CAPÍTULO
XX- TORNADOS - PARTE III
No
hospital, após serem examinados, Claude e Rosa conversam com Paulo. Frazão e
Janete já foram para suas casas.
P:
Eu preciso colher o depoimento de vocês dois e da sua empregada lá na
delegacia. O delegado quer estar presente, então não vou poder fazer aqui como
combinei. Dez horas, está bom?
C:
D`accord. Nós estaremos lá.
R:
Paulo, a arma dele ficou lá em casa.
P:
Eu vou mandar o meu parceiro pegar hoje mesmo... E o objeto que você feriu ele
também foi uma faca, certo?
R:
Foi. Mas é uma faca de coleção, vai poder me devolver?
P:
Vou ver o que posso fazer, Rosa. Ah! E aquela blusa que você estava, também
preciso dela, são provas contra o Julio.
C:
Ele vai ficar preso, non é?
P:
Ele vai ficar apenas detido, por enquanto na delegacia. Assim que o promotor
aceitar a denúncia ele pode ser transferido para um presídio. Mas se ele
conseguir um juiz que assine o habeas corpus, ele será solto. Qualquer advogado
de porta de cadeia pode fazer isso pra ele.
R:
Como assim? Ele quase me violenta e me mata e pode ser solto?
P:
Infelizmente é assim. A polícia prende, faz a parte dela. Mas as leis existem.
E tem leis e leis nessa nossa justiça brasileira. E a Justiça faz a sua
interpretação.
C:
Sem contar que ele pode usar o Coutinho, chérie. São farinha do mesmo saco, hã?
Bem, podemos ir, investigador?
P:
Sim. Estão liberados. Até amanhã.
Ao
chegarem em casa, Rosa e Claude encontram o parceiro de Paulo à espera, para
recolher a arma, a faca e a blusa. Ele coloca cada objeto em um saquinho, lacra
e vai embora.
D:
Vocês querem comer alguma coisa? Eu preparo rapidinho.
R:
Não, Dadi, obrigada. Tudo que eu quero é tomar um banho e dormir. Se é que eu
vou conseguir dormir.
C:
Eu também non to com fome non, Dadi. Pode ir dormir. Você também deve estar
cansada.
D:
Então, uma boa noite pra vocês, vice!
C&R:
Boa noite, Dadi.
Rosa
chega perto da mesa, onde ainda estão os enfeites que ela separou. Claude chega
perto dela, segura suas mãos e quebra o silêncio
C:
Rosa, eu nunca senti tanto medo de perder alguém, como eu senti hoje. Non sei,
de repente me veio uma necessidade de estar contigo, alguma coisa aqui dentro –
e toca o coração – me dizendo que eu precisava estar perto de você, te
proteger..
R:
Eu entrei em pânico E pensava tanto em você. E ao mesmo tempo tinha medo do que
você faria com ele... Eu acho que ele estava drogado além de bêbado.
C:
Só de lembrar o que eu vi, quando entrei... quando escutei sua voz pedindo
socorro! Mon Dieu, eu senti vontade de jogar ele pela janela, hã? – Ele abraça
Rosa, que fica com a cabeça apoiada em seu peito.
R:
Mas você quase deixou ele inconsciente, de tanto apanhar! Ainda bem que ele não
estava mais armado, porque ele teria atirado em você, pra matar...Amor, vamos
subir?
C:
Vai na frente, chérie. Eu vou ligar para o Freitas. Melhor ele acompanhar a
gente amanhã. Frazon tá mais acostumado a cuidar da parte comercial,
administrativa. Eu subo já, hã?
R:
Tá bem. – Dá um selinho nele e sobe.
Claude
conversa com Freitas, explica o que aconteceu e pede a presença dele na
delegacia no dia seguinte, o que Freitas concorda imediatamente.
Quando
Claude entra no quarto Rosa já tomara banho e está deitada, tentando ler.
C:
Freitas vai estar lá amanhã conosco, chérie.
R:
Que bom, mais segurança pra gente.. Vai tomar seu banho vai... Eu preciso muito
dormir abraçadinha com você!
C:
D `accord. Eu acho que nunca mais vou soltar você dos meus braços, chérie...
