terça-feira, 4 de setembro de 2012

FIC - UMA CHANCE DE AMAR - CAPÍTULO 10 - AUTORA: JOYCE FEITOZA


No capítulo anterior...
Rosa: Claude... nós...
Mas Claude não deixou ela completar a frase e a beijou. Um beijo lento, envolvente.
Claude: Non diz nada...
Rosa: Me beije de novo...
Assim Claude atendeu o seu pedido e beijou Rosa. Depois em um silêncio profundo, ele a puxou para deitar em seu peito.
Rosa estava surpresa, pois Claude nunca a beijou após fazerem amor, muito menos a puxou para deitar em seu peito. Ele acariciou o cabelo dela e uniu suas mãos, assim dominados pelo cansaço e satisfação adormeceram.

CAP - 10

(06:30 – Hotel)

Os primeiros raios do sol entravam pela parte aberta da cortina clareando o pequeno quarto. Rosa sentiu uma respiração quente próximo a sua e respirou fundo. Ela foi abrindo os olhos aos poucos e encontrou os de Claude fechados. Mas logo se abriram e encontraram os dela. Um silêncio mortal pairou entre os dois. Não tinham como negar aquela noite, aquela entrega dos dois. Uma noite intensa não se esquecia tão fácil.
As pernas deles estavam entrelaçadas, o que aproximava seu corpo. Claude engoliu seco e quebrou o silêncio.
Claude: Bom dia! (disse com uma voz rouca)
Rosa: Bom dia!
Eles se afastaram nervosos e Claude sentou-se na cama procurando sua cueca.
Claude: Eu... bem... eu vou tentar achar um telefone e ligar pro Rodrigo e pro Frederico.
Claude vestiu sua calça rapidamente e saiu nervoso tropeçando em algumas coisas.
Rosa respirou fundo e enrolada num lençol foi até o banheiro. Ela parou, apoiou-se na pia e lavou o rosto. Olhando no espelho falou consigo mesma.
Rosa: O que ta acontecendo com você Rosa?
Ela tomou uma ducha fria e vestiu-se. Depois de um tempo ela ouviu a porta se abrir e virou-se ligeiramente encontrando os olhos de Claude.
Mais uma vez aquele silêncio. Estariam ignorando aquela noite? Fingindo que ela não aconteceu? Ou estariam com medo de admitir o quanto ela foi boa e que sentiram?
Claude: O Rodrigo vai buscar o meu carro. Enquanto issi, pegaremos um táxi, tenho o número de um que realiza viagens e já telefonei.
Rosa: Iremos pra Barretos?
Claude:Non... liguei para o Frederico e contei o que houve. Ele disse para ficarmos tranquilos e voltarmos para São Paulo. Ele vai mandar um assistente de confiança dele levar os papeis já assinados por ele lá na construtora para nós assinarmos. Disse que confia em nós dois.
Rosa: Que bom... essa confiança é muito boa.
Claude: Bem, você tomou já banho. Enton eu... eu... eu vou tomar também.
Enquanto a água do chuveiro caia no chão, Rosa sentou-se na poltrona para esperar Claude. Mas as lembranças daquela noite não saia da sua cabeça e havia deixado marcas.
Sentada, passou a mão sobre a perna e sentiu uma certa dor. Ao levantar a saia notou que em sua coxa havia marca de uma mordida.
Rosa: Oh céus! Não, não.
E nesse instante lembrou da hora em que ela foi deixada e um certo calor percorreu seu corpo.
Ouviu o barulho da porta que se abriu e ela tratou de cobrir a mordida rapidamente.
Claude: Acho que podemos ir!
Rosa: Sim, eu já arrumei minhas coisas.
Claude: É, eu acho que esta esquecendo algo.
Rosa: O que?
Ela olhou para as mãos de Claude e lá estava sua calcinha rendada preta que havia sido arrancada com rapidez por Claude na noite anterior.
Rosa: Ah... é... obrigada por achar.
Rosa pegou rapidamente e colocou em sua bolsa. Assim, eles deixaram aquele quarto que era o único que compartilhava daquela noite com eles, e partiram dentro do táxi.
A viagem era longa, e cada um estava encostado em uma janela, sem dizer nada desde a hora que saíram.
Mas também o que dizer? Estava escrito no olhar deles. Sentiram a mesma sensação, aquela noite não foi igual as outras que tiveram. Foi delicada, sensual, prazerosa. Eles não transaram, fizeram amor. Sim amor, uma palavra que pode soar estranho entre os dois. Mas não tinha como negar, fizeram amor e com muita paixão.
Depois de um certo tempo de viagem, Claude olhou para o lado e notou que Rosa dormia. Seu coração pareceu ter gostado de vê-la assim, tão indefesa, pois bateu acelerado no mesmo instante. Mais que diabos está acontecendo comigo? – Pensou ele.
Claude tornou a olhar para a paisagem, mas logo virou-se para Rosa. A cabeça dela deslizava para baixo. Ele engoliu seco e sentou no banco do meio. Passando o braço ao redor de Rosa, deixou que ela encostasse em seu peito e ali dormisse confortável.
Rosa abriu os olhos e percebeu que estava nos braços de Claude, mais uma vez! Mas estava sonolenta e com a mínima vontade de sair dali. Então, fechou os olhos e tornou a dormir.

