CAPITULO XII Fantasmas
Na
construtora...
Claude
chega minutos antes dos representantes americanos. Mal pisa na recepção vem
Janete:
J: Dr.
Claude, a Rosa tá bem? Que aconteceu com ela?
C: Ela
está bem sim, Janete. Ela teve febre, mas já ta bem...
J: Que
bom... vocês se entenderam? Ai... desculpa... tô sendo indiscreta!
C: Que
isso, Janete! Vocês son amigas, é normal se preocuparem uma com a outra. A
gente se entendeu sim, hã? Por que você non vai almoçar com ela? Pelo visto eu
vou ter que almoçar com esses representantes dos americanos.
J: Ahh
boa idéia! Eu vou ligar pra ela, então. Com licença. – E volta pra sua mesa.
Claude
entra em sua sala e Frazão já esta lá.
F: Então,
meu amigo, agora você é um cara realmente casado?! Porque legalmente já era
né?! rsrsrsrsrsrsrsrs
C: Frazon,
eu non te dei essa liberdade toda non, hã?
F: Você
sempre me contou suas aventuras, aliás fazia questão de contar, não é?!
C: Mas Rosa
non é uma aventura. Ela é meu tesouro, oui... E você non vai ficar sabendo de
nada, hã?
F: Nada?!
Nadinha?
C: Non.
Essa parte só pertence às duas pessoas, no caso: Rosa e eu.
F: Sei.
Mas pelo seu ar de satisfação, a noite foi muito boa.
C: Ar de
satisfaçon... Ohh Frazon! Vai plantar bananeira pra ver se dá coco, hã?
Nesse
instante entram os representantes. Depois dos cumprimentos, eles começam a
discutir alguns detalhes do contrato. Prazo das assinaturas, testemunhas, etc.
R1: Dr.
Claude, os Smith querem realizar uma recepção, antes da assinatura do contrato,
pra conhecer todo o seu pessoal, inclusive eles querem que a arquiteta
responsável, a Sra... como é mesmo o nome dela – diz procurando nos papéis à
sua frente, sem achar...
C: É a
Sra Serafina Rosa Petroni Geraldy, minha esposa. - E enfatiza a palavra esposa”.
Frazão dá
um sorrisinho, enquanto pensa “É, o francês tá queimadinho mesmo.”
R1: Ah...
é sua esposa... mais um ponto para o seu projeto. Os Smith, ou melhor a
Elizabeth Smith, é muito moralista com
essas coisas de família, dinheiro, casamento..
Claude e
Frazão se olham, pensando no tipo de casamento realizado...
R2: A
americana não é fácil! Para a gente poder representá-los aqui no Brasil foi uma maratona
de testes e estágios lá nos Estado
Unidos. Não foi moleza!
C: Por
mim, creio que está tudo bem, e você Frazon?
F: E pra
quando seria isso?
R1:
Vejamos... hoje é dia vinte e seis de outubro. Podemos marcar pro dia catorze
de novembro, que tal? Véspera de feriado... fica bom pra todos!
R2: Tempo
suficiente pra preparar tudo. Local, buffet, essas coisas...
R1: Neste
prazo de dez dias os contratos estarão disponíveis para assinatura, caso não
haja nenhum contratempo.
C: Nós
precisamos disso pra poder iniciar a construção. Os materiais já estão gendados,
as vendas também. O primeiro lote das casas non pode atrasar...
F: Bem,
sendo assim estamos combinados. Que venham os Smith`s!
R2: Só um
detalhe: como eu dizia, ela exige que a arquiteta e o designer apresentem o
projeto para os acionistas que vem com eles para o Brasil, durante esta
recepção. Algum empecilho?
V: Eu
creio que non, a propósito quando os Smith vem para o Brasil?
R2: Eles
não tem data definida, são imprevisíveis! Podem chegar na véspera da recepção,
ou entrar por aquela porta agora.
F: Bem
meus queridos, que tal encerrarmos a conversa com um almoço? Por nossa conta,
claro.
Frazão e
os representante saem na frente. Claude telefona pra Rosa.
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C: Oi, chérie!
Eu non vou poder almoçar contigo. O Frazon fez o favor de convidar os
representantes dos Smith para um almoço.
R: É eu
já imaginava, a Janete ligou, vai vir almoçar aqui comigo...
C: Que
bom, assim você non fica tão sozinha, já que hoje é a folga da Dadi.
R: É. Ela
já deixou tudo pronto. É só esquentar.
C:
D`accord! Eu vou pra casa assim que sair do almoço, oui? Agora tenho que ir, eles eston esperando.
R: Tudo bem,
Claude... tchau...