Claude
toma seu banho, põe seu pijama e vai deitar-se. Rosa se acomoda em seus braços.
R:
Amor... eu não consigo parar de pensar
no que o Julio disse sobre o meu pai... eu realmente não tenho idéia do que
possa ser...
C:
Enton a gente vai ter que perguntar pro S. Giovanni. Talvez non seja nada e ele
tenha falado só pra te deixar assim. Pra fazer terrorzinho, hã?
R:
Pois ele conseguiu...
C:
Rosa... eu to preocupado contigo... você non pode reagir assim, guardar tudo ai
dentro hã? Isso non faz bem...
R:
Eu sei. Mas estou tão transtornada que não consigo ler, nem chorar...nem
dormir!
C:
Vem cá... fecha os olhos e procura
relaxar. - E começa a mexer nos cabelos dela. Aos poucos Rosa consegue relaxar
e acaba adormecendo. Claude a acomoda melhor na cama e também não consegue
dormir. Ele fecha os olhos e fica pensando em como proteger Rosa.
Mas
o sono de Rosa é agitado e ela logo acorda. Começa a virar de um lado pra
outro.
R:
“Melhor eu sair da cama, antes de acordar o Claude” – Pensa e vai se
levantando. Porém:
C:
Rosa, porque você tá saindo da cama?
R:
Porque não queria justamente isso: te acordar.
C:
Você non me acordou... porque eu non dormi ainda. Enton, volta aqui. - E a faz
deitar-se novamente, dessa vez ele a acomoda de lado (de conchinha),
entrelaçando suas pernas com as dela e sua mão recai sobre o abdômen dela.
C:
Vamos pensar em outras coisas... Por exemplo, na cegonha, hã? Que tal? – E
começa a acariciar seu ventre. – Já posso imaginar você cantando pra ele
dormir...
R:
Ele?
C:
Ou ela. Ou os dois... Mon Dieu, será que eu daria conta de dois??
R:
Claude, você quer tanto assim ter um filho?
C:
Por que, você non quer?
R:
Quero, só não sei se é o momento certo... com tudo isso que ta acontecendo...
C:
Isso tudo vai passar... confia no nosso amor, chérie... – Ele busca a boca de
Rosa e a beija.
R:
Continua falando dos nossos filhos...
C:
Ahhh, já ta gostando mais da idéia, hã? Enton, a gente vai levar eles lá pro
Parque do Sol, eu quero ensinar eles a andar de bicicleta, empinar pipa é bom
também, hã? Jogar futebol... E continua imaginando e falando o que vai fazer...
E assim embalados nessa imaginação e nos carinhos um do outro, finalmente
dormem.
No
dia seguinte, na delegacia.
O
delegado toma pessoalmente os depoimentos. Freitas e Antoninho acompanham todo
o procedimento.
Primeiro
Dadi. Em seguida, Rosa. Claude é último a ser chamado.
Paulo
chega assim que Claude entra para depor. Ele se aproxima de Rosa:
P:
Rosa, bom dia! Você já depôs?
R:
Bom dia, Paulo. Sim, o Claude está lá agora. Por que, alguma novidade?
P:
Não... é que eu queria falar com você, pode ser?
R:
Claro, fala.
P:
Aqui não. Vem na minha sala.
Rosa
o acompanha até a sala. Uma típica sala de investigador: mesa abarrotada de
papéis e pastas. Ele retira sua arma e guarda na gaveta.
P:
Senta um pouco.
R:
Eu não posso demorar. Eu quero estar lá fora quando o Claude sair da sala do
delegado.
Paulo
olha para o lado desgostoso:
R:
Rosa eu vou direto ao assunto, que tal um jantar? -Rosa se surpreende com o
convite.
R:
Ah! È isso! Claro, eu vou ver com o Claude quando ele pode e...
P:
Não, Rosa, você não entendeu bem, eu quero... sair pra jantar com você, te conhecer melhor e...
R:
Pára por aí, Paulo. Eu sinto muito, mas acho que você está confundindo as
coisas. – Ela levanta e vai até a porta.
-
Eu agradeço seu empenho nessa história toda, mas é só isso. Eu sou casada , amo
e respeito meu marido. Me desculpe ser tão franca assim, mas é melhor você não
criar ilusões a meu respeito.