(14:12 – Apartamento de Rosa)

Rosa sentiu que o carro parou e abriu os olhos. Notando que ainda estava nos braços de Claude afastou-se.
Rosa: Chegamos!
Claude: Oui.
Rosa: Eu dormi, me desculpe.
Claude: Você estava com sono.
Rosa: Eu... eu vou subir.
Claude: Nunca tive uma viagem ton ruim em toda minha vida. (falou inocentemente)
Rosa: Ruim?....
Aquilo mexeu com Rosa. Falando aquilo parecia que Claude não havia gostado da noite que teve com ela.
Rosa: Não se repetirá.
Rosa pegou sua bolsa, empinou o nariz e desceu do carro. Enfim, entrou em seu apartamento, fechou a porta e respirou fundo. Ela fechou os olhos e um filme daquela noite passou em sua cabeça.
Janete: Amiga! (disse quebrando os pensamentos de Rosa)
Rosa: Oi Janete.
Janete: Já voltou? Pensei que fossem passar mais noites lá.
Rosa: Se eu te contar você nem vai acreditar.
Janete: Então me conta.
Rosa: Preciso de alguma coisa pra comer antes.
Claude chegou a sua mansão e subiu direto para o quarto. Tomou uma ducha rápida e saiu do banho secando o cabelo e as lembranças tomaram conta da sua cabeça. Ouviu batidas na porta que o despertou dos seus pensamentos.
Frazão: Claude!!! Posso entrar?
Claude: Entre! (disse indo pro closet)
Frazão: Mais o que foi que aconteceu mona mi? Soube que seu carro quebrou? Cadê você?
Claude: To aqui. (disse saindo já de calça moletom)
Frazão: Me conta o que houve?
Claude: Non houve nada demais. (disse sentando-se na cama)
Frazão: Como não? Soube pelo jornal da ponte que quebrou.
Claude: A ponte quebrou e non chegamos a Barretos só issi.
Frazão: O que é isso???
Claude: Isso o que?
Frazão: Ah, francês safado! Olha a marca no seu pescoço, olha seus ombros. Hahaha.
Claude levantou-se e se olhou no espelho. Estava com um leve roxo, marca de uma caricia mais ousada de Rosa, no pescoço e seus ombros tinham arranhões.
Claude: Mon Dieu!
Frazão: Pelo visto você passou a noite muito bem.
Claude: Tudo bem Frazon! Aconteceu de novo.
Frazão: Qual é Claude? Admite logo que você é louco pela Rosa.
Claude: Frazon, eu tava carente só issi. Sou homem hã, tenho meus limites.
Frazão: Ta, tudo bem. Então, a quanto tempo você não transa com a Nara?
Claude: Non vamos meter Nara nesse assunto hã.
Frazão: Responde, vai Claude.
Claude levantou, deu alguns passos, passou a mão no cabelo e virou-se.
Claude: Há mais de um mês. Pra ser mais preciso, desde que a Rosa voltou eu non transei com mais ninguém, além dela.
Frazão: Ta vendo aí. Claude você ta apaixonado pela sua ex.
Claude: Apaixonado Frazon??? Eu já casei com a Rosa e non senti issi. Como vou sentir agora?
Frazão: Ah Claude, não é todo casal separado que transa não. Pra isso precisa existir um desejo. Mas, quando isso acontece mais de uma vez é porque existe sentimento.
     
(14:50 – Apartamento de Rosa)