C:
Rosa...
R: Sim?
C: Te
amo...
R: Também
te amo... muito!
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Depois de
falar com Claude, Rosa arruma a mesa, e espera por Janete. Enquanto espera ela
liga pra sua mãe, explica que está tudo bem, mas com muito serviço e que só
poderá ir até lá, no domingo. Não entra em detalhes. D. Amália pede para ela e
Claude irem almoçar lá no domingo. Tudo combinado.
Janete
chega.
J:
Amiga!!!! Que susto você deu na gente! O
que aconteceu?
R: Eu
discuti com o Claude e sai de lá pra fugir da verdade. Porém, ela sempre
encontra a gente. Aí, o carro ficou sem combustível, pneu furado, eu machuquei
minha mão, tomei chuva... uma verdadeira novela...
J: Mas
agora tá tudo bem, né? Vocês se entenderam. Quero dizer, vocês se entenderam
mesmo, certo!?
R: Sim,
Jane... A gente se entendeu... em todos
os sentidos, principalmente no
que você pensou!
Elas
almoçam, conversam mais um pouco e Janete volta pra construtora.
Rosa lava
e guarda tudo que usou. Sente-se cansada e senta no sofá repassando mentalmente
tudo que lhe acontecera nas últimas horas...
O
contrato, a discussão, a chuva, o carinho com que Claude cuidou dela, o cuidado
que teve ao amá-la...
“Eu
não devia ter feito aquela criancice com ele... Deus, minha cabeça ainda dói...
eu vou me desculpar com ele” – Pensa.
Ela
começa a subir os degraus, mas o telefone toca e ela volta, esperando ser
Claude, porém é uma voz desconhecida:
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R: Alô?
Desc.:
Quem fala? É Dadi? – Diz uma voz
arrogante.
R: Não, é
Rosa!
Desc.:
Rosa? “Deve ser empregada nova”
(pensa) - Eu quero falar com o Claude.
R: Ele não está. Quem deseja?
Desc.: É
Nara. Avisa pro seu patrão que eu to voltando pra buscar o que me pertence! - E
desliga.
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Rosa fica paralisada, sem reação, olhando pro
telefone, por um momento.
“Patrão?
Essa Nara se acha... só pela voz já me deu ânsia. Bom, por enquanto, eu vou
tomar um belo banho, que eu mereço!”
Ela entra no quarto e liga o som, com a música
“deles”. Vai pro banho e fica imaginando como entrar nesse assunto com Claude:
Nara!
Sai do
banho, enrolada na toalha, absorta nesses pensamentos, senta e desaba na cama.
Sua mente
quer pensar, mas seu corpo cansado vence essa batalha e ela acaba adormecendo
enquanto a música se repete...
Claude
abre a porta, pensando...
“Que
almocinho mais demorado! Se eu soubesse, teria deixado o Frazon sozinho!”
Ele sobe
as escadas, chamando por Rosa:
C:
Rosa... “querida, cheguei!” – Diz
imitando o desenho. Ele vai direto pro seu quarto, e a encontra, adormecida, só
com a toalha em volta do corpo, em sua cama.
C: Mon
Dieu... isso é tortura. É um convite ao prazer, maluquinha... Ainda mais com a
nossa música, hã!...
Ele a
observa, demoradamente. Então se aproxima e diz baixinho em seu ouvido:
C: Boa
tarde, Bela Adormecida! – E encosta seus lábios nos dela, ao mesmo tempo em que
sua barba roça na pele dela na intenção de acordá-la para o amor!
Rosa abre
os olhos, sorri e diz, entrando na brincadeira dele:
R: Você
se atrasou, meu príncipe encantado! Mais um pouco e eu jamais acordaria!
C: Enton,
precisamos pôr esse atraso em dia. Vem.
- Ele segura Rosa, colocando-a em pé, ao seu alcance.
Um tempo
depois, Rosa desperta e se vê sozinha na cama. Ela procura algo pra vestir e só
o que encontra é a camisa de Claude. Ela desce pra cozinha, pensando em fazer
algo para comer, mas se surpreende ao ver o francês na cozinha, tentando fazer
a mesma coisa.
R: Quer
ajuda, meu amor?
C: Non.
Fiz meu prato especial, hã? Sanduíche!
R:
Hummmm, não sei se é pela minha fome, mas o cheirinho tá muito bom. – Diz dando
um selinho em Claude.
Eles
comem o sanduíche enquanto conversam:
R: Claude
e o meu carro? Só agora eu lembrei dele!
C: O
Colibri e o Rodrigo, motorista da construtora já foram buscar. Non se preocupe.
R: E os
representantes, como foi com eles?