Paulo
respira fundo e nitidamente triste fala:
P:
Eu é que peço desculpas, Rosa. Sabia que não ia rolar mesmo. Mas arrisquei. Não
sei o que me deu... nunca me insinuei pra nenhuma mulher casada, mas não
resisti à você. Se eu tivesse uma chance de mostrar o que estou sentindo por
você...
R:
Não insista, por favor! Eu fico lisonjeada, mas não posso te oferecer nada além
de amizade.
P:
Mesmo depois dessa conversa?
R:
Paulo, você parece ser um bom homem, bom policial. Tenho certeza que sabe ser
um bom amigo também. E vai encontrar alguém que corresponda ao que você merece,
mas infelizmente esse alguém não sou eu...
P:
Você é especial mesmo! Se eu tivesse te conhecido antes, seria diferente... e
eu seria a pessoa mais feliz do mundo por
ter você ao meu lado. Se tiver alguma coisa que eu possa fazer por você
é só pedir!
R:
Na verdade, tem sim. O Júlio ainda está detido aqui não é?
P:
Sim, ele está numa cela, aguardando o advogado dele. Talvez ele seja
transferido ainda hoje.
R:
Então, será que eu poderia falar com ele?
P:
Depois de tudo que ele te fez, você ainda quer falar com ele?
T:
Eu preciso de respostas sobre o que ele falou lá em casa, do meu pai!
P:
Deve ser muito importante pra você querer isso. Vamos lá. – Eles saem em
direção ao corredor. – Vou ver o que consigo com o delegado.
No
flat/hotel.
Coutinho
atende o celular e depois de uma rápida conversa, desliga.
Cou:
Nara! Acorda! O seu querido Júlio fez besteira!
N:
Eu quero que ele morra! Me deixa dormir!
Cou:
Ele está preso, Nara. Detido em uma delegacia.
N:
Mas o que foi que o idiota fez agora? Assaltou uma joalheria?
Cou:
Ele invadiu o apartamento do francês e tentou violentar a esposa dele. Só
esqueceu que estava sendo vigiado. Foi pego em flagrante.
N:
Deixa ele apodrecer na cadeia!
Cou:
Você se esquece que ele pode abrir o bico e contar todo o plano. E aí, meu bem,
em vez da Suíça, você me encontraria na Bolívia!
N:
Maldita hora em que eu voltei pra esse paisinho chamado Brasil! Só me deu dor
de cabeça. E agora? O que você tem que fazer?
Cou:
Eu vou mandar um advogado que me deve alguns favores lá. Não posso nem pensar
em aparecer. Com a prisão desses bicheiros no Rio de Janeiro, eu fiquei ainda
mais exposto... Estou pensando seriamente em sumir daqui por uns tempos!
N:
Sem os dez milhões de dólares? Nem pensar! Falta pouco, agora! Questão de dias
pra essa transferência! Aí a gente vai! Quanto ao Júlio... ele que se entenda
com os “amigos” dele.
De
volta à delegacia.
Claude
termina de depor e junto com Freitas e Antoninho se informam melhor sobre o
destino de Júlio e os futuros procedimentos.
Del:
O inquérito foi instaurado. Assim que concluirmos as investigações, o processo
é passado à promotoria e ai segue pela Justiça. Provavelmente ele vai ser
julgado e não só por esse fato. Ele está envolvido em outras questões também...
isso só piora o lado dele.
Fre:
Nós agradecemos sua colaboração, delegado e de toda sua equipe. Esperamos que
realmente a justiça seja feita.
Del:
É o que todos nós desejamos. Sujeitos como esse não podem estar na sociedade, pois
não conseguem conviver em grupo.
C:
Enton, obrigado, passar bem, hã?
Eles
saem da sala. Rosa os aguardava no corredor, ao lado de Paulo. Freitas e
Antoninho se despedem e voltam pra seus escritórios.
R:
Claude, eu pedi pra falar com o Júlio... – Ele não gosta da idéia:
C:
Rosa ele já demonstrou que não se importa nem com a vida dele...
R:
Eu preciso saber o que ele quis dizer sobre meu pai!