Rosa: E foi isso...  ai Jane eu não resisti.
Janete: To pink de passada.
Rosa: Ta, eu sei... eu não devia.
Janete: Rosa, se você me dissesse que tinha saído correndo daquele quarto eu te daria uma surra. Mas me conta vai... como foi?
Rosa: Qual é Jane? Como é com todo mundo.
Janete: Todo mundo menos o Claude pra você.
Rosa: Ta bom, rsrs. Foi diferente eu confesso... foi maravilhoso. Ele estava diferente, foi carinhoso, sedutor, atrevido. Pela primeira vez na vida me senti entregue mesmo a um homem.
Janete: Rosa, uma vez ta tudo bem, mas duas já não é normal. Rosa, seus olhos estão brilhando, você ta apaixonada amiga.
Rosa: Apaixonada? Eu? Por aquele grosso. Sabe o que ele disse? Que nunca tinha feito uma viagem tão ruim.
Janete: Broxante, hein! Mas vocês conversaram sobre essa noite?
Rosa: Não! Não tive coragem de tocar no assunto e acho que ele também não.
Janete: Porque você não admite que ta apaixonada por ele?
Rosa: Porque eu não to apaixonada, simples! E encerro esse assunto por aqui. E ah, nada de comentar com o Frazão ok?
Janete: Tudo bem. Rosa?!!!
Rosa: O que?
Janete: Pelo visto, foi uma transa bem selvagem hein. Hahaha. (disse apontando para a mordida na parte interna da coxa de Rosa)
Rosa: Ah, Janete!!!! (disse saindo irritada)
Claude e Frazão já tomava uma dose de whisky na saleta enquanto conversavam.
Claude: Sabe Frazon, foi diferente.
Frazão: Diferente como?
Claude: Non sei explicar direito. Ela tava linda, sensual. Senti uma coisa que non senti com mulher alguma e nem com ela quando éramos casados.
Frazão: Eu tenho um nome pra isso: Fazer amor.
Claude: O que? Você ta dizendo que eu e Rosa fizemos amor?
Frazão: Pois é...
Claude não disse nada, apenas virou o copo tomando o uísque de uma só vez.

(22:12 – Casa de Claude)

Depois de verificar alguns e-mails, Claude fechou seu computador e se jogou na cama. Olhando para o teto, Claude começou a lembrar da noite anterior, foi inevitável pensar nela o dia inteiro.

Claude: “Estou eu aqui na cama pensando nela e em tudo que aconteceu novamente. É estranho dizer o que to sentindo, só sei que essa cama está vazia. Talvez, se eu ligar pra Nara... Non, melhor non, se ela chegar aqui e começar a falar eu sou capaz de jogá-la pela janela. Porque eu non me arrependo de nada que fiz ontem a noite? Se ela non tocou no assunto talvez tenha sido uma noite qualquer para ela. Acho melhor eu ir dormir e apagar isso da memória”

Em vão, Claude ficou boa parte do tempo revirando-se na cama. Sentia falta dos lábios, do corpo, do calor de Rosa e aquilo começou a incomodá-lo. Pois depois da experiência que tivera com ela mesma, não pretendia dormir com uma mulher toda noite, tanto que nunca deixava que Nara dormisse com ele em sua casa. Se bem que, no tempo que esteve casado com Rosa nunca dormira abraçado com ela. Eram tantas brigas, que depois de um mês de casamento Claude passou a dormir no sofá.

(00:34 – Casa de Rosa)

Já estava quase sufocante a vontade que Rosa estava de viver aquela noite outra vez. Ela se revirava na cama, se cobria, descobria, deitava de bruços, de lado, com as nádegas pra cima, mas nada fazia com que ela dormisse.
(08:30 – Construtora)

Claude chegou com uma cara de poucos amigos, estava com olheiras e segurava um copo de capucino na mão.
Claude: Bon Jour Sílvia.
Sílvia: Bom Dia Dr. Claude. Como foi de viagem? Soube o que aconteceu. Nossa, deve ter sido muito chato ficar preso no....
Claude: Sílvia... xiiiuu.
Sílvia: Ah, tá, desculpa.
Claude parou na frente da sua sala e respirou fundo. Talvez Rosa já estivesse lá. Ele abriu a porta devagar e sentiu um alivio por ela não estar ali. Então, dirigiu-se a sua mesa e sentou-se abrindo seu computador.
Rosa chegou pouco depois. Estava com uma cara péssima, mal pregara o olho a noite. Mas, nada que uma boa maquiagem não amenizasse.
Rosa: Bom Dia Sílvia....
Sílvia: Bom Dia dona Rosa. O Dr. Claude já chegou.
Rosa: E quem perguntou por ele?
Sílvia: Ah, desculpa só achei que a senhora...
Rosa: Ta bom Sílvia, me desculpa você. Não acordei muito bem, e me arruma aqueles remédios para estômago.
Rosa fez a mesma coisa que Claude e entrou na sala, felizmente ele não estava. Então, Rosa dirigiu-se a sua mesa, colocou sua bolsa mas, quando virou-se, acabou dando de cara com Claude que voltava do banheiro.
O olhar dos dois se encontraram com rapidez. Aqueles olhos castanhos escuros a fitavam de uma forma que deixou Rosa corada. Um silêncio ficou entre os dois como se apenas o olhar se comunicasse dizendo: Aquela noite foi maravilhosa, não paro de pensar nela e to louco(a) pra repetir. Mas, as únicas palavras que saíram da boca dos dois foram um bom dia.

CONTINUA...

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Um comentário:

  1. Joyce que legal! Até mordida na coxa Rosa levou rsrsrs. Gostei muito. Bjs.

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