou com a esposa dele, dizendo ser carente de recursos para criar sua menina. Mas, de improviso, seu pai apareceu no salão onde estavam as duas e, impiedoso e cruel, depois de ter vociferado toda sorte de imprecações, chamou um criado e mandou por sua mãe na rua, acusando-a de mentirosa e de mistificadora.
O rostinho de Maria "Flor de Amor", diante do que proferia os lábiosde Démon, crispou-se de dor e indignação.
- Até parece incrível!- ela disse. - Como pôde ser tão perverso o homem que me deu a vida?... Sei que não se deve odiar, mas eu o odeio, pelo seu infame comportamento para com minha mãe!
- Infelizmente, minha filha, assim é o mundo. Nem sempre encontramos pessoas que, como eu, por exemplo, em contato com os sofrimentos humanos, chegam a compreender as desgraças alheias. Seu pai, como muitos fidalgos, não sentia remorso por ter seduzido uma jovem pobre. Ficando na rua, sem teto nem proteção, não sabendo a quem recorrer, sua mãe me escreveu uma carta comovente, na qual me suplicava que fizesse alguma coisa por ela. Eu, que enquanto isto havia iniciado a minha atividade nesta clínica, dei um jeito de interná-la aqui, onde ela podia viver, senão feliz, mas pelo menos segura e tranquila! Infelizmente, quando tornei a vê-la, verifiquei que não era mais a mesma de antes. Com minha prática profissional, notei que os nervos dela, já tensos até o espasmo antes de recorrer ao seu sedutor, haviam sofrido novo e mais terrível abalo, afetando o equilíbrio de sua mente. De fato, apesar de todos os tratamentos que lhe apliquei, sua pobre mãe ficou sendo uma pobre louca, por obra de seu infame sedutor.
A estas cruéis palavras, a infeliz Maria "Flor de Amor", que se havia acalmado um pouco, desatou novamente em soluços que, em vez de o comoverem ou constrangerem, alegraram bastante ao doutor Démon que, satisfeito, ajuntou:
- Minha, filha, agora você está crescida e já pode compreender certas coisas. Chegou a hora de saber o nome do homem que estragou a vida de sua mãe. Deseja isto?...
- Oh, sim... Ele terá de ser castigado pelo que fez! Não é possível que tanta maldade fique impune!
Tem razão, Maria “Flor de Amor”, - concordou o astuto doutor. - Antes de falar nisto, porém, quero fazer-lhe uma pergunta: como conheceu aquele rapazinho turbulento que por pouco não a matou, quando a fizemos entrar,por engano, na cela dele?...
- Refere-se a. Luís Paulo de Rastignac? - respondeu “Flor de Amor", corando ao prenunciar o nome do homem que amava.
- Ele mesmo... Não quero que você, uma criatura pura e ingênua, seja vítima de alguma infelicidade, como aconteceu à sua desventurada mãe...
- Isto não! Tenho certeza de que Luís Paulo jamais me faltaria com o respeito!
-Isto é o que você pensa - riu sarcástico o doutor Démon. - Mas conte-me como o conheceu.
- Por pura casualidade. Eu vinha para a sua clínica pedir notícias de minha mãe. Mas, como não conhecia o lugar, perdi o senso da orientação e não sabia para que lado dirigir-me. De repente, ouvi o galope de um cavalo atrás de mim e, voltando-me, vi um cavaleiro. Era Luís Paulo, que, depois de apresentar-se, ofereceu-se gentilmente para acompanhar-me até aqui. Por que deseja saber isto? Estou tão atordoada com tudo o que me acontece... Já não consigo mais distinguir os inimigos dos amigos!
O doutor Démon endireitou o corpo magro e pousou a mão no ombro da mocinha, com gesto protetor.
- Esse rapaz segue as pegadas de seu pai; um barão, rico e libertino, que tem seduzido muitas jovens ingênuas e cândidas como você. Menos mal que, desta vez, estou aqui para protegê-la. Esse rapaz, de agora em diante você tem de evitá-lo, de afastar-se dele com horror.
-Com horror? Não vai dizer o senhor que Luís Paulo seja um patife! - replicou Maria "Flor de Amor".
- É algo ainda pior para você. Esse rapaz metido a conquistador, você vai saber agora quem é realmente, - disse Démon, abrindo melodramaticamente os braços. -Luís Paulo é o filho do barão Ernesto de Rastignac, o sedutor de sua mãe! Entendeu, agora?...
Aturdida, aniquilada pela incrível revelação, Maria "Flor de Amor" ficou alguns momentos sem poder falar. Seus belos olhos, arregalados pela cruel surpresa, estavam fixos no vazio...
- Luís Paulo, o homem que amo, é meu irmão?... - disse, por fim, com voz sufocada. - Não!... Meu Deus!... Isso não pode ser verdade!