C:
Eu vou com você, melhor você non ficar sozinha com ele.
R:
O Paulo foi pedir autorização para o Delegado, vamos ver se ele concede.
Alguns
minutos depois, Paulo sai da sala.
P:
Vinte minutos, Rosa. Foi o que eu consegui.
R:
Melhor que nada. Obrigada de novo, Paulo.
P:
Não por isso. Venham, eu vou levá-los até onde ele está
Era
uma sala pequena, com grades no lugar da porta, um colchão no chão e uma velha
cadeira.
P:
Acorda rapaz! Você tem visitas!
Julio
levanta a cabeça e ao se deparar com Claude e Rosa, fala cinicamente:
Ju:
Uau! A que devo a honra de tão ilustres presenças no meu... aconchego? Tá
querendo que eu termine o que comecei?
C:
Mas você non vale nada mesmo, seu caf...
R:
Calma, Claude. Infelizmente eu preciso falar com você, Júlio. Mas espero ser a
última vez que escuto sua voz.
Claude
se ajeita num canto da sala, sem tirar os olhos de Julio
Ju:
E quem disse que eu quero falar com vocês?
R:
Eu quero que você me explique essa história do meu pai... o que é que você sabe
que eu não sei? Porque você entrou com um processo alegando ser herdeiro do
casarão?
Ju:
Primeiro, porque eu preciso de dinheiro. E segundo, porque eu sou mesmo
herdeiro do casarão, assim como você!
R:
A bebida e a droga devem ter afetado seu cérebro... o casarão não tem herdeiros.
Os antigos donos deixaram ele para os meus pais como usufruto até eles
morrerem.
Ju:
Tem certeza, Serafina? Você continua ingênua, acreditando em contos de fadas!
Ninguém dá nada de graça pra ninguém. Tudo tem um preço. E você foi o preço
desse casarão!
R:
Fala de uma vez o que você sabe! Eu não estou entendendo mesmo!
Ju:
Você nunca se perguntou por que é tão mais velha que seus irmãos? Nunca
estranhou o fato de ser tão diferente deles?
R:
O que isso tem a ver Julio? Filhos são assim mesmo, às vezes vem rápido, às
vezes demoram mais e às vezes nem chegam...
Ju:
Como você é estúpida! – Ele altera o tom de voz. – Sua burra! Os Petroni não
são seus pais! Você não é uma Petroni!
Rosa
empalidece e procura um lugar para sentar: a velha cadeira. A única que há por
lá. Claude se aproxima dela. Rosa apenas olha pra Julio. Aquelas palavras ainda
ecoam em seus ouvidos, mas não fazem sentido em seu coração.
Ju:
Difícil acreditar, não é? Mas eu vou te contar. Vou fazer um “favor” ao S.
Giovanni! Contar uma verdade enfim. Presta atenção porque vou falar de uma vez
e sem interrupções, ok?
Rosa
apenas concorda com a cabeça. E procura apoio em Claude, que coloca suas mãos
nos ombros dela.
Ju:
Aquele casal de italianos que veio morar aqui no Brasil tinha um filho. Isso
você já sabe. Seu pai, ou melhor, S. Giovanni, veio com os pais dele, que eram
empregados do casal. Eles eram Amadeo e Esperanza Delatorre. O filho chamava-se
Riccardo Delatorre. Seu pai biológico Serafina!
R:
Não! De onde você tirou essa idéia maluca?!
Ju:
Quieta! Eu disse sem interrupções, você é surda? Ao que parece os italianos
queriam esquecer a Itália, pois pouco falavam dela com o filho. Por mais que
ele perguntasse. Então quando ele terminou os estudos, pesquisou muito, por
anos. E descobriu meu pai, um primo distante. Nessa época ele já estava na Policia
Federal sem os velhos saberem, pois eram contra. Ele foi indicado para a
Interpol. Missão: resgatar o meu pai da Itália e trazê-lo ao Brasil, pois a
máfia estava caçando o meu pai. Isso foi um choque pra ele, mas aceitou a
missão, porque iria finalmente conhecer algum parente. Só que alguma coisa saiu
errada, alguém da equipe dele se vendeu. E seu pai morreu tentando resgatar o
meu pai, que também foi morto. É, a máfia não perdoa! Isso eu to sentindo na
pele.