Claude
explica tudo à Rosa, que fica preocupada.
R: Mas,
meu amor, apresentar o projeto para os americanos? Eu não falo inglês, nem o
Gurgel!
C: Com
certeza vai ter um intérprete, hã? E você pode decorar alguns clichês e soltar
durante a exposiçon.
R: Então
eu vou ensaiar com ele. Assim a gente não paga mico nem kong...
C:
D´accord!
R: Éhhhh,
Claude hoje eu atendi ao telefone e deixaram um recado pra você!
C: Um
recado? Quem era?
R: Era a
Nara!
Ele
imediatamente fica sério.
C: Eu non
acredito que ela teve coragem de ligar aqui!
E o que ela queria?
R: Apenas
disse que vinha pegar o que era dela. Algo assim... Quem é Nara? – Pergunta
mesmo sabendo a resposta que teria.
C: Chérie,
eu preciso te contar uma coisa. Eu já devia ter contado mas non tive coragem.
Vem cá... – E vão para o sofá.
R:
Claude...
C:
Xiiiii, escuta hã? Eu também tenho uma
história, Non ton dolorosa como a sua,
mas por incrível que seja, faz parte dela.. – E acaricia o rosto dela. – Há
alguns anos atrás, eu tive um envolvimento com ela. Ela era filha do meu sócio,
mas non queria ficar presa a ninguém e nem eu. Enton começamos a sair juntos.
Mas era só sexo. Claro que tinha um tipo de afeto, mas non era amor... Nara é
ambiciosa demais, e o que eu podia oferecer na época era pouco pra ela. O pai
dela tinha outros negócios imobiliários. Ela deu um golpe no próprio pai e
fugiu com um amante que ela tinha.
R: Eu
sinto muito...
“Non
sinta” – Pensa Claude.
C: Ela
fugiu do país, com todo o dinheiro que conseguiu levantar e non foi pouco, hã?
O pai dela contratou o Coutinho pra tentar reverter a situaçon. Mas ele non
conseguiu... O Egídio, pai de Nara, sofreu um AVC, non resistiu e faleceu. Foi
assim que o Coutinho começou a trabalhar pra mim. E durante a investigaçon nós acabamos
descobrindo quem era o amante dela, a pessoa com quem ela fugiu. E
aí que você entra na história, mon amour.
R: Não
estou entendendo o que eu tenho a ver com isso. A gente se conhece há pouco
tempo, alguns meses...
C: Rosa,
eu sei que seria cômico, se non fosse trágico: a pessoa com quem ela fugiu foi
o seu ex-noivo, o tal de Júlio Castelli. – Fala de uma só vez, pra não faltar
coragem.
R: Que
brincadeira é essa, Claude? Diz que você tá brincando, por favor!
E fica
olhando pra ele, anestesiada. De repente ela começa a rir, descontroladamente,
nervosamente, mas o riso transforma-se em lágrimas, lágrimas de desespero, de
alívio, de raiva, tudo ao mesmo tempo.
C: Rosa...
Rosa non... Que isso? – Ele a abraça e começa a chorar também, não suportando a
dor que vê nos olhos dela, que se aconchega naquele abraço, – Ele non merece
uma lágrima sua, mon amour... Nenhum deles merece!
R:
Claude... diz que eu to tendo um pesadelo... um delírio, sei lá... – Diz entre
soluços.
C: Como
eu gostaria de poder dizer isso, Rosa!
Eles
ficam em silêncio por um momento. Então Claude segura o rosto dela entre suas
mãos, fazendo com que seus olhos se encontrem. Sem perceberem, um começa a
secar as lágrimas do outro, delicadamente. De repente Rosa se levanta.
R:
Claude... Agora eu sei porque achei esse
nome familiar. Naquela noite, que eu fui ao apartamento do Júlio, foi esse nome
que ele falou enquanto... enquanto... Você sabe –Diz tristemente - E agora, se
ela está voltando, é certo que ele também. Só espero não encontrá-lo nunca!
C: Ele
que non se atreva a chegar perto de você! Mas imagina a cara deles quando
descobrirem que nós estamos juntos, casados e que a gente se ama, hã? – Diz,
tentando parecer engraçado.
Rosa
esboça um sorriso, mas seus olhos e sua palidez a traem. Claude se levanta e a
abraça.
C: Vem...
Vamos subir... – E eles vão para o quarto.
Sônia, que legal esse capítulo! Estou esperando ansiosa a chegada dos americanos, acho que vai dar confusão! E a volta de Nara, também vai bagunçar a história, periga atrapalhar o casamento e os negócios dessa lindo casal! Gostei muito! Bjs.
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