- Mas é! - exclamou novamente Démon, como se quisesse inculcar-lhe no cérebroaquela convicção, usando toda a sua força hipnótica.
E, infelizmente, o cérebro enfraquecido da moça não podia deixar de ressentir-se do domínio exercido sobre ela por aquele ser diabólico.
- Mas então... - balbuciou Maria "Flor de Amor", desalentada, - eu não tenho mais ninguém no mundo? Ninguém que me queira bem?...
- Quanto a isto, não tenha dúvida - afirmou o doutor Démon, contente por lhe poder tão facilmente impor sua vontade. - Ele tencionava seduzi-la, como aconteceu com sua mãe! Esse rapaz é tão falso e ardiloso como seu pai, o barão Ernesto que arruinou a vida de infelizes mulheres. Fuja dele! Não queira ter a mesma sorte de sua pobre mãe! E, sobretudo sendo esse rapaz seu irmão, você não pode mais pensar nele.
- Que horror! Não consigo acreditar nisto... Luís Paulo não pode ser meu irmão! Eu o amo!... Não, não me conformo...
- Basta! - interrompeu o médico. - Não diga uma palavra mais se não quiser que eu me arrependa do bem que tenciono fazer-lhe! Compreendo que você possa ter sido iludida, mas agora que sabe como estão as coisas, trate de arrancar do coração este amor que o próprio Deus ignoraria!
- Sei que não posso deixar de amá-lo! - gemeu a desventurada, sacudindo a cabeça. - É melhor que eu morra, se para mim não existe mais esperança de felicidade neste mundo miserável!
Percebendo que havia exagerado um pouco ao impor sua vontade, o perverso doutor afagou ligeiramente os bonitos cabelos da mocinha.
- Vamos, vamos, seja forte, menina! - murmurou, tentando suavizar a voz rouca e desagradável. - Não se abata assim. Agora que sabe de tudo, pode ir para onde quiser,está livre! Até hoje eu a prendi aqui só por temer que caísse na cilada que lhe prepararam... Agora, que lhe mostrei o perigo, como era meu dever, não a retenho mais, pode ir quando quiser! Claro que eu não respondo pelo que lhe acontecer fora daqui, mas...
Maria "Flor de Amor" levantou o rostinho molhado de lágrimas, depois, de seus lábios saíram as palavras pelas quais o doutor Démon havia fingido e mentido despudoradamente até aquele instante:
- Doutor, onde quer que eu vá, agora? Por favor, já que tratou tão bem de minha mãe, faça o mesmo com a filha... Deixe-me ficar aqui!
O médico fingiu-se indeciso.
-Menina... Isto é um manicômio... E você não é louca. Não acho fácil acomodar você, aqui...
- Mas eu me conformo com qualquer coisa! Não receie, não darei aborrecimento a ninguém! Ajudarei as enfermeiras, trabalharei na administração, em suma, ganharei o meu pão!
Démon observou, sem sombra de remorso, aqueles grandes olhos súplices voltados para ele.
- Está bem - cedeu, ostentando a atitude de pessoa que faz uma grande concessão. - Não tenho mesmo coragem demandá-la sozinha para o mundo, jovem e bonita como você é. Mas, como já fizeram muitas intrigas a meu respeito e sobre o que acontece nesta clínica, eu desejo uma coisa de você.
- Tudo o que quiser, doutor, contanto que não me mande embora!- exclamou Maria "Flor de Amor", já completamente subjugada por aquele homem infernal...
- É uma coisa à toa. Sente-se aqui e escreva o que lhe vou ditar. Não tenha medo de mim, e diga-me se aprova, antes de assinar.
Obediente, embora não entendesse o que o médico queria, a jovem sentou-se diante da escrivaninha e, pegando uma caneta, puxou para si uma folha de papel. Com o rosto iluminado por satânica alegria, Judas Démon ditou:
"Eu, abaixo assinada, renuncio espontaneamente à liberdade que me concedeu o doutor Démon, de sair de sua clínica. Desejo continuar aqui para sempre, e confio nos seus cuidados paternais para comigo. Renuncio também a qualquer projeto de casamento com Luís Paulo de Rastignac, por não ser ele digno do meu amor."
-Entende por que a fiz escrever isto? -perguntou o médico, quando ela terminou.
- Para ser franca... Não...
- É simples: como você não faz parte do pessoal da minha clínica, mas ao mesmo tempo não é também uma doente, preciso justificar sua presença aqui, se eventualmente houver uma inspeção da polícia, ou do serviço sanitário. Opõe-se a assinar?
- Não, doutor - respondeu Maria "Flor de Amor", apondo sua assinatura no fim do papel. - É justo que o senhor tome suas precauções. Confesso que eu o julgava mal. Nunca lhe agradecerei bastante pelo que está fazendo por mim, doutor!
E, de cabeça baixa, ombros arqueados sob o peso de sua dor, Maria "Flor de Amor'" saiu da sala, penetrando nos labirintos do triste manicômio que, havia prometido não abandonar mais!...

3 comentários:

  1. O Doutor Démon está fazendo jus ao nome. Que trama macabra. Quantas mentiras! Por enquanto, o mal está por cima! Vamos ver quantas maldades os muitos vilões dessa história ainda vão fazer. Espero que sejam castigados duramente no final... Estou gostando, Paulo. Muita ação!

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  2. Pobre menina, tão ingênua e tão desamparada! Esse Doutor Démon é um espírito trevoso e Renata pela vez dela, deve aprontar coisa parecida com Luís Paulo! Que mentes diabólicas desse casal do mal! Muita emoção nessa história! Muito bom Paulo!

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    1. Que bom que está gostando Maria, ainda temos muita coisa a vir por aí.

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