C:
E como é que você sabe de tanta coisa? – Pergunta, desconfiado.
Júlio
ignora Claude.
Ju:
Quando nossos pais foram mortos, eu já estava no Brasil com minha mãe, no Rio
de Janeiro. Devia ter uns cinco anos. E você devia estar nascendo, Serafina.
R:
E porque sua mãe procurou os italianos, então?
Ju:
Ela estava sempre esperando a hora certa, até que achou um meio fácil de se
sustentar: vender a si mesma. E fazia questão de jogar na minha cara que a
culpa era minha. E preferiu esquecer os italianos.
R:
Porque você está inventando tudo isso, Júlio? Você já me fez tanto mal, no
passado, não bastou? O que mais você quer de mim?
Júlio
olha para Rosa, por um instante um lampejo de arrependimento passa por seus
olhos. Mas ele logo volta à sua realidade, com sorriso falso, irônico.
Ju:
Eu só quero o que é meu de direito. Sou tão herdeiro quanto você! Quando seu
pai foi pra Itália, não sabia que sua mãe, a biológica, estava grávida. Ela
procurou os italianos e eles a acolheram. Sua mãe morreu no parto. O casal já
era velho. Os Petroni se prontificaram a adotá-la como filha legítima. Em
“agradecimento” o casarão ficou pra você. E eles com o usufruto. Mas você nunca
soube, não é mesmo?
C:
E como é que você pode saber de tanta coisa? – Insiste Claude.
Ju:
Ah! Eu pesquisei muito também. Só que ao contrário de minha mãe eu vim atrás do
que era meu! Mas seu Giovanni Petroni, mesmo tendo os documentos em mãos se
negou a crer na minha história... Eles conhecem toda a história, Serafina. Eles
mentiram pra você.
R:
E por isso você me usou, me violentou? Por causa de uma casa?
Ju:
No começo era só uma questão de vingança. Mas você me atraáa e muito. Só que
aquela conversa de “só depois de casada”, “tenho hora pra chegar em casa”, “já
chega Júlio”, foi me cansando. Aí conheci Nara... e o resto você já sabe.
Rosa
finalmente se levanta da cadeira e anda de um lado para outro. Ela chega
próxima a Julio e dispara:
R:
Não pode ser verdade, me prova isso Júlio! Você tem como provar toda essa
história?
Ju:
S. Giovanni tem documentos que provam quem é você! Peça a ele. O grande
defensor da moral e dos bons costumes!
C:
E por acaso você viu esses documentos?
Ju:
E porque você acha que o velho não gostava de mim? Eu entrei na casa enquanto
vocês estavam numa festa do bairro. E procurei até encontrar. Só que ele me
pegou, e só não me chamou de santo. Ameaçou chamar a polícia, então eu sumi por
um tempo. Depois voltei e conquistei você, Serafina. Foi muito fácil, você era
muito sonhadora, inocente mesmo!
R:
E você pretendia o que me seduzindo, Júlio?
Ju:
Que você me desse o casarão de papel passado. Nem que eu tivesse que casar
primeiro e depois me divorciar.
Rosa,
num impulso levanta a mão para uma bela bofetada. Mas Júlio a segura pelo
pulso:
Ju: Eu só quero o que é meu. MEU! ENTENDEU
SERAFINA? – Grita ele, apertando o braço dela. Claude intervém:
C:
Solta ela! Você é louco! Insano! Non pode estar falando sério!
Nesse
momento, Paulo aparece.
P:
Acabou o tempo. Vocês têm que sair!
R:
É, eu preciso de ar puro pra respirar! Esse aqui tá me sufocando! Adeus, Júlio
e, por favor, esquece que eu existo!
Eles
se afastam de lá. Claude abraça Rosa.
R:
Paulo, mais uma vez obrigada!
P:
Espero que tenha encontrado as respostas que queria.
R:
Não, estas foram as respostas que eu não queria. E pra cada uma delas novas
perguntas.
Sônia, que história incrível essa que Júlio contou! Será tudo verdade? Pobre Rosa, que baque recebeu, como se não bastasse a violência que sofreu! Muito bom!
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